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quarta-feira, 6 de novembro de 2019

SEU PC NOVO DE NOVO — OU QUASE


DETESTO POLÍTICA. ODEIO POLÍTICOS.

Por uma série de razões (que eu já detalhei em diversas oportunidades), o passar do tempo e o uso normal do computador impactam negativamente o desempenho do Windows, até que um belo dia o usuário se vê obrigado a reinstalar o sistema do zero.

Desligar e religar a máquina de tempos em tempos limpa a memória RAM, e rodar regularmente softwares de manutenção (como o CCleaner ou o IObit Advanced System Care) posterga a inevitável reinstalação, mas as dicas que veremos a seguir também podem ajudar.

EXTENSÕES DO NAVEGADOR

Quando navegamos na Web, somos frequentemente concitados a adicionar toda sorte de extensões que ampliam os recursos do browser, mas muitos desses plugins não são indispensáveis ou, pior, mascarar programinhas maliciosos (geralmente spyware). A despeito de os apps antimalware não garantirem 100% de proteção contra essas pestes, ninguém ainda inventou uma opção melhor, de modo que não deixe instalar um arsenal de segurança responsável e mantê-lo atualizado. Se você suspeita que a lentidão do navegador (ou do sistema como um todo) tem a ver com extensões problemáticas, acesse as configurações do browser, desative todos os plugins e reinicie o aplicativo. Se o sistema voltar ao normal, torne a habilitá-las, uma de cada vez, e veja como o computador se comporta. Quando o problema voltar a se manifestar, você terá encontrado o responsável e poderá se livrar dele de vez removendo o plugin mal comportado.

DISCO RÍGIDO

O HDD (sigla em inglês para drive de disco rígido) é a "memória de massa" do computador, onde ficam armazenados de maneira "persistente" (não confundir com "permanente") o sistema operacional, os aplicativos e os demais arquivos, e a partir de onde eles são carregados para a RAM, que é a "memória física". Claro que eles não transferidos inteiros, mas divididos em páginas ou em segmentos (pedaços do mesmo tamanho e pedaços de tamanhos diferentes, respectivamente), ou não haveria RAM que bastasse.

Drives eletromecânicos são milhares de vezes mais lentos que a já relativamente lenta memória RAM, e seu desempenho tende a piorar quando os dados estão muito fragmentados e o espaço ocupado se aproxima dos 80%. A menos que seu PC conte com um SSD (drive de memória sólida), que utiliza memória flash e não é afetado pela fragmentação dos dados, habitue-se a rodar o desfragmentador do Windows a cada 15 dias ou ao menos uma vez por mês.

No Win10, clique em Iniciar > Ferramentas Administrativas do Windows > Desfragmentar e Otimizar Unidades, selecione a unidade que abriga o sistema (geralmente C:) e realize o procedimento (que pode demorar de alguns minutos a horas e horas para ser concluído dependendo do tamanho do drive, da quantidade de arquivos gravados e do índice de fragmentação dos dados.

ObservaçãoMelhores resultados poderão ser obtidos com ferramentas de terceiros, como o Smart Defrag — que integra a suíte de manutenção IObit Advanced System Care, mas pode ser baixado e instalado isoladamente.
  
Convém ter em mente que vida útil do HDD não é infinita. Por outro lado, é provável que seu computador fique ultrapassado — e você o troque por um modelo novo — antes de do drive em questão dar defeito. Como o imprevisto pode ter voto decisivo na assembleia dos acontecimentos, ao primeiro sinal de problemas recorrentes que possam ter a ver com o disco rígido, faça um backup de todos os arquivos importantes e de difícil recuperação e salve-os em um drive externo ou na nuvem (OneDrive, Google Drive, Dropbox etc.).

Observação: Há mais de uma década que praticamente todos os HDDs contam com o S.M.A.R.T. — sistema que gera um relatório e o armazena numa área de memória não volátil do disco. Embora não tenha o condão de prever defeitos súbitos — como os causados por picos de tensão, por exemplo —, ele costuma alertar para defeitos mecânicos no drive. Note que acessar o relatório exige o uso de softwares específicos, como os gratuitos HDTune e SmartExplorer.

Amanhã eu conto o resto.

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

AINDA SOBRE A EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA

QUEM VIVE DE ESPERANÇA MORRE DE FOME.

Computadores são formados por dois subsistemas distintos, mas interdependentes: o hardware e o software. O primeiro é tudo aquilo que a gente chuta, e o segundo, o que a gente só pode xingar. Ou, numa definição mais elaborada: o hardware compreende os componentes físicos do aparelho — gabinete, processador, placas de sistema e de expansão, monitor etc. —, e o software, o sistema operacional, aplicativos, utilitários, enfim, àquilo que, no léxico da informática, se convencionou chamar de "programas" (conjuntos de instruções em linguagem de máquina que descrevem uma tarefa a ser realizada pelo computador, e podem referenciar tanto o código fonte, escrito em alguma linguagem de programação, quanto o arquivo executável que contém esse código).  

Combinada com a evolução tecnológica, a interdependência entre o hardware e o software origina um círculo vicioso (ou virtuoso). Componentes cada vez mais poderosos estimulam o desenvolvimento de programas ainda mais exigentes, e estes, cada vez mais capacidade de processamento, espaço em disco e na memória RAM, levando a indústria do hardware a robustecer ainda mais seus produtos — eis a razão pela qual PCs de última geração se tornam ultrapassados em questão de meses e obsoletos em dois ou três anos.

Devido à arquitetura modular, os "micros" das primeiras safras eram vendidos em kit, cabendo aos usuários montá-los ou recorrer a integradores especializados (Computer Guy). Operá-los também não era tarefa fácil, sobretudo quando não havia disco rígido nem sistema operacional (cada tarefa exigia que os comandos fossem introduzidos manualmente via teclado). Mais adiante, os programas seriam gravados em fita magnética (como as populares cassete que a gente usava antigamente para gravar e ouvir música) e depois em disquinhos magnéticos finos e flexíveis, conhecidos como disquete ou Floppy Disk.

Observação: A título de curiosidade, meu primeiro 286, além de uma winchester com capacidade para armazenar umas poucas centenas de megabytes, contava com um drive para disquetes de 5 ¼” e dois para modelos de 3 ½”, o que facilitava sobremaneira a cópia de arquivos e de programas — como os inevitáveis joguinhos, que se tornariam o principal meio de disseminação dos ainda incipientes vírus eletrônicos, e estes, o mote dos meus primeiros escritos sobre informática e segurança digital. Mas isso já é outra conversa.

