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domingo, 28 de janeiro de 2018

UMA NOVA GERAÇÃO DE MAGISTRADOS PEDE PASSAGEM ― Texto de Joaquim Falcão publicado no Blog do Noblat.



“Lamentavelmente, Lula se corrompeu (...). É essa a conclusão a que se chega com uma análise técnica e isenta da prova, e não com uma visão que se faz míope pela veneração à figura política que foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.” (Procurador Maurício Gerum).


“Eu considero no caso a culpabilidade extremamente elevada. Trata-se de ex-presidente que recebeu valores em decorrência de função que exercia e de esquemas de corrupção, com o qual ele se tornara tolerante e beneficiário.” [Desembargador João Pedro Gebran Neto].


“Luiz Inácio tinha o domínio da realização e da interrupção desses crimes de corrupção que envolveram a Petrobras. (...) Espera-se de quem assume tal cargo [a presidência] uma conduta correta. Uma postura de servir ao país, e não de servir-se deste.” Desembargador Leandro Paulsen.


“Evidentemente que de Sua Excelência [Lula] era esperada uma postura diferente. Ciente dos fatos que aconteciam em seu entrono, deveria ter tomado uma providência. Assim não o fez. (...) São fatos lamentáveis, fatos que deslustram a biografia de Sua Excelência.” Desembargador Victor Laus.



A transmissão ao vivo do julgamento do TRF-4 permitiu ao público compará-lo com os julgamentos que têm sido vistos no STF. A postura dos magistrados, o raciocínio, o método de análise, a forma de se comunicar, tudo é diferente. Não há competição pessoal ou ideológica entre eles. Nem elogios recíprocos, troca de críticas veladas, aplausos desnecessários ou insinuações jogadas no ar. Mais ainda: não há exibicionismo. Não querem mostrar cultura. Não discutem com jargões jurídicos. Não se valem de doutrinas exóticas plantadas e nascidas no além-mar (não é preciso ― embora seja legitimo e, às vezes, indispensável ― buscar amparo em autores ou abstrações estrangeiras, em geral ultrapassados).

A argumentação é toda fundamentada nos fatos. Vistos e provados. Não se baseia apenas em testemunhos ou denúncias. Fundamentam seu raciocínio no senso comum que emana dos fatos. Provas materiais. Ou como diria Ulysses Guimaraes: com base em suas excelências, os fatos. Que de tão evidentes e intensamente descritos não deixam margem a qualquer dúvida razoável.

Não é preciso muita argumentação para dizer o que é simples. Ninguém manda mudar um apartamento, manda comprar utensílios, faz visitas com o construtor, não pergunta preço, e não paga ― só o dono de um imóvel procede assim. A prova da propriedade está no comportamento registrado ao vivo, não no papel, na escritura A ou B. Simples assim.
Os magistrados, de maneira informal, tentaram transmitir o que a linguagem jurídica, formal, muitas vezes oculta. A transmissão ao vivo permitiu a cada um de nós formar a própria opinião. Escolher um lado. Quase pegar a justiça com as próprias mãos, com as mãos do seu próprio entendimento.

Restou provado que o TRF-4 pretendeu ir muito além de simplesmente julgar o ex-presidente. Apresentou ao Brasil uma nova maneira de pensar, expressar e construir a justiça. Provavelmente, a maneira de magistrados se comportarem na televisão, na internet e até nos julgamentos sem transmissão nunca mais será a mesma. Uma nova geração pede passagem.

Joaquim Falcão é professor da FGV Direito Rio. Seus artigos podem ser encontrados em www.joaquimfalcao.com.br

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sábado, 27 de janeiro de 2018

LULA LÁ EM BREVE! ― MAIS SOBRE O DESTINO DO PETRALHA E O QUE MUDA NO PAÍS COM SUA CONDENAÇÃO


O placar no TRF-4 foi 3 x 0, mas, se considerarmos a sentença condenatória do juiz Sérgio Moro, o escore passa a ser de 4 x 0 ― sem mencionar o jus sperniandi da defesa do molusco, que colheu uma derrota atrás da outra nas quatro instâncias do Judiciário. Aliás, como venho dizendo desde quando Lula se tornou réu pela primeira vez, “é difícil defender o indefensável”.

Tão logo forem julgados os embargos declaratórios, o TRF-4 poderá determinar a expedição do mandado de prisão contra Lula, para a execução provisória da pena ― o que não obsta a interposição de recursos especial e extraordinário (no STJ e no STF, respectivamente), mas impede que o molusco aguarde a decisão das instâncias superiores em liberdade. Claro que Zanin deverá incluir no apelo o pedido de efeito suspensivo, mas isso já é outra conversa. 

