AMIZADE NÃO SE
CONQUISTA. SE CONSTRÓI.
Registros teóricos de programas capazes de se autorreplicar
remontam a meados do século passado, embora ninguém falasse em “vírus” naquela
época ― essa nomenclatura foi adotada três décadas mais tarde, por conta da
semelhança comportamental entre o vírus eletrônico e seu correspondente
biológico, já que ambos são capazes de se autorreplicar, precisam de um
hospedeiro e se escondem no sistema para evitar a remoção.
De início, os vírus eletrônicos eram apenas “brincadeiras” de programadores que se
divertiam criando e disseminando programinhas que exibiam mensagens engraçadas
ou obscenas, reproduziam sons inusitados ou assustadores, e por aí afora. No
entanto, dada a engenhosidade ilimitada do ser humano para o que não presta,
essas pestes logo passaram a realizar ações nocivas ― como apagar dados,
inviabilizar a execução de determinados aplicativos, sobrescrever o disco
rígido da máquina infectada, etc. Mas vale lembrar que:
- Um vírus não é necessariamente um programa destrutivo, e um programa destrutivo não é necessariamente um vírus.
- Worms, trojans, ransomwares, hijackers, spywares e outras pragas digitais que não se enquadram na categoria dos vírus eram comumente consideradas com tal, razão pela qual cunhou-se o termo “malware” ― acrônimo formado a partir de “malicious software” (programa malicioso) ― para referenciar qualquer programa criado com o objetivo de causar algum tipo de dano.
- Malwares não são coisas sobrenaturais ou prodígios de magia, mas apenas códigos escritos para executar instruções maliciosas e/ou potencialmente destrutivas. Em princípio, qualquer software atende aos desígnios de seu criador, que tanto pode programá-lo para interagir com o usuário através de uma interface quanto para realizar sub-repticiamente as mais variadas tarefas.
- Salvo raríssimas exceções, o malware age no âmbito do software; na falta de alternativa melhor, uma reinstalação completa do sistema resolve qualquer problema de infecção por malware.
A maneira como o spyware
infecta o sistema-alvo pode variar, mas o objetivo é sempre a locupletação
ilícita dos golpistas, que se valem das informações obtidas pelos programinhas
espiões para desfechar seus golpes espúrios. E com a popularização da banda larga
e do uso de roteadores wireless, a internet se tornou a ferramenta mais usada na
disseminação das pragas, ainda que os onipresentes pendrives (chaveirinhos de memória) também sejam largamente
explorados.
O resto fica para as próximas postagens. Até lá.
Condenado por corrupção e arrastando mais processos a cada
dia, certo político insiste em se reeleger, e sem ter como defender o indefensável,
parte para ataque ― a única defesa que lhe resta. Assim, escolhe o alvo,
transforma-o em inimigo e bate, bate e bate, moldando seu discurso vazio com a
convicção de quem busca um projeto ― no caso, escapar da prisão pelo caminho da
reeleição. Nem ele próprio acredita, mas acaba achando que vai funcionar:
fazendo-se de vítima, julga merecer um voto de confiança ― ou, no caso, os
milhões de votos de que precisa para pôr em prática seu projeto espúrio.
O sucesso tem muitos pais, mas o fracasso é órfão. Até
porque costuma ser sempre mais fácil atribuir a terceiros a responsabilidade
por aquilo que deveria ter dado certo, mas não deu. E se alguém contesta,
também se torna um inimigo a ser combatido implacavelmente. Em outras palavras,
quem não está com Lula está contra
ele.
Como dizia Jean Paul
Sartre (1905-1980), o inferno são os outros. Mas o
filósofo francês nunca foi um grande exemplo de conduta. Quanto a seus escritos
filosóficos, eu nunca entendi nada. E acho que não estou sozinho nessa, pois
ninguém mais o lê, ou leva a sério sua filosofia, ou mesmo se dispõe a
enfrentar sua caudalosa prosa.
Durante sua vida, Sartre
defendeu figuras controversas, como Marx,
Castro e Guevara. Recusou o prêmio Nobel
porque, segundo ele, a láurea só piora as condições dos homens, que são “condenados
a ser livres” (?!). Sofria de ostraconofobia
― medo obsessivo de crustáceos ― e
era viciado em remédios. Certa vez, sofreu um ataque de pânico ao entrar no mar
com Simone de Beauvoir, o amor de
sua vida ― ele acreditava que um polvo gigante subiria das profundezas e o
arrastaria para a morte. Em outra ocasião, depois de consumir mescalina, passou
a ver lagostas que o seguiam aonde quer que ele fosse.
No ano que vem, teremos eleições. E nessa briga de mocinho
contra bandido, cada um acredita no que bem entender. Mas é bom tentar
raciocinar, porque depois não adianta você culpar os outros pelas más escolhas
que fez.
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