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sexta-feira, 16 de agosto de 2019

COMO AUTOMATIZAR O DESLIGAMENTO DO PC E ALGUMAS NOÇÕES SOBRE A EVOLUÇÃO DO COMPUTADOR, OS PADRÕES AT, ATX E DISPOSITIVOS DE ARMAZENAMENTO DE DADOS.


IDEOLOGIA MATA. BURRICE TAMBÉM.

As sutilezas do desligamento do computador foram assunto das últimas 3 postagens. Minha ideia era explicar na de hoje como configurar o Windows para automatizar esse processo, que só se tornou possível depois que o padrão ATX para placas de sistema, gabinetes e fontes de alimentação aposentou o obsoleto AT e introduziu o conceito de fonte inteligente, permitindo o desligamento do aparelho por software — isto é, sem que seja preciso mudar o Power Switch (botão liga/desliga) da posição ligado para desligado depois de o Windows ser finalizado. No entanto, achei por bem tecer algumas considerações conceituais, que eu convido o caro leitor a acompanhar.

Anos-luz de evolução tecnológica separam os desktops e notebooks atuais dos primeiros PCs. Quem trabalhou com os pré-históricos 286, 386 e 486 das décadas de 80/90 mal lhes reconhece o DNA, sobretudo nos smartphones, que são comandados por um sistema operacional, acessam a Internet e rodam aplicativos, o que os torna computadores pessoais ultraportáteis. Raras vezes paramos para pensar nisso, mas, quando o fazemos, custa acreditar que os monstruosos "cérebros eletrônicos dos anos 1950, que ocupavam prédios inteiros e tinham menos poder de processamento que uma calculadora de bolso xing ling atual, diminuíram de tamanho a ponto de caber no bolso ou na bolsa. Isso sem mencionar que seus recursos crescerem em progressão geométrica.

Em meados dos anos 1960, Gordon Moore, um dos fundadores da Intel, profetizou que o número de transistores dos chips dobraria a cada 18 meses sem que isso aumentasse o custo de produção. Já o primeiro HDD (drive de disco rígido) de que se tem notícia, construído pela IBM em 1956, era uma monstruosidade composta de 50 pratos de 24 polegadas de diâmetro, que apesar de ter o tamanho de uma geladeira doméstica e pesar mais de uma tonelada, armazenava míseros 4.36 MB (espaço que mal dá para armazenar uma faixa musical no formato .MP3) e custava mais de US$ 30 mil dólares.

Ao longo das últimas três décadas, o custo do gigabyte de armazenamento despencou de US$ 100 mil para apenas alguns centavos. O tamanho do hardware também diminuiu: em 2005, 0 Toshiba MK2001MTN entrou para o Guinness como "o menor HD do mundo", com capacidade de 2 GB e discos de menos de 2 cm de diâmetro — no ano seguinte, quando ele começou a ser produzido em escala comercial, sua capacidade já havia dobrado. Mais adiante, os pendrives (dispositivos de armazenamento removíveis baseados em memória flash) aposentaram os obsoletos floppy disks (discos flexíveis, mais conhecidos como disquetes) e os SSD prometeram fazer o mesmo como os drives de HD eletromecânicos — se ainda não o fizeram, é porque o preço dos modelos de altas capacidades continua proibitivo. O primeiro disco de estado sólido foi desenvolvido em 1976, mas a tecnologia só começaria a se popularizar mais de 3 décadas depois. Em 2006, a coreana Samsung lançou sua primeira unidade de 2.5 polegadas e 32 GB de capacidade, que podia substituir diretamente o HDD em notebooks, sendo seguida pela norte-americana SanDisk, que lançou um produto semelhante cerca de um ano depois.

Rápidos e silenciosos, esses dispositivos são sopa no mel para quem não se incomoda em pagar mais para ter o que há de melhor: enquanto um drive eletromecânico de 7.200 RPM lê dados a 200 megabits por segundo, modelos de memória sólida podem alcançar taxas de leitura de 550 Mbps ou mais, reduzindo à metade o tempo de carregamento do sistema e dos aplicativos. Demais disso, por não possuírem partes móveis, modelos SSD são menos sujeitos a danos decorrentes de quedas acidentais ou vibrações e não precisam de manutenção frequente — desfragmentação, algo comum em HDs com sistema operacional Windows, não são necessários e podem até prejudicar o drive sólido.

Substituir um HD de 1 TB por um SSD de igual capacidade pode custar mais do que um computador de configuração mediana. Uma alternativa é comprar SSD com algumas dezenas de gigabytes de espaço e instalar nele somente o sistema e os aplicativos mais usados. Outra opção é recorrer a um drive híbrido, que alia o melhor dos dois mundos com uma parte em memória flash e outra que funciona como um disco rígido comum. A vantagem é aliar a velocidade do SSD à grande capacidade de armazenamento do HDD convencional. Modelos com 128 GB em memória sólida e 1 TB em discos magnéticos já são encontrados por menos de R$ 1 mil. Antes de sacar seu poderoso cartão de crédito, assegure-se de que o tamanho do novo drive é compatível com o gabinete do seu desktop ou notebook, bem como se o formato do SSD ou do drive híbrido é suportado pela placa-mãe.

O resto fica para a próxima postagem.