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segunda-feira, 29 de maio de 2017

A TECNOLOGIA A SEU SERVIÇO

SEMPRE OUVIU DIZER QUE O HOMEM TOTALMENTE REALIZADO É AQUELE QUE TEM UM FILHO, PLANTA UMA ÁRVORE E ESCREVE UM LIVRO. TINHA UM FILHO, PLANTOU UMA ÁRVORE, O FILHO TREPOU NA ÁRVORE, CAIU E MORREU. SÓ LHE RESTOU ESCREVER UM LIVRO SOBRE ISSO.

Atire o primeiro prego quem nunca furou uma parede ― para pendurar um quadro, por exemplo ― e teve a desagradável surpresa de encontrar um cano d´água ou um conduíte da rede elétrica no caminho da broca.

Para evitar perrengues dessa natureza, o sensor WALABOT ― que custa US$ 299, mas está sendo vendido promocionalmente por “apenas” US$ 149 e pode valer cada cent ― mostra o que existe por trás do acabamento da parede que você tenciona furar (canos, vigas, conduítes e outros obstáculos).

O aparelhinho emite micro-ondas que penetram no concreto, processa a imagem e replica-a em tempo real na tela do seu smartphone, como se fosse um aparelho de raio-X.

Mais informações sobre o prestimoso brinquedinho em https://walabot.com/diy.


FICA, TEMER!

Quando o impeachment da anta vermelha passou de nuvem distante a borrasca iminente nos céus da Petelândia, a militância pôr-se a vagir a tese capenga de “golpe de estado” ― a mesma, aliás, que a nefelibata da mandioca vem defendendo desde sempre, ora em dilmês castiço, ora portunhol cambaio, ora em francês de galinheiro. 

Porém, se voltarmos no tempo apenas 25 anos, veremos que, quando o PT moveu mundos e fundos para apear da presidência um certo caçador de marajás de festim, ninguém falou em golpe.

Tanto em 1992 quanto no ano passado, os ritos previstos na Constituição de 1988 foram seguidos, e também deverão sê-lo agora, se um dos 13 pedidos de impeachment protocolados até agora contra Michel Temer for acolhido pelo atual presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia. No entanto, o PT ― que é o maior interessado na queda do peemedebista ― parece ter riscado a palavra “golpe” do seu dicionário, o que nos leva a três possibilidades: 1) Petistas não têm um pingo de vergonha na cara; 2) Petistas são totalmente privados de células neurais; 3) Ambas as alternativas anteriores são verdadeiras.

A mesma cáfila vermelha que vê na Lava-Jato um instrumento destinado a fulminar o PT e colocar atrás das grades seu amado líder ― não por crimes de obstrução da Justiça, lavagem de dinheiro, recebimento de vantagens indevidas e tráfico de influência, mas apenas para impedi-lo de disputar as eleições presidenciais em 2018 ― aplaudiu a instauração de inquéritos contra Michel Temer e Aécio Neves. Só faltou soltarem rojões (se é que não soltaram), como se a delação da JBS não complicasse ainda mais a situação do molusco indigesto e de sua sucessora e pupila.

Claro que, no cenário atual, o maior prejudicado é Michel Temer, cuja permanência no cargo está por um fio. E o senador Aécio Neves, que não só foi impedido de exercer plenamente seu mandato, mas também assistiu à prisão da irmã e do primo ― que foi flagrado recebendo R$ 2 milhões em propina destinada ao tucano. Mas nada disso muda o fato de Lula e Dilma terem sido largamente conspurcados pela Delação do Apocalipse (voltarei com mais detalhes numa próxima postagem).

Por mais reprovável que seja ― e a despeito dos efeitos nitidamente deletérios que acarreta ao país ―, a dicotomia do “nós contra eles”, fomentada por certo penta-réu na Justiça penal que não tarda a se tornar hepta e a ser sentenciado na ação que trata do tríplex do Guarujá, alcança os píncaros de um revanchismo típico de torcidas como as do Flamengo e do Fluminense em disputa de final de campeonato. E esse destempero vem sendo largamente incentivado pelos esquerdopatas e retribuído por uma parcela significativa dos cidadãos de bem deste país, que não suportam mais tanto cinismo, tanta mentira e tanta corrupção.

Um bom exemplo aconteceu na semana passada, quando a turminha do “quanto pior, melhor” convocou a escória da CUT, do MST e de outras entidades esquerdistas vinculadas ao PT e financiadas durante anos por subvenções federais. Com suas indefectíveis bandeiras vermelhas e brados de “Fora Temer”, os vândalos sanguinários tomaram de assalto (literalmente) a Capital da República, promoveram um monumental quebra-quebra, incendiaram ministérios e destruíram tudo que viam pela frente com uma selvageria espantosa. Curiosamente, esse exemplo de “indignação petista” jamais deu o ar da graça quando Lula ― e depois dele Dilma ― sangrou a Petrobrás nos esquemas espúrios do Mensalão e do Petrolão.

Enquanto o pau comia nas ruas, parlamentares da oposição obstruíam importantes votações na Câmara e no Senado, como se as reformas da Previdência e da Legislação Trabalhista fossem de interesse pessoal do presidente, e não da sociedade brasileira como um todo. Para piorar, esses luminares esquerdopatas vêm defendendo a realização de eleições diretas, a despeito de a Constituição determinar que, no impedimento do presidente da República e na falta do vice, o presidente da Câmara (e na falta deste, o do Senado, e na falta deste, o do STF) deve assumir e convocar eleições indiretas para escolher o presidente-tampão.

Claro que a intenção dos flibusteiros inflamados é recolocar no timão da Nau dos Insensatos seu amado ex-presidente lalau ― o tal penta-réu mencionado linhas atrás ― e mudar o curso dos julgamentos que farão do dito-cujo um inquilino do sistema penitenciário nacional. Mas tem mais: Dilma, a inigualável ― que deve seguir os passos de seu antecessor e mentor (literalmente), já que é acusada de práticas bem pouco republicanas por delatores da Odebrecht e da JBS, sem falar nas revelações dos marqueteiros responsáveis por suas campanhas ― apelou à Justiça para anular o impeachment e reassumir o cargo! “Olha o que fizeram com o Brasil”, vociferou a imprestável, referindo-se à gestão de Michel Temer. Como se não fosse ela a grande responsável pela crise-mãe que há anos castiga nossa sofrida população ― e que o atual governo vinha conseguindo amenizar.

A aleivosia dos petistas e conspícuos apoiadores é nítida ― e, dizem, está sendo articulada pelo criminoso condenado José Dirceu, solto no último dia 2 por decisão da colenda 2ª Turma do STF. A coisa toda em forçar a renúncia (ou a deposição) de Temer, convocar eleições diretas, emplacar a candidatura de Lula Lalau e voltar a dar as cartas na política nacional. 

Observação: Numa reunião coordenada pela senadora peemedebista Kátia Abreu ― fã incondicional da anta vermelha ―, Lula teria sido convocado para costurar a maracutaia. Só mesmo no Brasil um político prestes a ser sentenciado pela Justiça penal senta-se à mesa com quem quer que seja para discutir o futuro do país. Talvez por isso o molusco abjeto chegue mesmo a acreditar nas mentiras que recheiam seus discursos inflamados, que arrancam aplausos da patuleia ignara, mas revoltam aqueles que são capazes de pensar e querem o melhor para este pobre país.