Foi também graças à evolução tecnológica que o custo do megabyte baixou de assustadores US$ 200 para alguns centavos, permitindo que os HDDs, que levaram décadas para quebrar a barreira do gigabyte, se tornassem verdadeiros latifúndios. Hoje em dia, qualquer desktop ou notebook de configuração chinfrim conta com algo entre 500 GB e 1 TB de espaço em disco.

É importante não confundir espaço em disco com memória RAM. No jargão da informática, "memória" remete a qualquer meio destinado ao armazenamento de dados, mas, por convenção, sempre que falamos "genericamente" em memória estamos nos referindo à RAM, que é a memória física do computador e principal ferramenta de trabalho do processador. É nela que o sistema, aplicativos e demais arquivos são carregados — a partir do HDD, SSD ou outro dispositivo de armazenamento persistente — para serem processados/editados. Claro que eles não são carregados integralmente (ou não haveria RAM que bastasse), mas divididos em páginas (pedaços do mesmo tamanho) ou em segmentos (pedaços de tamanhos diferentes). Além das memórias física (RAM) e de massa (discos rígidos e drives de memória sólida), o computador utiliza outras tecnologias com finalidades específicas, como as memórias ROM, de vídeo, cache, flash etc., mas isso já é outra conversa.

Criado pela Sony no final dos anos 1960 e lançado comercialmente em 1971, o disquete embarcou na crescente popularização dos PCs e se tornou a solução primária para armazenamento externo e transporte de arquivos digitais. Mas nem tudo eram flores: além de oferecerem espaço miserável, os disquinhos eram frágeis e emboloravam e desmagnetizavam com facilidade. Os primeiros modelos, de 8 polegadas (cerca de 20 cm), comportavam míseros 8 KB. Nos de 5 ¼ polegadas, a capacidade inicial de 160 KB chegou a 1,2 MB em 1984, quando eles deixaram de ser produzidos. As versões de 3 ½ polegadas foram extremamente populares, a despeito de sua capacidade medíocre (1,44 MB). Versões de 2,88 MB e 5,76 MB chegaram a ser lançadas, mas por alguma razão não se popularizaram.

Observação: Considerando que seriam necessários cerca de 700 disquetes de 1.44 MB para armazenar 1 GB de dados, para gravar nesse tipo de mídia os arquivos de instalação do Win7 seriam necessários 11.000 disquinhos (que formariam uma pilha da altura de um edifício de 9 andares).

Com o advento das mídias ópticas (CD, DVD e Blu-ray), os disquetes se tornaram "coisa do passado". Mesmo assim, a Sony a fabricá-los até 2011, quando finalmente jogou a toalha. Deveria tê-lo feito bem antes: a virada do século trouxe o pendrive e, mais adiante, o HD externo  dispositivos de memória flash com interface USB que oferecem latifúndios de espaço. Somados aos drives virtuais (armazenamento em nuvem), essas tecnologias levaram os fabricantes de PC, que já tinham excluídos o drive de disquete de suas planilhas de custo, a eliminar também o drive de mídia óptica.

O resto fica para o próximo capítulo.

terça-feira, 25 de junho de 2019

UPDATE DE MAIO/19 DO WINDOWS 10 — COMO LIMPAR OS ARQUIVOS DE ATUALIZAÇÃO


A RELIGIÃO DO FUTURO SERÁ CÓSMICA E TRANSCENDERÁ UM DEUS PESSOAL, EVITANDO OS DOGMAS E A TEOLOGIA.

A Microsoft liberou o primeiro update de conteúdo deste ano para o Windows 10 no dia 21 de maio. Se por alguma razão você não recebeu a atualização via Windows Update, siga o roteiro publicado nesta postagem; se já atualizou o sistema, convém excluir os arquivos de atualização, que não são apagados de pronto e, por serem volumosos, podem se tornar um problema quando há pouco espaço livre no HDD.

Ainda que qualquer computador atual — de mesa ou portátil, mesmo que de entrada de linha — conte com um drive de pelos menos 500 GB, o Windows e seus componentes, os aplicativos e a miríade de arquivos inúteis que se acumulam com o passar do tempo ocupam rapidamente esse latifúndio. E como o sistema tende a ficar lento quando o percentual de espaço cai para menos de 30%, é fundamental fazer uma faxina em regra tempos em tempos.
Comece por desinstalar os inutilitários e demais apps pouco usados — isso pode ser feito com a ferramenta nativa do Windows 10 (abra o menu Iniciar e clique em Configurações > Aplicativos > Aplicativos e recursos), mas melhores resultados são obtidos com o Revo Uninstaller ou o IObit Uninstaller, que eliminam a maioria das sobras que o desinstalador nativo do sistema costuma deixar para trás. Ao final, reinicie o computador.

Abra o Explorador de Arquivos e a pasta Este Computador, dê um clique direito no ícone que representa a unidade em que o Windows está instalado  geralmente C:  , clique em Propriedades, pressione o botão Limpeza de Disco, aguarde o cálculo do espaço que pode ser recuperado e confirme em OK. Concluído o processo, torne a pressionar o botão Limpeza de Disco, clique em Limpar arquivos do sistema, marque as opções desejadas (ou todas elas), confirme e aguarde até a faxina ser concluída.

Observação: Se o sistema estiver “redondo”, clique na aba Mais Opções e exclua os pontos de restauração do sistema (também nesse caso é melhor usar um aplicativo de terceiros, como o CCleaner, que permite selecionar individualmente os pontos de restauração a serem apagados).

Reinicie novamente o computador, abra o Explorador de Arquivos e a pasta Este Computador, dê um clique direito no ícone da unidade em que o Windows está instalado, selecione a aba Ferramentas e, no campo Verificação de Erros, clique em Verificar Agora. Assinale as duas caixas de verificação e torne a reiniciar a máquina (esse procedimento é necessária porque a ferramenta precisa ter acesso a arquivos de sistema que o Windows bloqueia quando está carregado).

