QUEM FALA O QUE QUER OUVE O QUE NÃO
QUER.
Se os drives sólidos, (SSD na sigla em inglês) ainda não aposentaram os HDDs eletromecânicos, é porque seu custo de fabricação torna muito caras as unidades com com grande capacidade de armazenamento.
SSDs são
compostos basicamente por células de memória flash e uma controladora ― que gerencia
o cache de leitura e gravação dos dados, criptografa informações, mapeia trechos
defeituosos da memória, e por aí vai. Eles não têm motor, pratos, braços,
agulhas eletromagnéticas nem qualquer outra peça móvel, razão pela qual são
menores, mais resistentes e milhares de vezes mais rápidos que os discos
rígidos tradicionais, sem mencionar que seu baixo consumo de energia os torna
uma excelente opção para os fabricantes de notebooks.
Como não há pratos magnéticos formatados em trilhas, setores
e cilindros para armazenar os arquivos ― nos SSDs, a gravação/leitura é feita mais ou menos como na memória RAM ―, a fragmentação dos dados
não chega a ser um problema. Portanto, embora seja possível desfragmentar esses
drives, os fabricantes recomendam não o fazer ― primeiro, por não trazer benefício
algum; segundo, porque a desfragmentação consiste numa longa sequência de leituras e regravações, e o número de vezes que
uma célula de memória flash pode ser regravada não é infinito.
Observação: Segundo
os fabricantes, os SSDs duram entre 5
e 10 anos ― o que pode parecer pouco, mas quem é que ainda não trocou o
computador, hoje em dia, depois de 5 anos de uso? Mesmo assim, diante da
possibilidade de uma ou outra célula de memória falhar antes do tempo, o
controlador do drive é incumbido de remapear as páginas defeituosas (utilizado
setores de uma área de armazenamento temporário) conforme os defeitos vão surgindo,
o que concede uma "sobrevida" aos drives sólidos.
Como eu disse mais cedo, o grande entrava na popularização
dos SSDs é o custo de produção. Daí os modelos de grandes capacidades serem
direcionados a notebooks top de linha (e preços estratosféricos) e as máquinas
de preços mais acessíveis manterem a tecnologia anterior (mídia
eletromagnética) ou combinarem um drive sólido de capacidade modesta com um HDD com profusão de espaço. E como os SSDs funcionam melhor com pelo menos
25% de espaço livre (isso evita que os blocos de memória “encham” e,
consequentemente, preservam a performance original do drive), o indicado é
instalar neles apenas o sistema operacional e os aplicativos mais usados e
manter o restante no HDD.
Como qualquer outro componente do PC, o SSD depende de drivers de
hardware para funcionar, sendo importante mantê-los sempre atualizados,
notadamente se o drive estiver instalado numa controladora AHCI, que aumenta o desempenho do “disco” em até 15% em relação à IDE (voltaremos a esse assunto em outra oportunidade).
Observação: Drivers (ou controladores) são programinhas de baixo nível
(designação que nada tem a ver com o grau de sofisticação do software, mas sim
com seu envolvimento com o hardware) que funcionam como uma “ponte” entre o
sistema operacional e os dispositivos de hardware que integram ou estão
conectados ao computador. Sem o driver da impressora, por exemplo,
o sistema não saberia qual é a versão do aparelho, em qual porta ele está
conectado, se está ou não funcional, se há papel na bandeja e tinta nos
cartuchos, e assim por diante.
Outra maneira de aumentar consideravelmente o desempenho dos
SSDs é habilitar o TRIM, que identifica blocos de memória com
dados inválidos e apaga o conteúdo automaticamente. Para conferir se esse
recurso está ativo e operante, abra o prompt de comando e digite fsutil
behavior query DisableDeleteNotify. Se a resposta for 0, o TRIM está ativo; se for 1, digite o comando fsutil behavior set
DisableDeleteNotify 0 e o recurso será ativado.
Assista a um
comparativo interessante entre o HDD
e o SSD (se o vídeo não abrir, siga este link: https://youtu.be/rjCmLJtITK4).