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quarta-feira, 14 de agosto de 2019

AINDA SOBRE O DESLIGAMENTO DO PC


NO JAPÃO, CORRUPTO SE SUICIDA; NA CHINA, É FUZILADO; NA ITÁLIA, É PRESO; NO BRASIL, É ELEITO.

O padrão AT para gabinetes, placas-mãe e fontes de alimentação foi desenvolvido pela Intel na década de 1980 e reinou absoluto até por volta da virada do século, quando começou a ser substituído progressivamente pelo ATX (também da Intel), que, dentre outros aprimoramentos, introduziu o conceito de fonte inteligente.


No AT, além de abrir o menu Iniciar do Windows e selecionar a opção Desligar, como fazemos atualmente, era preciso esperar que a mensagem que se vê na imagem à esquerda e então mudar o Power Switch (interruptor de energia do gabinete) para a posição “desligado”. 

Já no ATX  — que continua em uso até hoje —, o desligamento por software comanda tanto o encerramento do sistema quanto a interrupção do fornecimento de energia, ou seja, desliga o aparelho em nível de hardware sem que seja preciso acionar nenhum botão. Com isso, os gabinetes deixaram de integrar o botão de "reset" — que servia para reiniciar o computador numa época em que o Windows travava com uma frequência irritante — e o "turbo" — que não aumentava a frequência de operação do processador, mas sim reduzia-a, permitindo a execução de programas ainda mais antigos. Mais adiante, os fabricantes de PCs eliminariam também os drives de disquete (primeiro os de 5 ¼", depois os de 3 ½") e os drives de mídia óptica (CD, DVD, BD), mas isso já é outra conversa.

Deve-se ainda ao ATX a adoção dos botões soft touch para ligar/desligar o computador. Até então, era preciso mudar um switch (interruptor) da posição "desligado" para "ligado" e vice-versa. A partir daí, um simples toque no botão de energia liga o aparelho — bem como o desliga, pois desde a versão XP do Windows que tocar nesse botão quando o PC está ligado produz o mesmo efeito que clicar na opção "desligar" do menu Iniciar, ou seja, fecha os programas, encerra o sistema da maneira adequada e corta o fornecimento de energia para o hardware.

O Seven possibilitou a personalização da função desse botão (as opções são as mesmas oferecidas pela setinha à esquerda comando Desligar do Menu Iniciar). Para fazer essa personalização no Win10, basta clicar em Iniciar > Configurações > Sistema > Energia e Suspensão > Configurações de energia adicionais > Escolher as funções dos botões de energia e fazer os ajustes desejados.

Observação: Quando e se o sistema travar a ponto de nem o mouse nem o teclado responderem, manter o botão de energia pressionado por 5 segundos  desliga o computador "na marra" , mas você dever recorrer a esse esse recurso somente se não houver alternativa, pois, no desligamento forçado, o aparelho é desligado sem que seja encerrado adequadamente, o que pode acarretar perda de dados, corrupção de arquivos e outras sequelas indesejáveis. Note que, independentemente da função que você atribuir ao botão de energia, mantê-lo pressionado por 5 segundos desligará o computador “na marra”.

Continua no próximo capítulo.

quinta-feira, 27 de junho de 2019

JÁ REINICIOU SEU SMARTPHONE HOJE?

A TOLERÂNCIA É A MELHOR DAS RELIGIÕES.

Quando desembarcaram aqui por estas bandas, no final do século passado, os telefones celulares eram trambolhos caríssimos e de utilidade prática próxima de zero. Mas não há nada como o tempo para passar, e não demorou para que a privatização do nauseabundo Sistema Telebras transformasse os telefones portáteis em dispositivos verdadeiramente úteis e utilizáveis. Eles se tornaram úteis quando a cobertura das operadoras nos desobrigou de fazer malabarismos para preservar sinal durante uma ligação, e utilizáveis quando a saudável concorrência propiciou o barateou as tarifas e a oferta de promoções que vão de chamadas ilimitadas por um preço fixo palatável a pacotes de dados que são verdadeiros latifúndios. 

Some-se a isso a evolução tecnológica dos diligentes telefoninhos — que Steve Jobs transformou em verdadeiros computadores de bolso ao lançar o iPhone — e obtenha-se como resultado aparelhos que substituem com vantagens os telefones fixos, já que os podemos levar conosco a toda parte, e, em grande medida, os PC convencionais, já que basta um plano de dados camarada para que possamos gerenciar emails, trocar mensagens instantâneas e fazer mais uma miríade de coisas em trânsito ou praticamente em qualquer lugar.

