quarta-feira, 24 de setembro de 2025

SOBRE O CRAPWARE NO ANDROID E NO iOS

NEM TUDO QUE RELUZ É OUTRO, NEM TUDO QUE BALANÇA CAI.

PCs Windows e smartphones Android vêm recheados de crapware porque cada aplicativo pré-instalado rende alguns centavos — e, em certos casos, até uma fatia da receita futura — aos fabricantes. 

Apple pode se dar ao luxo de dispensar essa empurroterapia, já que controla toda a cadeia, do hardware ao software — daí sua imagem de "experiência premium e limpa". Mas nem tudo é o que parece...


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Uma semana depois da condenação de Bolsonaro, cresce o acordão que a Câmara levou ao forno para favorecer os golpistas. Após conversar com o deputado Paulinho da Força, relator do conchavo, o ex-presidente Michel Temer chamou o momento de "histórico", declarou que a coisa será trançada "de comum acordo com o Supremo e com o Executivo", rebatizou o emaranhado de "pacto republicano" e a anistia de "dosimetria". Chamar merda de perfume não a torna cheirosa, nem transformar anistia em redução da dosimetria das penas perfuma uma conjuntura fedorenta. Para completar, meteu-se o STF nessa fossa séptica. 

Nossa suprema corte não é um órgão moderador e muito menos mediador, mas se tornou uma espécie de muro de arrimo dos Poderes devido a péssima qualidade dos parlamentares e dos políticos sêniores no entorno do presidente da República. Nada se resolve no âmbito do Legislativo, nenhuma tratativa com o Executivo leva à solução de dissensos e, no cenário de impasses, os ministros são chamados a negociar, quando sua função é julgar o que está dentro ou fora da lei.

O recurso deveria ser exceção, dada a prerrogativa do STF de decidir por último, mas tornou-se uma regra, e, pior: corriqueira: fala-se em ouvir informalmente os magistrados a fim de balizar decisões a serem tomadas, corrigir o que não se conseguiu ajustar na política e obter vitórias ou impor derrotas no tapetão judicial. Para piorar ainda mais, isso não só é visto com naturalidade como é posto na conta da sabedoria na construção de consensos. Agora mesmo, no caso da anistia que virou dosimetria, togados atuam como conselheiros na montagem do texto que será levado ao exame dos parlamentares.

O jogo combinado pode até garantir o resultado, mas dá margem a reclamações dos adversários. Tanto há a consciência de que o método não é recomendável que se tentou manter as tratativas em sigilo, logo quebrado pela evidência da escolha dos interlocutores devido a suas boas relações com magistrados.

Nada de errado em conversar, desde que se evitem acordos prévios com quem dará a palavra final sobre eles.


Os apps pré-instalados no dispositivos com Android são softwares de terceiros, que pagam para estar lá. No iOS, eles são desenvolvidos pela própria Apple, que lucra indiretamente pelo próprio ecossistema. É quase um "bloatware premium" visualmente limpo, mas que força os usuários a conviverem com soluções que ocupam recursos e quase sempre ficam aquém das alternativas de mercado. 

 

O app Bússola se tornou tão inútil quanto um guia de ruas impresso para um motorista de aplicativo; Bolsa só faria sentido para um investidor preocupado com a Grande Depressão de 1929; Forma Livre e Diário podem ser substituídos por alternativas mais completas; e Livros faz as vezes de “biblioteca digital”, mas só funciona bem no ecossistema da Apple, e é limitado frente a apps de terceiros. 


Dicas não oferece novidades para quem já conhece o iPhoneMapas perdeu protagonismo para Google Maps e Waze; e o Image Playground, para outras IAs que entregam resultados superiores. Além disso, o advento das plataformas de streaming tornaram o icônico iTunes tão anacrônico quanto comprar um CD.

 

Remover o crapware no Android exige privilégios de "superusuário". Como o root  pode causar efeitos colaterais indesejáveis, acesse Configurações, toque em Apps > Mostrar todos os apps, selecione o aplicativo que quer remover e toque em Desinstalar. Se a opção não estiver disponível (como acontece na maioria dos apps pré-instalados da Samsung, Motorola, Xiaomi, Pixel etc.), tocar em Interromper > Desativar não remove o software, mas impede que ele rode em segundo plano.

 

Apple também não entrega a chave do cofre: até 2016, os apps nativos do iOS eram intocáveis; mais adiante, a maçã permitiu a "ocultação" de Música, Podcasts e Bolsa, entre outros, mas Safari, Mensagens e Telefone, por exemplo, permanecem grudados como parentes que vieram passar o fim de semana e nunca mais foram embora. 


Para remover um app no iPhone, toque e segure seu ícone; se aparecer Apagar App, toque nela e o software será realmente removido. Já se surgir apenas Remover da Tela de Início, você poderá apenas "escondê-lo"Outra opção é ir em Configurações > Geral > Armazenamento do iPhone, selecionar o app e tocar em Descarregar App. Caso queira reinstalá-lo futuramente, basta acessar a App Store, onde ele aparecerá como um download normal.

 

Resumo da ópera: No Android, o root dá controle total, mas seu equivalente no iPhone (jailbreak) pode quebrar funcionalidades. No fim das contas, a Apple dificulta menos que alguns fabricantes concorrentes, mas controla com mão de ferro o que pode ou não sair. Em outras palavras, o discurso da "experiência premium e limpa" serve tanto para justificar a ausência de crapware quanto para blindar os apps nativos que a maçã não quer que o usuário desinstale.