Retorne até a tela das Propriedades da Unidade C: (ou da partição em que seu Windows está instalado) e, no campo Otimizar e desfragmentar unidade, pressione o botão Otimizar, selecione a unidade em questão (desde que não seja SSD), clique em Analisar e aguarde o resultado.  Se o percentual de fragmentação for superior a 2%, clique em Otimizar e deixe o barco correr até o final (isso pode demorar um pouco, dependendo do tamanho do drive, de quão fragmentados estão os dados e dos recursos de hardware do computador).

Observação: Se você dispõe da excelente suíte de manutenção Advanced System Care, clique em Toolbox e rode o Smart Defrag em vez do desfragmentador nativo do Windows.

O resto fica para o post de amanhã. Até lá.

terça-feira, 26 de março de 2019

AINDA SOBRE O USO EXCESSIVO DO HDD E COMO DESAFOGAR O DISCO COM UMA SEGUNDA PARTIÇÃO (QUINTA PARTE)


CHI FA DA SÈ, FA PER TRE.

Se você achou complicado usar o Gerenciamento do Disco para particionar seu drive de disco, o MiniTool Partition Wizard é mel na chupeta. Só tenha em mente que o “pré-operatório” sugerido nas postagens anteriores deve preceder a cirurgia, sempre, use você o centro cirúrgico nativo ou o agregado. Dito isso, vamos em frente.  

Baixe Mini-Tool Partition Wizard Free a partir do site do fabricante, salve os arquivos de instalação na sua área de trabalho, de um clique duplo sobre o ícone respectivo e proceda à instalação do programa da maneira convencional. Para saber como usar o programa, o tutorial em inglês pode ser acessado a partir deste link, mas você pode também se orientar pelo passo-a-passo a seguir:

— Na tela inicial do app, dê um clique direito sobre o drive a ser particionado e selecione a opção Move/Resize (mover/redimensionar). No campo Partition Size (tamanho da partição), defina o tamanho da nova partição (digitando o valor na caixa correspondente ou usando o mouse para arrastar a extremidade direita da barra). Ao final, clique em OK.

ObservaçãoO programinha não permite que a partição seja reduzida a ponto de se tornar insuficiente para conter os dados que já estão gravados (o espaço ocupado é exibido em amarelo na barra da ferramenta), mas é importante que, ao dividir o espaço, você deixe uma boa sobra na partição do sistema, não só para permitir a execução do Defrag, mas também para instalar novos aplicativos de uso frequente. Caso a ideia seja usar a nova partição para instalar outro sistema operacional em dual-boot, altere, em Create as:, o tipo de partição para Primária; se for usar a partição apenas para armazenar arquivos, mantenha a configuração padrão. Se for criar mais unidades (o limite é de 4 primárias ou 3 primárias e uma estendida), altere o tipo de partição para Estendida e torne a executar o MiniTool.

— A barra acinzentada que aparece na janela do Mini-Tool, à direita da partição que você redimensionou, corresponde ao espaço não alocado (unalocated). Clique  ali, selecione a opção Create (criar) e clique em OK na janela Create New Partition (criar nova partição). Uma nova partição lógica será criada e identificada por uma letra que varia conforme os drives instalados no computador. Se você tiver apenas o HDD, que, por padrão, é identificado como C:, a nova partição receberá a letra D (mais detalhes na postagem anterior).

— No canto superior esquerdo da próxima tela, clique no botão Apply (aplicar) para que as alterações sejam efetivadas. O programa recomenda fechar todos os aplicativos e desabilitar a economia de energia antes de prosseguir; faça-o e responda Yes (sim) à pergunta Apply Changes? Se quiser desistir do particionamento, a hora é agora: clique em No (não) e encerre o aplicativo.

— Se for seguir adiante, clique em Yes. Na mensagem dando conta de que as alterações não podem ser levadas a efeito porque o drive C: está sendo usado, clique em Restart Now (reiniciar agora). Uma nova tela o instruirá a não desligar o computador e informará que o sistema será reiniciado automaticamente após a conclusão do particionamento. Enquanto espera, você pode acompanhar a evolução do processo através das barras de progressão.   

Se tudo correr bem, em alguns minutos seu PC será reiniciado com as modificações efetivadas. Clique em Iniciar > Configurações > Este Computador e confira o resultado.

Agora o seu HDD está dividido, mas, como no caso do particionamento feito com a ferramenta nativa do Windows, ainda é preciso formatar a partição recém-criada com o sistema de arquivos (FAT32 ou NTFS), que permitirá ao Windows “enxergar” e gerenciar o novo volume. O procedimento é simples e pode ser feito tanto com o Gerenciamento do Disco quanto com o Mini-Tool Partition Wizard. Para evitar repetições desnecessárias, sugiro reler a postagem anterior e seguir as instruções ali expostas.

O resto fica para a próxima postagem. Até lá.

terça-feira, 19 de março de 2019

AINDA SOBRE O USO EXCESSIVO DO HDD E COMO DESAFOGAR O DISCO COM UMA SEGUNDA PARTIÇÃO


SOFREMOS MUITO COM O POUCO QUE NOS FALTA E GOZAMOS POUCO O MUITO QUE TEMOS.

Manter numa única unidade o latifúndio de espaço disponível nos discos rígidos atuais (que pode ultrapassar 10 TB em alguns modelos top de linha) é abrir mão das muitas vantagens que o particionamento proporciona. Ainda assim, os fabricantes de computadores nem sempre criam uma segunda partição ao pré-instalar o sistema, e a maioria dos usuários não o faz por achar que é preciso reinstalar o Windows. Só que não.

Nos primórdios da era PC, o particionamento tinha de ser feito obrigatoriamente durante a instalação do sistema, mas um “gerenciador” de disco nativo, introduzido pela Microsoft no Seven e mantido nas edições posteriores, permite realizar esse trabalho com o Windows carregado, de modo a preservar arquivos do sistema, dos aplicativos e do usuário (detalhes nesta postagem), coisa que até então só era possível com a ajuda de programas de terceiros.

Seja como for, na hora de criar/redimensionar/mover/dividir/unir/formatar partições no Windows 10, eu uso recomendo o MiniTool Partition Wizard Free — não devido a alguma cisma com a ferramenta nativa, mas porque acho a solução da MiniTool mais intuitiva e fácil de usar (clique aqui para acessar o tutorial que eu criei em 2015 com base na versão 9, mas que você pode usar como referência, uma vez que o procedimento continua basicamente o mesmo).

