TODOS QUEREM
VIVER NO TOPO DA MONTANHA, MAS A FELICIDADE E 0 CRESCIMENTO OCORREM QUANDO SE
A ESTÁ ESCALANDO.
Os primeiros celulares eram burros
(dumbphones). Para aumentar sua gama de recursos e funções, os fabricantes
promoviam constantes aprimoramentos de hardware, e os novos modelos, lançados
em intervalos cada vez mais curtos, vendiam feito pão quente. O primeiro
celular inteligente (o iPhone),
idealizado por Steve Jobs, foi
lançado no final de 2007 e se tornou um paradigma para a concorrência.
Hoje, smartphones (smart = esperto) baseados no
sistema operacional móvel desenvolvido pelo Google dominam o mercado, ainda que os modelos da Apple, por sua excelência, sejam o sonho de consumo da maioria dos
usuários. Sem embargo, a maioria dos aparelhos que encontramos no mercado é
capaz de tirar fotos, gravar vídeos, acessar a Internet via redes 3G/4G e
Wi-Fi, e por aí afora. Claro que os aprimoramentos de hardware continuam sendo
implementados, e telas de maiores dimensões e
melhor definição, maior capacidade de armazenamento interno e quantidade de
memória RAM, resolução da(s) câmera(s), autonomia da bateria e outros detalhes
que tais continuam estimulando os consumidores a migrar para os modelos mais
recentes, ainda que a “versatilidade” dos aparelhos dependa em grande medida do
sistema operacional (Android e iOS) e dos aplicativos desenvolvidos
para cada plataforma.
Smartphones de última geração costumam
dividir espaço nas prateleiras com modelos não tão recentes, mas é bom ter em mente preço baixo e boa qualidade quase
nunca andam de mãos dadas, e que uma escolha mal feita pode se tornar uma usina de
arrependimentos. Quando comprarmos um aparelho, geralmente supervalorizamos a marca, o design e o tamanho da tela, por exemplo, e ignoramos detalhes como a
capacidade de armazenamento (e a possibilidade de expandi-lo com um
SD Card), a quantidade de
RAM (detalhes
nesta
postagem) e a
versão do sistema operacional.
Ofertas “imperdíveis”
quase sempre vêm com software ultrapassado, memórias em quantidade aquém do
desejável, câmera de má qualidade, e assim por diante. Em última análise, quem paga mal
paga duas vezes. A edição mais recente do Android é a Oreo (8), mas a anterior (Nougat)
ainda dá bom caldo. Fuja, porém, de modelos ultrapassados: as limitações
hardware podem inviabilizar a atualização do sistema de atualizar o sistema, e você pode descobrir tarde demais que entrou numa fria, ao tentar tentar instalar o app do seu banco, por exemplo, ou o popular WhatsApp, que só roda nas versões posteriores à 2.3.3. do Android e 6 do iOS.
Por mais convidativo que seja o
preço, não é bom negócio comprar um smartphone novo com configuração de
hardware superada — a menos que você tencione usá-lo como dumbphone, ou seja, apenas
para fazer e receber ligações por voz em mensagens por SMS. E o mesmo se aplica
ao software, que, se desfasado, não lhe dará acesso às melhorias de usabilidade
implementadas nas edições mais recentes e o sujeitará a falhas de segurança
corrigidas a posteriori.
Comprar smartphones com menos de 2 GB de RAM (o mínimo aceitável, atualmente,
é de 3 ou 4 giga) é o caminho mais curto para amargar lentidão e/ou travamentos
ao rodar determinados apps ou vários apps simultaneamente. Aliás, pouca memória
também pode impedir updates de software, já que as versões mais recentes do Android são bastante gulosas. Quanto ao
processador, mais importante que sua
frequência de operação é o número de núcleos — quanto mais, melhor; se possível,
opte por um modelo com chip quad-core ou superior.
No que concerne ao armazenamento interno, fuja de modelos
com menos de 16 GB (se possível,
opte por 32/64 giga), até porque o sistema operacional e os penduricalhos
instalados de fábrica já consomem boa parte desse espaço. Mesmo com 32 GB, se não for possível adicionar um cartão de memória, é recomendável utilizar serviços de armazenamento em nuvem,
sobretudo para salvar suas fotos e vídeos. E falando em fotos e vídeos, quem
valoriza essa função do telefoninho deve analisar as características da câmera,
sobretudo a quantidade de megapixels (não aceite nada menos que 8 MP), a qualidade do sensor e a abertura da lente (quanto maior a
abertura — ou seja, menor o número “F” — mais clara ela é, o que garante mais
qualidade, fotos melhores em ambientes com baixa luminosidade e até cliques
mais rápidos).
Não atentar para as as limitações da bateria pode levá-lo a descobrir — da pior maneira possível — o quanto é chato ter de
levar o carregador para toda parte e não poder ficar muito longe de uma tomada. Verifique se
a capacidade nominal da bateria — expresso em mA (miliampere-hora) — é compatível com a eficiência energética do telefone,
lembrando que esse valor é um submúltiplo do Ah (ampère/hora)
e corresponde a 3,6 coulomb (ou
seja, a quantidade de carga elétrica transferida por uma corrente estável de um
milésimo de ampère durante uma hora). Note que, tecnicamente, esse parâmetro não corresponde exatamente à "potência" da bateria, que que é expressa em joule ou watt/hora, mas a sua autonomia, ou seja, sua capacidade de fornecer energia ao aparelho
que ela alimenta.
Confira atentamente as especificações técnicas na documentação do aparelho ou no site fabricante e não se deixe levar pela conversa-mole do vendedor, que não está ali para lhe servir de consultor (embora devesse), e sim para realizar a venda e embolsar a comissão.