O “x” da questão é que o cumprimento da pena a partir da condenação em segunda instância é controverso no Supremo: embora 6 dos 11 ministros tenham se posicionado a favor dessa tese em outubro de 2016, a Corte deverá julgar em breve duas ações que questionam essa autorização para a execução penal, e Gilmar Mendes já afirmou diversas vezes que pode mudar seu voto.

Observação: Há defensores e detratores dessa tese, até porque, por Lei, todos são inocentes até prova em contrário (ou até a sentença condenatória transitar em julgado, melhor dizendo). Mas, no Brasil, permitir que condenados recorram em liberdade às 4 instâncias do Judiciário a pretexto da presunção de inocência é fomentar a impunidade, ou, no mínimo, produzir uma indesejável insegurança jurídica, como fizeram alguns ministros do STF ao colocar em liberdade o ex-goleiro assassino Bruno Fernandes de Souza, o médico estuprador Roger Abdelmassih e o mensaleiro e petroleiro José Dirceu, por exemplo, a pretexto de travar uma “cruzada” contra o alongamento excessivo das prisões provisórias ― instrumento que, como a condução coercitiva e as delações premiadas, é um dos grandes responsáveis pelo sucesso da Operação Lava-Jato.

Já se fala que os advogados de Lula, useiros e vezeiros em recorrer a chicanas judiciais, tencionam pedir a anulação do julgamento da última quarta-feira com base em questiúnculas surreais, como o fato de a acusação ter tido mais tempo do que a defesa na sustentação oral e de o juiz da 10.ª Vara da Justiça Federal em Brasília ter determinado a apreensão do passaporte do petralha, alegando existir “risco concreto aos bens jurídicos protegidos no processo e à garantia da ordem pública e da aplicação da lei penal por uma possível fuga do País, notadamente para países sem acordo de extradição com o Brasil ou que lhe poderiam conceder institutos jurídicos internacionais como o asilo político”. 

Observação: Como é sabido, Lula pretendia viajar à Etiópia para participar de um evento contra a fome em Adis Abeba, e sua defesa se disse disse estarrecida com a decisão do magistrado, até porque ele decidiu sobre um processo que não está sob sua jurisdição. Além disso, segundo Zanin, o TRF-4 foi informado sobre a viagem de seu cliente e não opôs qualquer restrição.

Por mim, Lula poderia ir à Etiópia, ou mesmo à merda, desde que nunca mais voltasse. Mas, cá entre nós, confiscar seu passaporte neste momento é dar munição para os defensores do petista embasarem a tese de perseguição política e outros absurdos que tais. Pecaram por excesso, a meu ver, tanto o Ministério Púbico quanto o juiz que acolheu o pedido e determinou a apreensão do passaporte, impedindo o petralha de participar de um evento que, em última análise, havia sido marcado bem antes da decisão do TRF-4. Aliás, essa medida não tem relação direta com a decisão do TRF-4, mas com o processo que apura suposto tráfico de influência de Lula na compra de aviões militares suecos ― no qual o molusco está convocado para um interrogatório no próximo dia 20 de fevereiro. O juiz Ricardo Leite, responsável pela decisão de apreender o passaporte do ex-presidente, é o mesmo magistrado que, em maio do ano passado, determinou a suspensão das atividades do Instituto Lula.

Deixando de lado por um instante a questão penal e passado à esfera eleitoral, o PT finge não ter um plano B ― como fingia acreditar que Lula seria absolvido pelo TRF-4. Mas fará “o diabo” para tentar demover o TSE de impugnar a candidatura do petista. Assim, quando o inevitável acontecer ― ou seja, o registro da candidatura do molusco for rejeitado à luz da Lei da Ficha-Limpa, o que deve ocorrer somente no início de setembro ―, a decisão do TRF-4 terá sido tão politizada, e Lula, tão vitimizado, que seu “capital eleitoral” passará quase que automaticamente para Jaques Wagner, Fernando Haddad ou outro nome que a sigla venha a escolher para disputar a presidência. Ou pelo menos é nisso que aposta a cúpula do partido, mas é bom ter em mente o imprevisto pode ter voto decisivo na assembleia dos acontecimentos.