Para essa caterva, pouco importa o país voltar à estaca zero no longo caminhos das reformas, ou a Economia ser destroçada ― coisa que o PT quase conseguiu fazer nos 13 anos, 4 meses de 12 dias que se encerraram quando a gerentona de merda foi penabundada. E o pior é que essa bandalha conta com o apoio incondicional de intelectualoides e outras sumidades “de esquerda”, como certo colunista da revista IstoÉ (nem vou citar o nome desse infeliz porque os adjetivos que eu usaria para qualificá-lo são impublicáveis). Leia o excerto a seguir, ou clique aqui para acessar a íntegra da parvoíce:

Por mais alienada que seja a massa, ainda existem brasileiros e brasileiras dispostos a resistir e a lutar por seus direitos. Foi isso que ficou claro no último dia 24, quando dezenas de milhares de pessoas ocuparam Brasília. Embora o “Fora Temer” fosse um fator importante na mobilização, as pessoas não estavam ali apenas para protestar contra a corrupção sistêmica que se instalou no País e contra o assalto ao Estado promovido pelo PMDB e seus aliados. O grito de guerra era contra as reformas que a elite brasileira gostaria de ver aprovadas sem voto, numa espécie de operação choque e pavor, sem qualquer reação. (...) Nenhum governo ilegítimo é capaz de subtrair direitos do povo numa sociedade aberta. Ainda mais, sem qualquer tipo de negociação. Temer bem tentou apelar para as Forças Armadas, mas ficou claro que o Exército não irá se aventurar a proteger um governo maculado por escândalos de corrupção e disposto a implantar uma agenda totalmente impopular. Tanto é assim que, um dia depois, o decreto que convocava as tropas foi revogado. (...) A única saída racional para o problema brasileiro é devolver o poder ao povo – aliás, de onde deveria emanar o poder. Só um governo eleito – e, portanto, legítimo – terá a capacidade de encaminhar soluções para os problemas nacionais. O Brasil já sofreu demais por ter ficado dois anos privado de uma democracia plena.

Observação: Para saber mais sobre esse “suposto jornalista” (nas palavras do juiz Sérgio Moro) e criador do site Brasil 247 ― cujos patrocínios em verbas publicitárias de estatais controladas pelo PT foram crescendo ano a ano, até os estratosféricos R$ 2.192.687,13 que Dilma tentou lhe garantir para 2016 ― siga este link.

Por essas e outras, parece-me sensato manter no cargo um presidente que, embora investigado por suspeitas brabas de corrupção, vinha produzindo resultados animadores. Até porque seria um total desvario substituí-lo pelo larápio manipulador, penta-réu e parasita que foi capaz da baixeza de transformar em ato político o enterro da companheira e cúmplice com quem viveu 40 anos. Um car que se autodeclara o salvador da pátria, mas que é tido e havido pelo Ministério Público Federal como o “comandante máximo da ORCRIM. Um sujeito que não sabe nem nunca soube de nada, mas que, durante seu depoimento ao juiz Sérgio Moro, ensaiou dar uma palestra sobre ciência política ― e que bateu todos os recordes de sandice no sábado retrasado, durante um evento em São Bernardo do Campo, quando, discursando para a claque de apoiadores mortadeleiros, afirmou que nenhum governo combateu tanto a corrupção quanto o seu...

Por essas e outras, FICA, TEMER!      

sábado, 27 de maio de 2017

O BRASIL E A USINA DE PROCESSAMENTO DE ESGOTO


Michel Temer não conseguiu sequer atravessar a miserável pinguela que o levaria a vestir a faixa presidencial até o final do ano que vem. Chegou mesmo a montar um bom ministério e estava, afinal, começando a contabilizar bons resultados, mas não deu. E nem poderia, já que assumiu a presidência em D.O.A (dead on arrival, como dizem os relatórios hospitalares e policiais nos EUA). Chegou morto porque só sabe fazer política, agir e pensar para um Brasil em processo de extinção, onde presidentes da República recebem em palácio indivíduos à beira do xadrez, discutem com eles coisas que jamais deveriam ouvir e não chamam a polícia para levar ninguém preso. Seu governo não existe mais. A atual oposição ― até ontem governo ― do PT-esquerda não existe mais. Os políticos, como classe, não existem mais.

Como ficou claro há muito tempo, não se poderia mesmo esperar algo diferente. O Brasil de hoje é governado como uma usina de processamento de esgoto, onde entra merda por um lado e sai merda pelo outro. O que mais poderia sair? Entre a porta de entrada, que é aberta nas eleições, e a de saída, quando se muda de governo, a merda muda de aparência, troca de nome, recebe nova embalagem ― mas continua sendo merda.

Reprocessou-se o governo de Lula, deu no governo de Dilma; reprocessou-se o governo de Dilma, deu no de Temer. Não houve, de 2003 para cá, troca do material processado pela usina. Não houve alternância no poder, e isso inclui o moribundo governo Temer. Continuou igual, nos três, a compostagem de políticos “do ramo”, empreiteiras de obras públicas, escroques de todas as especialidades, fornecedores do governo, parasitas ideológicos, empresários declarados “campeões nacionais” por Lula, por Dilma e pelos cofres do BNDES.

Temer, na verdade, faz parte integral da herança que Lula deixou para os brasileiros. Tanto quanto Dilma, é pura criação do ex-presidente, e só chegou lá porque o PT o colocou na vice-presidência ― ou alguém acha que Temer foi colocado de vice na chapa de Dilma sem a aprovação do molusco? Ninguém votou nele, não se cansam de dizer desde que Temer assumiu o cargo, com o impeachment da anta vermelha. Com certeza: quem fez a escolha foi Lula, ninguém mais. Foi dele o único voto que Temer teve, e o único de que precisava.

Com o PMDB veio Michel Temer, mais Eduardo Cunha, Renan Calheiros, José Sarney e família, Romero Jucá, Eliseu Padilha, Eunício Oliveira, Geddel Vieira Lima, e daí para pior. Hoje são odiados nos discursos de Lula e do PT, mas ontem eram os melhores amigos e, principalmente, comparsas. E a eles vieram juntar-se os empresários “nacionalistas” de Lula e Dilma: os Joesley e Wesley Batista, os Emílio e Marcelo Odebrecht, os Eike Batista e tantos outros capitães da indústria que já foram, continuam sendo e em breve serão inquilinos do sistema penitenciário nacional. Juntos construíram a calamidade moral, econômica e administrativa que está aí, e com certeza vão tentar, de algum jeito, beneficiar-se da gosma constitucional hoje formada em torno do pós-Temer.

Essa gente toda, com Lula e o PT à frente e bilhões de reais atrás, nos deixou o seguinte país: um dos maiores empresários do Brasil ― e também um dos mais investigados por crimes cometidos em suas empresas ― entra na residência presidencial e, numa ação nos limites da bandidagem, grava pessoalmente uma conversa do pior nível com o presidente, e com isso, ao menos até agora, livra-se da cadeia, ganha uma soma não calculada de milhões e vira herói de folhetim, no papel de “justiceiro”.