Como todo computador, o smartphone — que é um computador de dimensões reduzidas — utiliza memórias de diversas tecnologias, e a RAM precisa ser totalmente esvaziada de tempos em tempos, sob pena de o sistema operacional (seja ele o Android ou o iOS) ficar exageradamente lento, ou até mesmo travar. Isso sem mencionar que alguns apps malcomportados podem travar (e comprometer a estabilidade e/ ou a performance do próprio sistema operacional), e nem sempre fechá-los e reabri-lo basta para para resolver o problema. No entanto, por considerarem o smartphone como “dispositivo de primeiríssima necessidade”, a maioria dos usuários não só não desgruda do aparelho como tampouco o desliga ou reinicia, a não ser numa situação “in extremis”, quando a lentidão se torna penosa ou o sistema simplesmente deixa de responder.

Observação: Reiniciar um dispositivo computacional consiste basicamente em desligá-lo e tornar a ligar logo em seguida. O termo reinicializar não significa exatamente a mesma coisa, mas o uso consagra a regra e eu não vou encompridar este texto discutindo questões semânticas. Mas tenha em mente que desligar o PC, o tablet ou o smartphone interrompe o fornecimento da energia que alimenta os circuitos e capacitores da placa-mãe e demais componentes, propiciando o "esvaziamento" das memórias voláteis. Na reinicialização, o intervalo entre o encerramento do sistema e o boot subsequente é de apenas uma fração de segundo, podendo não ser suficiente para permitir que as reservas de energia se esgotem completamente e, consequentemente, que as memórias voláteis sejam totalmente esvaziadas. Portanto, prefira desligar o aparelho e tornar a ligar depois de alguns minutos ao invés de se valer do comando reiniciar.

Se você não cultiva o saudável hábito de desligar o aparelho enquanto recarrega a bateria, sugiro que o adquira. Na impossibilidade — ou se tiver receio de não receber prontamente uma “mensagem importantíssima” de alguém que, na falta de coisa melhor para fazer durante uma madrugada insone, resolve compartilhar bobagens com seus grupos no WhatsApp —, reserve ao menos cinco minutos do seu dia (ou da sua noite) para dar um descanso ao seu amiguinho cibernético. Desligue o aparelho, vá tomar um café ou esvaziar a bexiga, e pronto, já pode ligá-lo novamente. Não doeu nada, doeu?

sexta-feira, 28 de julho de 2017

POR QUE REINICIAR O COMPUTADOR? ― Conclusão.

DIGA-ME COM QUEM ANDAS E EU DIREI SE VOU CONTIGO.

Complementando o que foi explicado no post anterior, mas sem descer a detalhes técnicos que transcenderiam o escopo as possibilidades desta matéria ― e mais complicariam do que esclareceriam o assunto ―, vale dizer que:

Alguns dos principais arquivos do Windows (dentre os quais o Registro) ficam bloqueados quando o sistema está carregado, e uma vez que diversos procedimentos ― como a instalação de drivers ou as atualizações do próprio sistema operacional, apenas para ficar nos exemplos mais notórios ― precisam acessar esses arquivos, a reinicialização do computador é necessária para a validação das alterações.

Na hipótese de problemas meramente pontuais, reiniciar o aparelho é mais prático e rápido do que tentar descobrir as causas da anormalidade ― aliás, se o aborrecimento não se repetir, sua causa é irrelevante, embora erros recorrentes devam ser investigados a fundo, mas isso já outra história. 

Tanto o sistema quanto os aplicativos e arquivos que manipulamos quando operamos o computador, o smartphone, etc. são carregados na memória RAM, e mesmo que o Windows, em suas edições mais recentes e em determinadas versões, seja capaz de reconhecer e gerenciar centenas de gigabytes de memória RAM, a maioria dos PCs dispõe de algo entre 6 GB e 8 GB, e à medida que esse espaço vai sendo ocupado, a memória virtual entra em ação para evitar as aborrecidas mensagens de memória insuficiente (que eram recorrentes nas edições antigas do Windows). No entanto, a memória virtual é apenas um paliativo, e por ser baseada no disco rígido (que é muito mais lento que a RAM), ela reduz drasticamente o desempenho global do sistema. Então, para restabelecer o status quo ante, encerre os programas ociosos. Caso isso não resolva o problema, reinicie o computador, pois a RAM é volátil e os dados que armazena “evaporam” no instante em que o fornecimento energia é interrompido.

