JOVENS:
ENVELHEÇAM RAPIDAMENTE!
Como dito nos capítulos anteriores desta sequência,
reinstalar o Chrome, o Firefox, o Opera, o Safari, o UC-Browser ou outro navegador que você
utiliza não implicar maiores dificuldades. Via de regra, a nova instalação
requer a posterior reconfiguração do navegador ― convém salvar os bookmarks (sites favoritos) e anotar a
extensões que você havia adicionado, porque será preciso reinstalá-las. Já se
você navega com o Edge ou o Internet Explorer, que são componentes
do próprio sistema, aí a coisa muda de figura, pois alguns aplicativos internos
do Windows simplesmente não podem ser desinstalados. Todavia, considerando que,
hoje em dia, a esmagadora maioria dos usuários preferem o Chrome e Firefox, o
procedimento é simples. Mas nada impede que, antes desse “tratamento de choque”,
você faça algumas tentativas.
No caso do
Chrome,
clique no
botão de configuração
(aquele dos três pontinhos), selecione a opção
Configurações, role a tela até o final e clique em
Mostrar configurações avançadas. Desça
pela tela até o último item, logo após a seção
Sistema, clique em
Redefinir
configurações do navegador e confirme quando solicitado. Isso irá limpar
todos os dados armazenados, desativar as extensões e redefinir as páginas e
abas iniciais com as configurações-padrão. Se o browser voltar a funcionar
direitinho, você poderá reabilitar (ou reinstalar) os
plug-ins através da aba
de extensões.
Se for mesmo preciso desinstalar o navegador, encerre-o, abra o
Gerenciador de Tarefas do Windows (dê
um clique direito num ponto vazio da barra de tarefas e selecione a opção
correspondente), clique na aba
Processos
e vasculhe a lista em busca de entradas identificadas com o logo do
Chrome. Se encontrá-las, dê um clique
direito sobre cada uma delas e, no menu suspenso que se abre em seguida,
selecione Finalizar Processo e confirme quando solicitado. Proceda então à remoção
do aplicativo (seguindo os passos sugeridos na postagem anterior).
Observação:
Se você tiver problemas para remover um aplicativo (seja o Chrome, seja outro programa qualquer),
tente realizar a desinstalação no modo de segurança (para saber o que é, como
acessar e como instalar/remover programas no modo de segurança, leia a dupla de
postagens iniciada por esta
aqui).
Abraços a todos e até a próxima.
QUE PAÍS É ESTE?
Ao contrário da indigesta militância petista e dos
esquerdistas em geral ― que parecem tomar regularmente doses cavalares de
alienação do mundo real ―, não vejo Michel
Temer como um traíra golpista,
mas tampouco como a pessoa que eu e outros brasileiros cansados da corrupção
institucionalizada, da roubalheira e da putaria franciscana que se instalou com
a ascensão de sua insolência o nove-dedos teríamos escolhido para presidir a
Banânia após o impeachment da nefelibata da mandioca. Todavia, ele era o vice
da vez, e a ele competia, para o bem ou para o mal, cumprir o restante do
mandato da titular penabundada (vade retro, Satanás!).
Não tenciono chover no molhado
detalhando (mais uma vez) as articulações de bastidores que resultaram na
defenestração da gerentona de araque, ou relembrar a lamentável maracutaia que,
com a participação do então presidente do Senado ― hoje líder do governo no
Congresso, a despeito de ser réu por peculato ― e o aval do então presidente do
STF, expeliu a anta vermelha sem inabilitá-la ao exercício de cargos públicos,
eletivos ou não. O que precisa ser dito é que, a despeito de a Economia ter
dados sinais de recuperação no período “pós-Dilma”,
muita gente se frustrou com o atual comandante-em-chefe. E não é para menos,
pois desejávamos e precisávamos de alguém que revertesse a desgraceira resultante dos 13 anos, 4 meses de 12 dias de governo lulopetista e recolocasse
o país nos trilhos, se não com a prometida equipe de notáveis, ao menos sem um
notável time de suspeitos ― que começou a sofrer baixas logo depois da posse.
O primeiro ministro a sofrer os
efeitos da “Lei da Gravidade Palaciana”
foi Romero Jucá, colega de partido e
amigo de longa data do presidente Temer.