O ex-presidente Lula oscila entre duas possibilidades: ir para a prisão ao para o Palácio do Planalto. Sua sucessora é trazida, por denúncia de pessoas íntimas, para o centro do lodaçal. Seu adversário nas últimas eleições, Aécio Neves, recebe malas de dinheiro vivo desses Joesley e Wesley que atiram para todo lado. O governo e o conjunto da vida pública passaram a depender integralmente de delegados de polícia, procuradores públicos e juízes criminais. O voto popular nunca valeu tão pouco: o político eleito talvez esteja no próximo camburão da Polícia Federal. Os sucessores mais diretos de Temer podem estar em breve a caminho do pelotão de fuzilamento; fazem parte da caçamba de dejetos e detritos que há na política brasileira de hoje.

Um país assim não pode funcionar ― não o tempo inteiro, como tem sido nos últimos anos. Trata-se de uma realidade que está mais que evidente há mais de três anos, quando a Lava-Jato passou a enterrar o Brasil Velho. Era um país que, enfim, começava a agonizar: pela primeira vez na história seus donos tinham encontrado pela frente a aplicação da Justiça ― ou, mais exatamente, o princípio de que a Lei tem de valer por igual para todos. Não acreditaram, e tentam não acreditar até hoje, que aquilo tudo estava mesmo acontecendo. O único Brasil possível, para eles, é o Brasil que tem como única função colocar a máquina pública a serviço de seus bolsos. 

Gente como Lula, Odebrecht, Joesley, empresários campeões, etc. simplesmente não entende a existência de pessoas como Sérgio Moro; eles têm certeza de que não há seres humanos que não possam ser comprados ou intimidados. E o resultado está aí: um país que não consegue mais ser governado, porque os governantes não conseguem mais esconder o que fazem, nem controlar a Justiça e a Lava-Jato, que a qualquer momento pode bater à sua porta.

Post criado com base no artigo “UM PAÍS INVIÁVEL”, de J.R. GUZZO

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quarta-feira, 24 de maio de 2017

DE OLHO NO DESEMPENHO DO PC (PARTE VII)

EU CAVO, TU CAVAS, ELE CAVA, NÓS CAVAMOS, VÓS CAVAIS, ELES CAVAM. NÃO É BONITO E NEM RIMA, MAS É PROFUNDO…

Vistas e examinadas (e, espero eu, seguidas) as informações publicadas nas primeiras seis postagens desta sequência, cumpre agora concluir a novela, mas não sem antes relembrar (pois suponho ter dito isso em algum dos capítulos anteriores) que as suítes de manutenção de terceiros costumam proporcionar melhores resultados do que as limitadas ferramentas do Windows (que, basicamente, se resumem a eliminar arquivos desnecessários, corrigir erros na estrutura lógica do HD e desfragmentar os dados). 

De passagem, sugeri alguns utilitários para remoção de aplicativos ― que costumam funcionar melhor que o desinstalador nativo dos programinhas ou do próprio Windows e soluções para limpeza e desfragmentação do Registro ― etapa importante da manutenção preventivo-corretiva, mas para qual a Microsoft não disponibiliza uma ferramenta.

Embora eu já tenha publicado diversas avaliações de suítes de manutenção, tanto pagas quanto gratuitas, não me custa relembrar algumas opções interessantes:

CCleaner ― disponibilizado pela Piriform em versão paga ou gratuita (confira meu review nesta postagem).

IOBit Advanced System Care (para conferir minhas remissões a essa suíte, digite o nome dela no campo de buscas do Blog e pressione Enter) ― Da mesma forma que o CCleaner, o ASC é distribuído tanto como shareware quanto como freeware. Para usuários domésticos comuns, a versão gratuita é mais que suficiente, embora a paga ofereça mais recursos (note que é possível testar a opção gratuita e fazer o upgrade a qualquer tempo; para mais detalhes e download, clique aqui).

Glary Utilities ― Verdadeiro canivete suíço, a suíte integra um conjunto de ferramentas invejável, mesmo na modalidade gratuita (que não deixa a desejar, embora a paga tenha alguns recursos a mais). Tratei desse programa numa sequência de duas postagens, começando por esta aqui.

Era isso, pessoal. Até mais ler.

SOBRE A GRAVAÇÃO DA CONVERSA ENTRE TEMER E JOESLEY

É mais fácil acreditar na fada do dente do que nos pronunciamentos que Michel Temer fez à nação depois de uma amostra do conteúdo da delação de Joesley Batista e outros 6 executivos da JBS/J&F vir a público, na quarta-feira passada.

Em sua primeira fala, cerca de 20 horas depois do cataclismo, Temer classificou a investigação pedida por Janot e autorizada por Fachin de território onde surgirão todas as explicações” e exigiu “investigação plena e muito rápida para os esclarecimentos ao povo brasileiro”, além de negar as acusações e rechaçar a possibilidade de renúncia ― que, na sua avaliação, seria o mesmo que confessar a culpa. Dois dias mais tarde, em novo pronunciamento, o presidente disse que a “gravação clandestina foi manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos” e que “incluída no inquérito sem a devida e adequada averiguação, [o áudio] levou muitas pessoas ao engano induzido e trouxe grave crise ao Brasil”. No domingo, em entrevista à FOLHA, ele voltou a afirmar que não vai renunciar (se quiserem, me derrubem), enquanto seus advogados trabalhavam febrilmente para suspender o inquérito ― aquele onde surgiriam todas as explicações, lembram-se? Na segunda-feira, no entanto, com base no laudo do pelo perito Ricardo Molina, a banca de advogados capitaneada por Antonio Claudio Mariz de Oliveira mudou a estratégia e desistiu do pedido de suspensão.

Ouvindo a longa explanação de Molina ― que atuou mais como advogado de defesa do que como perito ―, fica-se sabendo que: 1) a gravação é imprestável ― dada a existência de mais de 70 “pontos de obscuridade”; 2) o MPF é inocente e incompetente. Todavia, dois peritos ouvidos pelo Jornal Nacional chegaram à conclusão de que toda a gravação está intacta.

A ministra Cármen Lúcia determinou que o julgamento do pedido de suspensão do inquérito aberto, que a princípio ocorreria nesta quarta-feira (24), só seja realizado após a conclusão da perícia. Isso significa esperar que sejam periciados também o(s) gravador(es) utilizado(s) por Joesley ― não sei dizer por que foram usados dois aparelhos; segundo Molina, trata-se de artefatos fabricados a partir de um chipset chinês e vendidos no Mercado Livre por menos de R$ 30. Enquanto isso, pedidos de abertura de processo de impeachment contra Michel Temer se empilham na secretaria da Câmara dos Deputados. Eram 14 na tarde da última segunda-feira, nove dos quais foram protocolados após a furo de reportagem de Lauro Jardim. Espera-se que um novo pedido, da OAB, seja protocolado ainda nesta semana.

Um presidente só começa a falar em “renúncia” quando está no limiar do poder e o país, no limite máximo na escala das crises. Temer é o primeiro presidente do Brasil investigado por corrupção passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa. Até a última quarta-feira, a Lava-Jato tinha diversas menções a ele em episódios suspeitos, mas não abriu investigação porque todas se referem a atos cometidos na época em que sua excelência ainda era vice. E a Constituição determina que um presidente da República só pode ser processado pelo que fez no exercício do cargo. Mas agora a história mudou.

