quarta-feira, 5 de junho de 2019

SOBRE SMARTPHONES, MEMÓRIA INTERNA E CARTÕES SD — PARTE 2


NOVENTA POR CENTO DO SUCESSO SE BASEIA SIMPLESMENTE EM INSISTIR.

Como vimos no post anterior, a memória interna dos smartphones de preços acessíveis (não confunda “memória interna” com “memória RAM”; ainda que ambas sejam sejam expressas em gigabytes, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa) costuma ser medíocre, sobretudo para quem utiliza o aparelho como substituto do computador tradicional . Para piorar, parte desse espaço é ocupado pelo sistema operacional e pelos apps instalados de fábrica. Então, se você baixa tudo que vê pela frente e não se dá ao trabalho de excluir regularmente fotos, vídeos, mensagens de WhatsApp etc., certamente ficará sem espaço, mesmo com um aparelho de 32 GB ou 64 GB.    

Também como já foi dito, o iPhone e alguns modelos de topo de linha da Samsung e da Motorola não suportam cartões de memória, em parte devido à ganância dos fabricantes, que não têm como justificar um aumento significativo no preço de seus produtos pela pura e simples inclusão de um slot para cartão, mas podem cobrar 100 ou 200 dólares a mais por alguns gigabytes extras de memória interna. Então, se você é fã dos produtos da Apple e precisa de fartura de espaço para armazenar arquivos no seu iPhone, prepare o bolso, pois as opções com 64, 128 e 259 GB são (ainda) mais caras. 

Observação: Claro que sempre se pode contornar esse inconveniente recorrendo ao armazenamento na nuvem ou transferindo para o computador de casa suas fotos, vídeos e outros arquivos volumosos, mas aí o que deveria ser uma opção passa a ser uma imposição.  

A maioria dos telefoninhos baseados no Android permitem expandir a memória mediante a instalação de um Micro SD. Isso significa que você pode economizar um bom dinheiro comprando um aparelho de 16 GB, por exemplo, e instalando um cartão de 64 GB, também por exemplo, que custa entre 60 e 120 reais (conforme a marca, a classe e o revendedor). Mas note que esses cartões, a exemplo dos pendrives, devem ser adquiridos preferencialmente em lojas de departamento ou hipermercados. Fuja de camelôs e de sites de compras que alardeiam preços muito abaixo da média, pois até mesmo modelos de marcas confiáveis, como a popular SanDisk, podem ser falsificados ou manipulados para exibir capacidades superiores à real.

Embora o preço dos cartões seja proporcional à quantidade de espaço, modelos igual capacidade e “classes” distintas costumam ter preços diferentes. Modelos de 64 GB custam entre 60 e 120 reais — para usuários “normais”, isso é um bocado de espaço, embora existam versões de 128, 256 e 512 GB e de até 1 TB, elas são difíceis de encontrar, e seu preço assusta o mais intrépido consumidor. Mas importante mesmo é poder usar capacidade do cartão para ampliar a memória interna do aparelho (dependendo da versão do Android, só é possível salvar fotos, vídeos e outros arquivos volumosos, o que ajuda, mas está longe de ser a solução ideal).

Ao adquirir um smartphone com slot para cartão, consulte o manual para saber qual o limite suportado. Leia também as instruções de como como instalar o cartãozinho, já que o procedimento varia conforme a marca e o modelo do celular. Alguns aparelhos dual-SIM têm slots "híbridos" — ou seja, você tanto pode habilitar duas linhas quanto usar um dos slots para inserir um cartão de memória.

Observação: Manter duas ou três linhas de operadoras diferentes no mesmo aparelho já foi uma boa ideia, pois permitia economizar nas chamadas por voz — que, entre números da mesma operadora, tinham preços diferenciados. Hoje em dia, no entanto, a maioria dos planos oferece ligações ilimitadas para linhas fixas e móveis de qualquer operadora, de modo que a conclusão é óbvia.

Os cartões podem ser classificados quanto à capacidade de armazenamento e velocidade de transmissão. Cartões classificados apenas como SD (sigla para Secure Digital) possuem capacidades de até 4 GB e praticamente sumiram das prateleiras. Modelos classificados como SDHC (Secure Digital High Capacity) vão de 4 GB a 32 GB e oferecem a melhor relação custo-benefício. Os SDXC (Secure Digital Extended Capacity) vão de 64 GB a 2 TB e os SDUC (Secure Digital Ultra Capacity) podem chegar a 128 TB (embora seja possível encontrar cartões com capacidades ainda maiores, mas a preços que você não vai querer pagar, sem mencionar que eles dificilmente funcionariam no seu aparelho). 

Para além da capacidade, importa — e muito — a velocidade (ou taxa de transferência de dados), que varia conforma a "classe" do cartão. Porém, visando evitar que este texto fique ainda mais longo, vou deixar para discorrer sobre essa questão no próximo post.