A título de curiosidade, os primeiros PCs não tinham disco rígido — na verdade, eles não tinham sequer sistema operacional, mas isso é outra conversa. Mais adiante, o DOS e as primeiras Winchester (como eram chamados os discos rígidos de então) facilitaram sobremaneira a vida dos usuários, ainda que o espaço que os drives de então ofereciam era equivalente ao de algumas dezenas de disquetes de 3 ½” (naquela época, 1 MB de espaço custava US$ 200). Lá pela virada do século, depois de o Windows ter sido promovido de interface gráfica a sistema operacional e o acesso à internet se tornar popular, mesmo que através da jurássica conexão discada (rede dial-up), a gente ainda tinha de se virar com algumas centenas de megabytes (MB). Mas não nada como o tempo para passar.

Depois de levar décadas para romper a barreira do gigabyte, os fabricantes foram dobrando a capacidade dos HDDs em intervalos cada vez mais curtos — na primeira metade da década passada, modelos de entrada de linha ofereciam de 10 a 20 gigabytes, e logo surgiriam modelos com 40 a 80 gigabytes. Claro que as exigências de espaço dos sistemas e programas de antigamente eram bem menores — os arquivos de instalação das edições vetustas do Windows, por exemplo, vinham em disquetes, e nos anos 1990 não havia volumosos arquivos multimídia (músicas, fotos, filmes etc.) para armazenar. 

Hoje, qualquer máquina chinfrim dispõe de bons 500 GB de espaço em disco, e assim os compactadores de arquivos e desktops com duas ou três unidade de disco adicionais (o máximo de dispositivos padrão IDE suportados pelas placas-mãe até o surgimento do padrão SATA eram 4 unidades, mas aí era preciso abrir mão do leitor/gravador de mídia óptica) se tornaram coisa do passado — um passado não tão remoto, mas do qual a maioria de nós já nem se lembra mais. Mas nem tudo são flores, nesse jardim.

É certo que drives do tamanho de galáxias estão presentes em PCs de configuração mediana e preços acessíveis, e é igualmente certo que o particionamento desse espaço gigantesco pode ser feito a qualquer momento, sem que para isso seja preciso reinstalar o Windows. Mas também é certo que uma falha de hardware irreversível pode mandar para o espaço (se o leitor me concede o trocadilho) tanto o sistema e os aplicativos quanto os arquivos pessoais do infeliz proprietário da máquina, mesmo que ele tenha particionado o disco e separado uma coisa da outra.

Como se não bastasse, nos notebooks — substitutos naturais do volumoso computador de mesa para 9 de 10 usuários de PCs — não há espaço físico para acomodar um segundo disco — em alguns casos a instalação até pode ser feita, desde que se abra mão da unidade de mídia óptica, mas pode-se contar nos dedos, atualmente, os notes de entrada ou medianos que ainda trazem gravador/leitor de CD/DVD. Felizmente, é possível suprir essa lacuna com uma unidade de disso externa (USB), que pode não ser tão rápida nem tão prática quanto um modelo interno, mas até aí morreu o Neves.  

Continua na próxima postagem.

sexta-feira, 8 de março de 2019

USO EXCESSIVO DO HDD — COMO REPARAR SEU PERFIL DE USUÁRIO NO WINDOWS

SUTOR, NE ULTRA CREPIDAM.

Seu perfil de usuário pode ser o responsável pela lentidão do Windows — sobretudo nos primeiros 5 ou 10 minutos da sessão —, que transforma tarefas, simples, como abrir um arquivo ou executar um aplicativo, num verdadeiro teste de paciência.

Se você não se conforma em ligar computador e ir tomar um café ou fazer qualquer outra coisa enquanto o sistema termina de inicializar é apenas um paliativo, reveja o que eu escrevi nesta postagem e nas seguintes; se nada do que foi sugerido ali resolver o seu problema, talvez o vilão da história seja mesmo o seu perfil.

Para entender isso melhor, vale relembrar que do final dos anos 1980 até meados da década seguinte — época em que os PCs começaram a se popularizar entre usuários domésticos — o MS-DOS era o sistema operacional e o Windows, uma simples interface gráfica. O principal problema do DOS, além da dificuldade inerente à memorização de seus intrincados comandos, era ser monotarefa, e ainda que o Windows se valesse de alguns artifícios para burlar essa limitação, era impossível, por exemplo, usar a calculadora enquanto um documento de texto estivesse sendo impresso. Depois de seis versões e outras tantas atualizações, o DOS deixou de ser oferecido na modalidade stand alone, mas continuou integrando o Windows 9.x/ME, embora seus comandos fossem cada vez menos utilizados até porque era bem mais fácil operar o computador através dos ícones, botões, menus e caixas de diálogo da interface gráfica.

Numa época em que não havia banda larga, roteadores wireless, smartphones, tablets e afins, e, para piorar, um PC custava tanto quanto um automóvel de segunda-mão, o “computador da família” se notabilizou como solução primária nas residências. Mas além do desconforto que o compartilhamento da máquina impunha aos usuários — sobretudo quando o acesso à internet via modem analógico e conexão discada (rede dial-up) começou a se popularizar, gerando disputas entre os membros da família, que queriam acessar a rede nos horários que lhes fosse mais conveniente —, havia também a questão da segurança e da privacidade: além de cada usuário ter acesso aos arquivos dos demais (e poder bisbilhotá-los à vontade), não raro o marido deletava as receitas que a esposa havia salvo, ou os filhos pequenos promoviam desconfigurações no sistema que afetavam todo mundo.

Sensível a esse problema, a Microsoft transformou o Windows num sistema multiusuário e implementou uma política de contas de usuário e senhas de acesso. Assim, cada usuário cadastrado no computador compartilhava com os demais somente o hardware, pois, ao se logar com seu nome de usuário e senha, cada qual passava a ter um Windows só para ele.

Observação: Em linhas gerais, o “perfil do usuário” reúne informações a partir das quais o Windows carrega as preferências pessoais do usuário — como plano de fundo da área de trabalho, proteção de tela etc. — e determina quais arquivos e pastas ele pode acessar, quais alterações pode fazer, quais aplicativos pode executar, e assim por diante.

Isso não tornou o uso do famigerado “computador da família” mais confortável, sobretudo se pais, filhos, cachorro, papagaio e agregados quisessem usá-lo no mesmo horário, mas ao menos evitava que cada um acessasse (e modificasse ou apagasse) os arquivos e pastas dos outros, o que já não era pouco. Todavia, usuários do Windows ME — edição lançada pela Microsoft a toque de caixa para aproveitar o apelo mercadológico da “virada do milênio” — logo descobriram que bastava selecionar um usuário na tela de boas-vindas e pressionar a tecla Esc para se logar na conta dele sem ter de digitar a respectiva senha de acesso.