Se o arquivo de áudio foi ou não manipulado, cabe aos peritos atestar ― e parece que dificilmente chegarão a um consenso a esse respeito. Molina, na coletiva que concedeu na noite da segunda-feira, fez questão de enfatizar que determinados “ruídos” e outros “efeitos” podiam ter sido adicionados à gravação, e que trechos da conversa poderiam ter sido editados. Sempre no condicional. Aliás, chegou mesmo a dizer que introduzir ruídos como os que havia detectado era “a coisa mais fácil do mundo”, e que só não demonstraria isso ali, ao vivo e em cores, porque não tinha o equipamento necessário.

Observação: Vale lembrar que voar também é a coisa mais fácil do mundo. Os pássaros que o digam. Eu até voaria para comprovar minha assertiva; só não o faço porque me faltam as asas.

Enfim, muito se discute a validade do tal arquivo de áudio, mas o fato é que o próprio Temer não contestou trechos da conversa que o comprometem, limitando-se apenas a dar desculpas esfarrapadas ― conforme, aliás, eu já comentei nos posts anteriores. Se ele vai renunciar, aí já é outra história. Mas sua queda é líquida e certa. Se através da cassação da chapa ou de outra maneira, aí também é outra história. O fato é que ele perdeu o apoio do Congresso, e como nunca teve suporte da população, a conclusão é óbvia. Então, o faz sentido especular a partir de agora é o que acontecerá depois que ele deixar o trono. Mas isso já é assunto para a próxima postagem.


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domingo, 21 de maio de 2017

UM POÇO DE INCERTEZAS

UM POÇO DE INCERTEZAS

O terremoto de magnitude 10 da última quarta-feira, que teve como epicentro o Palácio da Alvorada e se espalhou rapidamente Brasil afora, deixou no chinelo a “Delação do Fim do Mundo” e colocou o governo na antessala do Apocalipse. Tudo começou com o furo de reportagem publicado em O Globo por Lauro Jardim, cuja pronta repercussão na mídia levou ao esvaziamento do Congresso e sitiou no Palácio do Planalto o presidente da República. Quase 24 horas depois, em sua primeira fala à nação, Temer classificou de clandestina a gravação da conversa entre ele e o dono da JBS num encontro à sorrelfa, tarde da noite, no Palácio do Jaburu ― segundo Joesley, foi preciso apenas baixar o vidro do carro e dizer que era o Rodrigo para ter o acesso à garagem liberado ― daí se pode inferir que clandestina foi a reunião, não a gravação.

Observação: A J&F Investimentos é uma holding criada em 1953 pela família Batista e que controla empresas como a JBS, Eldorado Celulose e outras. J, B, e S são as iniciais de José Batista Sobrinho, pai de Joesley e Wesley Batista (e de mais quatro filhos), mais conhecido como Zé Mineiro. Nos anos 1950, o patriarca dos Batista fundou, em Anápolis (GO), a Casa de Carnes Mineira, que deu origem a uma rede de açougues que se virou uma rede de frigoríficos, e que, com os ventos de cauda soprados pelo BNDES durante os governos petistas, aumentou seu faturamento de R$ 4,3 bilhões em 2006 para R$ 170 bilhões em 2016.

Durante a tal conversa, Joesley fala de sua situação como investigado, diz que está “segurando” dois juízes, que vem pagando mesada de R$ 50 mil ao procurador da República Ângelo Goulart Villela em troca de informações sigilosas sobre as operações Sépsis, Greenfield e Cui Bono, nas quais a JBS é investigada, e R$ 400 mil por mês ao doleiro Lucio Funaro, operador do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (presos na Lava-Jato), para garantir que ambos fiquem de bico calado.

Ao “ser informado” dos crimes do bilionário, Temer deveria ter determinado a pronta abertura de uma investigação, mas agiu como alguém que, numa inconsequente conversa de botequim, ouvisse um amigo discorrer sobre suas aventuras extraconjugais. Só isso (“só” é força de expressão) basta para enquadrá-lo por crime responsabilidade e embasar um pedido de impeachment. À guisa de justificativa, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República divulgou nota afirmando o presidente não acreditou na veracidade das declarações de Joesley ― o empresário estava sendo objeto de inquérito e, portanto, parecia contar vantagem ―, que juízes e/ou membros do Ministério Público estivessem sendo cooptados, e que a gravação teria sido editada mais de 50 vezes. Mesmo assim, Janot determinou a prisão de Ângelo Villela e autorizou a abertura de um inquérito para investigar Michel Temer. Este último, por seu turno, diz que vai largar o osso, como deixou claro em seu segundo pronunciamento à nação. Se ele terá condições de continuar à frente do governo (boa parte da base aliada já começou a debandar, como ratos que abandonam o navio quando pressentem a iminência do naufrágio) ou se será expelido do cargo pelo TSE (que deve retomar o julgamento do pedido de cancelamento da chapa Dilma-Temer no próximo dia 6), aí são outros quinhentos.

Temer orientou sua tropa de choque a “partir para o enfrentamento”, a despeito de o STF ter autorizado a abertura de um inquérito para investigá-lo. A meu ver, isso deveria leva-lo a se afastar (ou ser afastado) do cargo até a conclusão das investigações ― como aconteceria em qualquer democracia que se preze. Mas não Temer, como não Dilma antes dele e nem Collor antes dela (é fato que o “caçador de marajás de araque” renunciou na véspera do julgamento do impeachment para preservar seus direitos políticos, o que não funcionou, pois ele acabou sendo cassado, mas isso já é outra história). Em vez disso, sua excelência resolveu atacar a credibilidade do depoimento de Joesley, mesmo não sendo capaz de apresentar argumentos que expliquem de maneira convincente sua conivência com os atos espúrios revelados durante a conversa clandestina no Jaburu. A julgar por sua retórica, falta pouco para o presidente cair no ridículo em que caíram antes dele a gerentona de araque ― que, além de incompetente, agora é acusada de saber da origem dos milhões que financiaram suas campanhas e de ter negociado pessoalmente parte das propinas ― e a alma viva mais honesta do Brasil ― que deve ser agraciada no mês que vem com sua primeira sentença no âmbito da Lava-Jato).

Temer disse na quinta-feira que a investigação pedida pelo Supremo será território onde surgirão todas as explicações, que não tem qualquer envolvimento com os fatos, que não renunciará à presidência e que exigirá investigação plena e muito rápida para os esclarecimentos ao povo brasileiro. “Esta situação de dubiedade ou de dúvida não pode persistir por muito tempo. Se foram rápidas nas gravações clandestinas, não podem tardar nas investigações e na solução respeitantemente a essas investigações”, arrematou o presidente. No sábado, porém, o discurso mudou: “A gravação clandestina foi manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos, e incluída no inquérito sem a devida e adequada averiguação, levou muitas pessoas ao engano induzido e trouxe grave crise ao Brasil.

Os especialistas que examinaram o arquivo de áudio não chegaram a um consenso sobre as supostas interrupções ou edições. Alguns atribuem a falha ao gravador, mas a maioria atesta que não há sinais de mudança na parte fundamental da gravação: quando Joesley diz que zerou suas pendências com Eduardo Cunha e ficou de bem com o ex-deputado preso em Curitiba, ouve-se a seguir o presidente incentivar, dizendo “isso tem que continuar, viu”.

