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terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

DE VOLTA À MEMÓRIA RAM — PARTE 5


LULA É COMO UMA MELECA QUE A GENTE NÃO CONSEGUE DESGRUDAR DO DEDO.

Usuários de computador menos familiarizados com hardware tendem a confundir a capacidade do HDD com o tamanho da RAM, já que a unidade de medida utilizada em ambos os casos é um múltiplo do byte (MB, GB, TB). Isso porque tudo é memória — termo que, no jargão da informática, designa qualquer meio destinado ao armazenamento de dados —, a exemplo dos pendrives e SD Cards, das mídias ópticas (CD/DVD), etc.

Um PC utiliza memórias de diversas tecnologias e finalidades distintas. A ROM, por exemplo, é uma espécie de RAM não volátil, daí ela ser usada no armazenamento permanente de dados (como no BIOS). Ou a memória cache*, que também é um tipo de RAM, só que estática (e ultrarrápida), o que a torna ideal para o armazenamento de dados acessados com maior frequência (visando otimizar o desempenho do sistema como um todo.

(*) Quando falamos em memória cache, logo nos vem à mente o processador, que se vale dessa tecnologia desde os jurássicos 386.Inicialmente formado por chips soldados à placa mãe, a partir dos 486 o cache passou a ser embutido (sempre em pequenas quantidades, devido ao preço elevado) no núcleo da CPU, dando origem à distinção entre os caches L1 L2 (este último continuava fazendo parte da placa mãe). Alguns chips da AMD, como o K6-III, incluíam ainda um terceiro nível de cache (L3), mas, por motivos que ora não vêm ao caso, essa solução não se popularizou. Mais adiante, o cache passou a ser usado também em HDsservidoresplacas de sistema, e até mesmo em softwares.

Há ainda a memória de vídeo, as mídias removíveis, e por aí vai, mas o mote desta postagem são as memórias física e de massa do computador, representadas respectivamente pela RAM e pelo drive de HD — que será substituído pelo de memória sólida (SSD) assim que os modelos de grandes capacidades forem comercializados a preços palatáveis (para mais informações, clique aqui).

Sempre que falamos “genericamente” em memória, estamos nos referindo à RAM, que é a memória física do computador e a principal ferramenta de trabalho do processador. É nela que o sistema, os aplicativos e os demais arquivos são carregados e processados — note que eles não são carregados integralmente, mas divididos em páginas (pedaços do mesmo tamanho) ou segmentos (pedaços de tamanhos diferentes), do contrário não haveria RAM que bastasse. E se são carregados na RAM, eles provém de algum outro lugar, e esse lugar é a memória de massa, responsável por armazenar o software de modo “persistente” — não confundir com “permanente”; embora os dados salvos na memória de massa sobrevivam ao desligamento do computador, eles não são imutáveis.

Explicando melhor: Quando rodamos um programa, seus executáveis são copiados do disco rígido para a memória RAM, juntamente com algumas DLLs e os arquivos de dados com os quais vamos trabalhar. A RAM é uma memória de acesso aleatório, o que a torna milhares de vezes mais rápida que o drive de disco rígido (embora não tão mais rápida que os SSD, mas isso já é outra conversa). O grande “problema” da RAM, por assim dizer, é sua volatilidade, ou seja, o fato de ela só preservar os dados enquanto estiver energizada. Além disso, o megabyte de RAM custa bem mais do que o megabyte de espaço no HDD, daí os fabricantes de PC serem miseráveis com a RAM (somente modelos de configuração superior e preço idem contam com desejáveis 8 GB dessa memória), mas integrarem HDDs de 500 GB a 1 TB mesmo nos modelos de entrada de linha (leia-se mais baratos)

Voltando aos drives de memória sólida (SSD na sigla em inglês), eles ainda não aposentaram seus antecessores eletromecânicos porque unidades de grande capacidade custam muito caro. Mas as vantagens são muitas. Por eles serem compostos basicamente de células de memória flash e uma controladora — que gerencia o cache de leitura e gravação dos dados, criptografa informações, mapeia trechos defeituosos da memória, etc. —, a ausência de motor, pratos, braços, agulhas eletromagnéticas ou qualquer outra peça móvel os torna menores, mais resistentes e milhares de vezes mais rápidos que o disco rígido tradicional, sem mencionar que, por consumirem menos energia, são uma excelente opção para equipar notebooks.