Observação: Todo programa em execução ocupa espaço na memória, mas alguns não liberam esse espaço quando são finalizados. Outros, ainda, tornam-se gulosos durante a sessão e vão se apoderando de mais e mais memória. O resultado é lentidão generalizada e, em situações extremas, travamentos, às vezes acompanhados de uma tela azul da morte. A boa notícia é que na maioria das vezes o computador volta ao normal após ser desligado e religado depois de um ou dois minutos.

Costuma-se dizer que reinicializações frequentes reduzem a vida útil do HD, o que não deixa de fazer sentido. No entanto, esse dispositivo é dimensionado para suportar milhares de ciclos liga/desliga. De modo geral, na improvável hipótese de você reiniciar sua máquina 20 vezes por dia, seu HD só deve dar os primeiros sinais de fadiga depois de uns cinco ou seis anos, ou seja, quando já estiver mais que na hora de você comprar um PC novo.

Observação: Ainda que deixar o computador em standby ou em hibernação seja vantajoso em determinadas circunstâncias, até porque a máquina "desperta" mais rapidamente do quando é religada depois de um desligamento total, prolongar uma sessão do Windows por dias a fio (mesmo que ela seja seccionada por suspensões e/ou hibernações) resultará fatalmente em lentidão ou instabilidades que acabarão levando a um crash total. Portanto, não se acanhe em reiniciar a máquina ao menor sinal de problemas iminentes.

Conforme foi dito em outras postagens, DLL é a sigla de Dynamic Link Library e remete a uma solução (desenvolvida pela Microsoft) mediante a qual as principais funções usadas pelos aplicativos são armazenadas em "bibliotecas" pré-compiladas e compartilhadas pelos executáveis. Assim, quando um programa é encerrado, os arquivos DLL que ele utilizou permanecem carregados na memória, dada a possibilidade de esse mesmo aplicativo voltar a ser aberto ou de o usuário executar outros programas que compartilham as mesmas bibliotecas. Mas isso acarreta um desperdício significativo de RAM e, consequentemente, aumenta o uso do swap-file (arquivo de troca da memória virtual). Como a RAM é volátil, a reinicialização “limpa” os chips de memória, fazendo com que o sistema ressurja lépido e fagueiro (ou nem tanto, dependendo do tempo de uso e da regularidade com que o usuário executa os indispensáveis procedimentos de manutenção).

Observação: Reiniciar um aparelho consiste basicamente em desligá-lo e tornar a ligá-lo logo em seguida. O termo reinicializar não significa exatamente a mesma coisa, mas o uso consagra a regra e eu não pretendo encompridar este texto discutindo questões semânticas. Interessa dizer é que desligar o computador interrompe o fornecimento da energia que alimenta os circuitos e capacitores da placa-mãe e demais componentes, propiciando o "esvaziamento" das memórias voláteis. Já quando recorremos à opção "Reiniciar" do menu de desligamento do Windows, o intervalo entre o encerramento do sistema e o boot subsequente pode não ser suficiente para o esgotamento total das reservas de energia, razão pela qual, para não errar, desligue o computador e torne a ligá-lo depois de alguns minutos sempre que uma reinicialização se fizer necessária.

O que foi dito nesta sequência de postagens se aplica ao PC, mas, guardadas as devidas proporções, vale também para smartphones, tablets e outros dispositivos eletroeletrônicos comandados por um sistema operativo, por mais simples que ele seja.

TEMER, O INCANSÁVEL TRABALHADOR

Desde maio do ano passado, quando assumiu o timão da nau dos insensatos, Michel Temer nunca trabalhou tanto como nas últimas semanas. Pena que esse afã não visasse aos interesses da nação, mas apenas a evitar a abertura do inquérito no supremo que pode torná-lo mais um candidato a hóspede do sistema penitenciário tupiniquim com escala no gabinete mais cobiçado do Palácio do Planalto. Afinal, Lula já está bem encaminhado nessa direção, Dilma deve segui-lo em breve e os atuais presidentes da Câmara e do Senado não tardam a seguir pela mesma trilha, já que ambos são investigados na Lava-Jato e ainda não se tornaram réus porque, no STF, as denúncias avançam a passo de cágado perneta.

E o pior é que, no Supremo, as coisas se arrastam mesmo depois da condenação. Prova disso é o fato de Paulo Maluf continuar livre, leve e solto, a despeito de ter sido condenado pela 1ª Turma a 7 anos, 9 meses e 10 dias de prisão por lavagem de dinheiro (com início da pena em regime fechado), além de pagamento de multa e perda do mandato de deputado federal. A decisão foi proferida em maio, mas até agora não surtiu qualquer efeito.