Empossado no dia 12 de maio, “Caju”
― como ele figura na lista dos beneficiários do propinoduto da Odebrecht ― foi apeado do ministério do
Planejamento no dia 23 (do mesmo mês). Em conversa gravada sub-repticiamente
por Sérgio Machado, ex-presidente da
Transpetro, Jucá sugeria um pacto
para “estancar a sangria” (referindo-se à Lava-Jato). Uma semana depois foi a
vez de Fabiano Silveira, ministro
(ironicamente) da Transparência,
Fiscalização e Controle, que caiu devido a uma conversa (também gravada à
sorrelfa por Machado), na qual ele
criticava a Lava-Jato e orientava seu padrinho político, o hoje réu Renan Caralheiros, sobre como se
comportar em relação à PGR. Tutti buona
gente!
Junho levou embora Henrique Alves, a quem Temer havia confiado o ministério do
Turismo, e que também foi alvo da delação premiada de Machado ― segundo o qual ele teria recebido R$ 1,55 milhão em propina entre 2008 e 2014. Se comparado aos 16,5
milhões de dólares que Eike Batista
pagou ao ex-governador fluminense Sérgio
Cabral, esse valor é mixaria, mas ladrão de tostão, ladrão de milhão, diz a
sabedoria popular. Julho passou in albis,
mas agosto pegou no contrapé o então Advogado-Geral da União Fabio Medina, que foi demitido por
conta de uma discussão com o então todo-poderoso ministro-chefe da Casa Civil, Geddel Vieira Lima ― outro amigão do
peito de Temer. Aliás, o imbróglio
envolvendo Geddel resultou também na
demissão de Marcelo Calero do
ministério da Cultura ― que alega ter sido pressionado para aprovar o projeto
imobiliário La Vue Ladeira da Barra,
onde o chefe da Casa Civil tinha um apartamento; Calero pediu demissão em 18 de novembro, mas o desgaste decorrente
do episódio levou à queda do próprio Geddel,
que “se demitiu” uma semana mais tarde ― um dia depois de Calero afirmar que teria sido “enquadrado” pelo presidente.
A questão é que Temer
parece impermeável às lições de administração pública que vem recebendo nos
últimos meses. Agora, ele resolveu promover a ministro outro velho amigo ― Wellington Moreira Franco, codinome “Angorá” ―, que já ocupava posição de destaque
no seu governo, e só não foi feito ministro em maio do ano passado porque, o
governo precisava cortar ministérios para se diferenciar da gestão da senhora
dos ventos. Junto com Geddel e Eliseu Padilha, “Angorá” formava o trio de escudeiros fiéis do presidente, mas era o
único que não tinha status de ministro. Só que ganhar esse status ― e,
consequente, prerrogativa de foro ― justamente quando veio a público que seu nome foi suscitado mais de 30 vezes em
delações na Lava-Jato... pegou mal.
Observação:
Impossível não traçar
um paralelo entre esse a nomeação de Angorá e a de Lula ― para Casa Civil, que Dilma
levou a efeito no final de seu governo, não só com o propósito de tirar o
molusco abjeto do alcance de Sergio Moro,
mas também de tentar salvar seu mandato (a nomeação foi cassada pelo STF,
mediante uma liminar do ministro Gilmar
Mendes, e anulada mais adiante com deposição de Dilma e exoneração de seu ministério). Moreira Franco foi e deixou de ser ministro diversas vezes, em
questão de dias, devido a decisões conflitantes no Distrito Federal e novamente
suspensa e no Rio de Janeiro. A decisão final caberá ao decano Celso de Mello, que abriu prazo para o
governo justificar a nomeação (e recebeu um calhamaço com mais de 50 páginas).
A decisão, que era esperada para a última sexta-feira, ficou para ontem e
depois para hoje (14). Vamos aguardar para ver que bicho vai dar.
Temer se capitalizou politicamente com a eleição de Estrupício Oliveira para a presidência
do Congresso e a reeleição de Rodrigo
Maia para a da Câmara, mas o “Caso Angorá” não ajudou a melhorar sua imagem
perante a opinião pública. E como se tudo isso já não bastasse, a anarquia e a
baderna que se instalou no Espírito Santo ― e contaminou o Rio de Janeiro,
ainda que em menor medida ― também respingou no presidente, pois denota a irrealidade em que insistem em viver os
políticos brasileiros ― ou “universos
paralelos”, como classificou a jornalista Ruth de Aquino., pra quem o transtorno que acomete Temer & Cia. é grave e demolidor
para um Brasil que foi às ruas por progresso, ética e ordem, para tentar se
livrar de figuras como Romero Jucá (*), Edison Lobão e outros menos cotados, mas mais enlameados que a Peppa Pig.