Continua na próxima postagem.    

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

USO EXCESSIVO DO HDD — COMO RESOLVER (PARTE 3)


A LÓGICA TEM POUCO PODER SOBRE AS EMOÇÕES.

O Superfetch, sucessor do Prefetch, é outro suspeito de degradar o desempenho do sistema, tanto pelo consumo elevado de memória quanto pelo acesso excessivo ao disco.

O Prefetch foi implementado no Windows XP para monitorar as aplicações que o usuário acessa mais frequentemente e reduzir seu tempo de inicialização, mantendo-as pré-carregadas num cache de memória. Foi a partir do Seven, se não me engano, que ele passou a se chamar Superfetch e se tornou um consumidor de memória voraz.

Em teoria, o Superfetch — e o Prefetch antes dele —  deveria melhorar o desempenho do computador, mas o grande número de entradas se acumulam com o passar do tempo pode produzir o efeito oposto. 

Quando o XP era a bola da vez e a maioria dos PCs dispunha de menos de 1 GB de RAM, eu recomendava esvaziar a pasta Prefetch regularmente — ou mesmo desabilitar esse recurso. Mais adiante, quando as máquinas de entrada de linha passaram a vir com 2 ou mais gigabytes de RAM, achei melhor deixar o próprio Windows decidir se usa ou não o recurso, não só porque um app iniciado a partir do cache sempre carrega mais depressa que quando lançado do HDD, mas também porque o Superfetch passou a gerenciar o cache de maneira mais “inteligente”, com prioridade baixa em relação a outras aplicações, além de adquirira a capacidade de se auto desativar ao detectar um HDD de alto desempenho ou um SSD.

Fato é que o Superfetch divide opiniões. Alguns especialistas entendem que desabilitá-lo não traz qualquer benefício, mas há quem recomende fazê-lo, sobretudo se o computador tem menos de 4 GB de memória RAM. Como a reconfiguração é simples e fácil de desfazer, não vejo razão para você não tentar. Veja como proceder:

Para conferir se o Superfetch está ativo, pressione simultaneamente as teclas Win+R, digite services.msc na caixa do menu Executar, tecle Enter e confira o status do Superfetch na coluna respectiva (se o status for Iniciado, é porque o serviço está operante).

Para avaliar como o sistema se comporta sem o Superfetch, dê um clique direito sobre ele, clique em Propriedades e, em Tipo de inicialização, selecione Desativado, pressione Aplicar, confirme em OK e reinicie o computador.

Depois de usar o PC durante um dia ou dois, se você achar que o desempenho melhorou, deixe a configuração como está. Caso contrário, siga os passos sugeridos linhas atrás e restabeleça o padrão original. Note ainda que você pode configurar o Superfetch para escolher quais itens ficarão no cache do sistema. Para isso:

— Na caixa de diálogo do menu Executar, digite regedit e pressione Enter.

— Na janela do Editor do Registro, localize a chave HKEY_LOCAL_MACHINE\SYSTEM\CurrentControlSet\Control\Session Manager\Memory Management\PrefetchParameters.

— No painel à direita, dê duplo clique sobre a opção EnablePrefetcher e altere o valor padrão (3) para 0 (zero) se quiser desabilitar o caching; para 1 se quiser deixar apenas os aplicativos em cache; e para 2 se quiser deixar apenas os arquivos de boot em cache.

Importante: Jamais edite o Registro do Windows sem antes criar um ponto de restauração do sistema e um backup da chave que você tenciona modificar.

Para criar o ponto, digite “criar ponto” (sem aspas) na caixa de pesquisas da Barra de Tarefas, clique na opção Criar Ponto de Restauração e, na tela das Propriedades do Sistema, clique em Criar, dê um nome ao ponto, clique novamente em Criar e aguarde a conclusão do processo.

Para fazer um backup do Registro, digite regedit na caixa de diálogo do Menu Executar, clique em regedit (executar comando) e em Sim na caixa de diálogo que será exibida em seguida. Na janela do Editor do Registro, selecione o menu Arquivo e clique na opção Exportar. Em “Intervalo de exportação”, marque TODOS para efetuar backup de todo o Registro ou clique em Ramificação Selecionada e digite o nome da chave desejada (recomendável). Nomeie o arquivo, indique o local onde ele deverá ser salvo (sugiro a Área de Trabalho) e clique em Salvar

Se quiser (ou precisar) reverter a modificação mais adiante, dê um clique direito sobre o arquivo de backup (que é salvo com a extensão .REG), escolha a opção Mesclar e confirme a restauração.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

USO EXCESSIVO DO HDD — COMO RESOLVER


TODO HOMEM É CULPADO DO BEM QUE NÃO FEZ.

Quem acompanha este Blog e leu as últimas postagens viu que a memória RAM — ou mais exatamente a falta dela — pode impactar negativamente o desempenho do computador, embora outros componentes importantes, como o processador e o drive de HD, se subdimensionados, comprometem drasticamente a performance do sistema como um todo. Assim, o segredo para um desempenho substantivo consiste na escolha de um PC de configuração equilibrada (e parruda, se possível), até porque o processador não é capaz de grande coisa sem a contrapartida dos subsistemas de memória física e de massa (RAM e disco rígido, respectivamente).

Feita essa breve introdução, veremos como resolver um problema bastante comum no Windows, que é o uso excessivo do disco. Se você seguiu minha sugestão e instalou o IObit Advanced System Care, poderá conferir facilmente o acesso ao disco através do monitor de desempenho, bastando clicar na setinha que fica à direita dele e selecionar a opção Disco (se o monitor não estiver sendo exibido na tela, acesse as configurações da suíte e marque a caixa de verificação ao lado de Ativar o Monitor de Desempenho e carregar na inicialização do Windows). 