Talvez os ministros estejam confiantes de que Maluf seja preso pela Interpol ― vale lembrar que a Corte de Apelações de Paris condenou o conspícuo deputado a três anos de prisão e pagamento de multa de 200 mil euros, além de determinar o confisco de 1,84 milhão de euros. Sua esposa, Silvia Lutfalla Maluf, também foi condenada a três anos, com multa de 100 mil euros. Mas para isso o turco lalau terá de sair do país, já que o Brasil não extradita seus cidadãos. Muito conveniente, né?

Voltando a Michel ma belle: para comprar o voto das marafonas do parlamento, que se vendem como prostitutas em bordéis da boca-do-luxo, somente neste mês o presidente liberou cerca de R$ 2 bilhões em emendas (valor equivalente ao total de todo o primeiro semestre). Isso quando a previsão é de que as contas públicas fechem o ano com um rombo de R$ 140 bilhões ― ou um pouco menos, já que, para fazer caixa, sua insolência resolveu se espelhar em sua abilolada antecessora e tascar um tarifaço de impostos nos combustíveisA liminar do juiz federal Renato Borelli, que anulava o aumento, já foi derrubada pelo desembargador Hilton Queiroz, presidente do TRF1. Cabe recurso, naturalmente, mas aí a decisão final fica sabe lá Deus para quando, e mesmo que a medida presidencial seja cassada, o governo certamente encontrará maneiras de escorchar o contribuinte e forçá-lo a pagar a conta de sua incompetência, até porque, pelo visto, cortar gastos está fora de cogitação.

Da sociedade, Temer e seus comparsas esperam boa vontade, solidariedade e compreensão. Faz sentido: se o cidadão já é assaltado por bandidos cotidianamente, por que não ser assaltado também por um Estado inchado, ineficiente e incapaz?

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quinta-feira, 27 de julho de 2017

POR QUE REINICIAR O COMPUTADOR (OU O TABLET, OU O SMARTPHONE)?

TUDO É RELATIVO: O TEMPO QUE DURA UM MINUTO DEPENDE DE QUE LADO DA PORTA DO BANHEIRO VOCÊ ESTÁ.

Os computadores evoluíram muito desde o ábaco dos antigos egípcios, mas mais ainda e muito mais depressa nas últimas duas ou três décadas. Até o final dos anos 1960, a computação pessoal era apenas um sonho distante. Thomas Watson, presidente da gigante IBM, saiu-se, em meados dos anos 1940, com a seguinte pérola: “Eu acredito que há mercado para talvez cinco computadores”. Claro que naquela época essas máquinas maravilhosas ainda eram gigantescos mainframes, que jamais caberiam numa residência comum. Mas as previsões continuaram cambaias durante anos. Ken Olsen, presidente e fundador da Digital Equipment Corp., disse em 1977: “Não há nenhuma razão para alguém querer um computador em casa” ― e viveu tempo suficiente para se arrepender amargamente da sua falta de previsão.

O fato é que os PCs atuais (e não estou falando apenas em desktops e notebooks, mas também nos tão populares tablets e smartphones, que são os verdadeiros “microcomputadores”) já não ocupam salões enormes ou precisam ser mantidos sob forte refrigeração como os gigantescos computadores usados quase que exclusivamente por órgãos governamentais e grandes corporações até o início da década de 80. Mesmo assim, essas maravilhas da tecnologia ainda não atingiram a perfeição (e provavelmente jamais atingirão, embora venham chegando cada vez mais perto disso).

Computadores como os conhecemos, seja o tradicional modelo de mesa, seja um portátil ou um ultra portátil, são comandados por um sistema operacional e trabalham com aplicativos. Esses programas são criados e desenvolvidos por seres humanos, e se somos todos falíveis, o mesmo se aplica a eles, daí a necessidade de os mantermos atualizados, pois, durante seu ciclo de vida, os softwares costumam receber correções e atualizações que não só os deixam mais seguros, mas também lhes agregam novos recursos e funções.

Por outro lado, a maneira como tudo isso funciona, com o sistema e os programas sendo armazenados de forma persistente na memória de massa e de lá carregados para a memória física (RAM) pelo processador ― tido e havido como o cérebro do computador ― continua sendo basicamente a mesma do início da era PC, a despeito de o hardware ter evoluindo significativamente e se tornado mais poderoso e eficiente a cada nova versão. Do ponto de vista do sistema operativo, a substituição do Windows 9x/ME pelo XP, na virada do século, trouxe melhorias notáveis. Ainda assim, instabilidades, congelamentos e travamentos ainda podem ocorrer, mesmo que com uma frequência muito menor do que ocorriam nos anos 90.