Continua na próxima postagem.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

DE VOLTA À MEMÓRIA RAM


DIZEM QUE O TEMPO CURA TODAS AS FERIDAS, MAS O QUE NÃO DIZEM É QUE ELE TAMBÉM CRIA FERIDAS NOVAS.

A despeito de toda a a evolução tecnológica havida nas últimas décadas, a performance dos PCs continua umbilicalmente ligada à memória RAM. Ainda que o processador seja considerado o cérebro do computador, nenhuma CPU é capaz de mostrar todo o seu “poder de fogo” sem fartura de memória física, pois é na RAM que os programas são carregados e as informações, processadas, do sistema operacional a um simples documento de texto. Errou feio, portanto, a segunda maior fortuna do mundo quando, no início dos anos 1980, profetizou que 640 KB seria mais memória do que qualquer PC viria a precisar (Bill Gates nega a autoria dessa pérola, mas ela lhe é insistentemente atribuída)

Reminiscências à parte, a despeito de o preço do megabyte da RAM ter despencado ao longo últimos anos, os fabricantes de PCs insistem em oferecer modelos de entrada com 2 ou 3 gigabytes de memória. Fuja deles se você puder, pois o desempenho muda da água para o vinho quando se dobra ou triplica esses valores.

Observação: Para rodar o Win95, bastavam 8 MB de RAM, mas o Windows 10 de 32-bit requer 1 GB e o de 64-bit, 2 GB. Note que rodar é uma coisa e rodar com desenvoltura, outra bem diferente. Portanto, ao escolher um PC, assegure-se de que ele disponha de algo entre 4 GB e 6 GB de RAM — se seu orçamento não estiver muito apertado, invista um pouco mais e leve para casa um modelo com 8 GB.

Claro que nada o impede de fazer um upgrade de memória a posteriori. Demais disso, as placas-mãe atuais suportam mais RAM do que você provavelmente irá instalar. E o mesmo vale para o Windows 10, que é capaz de reconhecer e gerenciar até 512 GB de RAM (no XP de 32-bit, que muita gente usa até hoje, instalar mais de 4 GB de RAM era jogar dinheiro fora).

Para driblar a escassez de memória física (que nos tempos de antanho resultava nas incomodativas mensagens de erro que obrigavam o usuário a encerrar um ou mais aplicativo para poder abrir outro programa), a Intel desenvolveu a memória virtual. Grosso modo, esse recurso aloca um espaço no disco rígido para funcionar como uma extensão da RAM. Quando vários programas são executados simultaneamente e memória não é suficiente para comportá-los, tudo que não é essencial naquele momento é despachado para esse espaço — e trazido de volta quando necessário.

Com o posterior advento do swap file dinâmico e do gerenciamento mais racional dos recursos do sistema, os arquivos acessados com maior frequência passaram a ser mantidos na RAM — ou na memória cache, conforme o caso —, e os menos acessados, no arquivo de troca. Mesmo assim, a memória virtual não passa de um paliativo, sobretudo porque é baseada no HDD, que é milhares de vezes mais lento do que a já relativamente lenta memória RAM. Assim, quanto mais o sistema recorre ao swap, mais lento ele se torna, e a coisa é ainda pior quando há pouco espaço disponível no HDD e os dados estão excessivamente fragmentados.

Investir num PC com fartura de RAM é a melhor solução, já que o upgrade acaba saindo mais caro e dando mais trabalho, notadamente quando se recorre a uma assistência técnica ou a um computer guy. De qualquer modo, se você está enfrentando problemas decorrentes de falta de memória e trocar o PC ou instalar mais RAM não estiver nos seus planos de curto prazo, existem manerias de contornar esse problema. Claro que não passam de paliativos, mas é sempre melhor pingar do que secar...

Vermos isso em detalhes nos próximos capítulos.