Se o monitor indicar 100% ou algo próximo disso (o que é bastante comum logo após a inicialização do Windows), seu computador deve estar "uma carroça", já que a utilização do disco acima de 50% reduz drasticamente a margem de manobra do sistema para executar outras tarefas que não as do próprio sistema. Antes de qualquer outra providência, porém, convém você checar a “saúde” do seu drive de HD. Para isso:

Abra o Prompt de comando (ou o Windows PowerShell), digite wmic diskdrive get caption,status e pressione a tecla Enter

Se o drive (ou algum deles, se houver mais de um) for listado e seguido de um “OK”, tudo bem, mas se um código de erro for exibido ao lado do status do disco... bem, aí a porta torce o rabo.

Digite chkdsk /f /r na linha de comando, responda S (ou Y) quando lhe for perguntado se deseja agendar uma verificação, reinicie o computador e aguarde a conclusão da varredura (que pode demorar um bocado). 

Aguarde a conclusão da verificação e a reinicialização do computador. Em seguida:

— Pressione Win+R para convocar o menu Executar, digite eventvwr.exe caixa de diálogo, clique em OK e, na janela do visualizador, esquadrinhe os logs de eventos relacionados com seu disco rígido. 

— Recorra ao Google para tentar obter informações de como resolver o problema identificado pela ferramenta. Se encontrar algum tutorial que lhe pareça confiável, siga-o. Ao final, digite novamente wmic diskdrive get caption,status na linha de comando e confira o resultado. 

— Se o problema persistir, faça um backup de seus dados importantes e de difícil recuperação e programe-se para substituir o quanto antes o drive problemático.

Supondo que seu HDD esteja OK, veja (na próxima postagem) como proceder para solucionar o problema de uso excessivo do disco. Até lá.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

DE VOLTA À MEMÓRIA RAM - PARTE 7


É PRECISO MANTER A PÓLVORA SECA PARA O CASO DE SE PRECISAR DELA.

Vimos que o sistema e os aplicativos não são carregados integralmente na memória RAM, mas divididos em páginas ou em segmentos (pedaços do mesmo tamanho e pedaços de tamanhos diferentes, respectivamente), ou não haveria memória que bastasse. Isso só é possível porque os sistemas operacionais são construídos de forma modular, e cada módulo (Kernel, EscalonadorGerenciador de Arquivos, etc.) é carregado individual e seletivamente, conforme as necessidades.

Toda vez que ligamos o computador, o BIOS faz o POST (autoteste de inicialização), procura os arquivos de BOOT (conforme a sequência declarada no CMOS Setup), “carrega” o sistema na memória RAM e exibe a tradicional tela de boas-vindas. 

BIOS é a primeira camada de software do computador e fica gravado numa pequena porção de memória não volátil integrada à placa-mãe. O CMOS é um componente de hardware composto de um relógio permanente, uma pequena porção de memória volátil e uma bateria, que mantém essa memória volátil energizada, ou as informações que ela armazena se perderiam toda vez que o computador fosse desligado. O BOOT é o processo mediante o qual o BIOS checa as informações armazenadas no CMOS e realiza o POST (autoteste de inicialização).Só então, e se tudo estiver nos conformes, o Windows é carregado e assume o comando da máquina.

Fazer o Setup nada mais é que configurar os parâmetros armazenados na memória do CMOS, de modo a permitir que o BIOS reconheça e gerencie adequadamente os componentes instalados, dê o boot e adote outros procedimentos básicos que envolvem o funcionamento do PC. Essa configuração consiste em oferecer respostas a uma longa sequência de perguntas num sistema de múltipla escolha, mas a boa notícia é que ela e feita na etapa final da montagem do computador e só é necessário refazê-la em situações específicas (após um upgrade abrangente de hardware, por exemplo). Claro que é possível reconfigurar o Setup para resolver problemas e/ou incrementar o desempenho do computador, mas isso só deve ser feito usuários avançados, pois modificações indevidas ou malsucedidas podem comprometer o funcionamento da máquina.

ObservaçãoBoot significa bota ou botina, mas virou sinônimo de inicialização devido à expressão “pulling oneself up by his own bootstraps” (içar a si mesmo pelos cordões das botinas), que, por extensão, significa “fazer sozinho algo impossível de ser feito sem ajuda externa”. Segundo alguns autores, isso vem do tempo em que os computadores usavam uma pequena quantidade de código para carregar instruções mais complexas, e esse processo era conhecido como bootstrapping.

Voltando à influência da RAM no desempenho global do PC, vale relembrar uma analogia que eu faço desde que publiquei meus primeiros artigos sobre hardware na mídia impressa, lá pelo final do século passado: 

Se o computador fosse uma orquestra, o processador seria o maestro. Mas uma boa apresentação não depende apenas de um regente competente, mas também de músicos qualificados e entrosados entre si. Bons músicos podem até suprira as limitações de um maestro meia-boca, mas o contrário não é possível: por mais que o regente se descabele, a incompetência da equipe fatalmente embotará o brilho do concerto. Guardadas as devidas proporções, o mesmo se dá em relação ao PC, que depende de uma configuração equilibrada, com componentes adequados e balanceados

Em outras palavras, uma CPU de primeiríssima não será capaz de muita coisa se for assessorada por um subsistema de memórias subdimensionado. Mas não é só. PCs da mesma marca, modelo e idêntica configuração de hardware podem apresentar comportamentos diversos, pois o desempenho de cada depende também da configuração do Windows, da quantidade de aplicativos instalados, da maneira como eles são inicializados, da regularidade com que o usuário realiza manutenções preventivo-corretivas, e por aí vai. 

Máquinas de entrada de linha (leia-se baixo custo) costumam integrar processadores chinfrins, pouca memória e módulos genéricos, o que impacta negativamente no desempenho global do sistema. Isso sem mencionar o software fica mais exigente a cada dia. Para se ter uma ideia, enquanto o Win95 rodava com míseros 8 MB de RAM (isso mesmo, oito megabytes) o Windows 10 precisa de algo entre 6 e 8 GB para rodar com folga (a Microsoft, modesta quando lhe convém, fala em 1 GB para as versões de 32-bit2 GB para as de 64-bit, mas aí não sobra quase nada para os aplicativos).

Outra analogia de que gosto muito remete à dinâmica entre o processador, a RAM e o HDD. Vamos a ela:

Imagine o PC como um escritório e o processador como um funcionário extremamente diligente, mas sem iniciativa própria. Durante o expediente, esse incansável colaborador atende ligações, recebe informações, transmite instruções, elabora cartas e relatórios, responde emails e por aí afora, tudo praticamente ao mesmo tempo. No entanto, se algum elemento indispensável ao trabalho não estiver sobre a mesa, o já assoberbado funcionário perderá um bocado de tempo escarafunchando gavetas abarrotadas e estantes desarrumadas (quem mandou não desfragmentar o HDD?). E a situação fica ainda pior quando ele precisa abrir espaço sobre a mesa atulhada para acomodar mais livros e pastas. Isso sem falar que terá de arrumar tudo de novo antes de retornar à tarefa interrompida. 

