SOFREMOS MUITO
COM O POUCO QUE NOS FALTA E GOZAMOS POUCO O MUITO QUE TEMOS.
Manter numa única unidade o latifúndio de espaço disponível
nos discos rígidos atuais (que pode ultrapassar 10 TB em alguns modelos top de linha) é abrir mão das muitas
vantagens que o particionamento proporciona. Ainda assim, os fabricantes de
computadores nem sempre criam uma segunda partição ao pré-instalar o sistema, e
a maioria dos usuários não o faz por achar que é preciso reinstalar o Windows. Só que não.
Nos primórdios da era PC, o particionamento tinha de ser feito obrigatoriamente durante a instalação do sistema, mas um “gerenciador” de
disco nativo, introduzido pela Microsoft no Seven e
mantido nas edições posteriores, permite realizar esse trabalho com o Windows carregado, de modo a preservar arquivos do sistema, dos aplicativos e do usuário (detalhes nesta postagem), coisa que até
então só era possível com a ajuda de programas de terceiros.
Seja como for, na hora de criar/redimensionar/mover/dividir/unir/formatar partições no Windows 10, eu uso recomendo o MiniTool Partition Wizard Free — não
devido a alguma cisma com a ferramenta nativa, mas porque acho a solução da MiniTool mais intuitiva e fácil de usar
(clique aqui para acessar o tutorial que eu
criei em 2015 com base na versão 9, mas que você pode usar como referência, uma
vez que o procedimento continua basicamente o mesmo).
A título de curiosidade, os primeiros PCs não tinham disco
rígido — na verdade, eles não tinham sequer sistema operacional, mas isso é
outra conversa. Mais adiante, o DOS
e as primeiras Winchester (como eram
chamados os discos rígidos de então) facilitaram sobremaneira a vida dos usuários, ainda que o espaço que os drives de então ofereciam era equivalente ao de algumas dezenas de disquetes de 3 ½” (naquela
época, 1 MB de espaço custava US$ 200). Lá pela virada do século, depois de o Windows ter sido promovido de interface
gráfica a sistema operacional e o acesso à internet se tornar popular, mesmo
que através da jurássica conexão discada (rede dial-up), a gente ainda tinha de
se virar com algumas centenas de megabytes
(MB). Mas não nada como o tempo para
passar.
Depois de levar décadas para romper a barreira do gigabyte, os fabricantes foram dobrando a capacidade dos
HDDs em intervalos cada vez mais
curtos — na primeira metade da década passada, modelos de entrada de linha
ofereciam de 10 a 20 gigabytes, e logo surgiriam modelos
com 40 a 80 gigabytes. Claro que as exigências de espaço dos sistemas e programas
de antigamente eram bem menores — os arquivos de instalação das edições
vetustas do Windows, por exemplo,
vinham em disquetes, e nos anos 1990 não havia volumosos arquivos multimídia (músicas,
fotos, filmes etc.) para armazenar.
Hoje, qualquer máquina chinfrim dispõe de bons 500 GB de espaço em disco, e assim os compactadores
de arquivos e desktops com duas ou três unidade de disco adicionais
(o máximo de dispositivos padrão IDE
suportados pelas placas-mãe até o surgimento do padrão SATA eram 4 unidades, mas aí era preciso abrir mão do
leitor/gravador de mídia óptica) se tornaram coisa do passado — um passado não tão
remoto, mas do qual a maioria de nós já nem se lembra mais. Mas nem tudo são flores, nesse jardim.
É certo que drives do tamanho de
galáxias estão presentes em PCs de configuração mediana e preços acessíveis, e
é igualmente certo que o particionamento desse espaço gigantesco pode ser feito a qualquer
momento, sem que para isso seja preciso reinstalar o Windows. Mas também é certo que uma falha de hardware irreversível pode
mandar para o espaço (se o leitor me concede o trocadilho) tanto o sistema e os
aplicativos quanto os arquivos pessoais do infeliz proprietário da máquina, mesmo
que ele tenha particionado o disco e separado uma coisa da outra.
Como se não bastasse, nos notebooks — substitutos naturais do volumoso computador de mesa
para 9 de 10 usuários de PCs — não há espaço físico para acomodar um
segundo disco — em alguns casos a instalação até pode ser feita, desde que se
abra mão da unidade de mídia óptica, mas pode-se contar nos dedos, atualmente, os notes de
entrada ou medianos que ainda trazem gravador/leitor
de CD/DVD. Felizmente, é possível suprir essa lacuna com uma unidade de disso
externa (USB), que pode não ser tão
rápida nem tão prática quanto um modelo interno, mas até aí morreu o Neves.
Continua na próxima postagem.