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quinta-feira, 18 de abril de 2019

DE VOLTA AO READYBOOST


NÃO EXISTE O CERTO NEM O ERRADO; SÓ EXISTE A VERDADE.

Quem segue este blog sabe que a memória RAM é essencial para o funcionamento de qualquer dispositivo computacional (de uma calculadora de bolso a um poderoso servidor), e que um sistema com fartura de memória e um processador chinfrim pode ter melhor desempenho do que outro com uma CPU mais poderosa e pouca memória, porque é na RAM que são carregados o sistema operacional, os aplicativos e todos os arquivos com que trabalhamos no computador — claro não integralmente, ou não haveria RAM que bastasse; eles são divididos em páginas (pedaços do mesmo tamanho) ou segmentos (pedaços de tamanhos diferentes).

Quando rodamos um programa qualquer, os respectivos executáveis são copiados da memória de massa (disco rígido), que é persistente (ou seja, que mantém os dados mesmo quando o computador é deligado) para a memória física (RAM), que é volátil, além de algumas DLLs e os arquivos de dados com os quais vamos trabalhar. A RAM é uma memória eletrônica de acesso aleatório, o que a torna milhares de vezes mais rápida que os discos eletromecânicos (nos quais a gravação e o acesso aos dados são feitos por cabeças eletromagnéticas). Seu grande problema, por assim dizer, é que os dados “evaporam” quando o fornecimento de energia elétrica é suspenso, daí ser necessário carregar tudo novamente quando religamos o computador. Além disso, o megabyte de RAM custa muito mais caro do que a memória de massa, daí a razão de os PCs de entrada de linha contarem com até 1 terabyte (ou mais) de espaço no HDD e apenas 2 gigabytes de RAM.

A Microsoft, modesta quando lhe convém, informa que o Windows 10 de 32 bits roda numa máquina com 1 GB de RAM (para a versão de 64 bits, a quantidade mínima é de 2 GB), mas o desempenho só será satisfatório com algo entre 6 e 8 GB — quantidade que só vem de fábrica em máquinas mais caras. Volto a salientar que falta de memória se resolve instalando mais memória. O resto é paliativo. Mas é possível melhorar a performance de uma máquina de configuração chinfrim eliminando todos os inutilitários e programas pouco usados, faxinando regularmente o disco rígido, corrigindo erros e desfragmentando os arquivos. Tudo isso pode ser feito com as ferramentas nativas do Windows (detalhes nesta postagem), mas os resultados serão melhores se você recorrer a suítes de manutenção como o CCleaner, o IObit Advanced System Care e outras, que estão disponíveis em versões pagas e gratuitas, sendo estas últimas satisfatórias para o uso doméstico.

Outra maneira de espremer mais algumas gotas de desempenho de um PC com pouca memória é habilitar o ReadyBoost — recurso do Windows que utiliza um dispositivo de memória externo para “acelerar” o sistema. Ele não faz milagres, mas pode proporcionar ganhos de até 75% no carregamento de aplicativos em máquinas algo entre 2 e 4 GB de RAM e HDD lento (como os de 5400 RPM usados em notebooks).

ReadyBoost usa o dispositivo removível para ampliar o cache do Windows (por “cache”, entenda-se uma memória “intermediária”, destinada a armazenar arquivos de forma inteligente, deixando-os prontos para utilização na hora oportuna), além de liberar a quantidade correspondente de memória RAM. Para que haja um aumento significativo de desempenho, a Microsoft recomenda usar dispositivos removíveis com capacidade de duas a quatro vezes maior que a quantidade de memória física instalada (ou seja, se seu PC tem 4 GB de RAM, use um pendrive/cartão de 16 GB).

Você pode usar qualquer tipo de memória flash, desde que seja compatível com o padrão USB 2.0 (ou superior) e que tenha pelo menos 1 GB de espaço livre. Melhores resultados serão obtidos formatando a unidade em NTFS, a menos que a capacidade seja inferior a 4 GB, caso em que você pode usar o sistema de arquivos FAT32 (para saber mais sobre formatação de pendrives e sistemas de arquivos, reveja a sequência de postagens iniciada por esta aqui). Em tese, é possível usar até oito dispositivos de até 32 GB cada, já que o limite do ReadyBoost é de 256 GB, mas, na prática, você dificilmente terá 8 portas USB livres no seu computador, e o uso de hubs (multiplicadores) não é recomendável.

Para ativar o ReadyBoost, conecte a unidade externa na portinha USB (no caso do pendrive; o cartão requer uma interface específica ou, na falta dela, um adaptador), clique em Este Computador (ou Computador, ou ainda Meu Computador, conforme a versão do seu Windows), dê um clique direito no ícone que representa o dispositivo removível e clique na aba ReadyBoost. Para usar todo o espaço disponível no drive, marque a Dedicar este dispositivo ao ReadyBoost; para configurar manualmente o espaço a ser alocado, marque Usar este dispositivo e mova a barra deslizante para a direita até que a janelinha exiba o espaço desejado. Ao final, é só clicar 
em Aplicar e em OK (vale reiniciar o computador, embora isso não seja exigido explicitamente).

Para saber mais sobre o ReadyBoost, clique aqui.