Para o perito ouvido pelo Estadão, o mesmo ocorre na parte em que o Temer ouve Joesley dizer que está manipulando a Justiça. O presidente encaminhou a gravação para o serviço de inteligência da Presidência da República; a PGR informou que uma avaliação técnica concluiu que o áudio revela uma conversa lógica e coerente e que a gravação anexada ao inquérito do STF é exatamente a entregue pelo colaborador, e o ministro Edson Fachin determinou o encaminhamento do arquivo à perícia da Polícia Federal, que deverá apresentará a ele as respectivas conclusões. Sem embargo, diversos pontos da conversa que NÃO FORAM CONTESTADOS pelo presidente caracterizam crime de responsabilidade, o que já basta para embasar pedidos de impeachment contra ele. Até  tarde de sexta-feira, 8 pedidos já haviam sido protocolados na Câmara, e no sábado foi a vez da OAB, que aprovou por 25 votos a 1 o relatório que resultará no 9º pedido (isso se nenhum outro for protocolado antes). Resta saber o que fará o presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia, que mantém boas relações com Temer ― ou mantinha, pois não se sabe como elas ficarão daqui por diante.

Temer disse que o autor do grampo está livre e solto, passeando por Nova York, que o Brasil, que já tinha saído da mais grave crise econômica de sua história, vive agora dias de incerteza, que Joesley não passou nenhum dia na cadeia, não foi preso, não foi julgado, não foi punido e, pelo jeito, não será. De fato, diferentemente do que se viu em todos os acordos de colaboração firmados antes deste, os termos da delação dos Batista e outros seis executivos da JBS e J&F, já homologada pelo ministro Fachin, não só permitiram que eles deixassem o país como também os livraram de responder a inquéritos na esfera Penal ― o que é no mínimo estranho. Temer afirmou também que, prevendo os efeitos de sua delação na taxa de câmbio, Joesley comprou US$ 1 bilhão, e sabendo que a gravação também reduziria o valor das ações de sua empresa, vendeu-as antes da queda da bolsa. De fato, a JBS lucrou milhões e milhões de dólares em menos de 24 horas; nesse ponto o presidente está coberto de razão.

Peemedebistas, ministros e outros apoiadores afirmam que o presidente está tranquilo, que vai provar sua inocência, e blá, blá, blá. Mas não é isso que se vê nos raros momentos em que sua excelência dá o ar da graça ― ou da desgraça, melhor dizendo. Uma imagem exibida pela TV Globo durante o primeiro depoimento e reexibida exaustivamente nos telejornais mostra que a fisionomia do presidente denuncia um nervosismo que beira a dor física, e que ele só conseguiu disfarçar o tremor nas mãos entrelaçando firmemente os dedos. Outro detalhe digno de nota: na tarde de quinta-feira, Temer disse que a investigação pedida pelo Supremo Tribunal Federal será território onde surgirão todas as explicações. Se é assim, por que, então, apresentar àquela Corte um pedido de suspensão do inquérito?

O Brasil não precisa (e nem merece) de outro impeachment presidencial. Como dizem os americanos, BETTER THE DEVIL YE KEN, THAN THE DEVIL YE DON'T (numa tradução livre, “melhor ficar com o diabo que conhecemos do que com o que desconhecemos”). O afastamento de Temer levaria Rodrigo Maia ― mais um investigado na Lava-Jato ― a assumir interinamente a presidência e convocar eleições indiretas para o mandato tampão, e com o Congresso que aí está, recheado de réus, investigados ou parlamentares que estão em vias de sê-lo, isso seria uma temeridade. Mas é o que a Constituição determina e, portanto, o que terá de ser feito caso Temer renuncie ou seja cassado pelo TSE.

A propósito da interminável novela da cassação da chapa Dilma-Temer, até quinta-feira tinha-se como certo que um pedido de vistas resultaria em novo adiamento ― isso se os ministros não resolvessem deixar tudo como está, a pretexto de que ação perdeu o objeto quando Dilma foi penabundada. Nada do que veio à luz nos últimos dias ― e nem o que virá nos próximos ― deveria influenciar na decisão no TSE, mas, como bem disse o sempre eloquente presidente daquela Corte, os juízes não são de Marte. Para bom entendedor, meia palavra basta.

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domingo, 23 de outubro de 2016

PROMOÇÃO DE DOMINGO: DUAS PELO PREÇO DE UMA

ZAVASCKI NEGA MAIS UM PEDIDO DE DILMA PARA ANULAR JULGAMENTO DO IMPEACHMENT

O ministro Teori Zavascki rejeitou liminarmente o último recurso da defesa da ex-presidanta Dilma, que postula a anulação do impeachment. O documento, protocolado no último dia 30, questionava (MAIS UMA VEZ) a falta de embasamento jurídico para o afastamento da anta petralha, e pedia que ela voltasse a exercer o cargo até que o mérito da ação seja julgado ― ou, no mínimo, que Temer voltasse à condição de presidente interino.

OBSERVAÇÃO: É triste ver como alguns políticos mesquinhos põem seus próprios interesses à frente dos interesses da nação. É o caso da EX-PRESIDANTA ARROGANTA E INCOMPETENTA ― que quebrou o país para permanecer por mais quatro anos num cargo que jamais deveria ter ocupado e levou o mundo a ver o Brasil como uma mulher de três cabeças de um circo de horrores. Depois que o Congresso abortou seu governo claudicante, a despeito dos recursos financeiros e mordomias que lhe permitirão viver nababescamente pelo resto de seus dias, a sacripanta continua a rondar as encruzilhadas de Brasília como um Egum mal despachado, conturbando ainda mais a já caótica situação do país ― agora governado por alguém cujo maior demérito é ter sido seu vice, mas que ao menos vem tentando reencontrar o caminho do crescimento.      

Enfim, segundo Zavascki, entre todas as ações ajuizadas contra o processo de impeachment pela defesa de Dilma, a última foi “a mais atípica e complexa de todas”, tanto pela extensão (quase 500 páginas) quanto pelo conteúdo das teses apresentadas e pelo resultado que se propõe a obter, com a decretação de nulidade de uma decisão tomada pela maioria dos senadores. “Boa parte dos questionamentos suscitados na impetração impõe juízos ainda inéditos na experiência jurisprudencial brasileira (…) A definição dos exatos limites desse tipo de intervenção judicial é tema tormentoso, circundado das mais acirradas disputas doutrinárias, potencializadas, em nosso ordenamento, pelo anacronismo da legislação que define os crimes de responsabilidade e o seu processo de julgamento”, declarou o ministro.

Durante todo o processo de impeachment, o STF deu mostras de que não estava disposto a discutir o mérito da acusação, mas Cardozo ressaltou que não era essa a intenção do pedido ― até porque isso seria uma “grave violação ao princípio da separação do Poderes” ―, e sim o fato de o impeachment supostamente não ter atendido a “pressupostos constitucionais”.

Na avaliação de Zavascki, uma intervenção judicial para anular o impeachment agora provocaria “avassaladoras consequências” no ambiente institucional do País, “que atravessa momentos já tão dramáticos. (...) Seriam também enormes as implicações para a credibilidade das instituições brasileiras no cenário mundial promover, mais uma vez ― e agora por via judicial ― alteração substantiva e brusca no comando da Nação. (...) Tendo em vista, portanto, a ausência de demonstração, nesse momento da história do País, de risco às instituições republicanas, ao estado democrático de direito ou à ordem constitucional, revestido de gravidade apta a justificar atuação imediata deste Supremo Tribunal Federal, indefiro a liminar pleiteada”.