Conforme eu já comentei em dezenas de postagens, o grande vilão dessa história nem sempre é o hardware ou o Windows, e sim o uso de drivers da placa-mãe, chipset e dispositivos problemáticos ou inadequados, aplicativos conflitantes com o sistema ou com outros aplicativos, e por aí vai. O lado bom da história é que uma saudável reinicialização geralmente repõe o bonde nos trilhos, seja no PC de mesa, seja nos notebooks, smartphones e tablets ― e, por que não dizer, nos modems, roteadores, impressoras, decoders de TV por assinatura e dispositivos eletrônicos assemelhados.

Observação: Reiniciar o computador também é uma etapa indispensável para a correta instalação de uma vasta gama de aplicativos, reconhecimento de novos componentes de hardware, validação de atualizações de software e diversas tarefas de manutenção.

Concluímos amanhã. Um ótimo dia a todos e até lá.


ESTÃO BRINCANDO COM FOGO. VÃO ACABAR SE QUEIMANDO.

Petistas, peemedebistas e maus políticos de outras agremiações preparam um golpe para outubro. No debate sobre o novo Código de Processo Penal na Câmara, numa clara mobilização para reprimir a Lava-Jato e salvar seus rabos sujos, suas insolências discutem mudanças nas regras de delação premiada, prisão preventiva e condução coercitiva, além da revogação do entendimento de que as penas podem começar a ser cumpridas após a condenação em segunda instância (matéria já pacificada pelo STF, mas se a alteração for votada, aprovada e inserida no novo CPP, fica o dito pelo não dito).

O deputado petista Vicente Cândido, relator do projeto da (eterna) reforma política, escamoteou em seu parecer uma regra que visa aumentar 16 vezes o período de imunidade temporária desfrutada por candidatos, que, atualmente, não podem ser presos ― a não ser em flagrante delito ― a partir do 15º dia que antecede ao da eleição. Por razões óbvias, essa proposta foi batizada de “Emenda Lula” ― o deputado e o deus pai da petralhada são amigos de longa data, desde antes da fundação do PT ―, mas Cândido garante que o filho do Brasil e alma viva mais honesta da galáxia não sabia de nada, que o apelido é pura maldade da mídia. Só faltou explicar como e por que resolveu incluir em seu relatório essa emenda estapafúrdia dois dias depois da condenação de Lula em primeira instância.

Outros participantes da comissão da reforma política dizem que não foram consultados sobre a mudança e classificam a proposta de indecente. “Daqui a pouco a candidatura vai ser um passe livre para bandido. (...) Não fui consultado e vou votar contra. É apenas uma tentativa de blindar bandido para se candidatar”, disse o deputado Espiridião Amin.

Na avaliação do deputado tucano Betinho Gomes, a proposta do colega petista é uma "provocação", e, assim como Amin, diz que votará contra. “Na condição de relator, ele pode apresentar qualquer coisa, inclusive esse abuso. Isso é um achincalhe, uma provocação. É um escárnio com a sociedade, algo que foge totalmente ao bom senso ―, afirmou o tucano.

A postura de nossos conspícuos parlamentares é estarrecedora. Se isto aqui fosse um país sério, nenhum deles receberia um voto sequer (além do próprio e de familiares, naturalmente) nas próximas eleições, quando, além do presidente da Banânia, serão eleitos (ou reeleitos, considerando os que tencionam continuar mamando nas tetas do Congresso) todos os 513 deputados federais e 2/3 dos 81 senadores. Brasília parece um mundo à parte, um planeta distante, de onde não se vê e nem se sabe o que se passa no restante do país.

Semanas atrás, para obstruir a votação da reforma trabalhista, a senadora petista Gleisi Hoffmann ― ré na Lava-Jato e atual presidente do PT ― e outras quatro colegas “de esquerda” se abancaram na mesa diretora do Senado por mais de 6 horas, numa cena de pura poesia revolucionária orquestrado à socapa pelo ex-guerrilheiro de festim e ora presidiário (temporariamente em prisão domiciliar, mas ainda assim presidiário) José Dirceu.

A reforma acabou passando, mas o mais estarrecedor foi saber que, durante todo o motim, as bravas senadoras lutavam pelos direitos da mulher trabalhadora obedecendo por telefone às instruções do presidente da CUT. Para um país que mal superou o trauma de ter como primeira presidente mulher uma besta teleguiada pelo padrinho ― aliás, Dilma também telefonou para prestar solidariedade às cumpanhêras senadoras ―, o protesto feminista com controle remoto masculino foi algo lamentável.

Basta por ora. O resto fica para uma próxima postagem. 

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