DEUS ATÉ PODE SER BRASILEIRO, MAS O DIABO CERTAMENTE É PETISTA
No dia 9 do mês passado, nosso Blog, criado em 2006, completou
12 anos de existência. Sem festas nem grandes comemorações, até porque, pela
primeira vez desde que eu criei este espaço, a data me passou despercebida.
Sinal dos tempos ou da passagem do tempo? Não sei dizer. Talvez as duas coisas,
pois há muito que minha memória não é mais a mesma, e há muito que o PC Windows — foco central das minhas
postagens — vem sendo preterido pelos smartphones.
Embora eu use celulares desde a virada do século, nunca lhes
dediquei muito espaço, pelo menos não até que eles se tornassem
inteligentes e passassem a ser controlados por sistemas operacionais, adquirissem
a capacidade de rodar aplicativos, acessar a internet e, mais adiante, começassem
a substituir os PCs de mesa e portáteis no dia a dia dos usuários domésticos de computador.
Falando em portáteis, meu primeiro note foi um Compaq Evo n1020v, que comprei em 2003
e sobre o qual escrevi uma extensa matéria meses depois — publicada numa
das últimas edições da revista CURSO
DINÂMICO DE HARDWARE, que precedeu a saudosa COLEÇÃO GUIA FÁCIL INFORMÁTICA. Naquele tempo, meu parceiro Robério e eu ainda faturávamos alguns
trocados com artigos sobre TI, mesmo
que nossas publicações não ombreassem com gigantes como INFO, PC World, Revista do Windows, PC & Cia e outros
títulos que, aos poucos, também sumiram das bancas (a maioria já não existe sequer na versão digital, mas isso é outra conversa).
Interessa dizer que, enquanto aquele portátil me custou o equivalente a 22 salários mínimos (em valores da
época), um note atual, com configuração mediana, pode ser encontrado por menos de dois salários mínimos. Mas essas belezinhas já não provocam tanto
frisson nos usuários quanto os telefoninhos inteligentes — aliás, você sabia
que existem mais linhas celulares ativas no Brasil do que CPFs no banco de
dados da Receita Federal?
Faz algum tempo que os smartphones (e os tablets,
ainda que em menor medida) tomaram o lugar dos PCs convencionais na preferência
dos internautas — e não sem razão, mas isso também é outra conversa. Daí eu vir
dedicando cada vez mais espaço a esses “microcomputadores de verdade”. E como o
mote do Blog sempre foi a segurança digital, pode-se dizer que nada
mudou (ou que mudaram as moscas, mas a merda continua a mesma).
O que mudou foi
o interesse dos internautas por matérias sobre computadores, que caiu tão vertiginosamente
quanto o número de visualizações de páginas e de comentários nas minhas despretensiosas postagens — que passaram a trazer também pitacos sobre o cenário político
nacional. Mas nem sei por que estou escrevendo isso.
Para concluir, gostaria de expressar meus sinceros
agradecimentos aos poucos gatos pingados que me acompanham desde sempre, bem
como àqueles que visitam eventualmente este espaço. Doze anos no ar é um tempo
considerável, mas acho que ainda é cedo para jogar a toalha. Só não dá para dizer por quanto tempo mais a gente vai resistir antes de desistir.
Pelo andar da carruagem nas tortuosas
veredas do cenário político tupiniquim, vem se tornando cada vez mais difícil fazer previsões num país
onde nem o passado é imprevisível. Demais disso, dependendo do resultado das próximas
eleições, sabe-se lá se o Brasil não vai fazer o mesmo que fizeram as
tradicionais publicações de informática na mídia impressa.
Deus pode ser brasileiro, mas tudo indica que o Diabo é petista.
Como presente de aniversário, meio que atrasado, uma música
que eu considero magistral:
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