O FATO DE
TERMOS O MELHOR MARTELO NÃO SIGNIFICA QUE TODO PROBLEMA SEJA UM PREGO.
Dos mais de 3 bilhões de raios que caem a cada ano, pelo
menos 100 milhões atingem o Brasil,
e a cada 50 mortes por eletrocussão, uma ocorre em solo tupiniquim. No apagar das luzes do ano passado – se me
perdoam o trocadilho – as tempestades de
verão deixaram milhões de paulistanos à luz de velas, sem ventilador,
tomando bebida morna e comendo o que foi possível salvar dos perecíveis que
seriam servidos na Ceia da Virada. No
município de Praia Grande, a 80 Km de
Sampa, quatro pessoas morreram
eletrocutadas e outras quatro foram internadas em estado grave em decorrência
de um relâmpago que atingiu o quiosque sob o qual elas buscavam abrigo durante
um temporal.
Entra governo, sai governo, só mudam as moscas. Quem tem a sorte de escapar dos congestionamentos
decorrentes da queda de árvores (só nos últimos três dias de 2014, caíram mais
de 600, sendo que a maioria atingiu a rede elétrica) e dos semáforos inoperantes pode acompanhar a desgraceira de
camarote, ou melhor, do sofá de casa, bastando sintonizar a TV em programas
“jornalísticos” tipo CIDADE ALERTA
(Record), BRASIL URGENTE (Band) e
afins, que repetem à saciedade cenas chocantes de pessoas atravessando a nado
ou de canoa o que minutos antes era uma rua; imóveis invadidos pela água,
automóveis submersos até a capota ou sendo carregados pela enxurrada barrenta,
e por aí vai.
Observação: Devido à maior estiagem dos últimos 84 anos,
a SABESP vem recorrendo ao volume
morto do Sistema Cantareira para
continuar abastecendo quase 9 milhões de
habitantes da região metropolitana
de São Paulo. Curiosamente, um temporal de 15 ou 20 minutos consegue afogar
meio mundo. Vai entender.
Como diz um velho ditado, é sempre melhor prevenir do que remediar:
Nesta época do ano, procure sempre que possível
reagendar seus compromissos para antes das 15 horas, pois as tempestades de verão costumam cair no final da tarde ou comecinho da noite.
Lembre-se de que os aguaceiros caem em pontos
isolados, e o fato de haver sol e céu azul onde você se encontra não significa
necessariamente que o mesmo ocorra no local de destino. Se bobear, você pode acabar dando de cara com o maior toró.
Caso seja pego no contrapé, abrigue-se (num café, padaria, etc.) até a chuva amainar e a enchente escoar. Estando de automóvel, procure subir até o ponto mais alto da região e então busque abrigo num posto de gasolina ou estacionamento coberto de um supermercado, por exemplo. Só arrisque atravessar ruas alagadas se o nível da água não ultrapassar a metade da altura das rodas do seu carro.
Amanhã a gente continua; abraços e até lá.