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LULA QUER DESMORALIZAR O BRASIL ― EDITORIAL DO ESTADÃO

O herói faz agora o papel de vítima e é assim que doravante se apresentará na grande encenação para o público, daqui e do exterior, na qual o pérfido antagonista é a Justiça brasileira. Réu até agora em três processos que resultaram de investigações sobre corrupção – e na falta de sólidos argumentos de defesa –, Lula está armando um espetáculo circense para mostrar aos desavisados que o Mal cooptou a Justiça, que se empenha na missão abjeta de condenar um inocente, o homem “mais honesto do Brasil”, punindo-o pelo crime de governar para os pobres.

A politização dos processos judiciais em que Lula está envolvido como réu ou apenas investigado faz parte da estratégia concebida pelo lulopetismo, com a assessoria de uma chusma de advogados, para desviar a atenção da opinião pública das fortes evidências de seu envolvimento (e de sua família) numa série de episódios suspeitos nos quais se teriam beneficiado de tráfico de influência, de recebimento de vantagens materiais e financeiras indevidas ou pura e simplesmente de propina.

A estratégia envolve também a tentativa de envolvimento dos brasileiros que ainda apoiam o sacripanta num clima emocional alimentado por fantasiosas notícias sobre sua prisão. Na última segunda-feira, por exemplo, algumas dezenas de pessoas, munidas de farto material de propaganda impresso, postaram-se diante do apartamento de Lula em São Bernardo para uma “vigília cívica” contra a “ameaça iminente” da prisão do ex-presidente. No dia seguinte, a Folha publicou artigo assinado por Lula com o sugestivo título Por que querem me condenar. Começa por afirmar que, desde que ingressou na vida pública sua vida pessoal foi “permanentemente vasculhada”, mas “jamais encontraram um ato desonesto de minha parte”. Acrescenta: “Não posso me calar, porém, diante dos abusos cometidos por agentes do Estado que usam a lei como instrumento de perseguição política”. E explica: “Não é o Lula que pretendem condenar: é o projeto político que represento junto com milhões de brasileiros”. E conclui, dramaticamente: “O que me preocupa, e a todos os democratas, são as contínuas violações ao Estado de Direito”.

Os advogados de Lula, que tentaram em vão, várias vezes, contestar a autoridade e isenção dos magistrados responsáveis por processo em que o ex-presidente está envolvido, voltaram à carga interpelando o desembargador Gebram Neto, do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, relator dos recursos da Lava-Jato, a quem acusam de ter “amizade íntima” com o juiz Sergio Moro. Segundo o ex-ministro Gilberto Carvalho, fiel escudeiro de Lula, essa nova iniciativa obedece “à ordem de não ficar calado”, num processo permanente de “questionamento” de tudo o que já foi ou vier a ser levantado contra Lula.

A até recentemente bem-sucedida trajetória política de Lula foi alavancada pelo marketing. E é com o marketing que ele pretende sair da grossa enrascada em que se meteu. Sem ter elementos concretos e convincentes de defesa, apresenta-se como vítima dos “inimigos do povo”.

Os acontecimentos desta semana revelam, portanto, que se pode esperar daqui para a frente a intensificação e maior contundência da contraofensiva lulista nas áreas judicial e popular. Pode até haver quem entenda que a prisão de Lula poderia favorecer a “causa”, na medida em que criaria uma “enorme comoção nacional” manipulável em benefício dos “interesses populares”. Quem conhece bem o ex-presidente sabe que esse tipo de sacrifício jamais lhe passaria pela cabeça. É claro, portanto, que a estratégia lulista contempla também a necessidade de manter formadores de opinião e detentores do poder considerados confiáveis no exterior providos de argumentos políticos que sejam úteis para a eventualidade de que se torne premente a necessidade de preservar a liberdade de Lula. Ou seja, condenado aqui, procuraria refúgio em regime amigo, apresentando-se, assim, como exilado político.

O homem está disposto a pagar qualquer preço por todas essas precauções. Inclusive o de tentar desmoralizar a Justiça e de apresentar o Brasil, aos olhos da opinião pública mundial, como uma reles ditadura. Mas esse ato de desespero lhe será cobrado pela consciência cívica do País.

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domingo, 11 de setembro de 2016

IMEPEACHMENT IRREVERSÍVEL - A VERDADEIRA INTENÇÃO DO FORA-TEMER - CASSAÇÃO DE EDUARDO CUNHA

Para Fábio Medina Osório, ex-advogado-geral da União, o fatiamento da votação do impeachment de Dilma é irreversível e não deve ser revisto pelo STF. Segundo ele, a solução do Senado de cassar o mandato da petista e manter seu direito de exercer funções públicas é uma “questão de mérito” e, portanto, uma página virada, que não pode ser apreciada pela Corte.

Se olharmos a jurisprudência do STF quanto à revisão do mérito dos julgamentos, eu diria que o Supremo não deve rever. Entendo que o fatiamento remete ao mérito do julgamento, já que foi debatido com senadores e pactuado dentro do Senado. Se violou ou não a Constituição, é uma matéria interna corporis, e a tendência é não modificar. Não se pode aceitar qualquer resquício de discurso de que tenha havido golpe, porque o impeachment transcorreu dentro do Estado Democrático de Direito. A oposição amadurecerá e criará outro tipo de discurso para o enfrentamento político”, disse o AGU em entrevista à FOLHA.

ObservaçãoOsório teve sua demissão confirmada na manhã da última sexta-feria, 9. Em seu lugar, Temer nomeou Grace Mendonça, secretária-geral de contencioso, um dos órgãos da AGU (Advocacia-Geral da União). O advogado, que já tinha sua saída cogitada nos bastidores, afirma que foi comunicado por telefone. O atrito entre Padilha e Osório ocorreu depois de reclamações do titular da Casa Civil, principalmente depois que o jurista pediu acesso a inquéritos de investigados na Operação Lava-jato. Grace é a primeira mulher a ocupar cargo de ministra no governo Temer, que já havia recebido diversas críticas por empregar apenas homens em suas pastas. 

Mudando de pato para ganso: 

O fato de Temer ter sido vaiado nas comemorações de 7 de Setembro já era esperado, como são esperadas ações mais incisivas da “esquerda”, que agora volta ao papel de oposição ― aliás, fazer oposição (a qualquer coisa, a qualquer pretexto e em qualquer tempo) é especialidade do PT, que também é mestre em enganar trouxas, sangrar Estatais e assaltar o erário, dentre outras virtudes, mas isso já é outra história.

O importante não confundir alhos com bugalhos (*). Adeptos do “FORA TEMER”, em sua esmagadora maioria, não querem a volta de Dilma, a despeito do que parece pensar uma parcela mais exacerbada (ou cretina?) dos apoiadores da deposta. O que deseja a “turma do nem-nem” é a antecipação das eleições de 2018, até porque esse pessoal não simpatiza com Temer ― e com razão, considerando que até poucos meses atrás ele era vice de Dilma e presidente do segundo partido mais corrupto do Brasil. No entanto, constitucionalmente falando, Temer é nossa única opção para pôr um ponto final no jugo lulopetista e reverter o quadro de destruição herdado da anta petralha (que na verdade era cria do PDT de Brizola, partido do qual Carlos Araújo, companheiro da deposta por mais de 30 anos, foi membro fundador, mas isso também é outra história).