Jucá já não era ministro, mas se comportava como tal ― além de ser
o mais próximo de Temer, com a
possível exceção de Moreira Franco,
que tem mudado de status a cada hora. Desmentidos oficiais podem até convencer
o Supremo, mas não convencerão a população, cansada de manobras para proteger a
turma no comando, seja ela qual for. Diz-se que Temer decidiu jogar seu xadrez para não acabar no xadrez ele
próprio, e que tem muita fé em sua imaginação e em seu ideário conservador para
indicar Alexandre de Moraes para a
vaga aberta no Supremo com a morte de Zavascki,
a despeito das inúmeras gafes verbais do então ministro da Justiça (uma das
mais notórias foi a promessa de “erradicar a maconha”) e de sua tese de
doutorado, segundo a qual ninguém em
cargo de confiança do presidente da República poderia ser indicado ao Supremo
Tribunal Federal, para evitar “gratidão política”.
Observação: Moraes é amigo de Marcela Temer e do ministro Gilmar
Mendes, e será sabatinado por uma comissão que inclui 10 senadores investigados pela Lava-Jato ― dentre os quais Renan e Jucá, suspeitos de tentar mudar leis para atrapalhar os inquéritos.
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado é presidida por Edison Lobão, que foi ministro de Minas
e Energia de Lula e Dilma e fiel escudeiro da anta vermelha
durante seu primeiro mandato. Zavascki
autorizou a abertura de inquérito contra ele em março de 2015, tirando o sigilo
do inquérito que apura achaques milionários do dito-cujo a empresas (Lobão, vale lembrar, foi o único
senador a se abster na votação para manter ou não Delcídio do Amaral na prisão).
Resumo da ópera: Todos continuam “à disposição da Justiça”, todos
“negam irregularidades”, todos “apoiam a Lava-Jato”. O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, “fez a campanha
mais transparente possível” e nada tem a ver com a rapinagem de Sérgio Cabral. O novo presidente do
Senado, Eunício Oliveira, do PMDB ―
o “Índio” das planilhas de propina
da Odebrecht ― não recebeu R$ 2
milhões em duas parcelas, pagas em Brasília e São Paulo. Rodrigo Maia não alimentou com R$ 1 milhão em propina da OAS a campanha de seu pai, ao contrário
do que diz a Polícia Federal. Temer
diz não ter pressa de nomear um novo ministro da Justiça, numa semana em que a
greve da Polícia Militar mergulhou o Espírito Santo na barbárie. A greve da PM
é inconstitucional, disso não resta a menor dúvida. Mas será que o mau exemplo
não vem de cima? Quando os partidos tentam aprovar na Câmara um projeto
livrando a si próprios da Justiça Eleitoral, o país testemunha exatamente o
quê? Respeito à Constituição e ao eleitor?
(*) O Procurador-Geral da
República, Rodrigo Janot, pediu ao
STF a abertura de novo inquérito para investigar os senadores Renan Caralheiros e Romero Jucá, o ex-presidente José Sarney e o ex-presidente da
Transpetro Sérgio Machado, todos por
suspeitas de criar embaraços às investigações da Operação Lava-Jato. Caberá ao
ministro Fachin autorizar ou
arquivar o pedido. A assessoria de Renan
afirma que ele não praticou nenhum ato para embaraçar ou dificultar qualquer
investigação e que sempre foi colaborativo. O advogado que representa Sarney
diz considerar importante a abertura do inquérito para comprovar que o crime
foi cometido por Sérgio Machado, que
gravou as conversas. A assessoria de Jucá, em nota, informa
que “a defesa do senador afirma que não há preocupação em relação à abertura do
inquérito pois não vê qualquer tipo de intervenção do mesmo na operação
Lava-jato; ressalta que a única ilegalidade é a gravação realizada pelo senhor Sergio Machado, que induziu seus
interlocutores nas conversas mantidas, além de seu vazamento seletivo, e que o
senador é o mais interessado em que se investigue o caso ― e vem cobrando isso
desde maio do ano passado”. A defesa de Sérgio Machado
informou que não tem ciência do pedido da PGR e, portanto, não irá se
manifestar.