Fato é que Lula está mais perto da cadeia do que da presidência. Se for preso, ele não poderá sair em caravana pelo país para vender seu peixe podre aos desavisados de ocasião. Para os cidadãos de bem, no entanto, a vida segue, até porque o mundo não vai acabar quando o deus pai da Petelândia for engaiolado, digam o que disserem os devotos da Seita do Inferno. Aliás, o Brasil não implodiu quando seu sumo pontífice foi conduzido coercitivamente para depor, quando se tornou réu pela primeira vez, quando depôs na 13.ª Vara Federal em Curitiba, quando passou a colecionar processos (já são 7), quando recebeu sua primeira condenação ou quando o TRF-4 amentou sua pena para 12 anos e um mês de prisão em regime fechado.

Para o ministro da Justiça, Torquato Jardim, a eventual prisão de Lula exige “muita prudência”, já que o STF pode rever a qualquer momento a possibilidade de execução da pena após condenação em segunda instância. Aliás, Jardim telefonou a Thompson Flores para cumprimentá-lo pela “atuação brilhante” dos desembargadores da 8.ª Turma, que demonstraram dominar completamente o assunto em julgamento e saber exatamente do que estavam falando.

A decisão do TRF-4 parece ter abalado a convicção de parte de seus apoiadores ― isso, sim, é estarrecedor, considerando a fidelidade canina que a patuleia dedica ao grande crápula vermelho. Uma pesquisa feita pelo Ideia Big Data com 1000 eleitores do petista, logo depois depois da decisão do TRF-4, dá conta de que 54% disseram acreditar que ele não chegará ao fim da disputa, e 43% acreditam que ele irá para a prisão. Mesmo assim, Maurício Moura, CEO do Ideia Big Data, avalia que um terço dos eleitores de Lula votarão em um candidato indicado pelo ex-presidente. Resta saber o que acontecerá com os outros dois terços.

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sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

SOBRE A CONDENAÇÃO DE LULA PELO TRF-4


Por 3 votos a zero, a 8.ª Turma do TRF-4 não só manteve a condenação imposta pelo juiz Moro ao ex-presidente Lula, mas também aumentou sua pena de 10 anos e 6 meses para 12 anos e 1 mês de prisão em regime fechado. Aliás, considerando a decisão da primeira instância, o placar correto seria de 4 a zero contra o petralha, mas isso é outra conversa.

Em tese, a confirmação da condenação por um colegiado torna o molusco inelegível e pode resultar na sua prisão ― não hoje nem amanhã, mas assim que se esgotar a gama de recursos passíveis de interposição no âmbito do TRF-4, que, por conta da unanimidade, ficam restritos aos embargos declaratórios.

Embargos declaratórios destinam-se a questionar pontos obscuros ou conflitantes de uma decisão judicial. Em outras palavras, esse tipo de recurso não tem o condão de anular a condenação ou modificar a pena aplicada pelos magistrados. O prazo para que sejam interpostos é de 48 horas contadas a partir da publicação do acórdão, e o julgamento, que fica a cargo da própria 8.ª Turma do TRF-4, não tem prazo para ocorrer, mas estima-se que a decisão não demore mais que 30 dias.

Liquidada essa fatura, o Tribunal pode mandar expedir a ordem de prisão contra o ex-presidente, daí porque, paralelamente aos embargos, Zanin deve ingressar com um pedido de habeas corpus preventivo ao STJ ou ao STF. Aliás, na noite da quarta-feira, dois pedidos dessa natureza foram apresentados ― por estudantes de Direito ávidos por conquistar seus 15 minutos de fama ― e negados pela ministra Cármen Lúcia, que entendeu “não ser atribuição do Supremo, neste momento, decidir sobre essa questão”.      

Por enquanto, o Supremo entende que réus cuja condenação tenha sido ratificada por um colegiado podem começar a cumprir a pena, sem embargo de recorrerem às demais instâncias do Judiciário, mas a matéria é controversa e sua discussão no STF foi interrompida por um pedido de vista quando a maioria dos ministros havia se posicionado favoravelmente. Para piorar, Gilmar Mendes ― sempre ele! ― já acenou com a possibilidade de rever sua posição quando o julgamento for retomado, conseguindo com isso promover (mais uma vez) a insegurança jurídica e caos político nesta Banânia.  

Feitas essas considerações (que remetem ao ponto de vista criminal), resta dizer que, no âmbito da Justiça Eleitoral, nada impede que Lula continue afrontando a nação com sua espúria pré-candidatura. O PT já afirmou não ter “plano B” (Gleisi e Dilma bateram exaustivamente nessa tecla durante o circo-comício mantado pelo partido em Porto Alegre, no durante o julgamento), e que o candidato da ORCRIM ao pleito presidencial de 2018 era, é e continuará sendo o molusco abjeto.

