terça-feira, 19 de março de 2019

AINDA SOBRE O USO EXCESSIVO DO HDD E COMO DESAFOGAR O DISCO COM UMA SEGUNDA PARTIÇÃO


SOFREMOS MUITO COM O POUCO QUE NOS FALTA E GOZAMOS POUCO O MUITO QUE TEMOS.

Manter numa única unidade o latifúndio de espaço disponível nos discos rígidos atuais (que pode ultrapassar 10 TB em alguns modelos top de linha) é abrir mão das muitas vantagens que o particionamento proporciona. Ainda assim, os fabricantes de computadores nem sempre criam uma segunda partição ao pré-instalar o sistema, e a maioria dos usuários não o faz por achar que é preciso reinstalar o Windows. Só que não.

Nos primórdios da era PC, o particionamento tinha de ser feito obrigatoriamente durante a instalação do sistema, mas um “gerenciador” de disco nativo, introduzido pela Microsoft no Seven e mantido nas edições posteriores, permite realizar esse trabalho com o Windows carregado, de modo a preservar arquivos do sistema, dos aplicativos e do usuário (detalhes nesta postagem), coisa que até então só era possível com a ajuda de programas de terceiros.

Seja como for, na hora de criar/redimensionar/mover/dividir/unir/formatar partições no Windows 10, eu uso recomendo o MiniTool Partition Wizard Free — não devido a alguma cisma com a ferramenta nativa, mas porque acho a solução da MiniTool mais intuitiva e fácil de usar (clique aqui para acessar o tutorial que eu criei em 2015 com base na versão 9, mas que você pode usar como referência, uma vez que o procedimento continua basicamente o mesmo).

A título de curiosidade, os primeiros PCs não tinham disco rígido — na verdade, eles não tinham sequer sistema operacional, mas isso é outra conversa. Mais adiante, o DOS e as primeiras Winchester (como eram chamados os discos rígidos de então) facilitaram sobremaneira a vida dos usuários, ainda que o espaço que os drives de então ofereciam era equivalente ao de algumas dezenas de disquetes de 3 ½” (naquela época, 1 MB de espaço custava US$ 200). Lá pela virada do século, depois de o Windows ter sido promovido de interface gráfica a sistema operacional e o acesso à internet se tornar popular, mesmo que através da jurássica conexão discada (rede dial-up), a gente ainda tinha de se virar com algumas centenas de megabytes (MB). Mas não nada como o tempo para passar.

Depois de levar décadas para romper a barreira do gigabyte, os fabricantes foram dobrando a capacidade dos HDDs em intervalos cada vez mais curtos — na primeira metade da década passada, modelos de entrada de linha ofereciam de 10 a 20 gigabytes, e logo surgiriam modelos com 40 a 80 gigabytes. Claro que as exigências de espaço dos sistemas e programas de antigamente eram bem menores — os arquivos de instalação das edições vetustas do Windows, por exemplo, vinham em disquetes, e nos anos 1990 não havia volumosos arquivos multimídia (músicas, fotos, filmes etc.) para armazenar. 

Hoje, qualquer máquina chinfrim dispõe de bons 500 GB de espaço em disco, e assim os compactadores de arquivos e desktops com duas ou três unidade de disco adicionais (o máximo de dispositivos padrão IDE suportados pelas placas-mãe até o surgimento do padrão SATA eram 4 unidades, mas aí era preciso abrir mão do leitor/gravador de mídia óptica) se tornaram coisa do passado — um passado não tão remoto, mas do qual a maioria de nós já nem se lembra mais. Mas nem tudo são flores, nesse jardim.

É certo que drives do tamanho de galáxias estão presentes em PCs de configuração mediana e preços acessíveis, e é igualmente certo que o particionamento desse espaço gigantesco pode ser feito a qualquer momento, sem que para isso seja preciso reinstalar o Windows. Mas também é certo que uma falha de hardware irreversível pode mandar para o espaço (se o leitor me concede o trocadilho) tanto o sistema e os aplicativos quanto os arquivos pessoais do infeliz proprietário da máquina, mesmo que ele tenha particionado o disco e separado uma coisa da outra.

Como se não bastasse, nos notebooks — substitutos naturais do volumoso computador de mesa para 9 de 10 usuários de PCs — não há espaço físico para acomodar um segundo disco — em alguns casos a instalação até pode ser feita, desde que se abra mão da unidade de mídia óptica, mas pode-se contar nos dedos, atualmente, os notes de entrada ou medianos que ainda trazem gravador/leitor de CD/DVD. Felizmente, é possível suprir essa lacuna com uma unidade de disso externa (USB), que pode não ser tão rápida nem tão prática quanto um modelo interno, mas até aí morreu o Neves.  

Continua na próxima postagem.