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terça-feira, 8 de janeiro de 2019

TEMPESTADES DE VERÃO — QUINTA PARTE (ALAGAMENTOS E PERIGOS NO TRÂNSITO)


PESSOAS QUIETAS POSSUEM MENTES BARULHENTAS.

Tempestades de verão costumam cair em “pontos isolados”. Aqui em Sampa é comum, por exemplo, a zona leste ficar literalmente submersa e não cair uma gota d’água na zona sul, e vice-versa. Mas o fato de o céu (ainda) estar claro onde você se encontra não quer dizer que não esteja chovendo a cântaros onde você tem um compromisso, mesmo que fique a poucos quilômetros dali.

Se você for pego por um temporal quando estiver a pé, e não houver onde se abrigar (loja, farmácia, supermercado, boteco, etc.), mantenha-se afastado de árvores, postes, quiosques e objetos metálicos grandes e expostos (como tratores, escadas, cercas de arame, etc.). Se estiver de moto ou bicicleta, entre num posto de combustíveis e fique lá até a chuva passar.

Dirigir sob chuva forte pode ser um problema, mas nem sempre temos alternativa (como quando estamos em trânsito e somos apanhados por uma chuvarada repentina). Na estrada, pare num posto ou, na falta de um, no acostamento — jamais pare na pista —, ligue o pisca-alerta, feche os vidros e não saia do carro, pois ele é um abrigo seguro contra raios (não por estar isolado pelos pneus, que isso é mito, mas porque as descargas são dissipadas pela superfície metálica e absorvidas pelo solo sem causar danos aos ocupantes). E torça para não cair granizo — pedras pequenas não costumam causar grandes estragos, mas as do tamanho de bolas de tênis podem facilmente quebrar o para-brisa ou amassar a lataria do veículo. Mas fique atento para o nível da água, pois, se o local for sujeito a enchentes e a água subir acima da caixa das portas, você deverá abandonar o veículo e procurar abrigo em outro local.

Na cidade, se a visibilidade ficar por demais prejudicada, entre com o carro no estacionamento (coberto) de um shopping ou supermercado e fique lá até a chuva amainar. Se estiver num local sujeito a alagamentos, suba a primeira ladeira que encontrar e só retome o trajeto original depois que o nível da água baixar.

Alagamentos são sempre perigosos, esteja você a pé, de carro, moto ou bicicleta. E não apenas devido à enxurrada (que chega a arrastar veículos de grande porte), mas também porque buracos, bueiros sem tampa e outros obstáculos afins se escondem sob a lâmina d’água. Se for preciso transpor um trecho alagado, observe como se comportam os veículos à sua frente (mas não se baseie nos ônibus e caminhões, que, por serem mais altos, atravessam com mais facilidade do que os veículos de passeio).

Como regra geral, deve-se atravessar um alagamento somente se o nível da água não ultrapassar o centro das rodas, seguir pelo meio da pista — onde o acúmulo de água tende a ser menor do que próximo ao meio-fio — e iniciar à travessia depois que o carro à frente tiver transposto o obstáculo e apenas se não vier outro veículo no sentido contrário. Engrene a primeira marcha, mantenha o giro do motor em aproximadamente 2.000 RPM (com a ajuda da embreagem) e siga adiante sem mudar de marcha. Evite ao máximo parar no meio da poça; se a água bloquear o cano de descarga, o motor pode “morrer”, e dar a partida novamente pode ser um problema, mas isso já é assunto para a próxima postagem.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

TEMPESTADES DE VERÃO E OS PERIGOS QUE ELAS PODEM ACARRETAR — CONTINUAÇÃO


O SOL QUE DESPONTA TEM QUE ANOITECER.

Como vimos no post anterior, o melhor a fazer quando uma tempestade elétrica se avizinha é desligar a chave geral do quadro de força (ou, no mínimo, desplugar das tomadas os aparelhos mais sensíveis). Mas nem sempre estamos em casa, e, quando estamos, nem sempre tomamos essas providências a tempo, daí ser importante dispor de um nobreak ou de um estabilizador de tensão de boa qualidade, que oferecem proteção responsável contra os famigerados distúrbios da rede elétrica (os também famigerados filtro de linha custam mais barato e podem ser encontrados em qualquer casa de ferragem ou hipermercado, mas não filtram coisa alguma e, portanto, são uma péssima péssima escolha, como veremos melhor mais adiante).

Chamamos subtensão transitória a uma queda de tensão inferior a 10% da tensão nominal da rede e com duração igual ou inferior a 4 ciclos. Esse fenômeno pode ocorrer tanto por culpa da concessionária de energia quanto da instalação elétrica do imóvel. Lâmpadas que “enfraquecem” momentaneamente sempre o compressor da geladeira entra em funcionamento ou quando um dispositivo elétrico é ligado em cômodo da casa, por exemplo, denunciam falta de aterramento ou fiação de bitola inadequada à demanda de energia (detalhe: ferro de passar roupas, secador de cabelos e outros utensílios vorazes não servem de parâmetro para essa avaliação).