Para a cúpula do partido e digníssima militância, pouco importa o tamanho da capivara de seu amado líder, que é réu em mais 7 ações penais, condenado em uma delas em primeira e segunda instâncias e alvo de outros tantos inquéritos ― que podem se transformar em novos processos, dependendo da aceitação das denúncias pelo juízo de primeiro grau (em Curitiba ou em Brasília, conforme o caso).

Se o TSE desempenhar o papel que lhe cabe, o registro da candidatura de Lula será barrado com base na Lei da Ficha Limpa, mas isso só acontecerá em setembro, quando termina o prazo para os partidos registrarem seus candidatos ao pleito de 2018. Até lá, o pulha vermelho vai continuar fazendo campanha pelo país, vendendo a falsa imagem de vítima, de injustiçado, de perseguido, de condenado sem provas, e por aí afora.

Amanhã a gente continua. Enquanto isso, assistam aos seguintes clipes de vídeo:





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quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

DEU 3 X O – E LULA LÁ!



No finalzinho da tarde de ontem, eu publiquei o resultado parcial do julgamento do recurso de Lula no TRF-4. No comecinho da noite, atualizei a postagem com a informação de que a 8.ª Turma, por unanimidade, manteve a condenação e aumentou a pena de 9 anos e meio para 12 anos e 1 mês em regime fechado.

Com base na Lei da Ficha-Limpa, a decisão dificulta a candidatura do molusco à Presidência nas próximas eleições, mas seus advogados, mestres da chicana jurídica, certamente “farão o diabo” (parafraseando certa ex-presidente de nem um pouco saudosa memória) para prolongar ao máximo essa agonia no TSE, STJ e STF.

Lula não dormirá na cadeia esta noite, até porque o cumprimento da pena só deverá ter início depois que for esgotada toda a gama de recursos no âmbito do TRF-4. Mas quem esperou o mais, espera o menos.

Aguardem novas atualizações.

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quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

CONDENAÇÃO DE LULA: POR UNANIMIDADE, 8.ª TURMA TRF4 AUMENTA PENA DO PETRALHA


A 8.ª Turma do TRF-4 já tem votos para confirmar a condenação de Lula no caso do tríplex do Guarujá. Já se manifestaram favoravelmente à condenação os desembargadores João Pedro Gebran Neto e Leandro Paulsen ― ambos votaram para aumentar a pena para 12 anos e 1 mês de prisão. Ainda falta votar o desembargador Victor Laus, que está proferindo seu voto neste momento (são 17h15).

Para assistir ao julgamento em tempo real, o link é https://veja.abril.com.br/politica/julgamento-de-lula-no-trf4-acompanhe-ao-vivo/

ATUALIZAÇÃO: 

O julgamento terminou há poucos minutos - foram mais de 9 horas - e a condenação foi mantida por unanimidade. A pena de 9 anos e meio foi aumentada para 12 anos e 1 mês, em regime fechado.

Volto com mais detalhes na postagem de amanhã.

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JULGAMENTO DE LULA DERRUBA ÍNDICE BOVESPA



Com a aproximação do julgamento da apelação de Lula, o Ibovespa caiu 1,18% ― a 80.709 pontos ― no final da tarde de ontem, e fechou em queda de 1,22%, a 80.679 pontos. 

Não foi um movimento brusco, mas não deixa de ser uma queda.

O dólar, por sua vez, subiu 0,96% e está cotado a R$ 3,24.

Mesmo com o provável placar de 3 a 0 pela condenação, o mercado entende que ainda caberá chances de recurso por parte do petralha, daí a realização de lucros após sucessivos índices favoráveis.

Pelo visto, até depois de morto esse pulha continuará dando prejuízos ao Brasil.

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O “DIA D” NO TRF-4

Dentro de pouco mais de 8 horas, no 3º andar do edifício sede do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, começará a ser escrito o epitáfio da biografia política de Luiz Inácio Lula da Silva. Como se sabe, o ex-presidente hepta-réu tenta reverter a condenação imposta pelo juiz federal Sérgio Moro no processo que trata do célebre tríplex no Guarujá (7 anos e meio no xadrez), ao mesmo tempo em que escarnece dos cidadãos de bem com sua estapafúrdia pré-candidatura à presidência deste arremedo de Banânia.

Os desembargadores que julgarão o apelo ― João Pedro Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Laus ― são discretos e avessos a falar fora dos autos (“iguaizinhos” ao ministro Gilmar Mendes), de modo que antecipar o resultado sem uma bola de cristal seria praticamente impossível. Mesmo assim, arrisquei algumas lucubrações sobre as possibilidades e suas prováveis consequências (se você não leu as postagens anteriores, ainda há tempo) e complemento meu exercício de futurologia com mais algumas linhas.