Se você ainda não ligou os pontos, a escrivaninha corresponde à memória cache, as gavetas à memória física (RAM), as estantes à memória de massa (HDD) e a “abertura de espaço”, ao swap-file (ou arquivo de troca, ou ainda memória virtual). Para mais detalhes sobre cada uma dessas memórias, reveja as postagens anteriores).

Vejo agora que esse apanhado de informações conceituais ocupou um bocado de espaço, o que me obriga a deixar as dicas práticas para a próxima postagem. Até lá.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

DE VOLTA À MEMÓRIA RAM — PARTE 5


LULA É COMO UMA MELECA QUE A GENTE NÃO CONSEGUE DESGRUDAR DO DEDO.

Usuários de computador menos familiarizados com hardware tendem a confundir a capacidade do HDD com o tamanho da RAM, já que a unidade de medida utilizada em ambos os casos é um múltiplo do byte (MB, GB, TB). Isso porque tudo é memória — termo que, no jargão da informática, designa qualquer meio destinado ao armazenamento de dados —, a exemplo dos pendrives e SD Cards, das mídias ópticas (CD/DVD), etc.

Um PC utiliza memórias de diversas tecnologias e finalidades distintas. A ROM, por exemplo, é uma espécie de RAM não volátil, daí ela ser usada no armazenamento permanente de dados (como no BIOS). Ou a memória cache*, que também é um tipo de RAM, só que estática (e ultrarrápida), o que a torna ideal para o armazenamento de dados acessados com maior frequência (visando otimizar o desempenho do sistema como um todo.

(*) Quando falamos em memória cache, logo nos vem à mente o processador, que se vale dessa tecnologia desde os jurássicos 386.Inicialmente formado por chips soldados à placa mãe, a partir dos 486 o cache passou a ser embutido (sempre em pequenas quantidades, devido ao preço elevado) no núcleo da CPU, dando origem à distinção entre os caches L1 L2 (este último continuava fazendo parte da placa mãe). Alguns chips da AMD, como o K6-III, incluíam ainda um terceiro nível de cache (L3), mas, por motivos que ora não vêm ao caso, essa solução não se popularizou. Mais adiante, o cache passou a ser usado também em HDsservidoresplacas de sistema, e até mesmo em softwares.

Há ainda a memória de vídeo, as mídias removíveis, e por aí vai, mas o mote desta postagem são as memórias física e de massa do computador, representadas respectivamente pela RAM e pelo drive de HD — que será substituído pelo de memória sólida (SSD) assim que os modelos de grandes capacidades forem comercializados a preços palatáveis (para mais informações, clique aqui).

Sempre que falamos “genericamente” em memória, estamos nos referindo à RAM, que é a memória física do computador e a principal ferramenta de trabalho do processador. É nela que o sistema, os aplicativos e os demais arquivos são carregados e processados — note que eles não são carregados integralmente, mas divididos em páginas (pedaços do mesmo tamanho) ou segmentos (pedaços de tamanhos diferentes), do contrário não haveria RAM que bastasse. E se são carregados na RAM, eles provém de algum outro lugar, e esse lugar é a memória de massa, responsável por armazenar o software de modo “persistente” — não confundir com “permanente”; embora os dados salvos na memória de massa sobrevivam ao desligamento do computador, eles não são imutáveis.

Explicando melhor: Quando rodamos um programa, seus executáveis são copiados do disco rígido para a memória RAM, juntamente com algumas DLLs e os arquivos de dados com os quais vamos trabalhar. A RAM é uma memória de acesso aleatório, o que a torna milhares de vezes mais rápida que o drive de disco rígido (embora não tão mais rápida que os SSD, mas isso já é outra conversa). O grande “problema” da RAM, por assim dizer, é sua volatilidade, ou seja, o fato de ela só preservar os dados enquanto estiver energizada. Além disso, o megabyte de RAM custa bem mais do que o megabyte de espaço no HDD, daí os fabricantes de PC serem miseráveis com a RAM (somente modelos de configuração superior e preço idem contam com desejáveis 8 GB dessa memória), mas integrarem HDDs de 500 GB a 1 TB mesmo nos modelos de entrada de linha (leia-se mais baratos)

Voltando aos drives de memória sólida (SSD na sigla em inglês), eles ainda não aposentaram seus antecessores eletromecânicos porque unidades de grande capacidade custam muito caro. Mas as vantagens são muitas. Por eles serem compostos basicamente de células de memória flash e uma controladora — que gerencia o cache de leitura e gravação dos dados, criptografa informações, mapeia trechos defeituosos da memória, etc. —, a ausência de motor, pratos, braços, agulhas eletromagnéticas ou qualquer outra peça móvel os torna menores, mais resistentes e milhares de vezes mais rápidos que o disco rígido tradicional, sem mencionar que, por consumirem menos energia, são uma excelente opção para equipar notebooks.

Continua na próxima postagem.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

NÃO FAÇA DO SEU COMPUTADOR UMA CARROÇA ― PARTE FINAL


SOMENTE OS EXTREMAMENTE SÁBIOS E OS EXTREMAMENTE ESTÚPIDOS É QUE NÃO MUDAM.

Antes de passarmos à correção de erros e desfragmentação dos arquivos, um alerta: se seu PC conta com um SSD, você pode pular esta etapa. Como não há pratos magnéticos formatados em trilhas, setores e cilindros para armazenar os arquivos ― nos drives de estado sólido, a gravação/leitura é feita mais ou menos como na memória RAM ―, a fragmentação não chega a ser um problema. Tecnicamente, é possível desfragmentá-los, mas os fabricantes não recomendam, pois, além de não melhorar o desempenho do drive, ela compromete a vida útil do dispositivo. Isso porque a desfragmentação consiste numa longa sequência de leituras e regravações, e o número de vezes que as células de memória flash podem ser regravadas é limitado. Feita essa ressalva, passemos ao que interessa, mas não sem antes lembrar (mais uma vez) que os procedimentos a seguir podem ser feitos mais facilmente ― e com resultados superiores ― com o auxílio de suítes de manutenção dedicadas, como o Advanced System Care.

