terça-feira, 4 de junho de 2019

SOBRE SMARTPHONES, MEMÓRIA INTERNA E CARTÕES SD


QUANDO A IGNORÂNCIA FALA, A INTELIGÊNCIA NÃO DÁ PALPITES.

A telefonia móvel celular desembarcou no Brasil no final do século passado, mas, devido ao preço elevado do hardware, às faturas salgadas (num primeiro momento, pagava-se também pelas chamadas recebidas), à área de cobertura restrita e aos malabarismos que o usuário precisava fazer para evitar a perda do sinal e a queda das ligações, andar com um tijolão pendurado no cinto era mais uma questão de status do que de real necessidade. Felizmente, a evolução tecnológica cumpriu seu papel, e aparelhos recheados de recursos e funções inovadoras foram sendo lançados em intervalos de tempo cada vez mais curtos, para gáudio da seleta confraria que não abre mão de estar up-to-date com o que há de mais moderno.

Em 2007, Steve Jobs lançou o primeiro iPhone, o que levou a concorrência a produzir aparelhos igualmente capazes de acessar a internet e cada vez mais pródigos em recursos. Assim, o que nasceu como telefone móvel se transformou em computador de bolso, e só não aposentou desktops e notebooks porque determinadas tarefas demandam mais poder de processamento e memória (tanto física quanto de massa) do que os diligentes telefoninhos oferecem — com a possível exceção de modelos caríssimos, que poucos podem comprar, e, entre os que podem, a maioria não se sente confortável digitando textos, editando imagens ou criando planilhas, por exemplo, num dispositivo de dimensões reduzidas, com teclado virtual e tela de míseras 5 polegadas.

Nos dumbphones, novos recursos e funções eram providos pelos próprios aparelhos; nos smartphones, essa responsabilidade fica com o sistema operacional (Android ou iOS) e o sem-número de aplicativos disponíveis no Google Play e na App Store. Claro que os fabricantes investem, por exemplo, em câmeras cada vez mais sofisticadas, telas com resolução cada vez melhor e aprimoramentos em nível de processador e memórias — o que é fundamental para rodar com folga programas exigentes e armazenar toneladas de fotos, músicas, vídeos e um sem-número de outros arquivos volumosos — mas isso já é outra conversa.

Ao comprar um smartphone, atente para a quantidade de memória física e de espaço para armazenamento interno disponíveis. Fuja de modelos com menos de 4 GB de RAM, a não ser que você não se importe com lentidão e travamentos constantes. Por outro lado, não penhore as cuecas para adquirir um dispositivo com 64 ou 128 GB de memória interna, já que 16 GB estão de bom tamanho — desde que se possa expandir esse espaço usando um cartão de memória. 

Observação: Se você não acha normal gastar cerca de R$ 10 mil num iPhone XS Max ou num Samsung Galaxy 10+ (que oferecem 512 GB e 1 TB de memória interna, respectivamente), eu o saúdo, caríssimo leitor. Afinal, quando dinheiro não é problema, nada melhor que ter o melhor. Mas num país em recessão, com quase 14 milhões de desempregados e um salário mínimo de fome (R$ 998), pessoas como você  sobretudo fora de Brasília, onde, se gritar pega ladrão, não fica um, meu irmão  não são a regra, mas a exceção que a confirma.

A má notícia é que nenhum iPhone permite o uso de cartão de memória — coisas da Apple, que também impede a remoção da bateria, por exemplo (o que pode ser frustrante no caso de um travamento não permitir a reinicialização do dispositivo via botão de Power). A boa notícia é que um Motorola/Lenovo moto e4 com 16 GB de memória interna custa cerca de R$ 600, e com mais uns R$ 50 é possível comprar um SD Card de 64 GB e expandir a memória interna para consideráveis 80 GB.

Se você não tira muitas fotos, raramente grava vídeos e se limita a instalar apps essenciais, 16 GB de memória interna estariam de bom tamanho, não fosse o fato de uma parte desse espaço ser alocada pelo sistema operacional e pelos apps pré-instalados de fábrica, e outra, ser reservada para agenda de contatos, SMS etc. (isso se destina e evitar que o usuário esgote totalmente o espaço livre com inutilitários e arquivos multimídia, por exemplo, e fique impedido de inserir novos contatos na agenda ou receber mensagens de texto, também por exemplo).

Em face do exposto, ter suporte a SD Cards é fundamental, sobretudo se for possível gerenciar o espaço do cartão de modo a ampliar efetivamente a memória interna, e não apenas poder salvar ali fotos, vídeos e outros arquivos volumosos. Mas isso já é conversa para o próximo post. Até lá.