No contexto atual, à falta de outra opção, Temer é nossa melhor chance de reverter o quadro calamitoso que resultou dos últimos anos de administração petista. Até porque uma eventual antecipação das eleições presidenciais seria serôdia, considerando o tempo necessário para que uma emenda constitucional fosse proposta, discutida e aprovada na Câmara e no Senado. Isso sem mencionar que dificilmente teríamos alguém em quem valesse a pena votar, a julgar pelo que se vê dos candidatos à prefeito nas principais capitais do país. Então, pessoal, um pouco de bom-senso não faz mal a ninguém. Vamos dar uma chance ao homem, que já tem um monumental abacaxi para descascar e, portanto, de nada ajuda pressioná-lo ainda mais, notadamente por razões eminentemente revanchistas. 

E, petralhada, vamos combinar: culpar Temer pelos 12 milhões de desempregados é muita leviandade, até mesmo para vocês! Afinal, nem a própria Dilma seria capaz de tal proeza em apenas 3 meses de governo ― e olha que ela era esforçada!

Cortemos para a cassação de Eduardo Cunha:

 O plenário do STF negou na última quinta-feira o recurso do deputado afastado Eduardo Cunha (o único ministro a votar pela paralisação do processo foi Marco Aurélio Mello), de modo que ficou mantida para a próxima segunda o julgamento que deverá pôr fim ao mais longo processo de cassação da história da Câmara. Há quem diga que a condenação é certa, mas eu prefiro esperar o apito final para comemorar ― afinal, política, como futebol, é uma caixinha de surpresas, haja vista o que aconteceu na reta final do julgamento do impeachment da ex-presidanta petralha. Para que Cunha perca o mandato, é preciso que ao menos 257 dos 513 deputados votem pela cassação. O problema é formar quórum numa segunda-feira ― para a maioria dos parlamentares, a semana começa na terça e termina na quinta. Isso sem mencionar que estamos às vésperas das eleições municipais, que certamente servirão desculpa para alguns deputados não comparecerem à sessão. Rodrigo Maia, sucessor de Cunha na presidência da Câmara, diz que vai adiar o julgamento para terça-feira, 13, caso não haja quórum mínimo na segunda, bem como descontar a ausência no salário de quem faltar à votação por motivo de campanha eleitoral (aliás, nem viagens oficiais estão sendo liberadas para essa data).

PT, PSDB e PSB devem votar unidos pela cassação, mas no PMDB, que tem a maior bancada na Casa (67), muitos deputados se dizem constrangidos em votar contra um correligionário, e outros, mais cautelosos, afirmam que não poderão comparecer à sessão por esta ou aquela razão, quando na verdade “devem esse favor” a Cunha, por conta de doações de campanha ou apoio político. PP e PSD também estão divididos (pouco mais de 1/3 dos deputados dessas legendas se manifestou disposto a votar pela cassação), mas a bancada vermelha deve comparecer em peso, até porque os “comunas” culpam Cunha pela deposição de Dilma (a meu ver, uma das poucas coisas que ele fez no interesse da nação, ainda que movido por questões pessoais, foi dar andamento ao processo de impeachment da anta petralha, mas isso já é outra história).

O mais curioso é que, a despeito da gravidade das maracutaias em que o ex-presidente da Câmara se meteu, o que voga para seus pares é ele ter mentido à CPI da Petrobras e ao Conselho de Ética da Câmara sobre as tais contas no exterior ― o que, a meu ver, dá uma boa ideia de como funciona a lógica dos nossos políticos e de quão “estranhas” são sua escala de valores e seus conceitos de probidade e honradez.

Para mal dos pecados (de Cunha), o Ministério Público Federal em Curitiba abriu mais uma investigação sobre pagamentos feitos no Brasil para Cláudia Cruz, mulher do deputado. Os procuradores da Lava-Jato suspeitam que contas administradas por ela no país, e não apenas no exterior, podem ter recebido recursos originários de propina referente a contratos da Petrobras. Relatório produzido pela Receita Federal sobre as movimentações financeiras apontam “expressivos valores de gastos com cartões de crédito de emissão no Brasil” pela investigada, sem que houvesse lastro suficiente para pagar as faturas, especialmente em 2014 e 2015. 

De acordo com o Estadão, pelo menos 280 votos pela condenação são dados como certos ― ou seja, 23 além do mínimo necessário ―, mas há espaço para um "acordão" em prol de uma pena mais branda, já que os aliados de Cunha tencionam usar o regimento interno para fazer com que o plenário vote um projeto de resolução, e não o parecer do Conselho de Ética. A manobra, em grande medida semelhante à trama urdida pelo PT no julgamento do impeachment da sacripanta recém-deposta (com o beneplácito dos presidentes do Senado e do STF), visa substituir a cassação pela suspensão do mandato por até seis meses. A conferir.

(*) Os tais bugalhos citados no dito popular são bulbos comestíveis de textura semelhante à do alho, mas cujo formato de pênis inspirou um fado cantado pelos marujos lusitanos à época do descobrimento: "não confundas alhos com bugalhos / nem tampouco bugalhos com c***lhos".

sábado, 10 de setembro de 2016

AI, QUE SAUDADES DA VÉIA...

Se você não se conforma com a deposição da mulher sapiens, se sente saudades daquele sorriso perene, do gênio afável, da voz melíflua e do português escorreito com acento bostoniano (nada a ver com a cidade de Boston, naturalmente) que tanto o deliciou nos últimos anos, este vídeo vai lhe proporcionar uma inesquecível viagem no tempo. São apenas 12 minutos, mas cada segundo é pura nostalgia. É só clicar e beber, gota a gota, AS PÉROLAS DE SABEDORIA DA GRANDE-CHEFA-TOURA-SENTADA-AGORA-IMPICHADA.

De quebra, deleite-se com mais estas:

― “Não é 30% da receita da exploração. É 30% de 25%. Ou 30%... de 30%, portanto, não é 30%. Está entre 7,5% ou um pouco mais de 12%. Não se trata de 30%”.

― “Sempre que você olha uma criança, há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás, o que é algo muito importante”.

― “Teve o prefeito de Tejuçuoca e me disse assim: ‘eu sou o prefeito da região produtora da terra do bode’. Então, é para que o bode sobreviva que nós vamos ter de fazer também um Plano Safra que atenda os bodes que são importantíssimos e fazem parte de toda tradição produtiva de muitas das regiões dos pequenos municípios aqui do estado”.

― “Um grande varejista uma vez disse o seguinte, disse uma coisa muito simples e de fácil entendimento, que é muito difícil para o conjunto da população ou para muitas camadas da população, comprar à vista, mas que quando se compra a prazo, tudo fica mais viável”.

― “Aqui no estado do Ceará. Não, no estado do Pará. Desculpa, gente. É que fui pro Ceará, tá? Ontem eu tava no Ceará. Aqui eu não falei uma coisa. Ah, não, falei sim, né?

― “Todos nós aqui sabemos que cada um de nós escolhe ─ a vida faz a gente escolher ─ alguma das datas em que a gente nunca vai esquecer dessa data”.