― Ainda na pasta Este Computador (vimos na postagem anterior como chegar até ela), clique com o botão direito no ícone que representa sua unidade de sistema (geralmente C:) e selecione a aba Ferramentas.

― No campo Verificação de Erros, clique em Verificar Agora, assinale as duas caixas de verificação e reinicie o computador (essa providência é necessária para que o utilitário tenha acesso aos arquivos de sistema que o Windows bloqueia quando está carregado).

Vá tomar um café, almoçar ou cuidar de outro assunto qualquer, pois, dependendo do tamanho da unidade e dos recursos do computador, a coisa pode demorar de muitos minutos a algumas horas.

― Concluída a verificação e corrigidos eventuais erros no disco, volte à janelinha das Propriedades da Unidade C: e, em Desfragmentar e otimizar unidade, clique no botão Otimizar.

― Na tela que será exibida em seguida, selecione a unidade desejada e clique em Analisar. Se o índice de fragmentação for superior a 3%, clique em Otimizar e siga as instruções na tela.

Também neste caso a conclusão do processo pode demorar um bocado, de acordo com o tamanho do drive e o percentual de fragmentação dos arquivos. Embora seja possível continuar usando o computador durante a desfragmentação, eu não recomendo, já que a máquina fica lenta e eventuais alterações no conteúdo do disco retardarão ainda mais o processo. Portanto, deixe para desfragmentar seu HDD quando não precisar usar o computador por algumas horas.

Para concluir esta novela

Tenha em mente que os procedimentos sugeridos nesta sequência não operam milagres. Para resgatar o desempenho inicial do computador, somente reinstalando o Windows a partir do zero (é isso é justamente o que estamos querendo evitar ou, pelo menos, protelar). Agora, se você está rodando o Windows 10 com 4 GB de RAM (configuração comum em PCs de entrada de linha atuais), considere a possibilidade de aumentar a memória para, pelo menos, 8 GB. O benefício certamente compensará o custo.

Outro upgrade recomendável é a troca do HDD por um SSD. O grande senão é o preço, já modelos com fartura de espaço ainda custam caro. Nos desktops, sempre se pode acrescentar um SSD de capacidade mediana e preço mais palatável (240 GB, por exemplo), e instalar nele o sistema e os aplicativos que você mais usa. Já em notebooks essa possibilidade é bastante remota, a menos que você tenha (e esteja disposto a sacrificar) um leitor/gravador de mídia óptica. Mesmo assim, pode ser que o espaço não seja suficiente ou adequado, sem falar que o custo da mão de obra especializada pode tornar o molho mais caro que o peixe. Se sua máquina já tem alguns anos de estrada e você já vem pensando em substituí-la, considere a compra de um modelo que integre um drive de estado sólido.

Boa sorte.

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terça-feira, 12 de dezembro de 2017

COMO DESAFOGAR O SISTEMA OPERACIONAL (PARTE 6)

SE PODES OLHAR, VÊ. SE PODES VER, REPARA.

Se você achou complicado usar a ferramenta nativa do Windows para particionar sua unidade não volátil de armazenamento de dados, a boa notícia é que poderá fazê-lo usando um aplicativo gratuito e muito mais amigável. Mas tenha em mente que, qualquer que seja o “centro cirúrgico” que você escolher para a realização do procedimento, a assepsia pré-operatória deverá ser feita conforme foi explicado nos capítulos anteriores. Dito isso, vamos adiante.  

1.      Baixe Mini-Tool Partition Wizard Free a partir do site do fabricante.
2.      Concluído o download, de um clique duplo sobre o executável do programinha e proceda à instalação da maneira convencional.
3.      Na tela inicial da ferramenta, clique com o botão direito sobre o drive que você deseja particionar.
4.      Selecione a opção Move/Resize (mover/redimensionar) e, no campo Partition Size (tamanho da partição), defina o tamanho da nova partição (digitando a grandeza desejada ou usando o mouse para arrastar a extremidade direita da barra). Ao final, clique em OK.

ObservaçãoO programinha não permite que a partição seja reduzida a ponto de se tornar insuficiente para conter os dados que já estão gravados (o espaço ocupado é exibido em amarelo na barra da ferramenta), mas é importante que, ao dividir o espaço, você deixe uma boa sobra na partição do sistema, não só para permitir a execução do Defrag, mas também para instalar novos aplicativos de uso frequente. Caso a ideia seja usar a nova partição para instalar outro sistema operacional em dual-boot, altere em Create as: o tipo de partição para Primária (mantenha a configuração padrão se for usar a partição para armazenar arquivos). Se for criar mais unidades (o limite é de 4 primárias ou 3 primárias e uma estendida), altere o tipo de partição para Estendida e torne a executar o MTPW para criar múltiplas unidades lógicas.

5.      A barra acinzentada que aparece à direita da partição que você redimensionou, na janela do Mini-Tool, corresponde ao espaço não alocado (unalocated). Clique  ali, selecione a opção Create (criar) e clique em OK na janela Create New Partition (criar nova partição). Uma nova partição lógica será criada e identificada por uma letra que varia conforme os drives instalados no computador. Se você tiver apenas o HDD, que, por padrão, é identificado como C:, a nova partição receberá a letra D.

6.      No canto superior esquerdo da próxima tela, clique no botão Apply (aplicar) para que as alterações sejam efetivadas. O programa recomenda fechar todos os aplicativos e desabilitar a economia de energia antes de prosseguir; faça-o e responda Yes (sim) à pergunta Apply Changes? Se quiser desistir do particionamento, essa é sua última chance. Clique em No (não) e encerre o aplicativo.
7.      Se for seguir adiante, clique em Yes. Na mensagem dando conta de que as alterações não podem ser levadas a efeito porque o drive C: está sendo usado, clique em Restart Now (reiniciar agora).
8.      Uma nova tela o instruirá a não desligar o computador e informará que o Windows será reinicializado automaticamente após a conclusão do trabalho. Enquanto espera, você pode acompanhar a evolução do processo através das barras de progressão.   

Se tudo correr bem, em alguns minutos seu PC será reiniciado com as modificações efetivadas. Clique em Iniciar > Computador e confira o resultado.

Continuamos na próxima postagem, pessoal. Até lá.  

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