As subtensões não transitórias (superiores a quatro ciclos e com duração de alguns minutos a muitas horas) têm basicamente as mesmas causas e sintomas das transitórias; se você notar um enfraquecimento "persistente" das lâmpadas (sobretudo em horários de pico), chame um eletricista, e caso ele não identifique problemas na fiação do imóvel, acione a concessionária de energia elétrica.

sobretensão, por sua vez, consiste na elevação (em 10% ou mais), por tempo igual ou superior a três ciclos, da tensão máxima permitida pela rede. Situação oposta às anteriores, nesta o brilho das lâmpadas aumentam de intensidade. Se a instalação estiver dentro dos padrões, especialmente o quadro de força, o problema deve ser externo e compete à concessionária de energia solucioná-lo. Mas convém checar periodicamente o estado dos fusíveis (ou disjuntores) e verificar a fixação dos cabos de energia no quadro (o afrouxamento dos parafusos é um problema comum).

Observação: Quanto às sobretensões que costumam ocorrer durante temporais com relâmpagos, vimos no post anterior que não há muito a fazer além de desligar da tomada os equipamentos mais sensíveis. Cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém.

Voltando aos filtros de linha, eles devem ser evitados por várias razões, a começar por não filtrarem coisa alguma. Apesar do nome, eles não passam de simples extensões (também conhecidas como "réguas"), mas é bom ter em mente que ligar dois ou mais aparelhos na mesma tomada da parede, dependendo de quanta energia cada um deles consome, é uma prática nada recomendável. A diferença entre esses "filtros" e as tais réguas está num pequeno fusível (ou um LED, conforme o modelo) que se rompe (ou funde) por efeito de um pico de energia, interrompendo a passagem da corrente elétrica. O problema é que essa interrupção nem sempre acontece com rapidez suficiente para impedir que a sobretensão alcance os aparelhos que o tal filtro deveria proteger, e aí está feita a caca.

Vale lembrar que as fontes de alimentação dos PCs operam entre 90 V e 240 V e suportam sobretensões de até 100% e subtensões de mais de 20% (quando ligadas a uma tomada de 110 V~127 V, evidentemente). Assim, a única vantagem do filtro de linha é facilitar a substituição do fusível (ou o próprio filtro), que nos varistores internos da fonte de alimentação do computador é uma tarefa mais complicada.

Continuamos na próxima postagem.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

DISTÚRBIOS DA REDE ELÉTRICA – CHUVAS DE VERÃO

O FATO DE TERMOS O MELHOR MARTELO NÃO SIGNIFICA QUE TODO PROBLEMA SEJA UM PREGO.

Dos mais de 3 bilhões de raios que caem a cada ano, pelo menos 100 milhões atingem o Brasil, e a cada 50 mortes por eletrocussão, uma ocorre em solo tupiniquim. No apagar das luzes do ano passado – se me perdoam o trocadilho – as tempestades de verão deixaram milhões de paulistanos à luz de velas, sem ventilador, tomando bebida morna e comendo o que foi possível salvar dos perecíveis que seriam servidos na Ceia da Virada. No município de Praia Grande, a 80 Km de Sampa, quatro pessoas morreram eletrocutadas e outras quatro foram internadas em estado grave em decorrência de um relâmpago que atingiu o quiosque sob o qual elas buscavam abrigo durante um temporal.
Entra governo, sai governo, só mudam as moscas. Quem tem a sorte de escapar dos congestionamentos decorrentes da queda de árvores (só nos últimos três dias de 2014, caíram mais de 600, sendo que a maioria atingiu a rede elétrica) e dos semáforos inoperantes pode acompanhar a desgraceira de camarote, ou melhor, do sofá de casa, bastando sintonizar a TV em programas “jornalísticos” tipo CIDADE ALERTA (Record), BRASIL URGENTE (Band) e afins, que repetem à saciedade cenas chocantes de pessoas atravessando a nado ou de canoa o que minutos antes era uma rua; imóveis invadidos pela água, automóveis submersos até a capota ou sendo carregados pela enxurrada barrenta, e por aí vai.

Observação: Devido à maior estiagem dos últimos 84 anos, a SABESP vem recorrendo ao volume morto do Sistema Cantareira para continuar abastecendo quase 9 milhões de habitantes da região metropolitana de São Paulo. Curiosamente, um temporal de 15 ou 20 minutos consegue afogar meio mundo. Vai entender.

Como diz um velho ditado, é sempre melhor prevenir do que remediar:

Nesta época do ano, procure sempre que possível reagendar seus compromissos para antes das 15 horas, pois as tempestades de verão costumam cair no final da tarde ou comecinho da noite.

Lembre-se de que os aguaceiros caem em pontos isolados, e o fato de haver sol e céu azul onde você se encontra não significa necessariamente que o mesmo ocorra no local de destino. Se bobear, você pode acabar dando de cara com o maior toró.

Caso seja pego no contrapé, abrigue-se (num café, padaria, etc.) até a chuva amainar e a enchente escoar. Estando de automóvel, procure subir até o ponto mais alto da região e então busque abrigo num posto de gasolina ou estacionamento coberto de um supermercado, por exemplo. Só arrisque atravessar ruas alagadas se o nível da água não ultrapassar a metade da altura das rodas do seu carro.

Amanhã a gente continua; abraços e até lá.