― “Se os homens e as mulheres são falhos, as instituições, nós temos que construí-las da melhor maneira possível, transformando… aliás isso é de um outro europeu, Montesquieu. É de um outro europeu muito importante, junto com Monet”.

― “Eu estou muito feliz de estar aqui em Bauru. O prefeito me disse que eu sou, entre os presidentes, nos últimos tempos, uma das presidentes, ou presidentes, que esteve aqui em Bauru”.

― “Paes é o prefeito mais feliz do mundo, que dirige a cidade mais importante do mundo e da galáxia. Por que da galáxia? Porque a galáxia é o Rio de Janeiro. A via Láctea é fichinha perto da galáxia que o nosso querido Eduardo Paes tem a honra de ser prefeito”.

― “Eu sempre escuto os prefeitos. Por que é que eu escuto os prefeitos? Porque é lá que está a população do país, ninguém mora na União, ninguém mora… Onde você mora? Ah, eu moro no Federal”.

― “A mulher abre o negócio, tem seus filhos, cria os filhos e se sustenta, tudo isso abrindo o negócio”.

― “Eu quero adentrar pela questão da inflação, e dizer a vocês que a inflação foi uma conquista desses 10 últimos anos do governo do presidente Lula e do meu governo” (mal sabia ela quanta verdade estava dizendo sem saber...).

― “Em Portugal o desemprego beira 20%, ou seja, 1 em cada 4 portugueses estão (sic) desempregados”.

― “Primeiro, eu queria te dizer que eu tenho muito respeito pelo ET de Varginha. E eu sei que aqui, quem não viu conhece alguém que viu, ou tem alguém na família que viu, mas de qualquer jeito eu começo dizendo que esse respeito pelo ET de Varginha está garantido”.

― “Em Vidas Secas está retratado todo problema da miséria, da pobreza, da saída das pessoas do Nordeste para o Brasil”.

― “O meio ambiente é sem dúvida nenhuma uma ameaça ao
desenvolvimento sustentável”.

Eu vou ler os nomes dos municípios, porque eu acho importante que cada um de vocês possam (sic) se identificar aqui dentro e, por isso… Eu ia ler os nomes, não vou mais. Por que não vou mais? Eu não estou achando os nomes. Logo, não posso lê-los”.

― “Eu ontem disse pro presidente Obama que era claro que ele sabia que depois que a pasta de dente sai do dentifrício, ela dificilmente volta pra dentro do dentifrício”.

― “Jamais desviei um único centavo do patrimônio público para meu enriquecimento pessoal ou de terceiros” (na carta que alguém escreveu e José Eduardo Cardozo leu na Comissão de Impeachment do Senado, jurando que nunca fez o que fizeram 99% dos “cumpanhêros” ao seu redor).

― “Eu não sou propriamente uma pessoa cujos aspectos positivos são realçados” (na entrevista à Agência Pública, ensinando que essa mania nacional de só enxergar aspectos negativos visíveis impede que o brasileiro aprenda a valorizar aspectos positivos que ela não tem).

ESSA, SENHORAS E SENHORES, É A MULHER QUE NOS GOVERNOU POR 5 ANOS, 4 MESES DE 12 DIAS. NÃO PODIA MESMO DAR CERTO.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

OPERAÇÃO GREENFIELD, LÉO PINHEIRO E A JARARACA PETRALHA



A Semana da Pátria começou mal para Leo Pinheiro. O ex-chefão da OAS tornou a ser preso nesta segunda-feira, depois de ser levado coercitivamente a depor na Operação Greenfield, que apura crimes contra fundos de pensão de estatais.

A prisão preventiva foi decretada pelo juiz federal Sérgio Moro, sob o argumento de que é difícil controlar iniciativas do empresário para obstrução das investigações com ele cumprindo pena em regime de prisão domiciliar. Moro lembrou ainda em despacho que ele já havia sido condenado por ter pago pelo menos R$ 29,2 milhões em propinas em contratos da Petrobras e é acusado em outras três ações em andamento, além de ser investigado em inquérito que apura suposto pagamento de vantagens indevidas ao ex-presidente Lula ― caso que envolve a reforma do famoso tríplex no Guarujá, cuja propriedade o petralha nega de pés juntos.

Pinheiro, que havia sido preso na 7ª Fase da Lava-Jato, em novembro de 2014, e colocado em prisão domiciliar pelo STF em abril do ano passado, vinha negociando um acordo de delação premiada que não só feria mortalmente o ex-presidente Lula, mas também associava a OAS a uma reforma milionária na mansão cinematográfica do ministro Dias Toffoli. Depois que Veja publicou detalhes sobre esse acordo, as tratativas foram suspensas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot (confira nesta postagem).

Na recém-deflagrada Operação Greenfield ― nome que, no jargão do mercado financeiro, designa investimentos em projetos de empresas que ainda não se realizaram ―, foram expedidos 127 mandados de busca e apreensão, condução coercitiva e bloqueio de R$ 8 bilhões em bens de 103 pessoas físicas e jurídicas em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Amazonas e no Distrito Federal, dentre as quais, além de Leo Pinheiro, destacam-se os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da holding que comanda a JBS e a Friboi, o ex-tesoureiro petralha João Vaccari Neto ― que cumpre pena em Curitiba ― e Walter Torre Junior, fundador e CEO da Construtora WTorre.

Falando na jararaca petralha, um artigo publicado no site do Valor Econômico informa que a ofensiva contra a petista na Lava-Jato será dividida em pelo menos três denúncias. A primeira, que será oferecida ainda este mês, deverá apontar delitos como corrupção e lavagem de dinheiro e abordar a questão do tríplex no Guarujá e o armazenamento do butim que Lula trouxe de Brasília no final de seu segundo mandato, que teriam sido bancadas pela OAS. Além do ex-presidente e da ex-primeira dama, serão denunciados Leo Pinheiro (olha ele aí de novo), Paulo Gordilho ― executivo da OAS ― e Paulo Okamotto ― presidente do Instituto Lula. As outras duas denúncias têm a ver com a reforma do sítio Santa Bárbara e o uso da Lils Palestras, Eventos e Publicações pelo petista para recebimento de pagamentos feitos por sete empresas envolvidas no Petrolão, e devem ser oferecidas até o final do ano.

O fatiamento da acusação é uma estratégia processual recorrente na Lava-Jato e visa evitar que o processamento penal seja demorado. Demais disso, se as tratativas de delação premiada forem retomadas e o empreiteiro realmente se tornar delator, as informações e provas eventualmente indicadas por ele poderão ser juntadas a uma acusação futura a ser promovida contra a “alma viva mais honesta do Brasil” ― que, nunca é demais lembrar, já reponde a processo na 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília por integrar uma suposta trama para obstruir a Lava-Jato, mediante tentativa de compra do silêncio do ex-diretor de Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró.

E “o cara” ainda faz pose de pré-candidato à presidência nas eleições de 2108.


ATUALIZAÇÃO: Um dia depois de ser preso, o ex-presidente da OAS mudou de estratégia e pediu ao juiz Sérgio Moro para prestar novo depoimento na ação que investiga pagamento de propinas ao ex-senador Gim Argello, visando barrar a CPMI da Petrobras e impedir que fossem convocados executivos de empresas fornecedoras da estatal. Para mais detalhes, siga o link http://link.blog.br/comentarios/leo-pinheiro-decide-finalmente-falar-com-moro-106830