Dos três magistrados que decidirão a sorte de Lula (e do país, em alguma medida, pois a condenação na segunda instância sepultará as pretensões políticas do petralha e o colocará mais perto da cadeia), Gebran e Paulsen foram indicados por Dilma, e Laus, por FHC. Gebran, o relator, é considerado o mais severo da Turma. Partiram dele os votos que mais que dobraram a pena do ex-diretor da Petrobras Renato Duque e acresceram 10 anos à condenação de José Dirceu ― “pessoa de alta escolaridade e ganhos bastante razoáveis, compreendendo perfeitamente o caráter delituoso de sua conduta”. Para esse julgador, a condenação baseada em depoimentos de delatores é possível “desde que vários deles deem versões semelhantes contra o mesmo investigado”.

Leandro Paulsen, presidente da Turma e revisor do processo, é autor dos votos que levaram à absolvição de João Vaccari Neto, no ano passado ― não por benevolência, mas devido a “fragilidades gritantes” na coleta de provas pelo Ministério Público, até porque ele não admite o uso de delações como única prova para condenar um réu. Todavia, em outro processo ― no qual Vaccari havia sido condenado a 10 anos por receber US$ 4,5 milhões, em nome do PT, para financiar a campanha de Dilma ―, Paulsen escreveu: “Agora, nesta terceira ação, pela primeira vez, além das declarações de delatores há depoimentos de testemunhas e provas de corroboração apontando no sentido de que o réu é autor de parcela dos crimes de corrupção especificamente descritos na inicial acusatória”. E aumentou a pena do ex-tesoureiro petralha para 24 anos de prisão.

Victor Laus, o mais garantista dos três, é o principal foco de divergência em relação a Gebran. Para ele, a presunção de inocência é um princípio inarredável, e a ideia de condenar um acusado caso existam dúvidas sobre sua culpa, por menores que elas sejam, é inconcebível. Na Lava-Jato, foi o único que paralisou julgamentos mediante pedidos de vista, embora siga religiosamente os entendimentos das instâncias superiores (STJ e STF). Para ele, uma vez encerrada a jurisdição criminal de segundo grau, deve ter início a execução da pena imposta ao réu, independentemente da eventual interposição de recurso especial ou extraordinário.

Observação: O ESTADÃO publicou diversas curiosidades sobre os três desembargadores, mas transcrevê-las exigiria estender demais este texto, de modo que fica aqui apenas o link.

Lula diz que não pode julgar os membros da 8.ª Turma porque não os conhece, mas não poupou críticas ao presidente do Tribunal, desembargador Thompson Flores (mais detalhes nesta postagem) e vem estimulando a militância a defender sua candidatura a qualquer custo. Dias atrás, a senadora débil mental que preside o PT e também é ré na Lava-Jato saiu-se com a seguinte pérola: “Para prender o Lula vai ter que prender muita gente, mas, mais que isso, vai ter de matar gente ― dias depois, ela postou no Twitter que o que disse “foi apenas força de expressão”.

Alexandre Padilha, vice-presidente do partido, não deixou por menos: “Se o presidente Lula for condenado, a nossa reação vai ser confirmar no dia seguinte a candidatura dele à presidência. Vamos deixar claro que nenhuma decisão judicial vai impedir a candidatura dele”. O senador Lindbergh Farias também convocou a tropa: “A gente tem de ter uma outra esquerda, mais preparada para o enfrentamento, para as lutas de rua. Não é hora de uma esquerda frouxa, burocratizada, acomodada”. Urias Fonseca Rocha, ex-candidato a vereador pelo PCdoB em Campo Grande (MS), foi outro que comprou a briga: “Se Lula for condenado, temos de brigar até as últimas consequências, ir para a rua, ir para o pau, talvez, quem sabe, montar guerrilha, começar a estourar cabeça de coxinha, de juiz, mandar esses golpistas para o inferno”.

Curiosamente, nenhum desses instigadores foi chamado às falas, embora pudessem ser enquadrados nos artigos 286 e 287 do Código Penal. O próprio Lula, comandante máximo dos imprestáveis, depois de alinhavar teses mirabolantes envolvendo a ascendência do presidente do TRF-4, mirou sua artilharia contra a imprensa em geral e VEJA em particular. “A VEJA é uma central de mentiras. Eu quero que eles saibam. Trabalhem pra eu não voltar. Porque se eu voltar vai haver uma regulação dos meios de comunicação”, escreveu o picareta dos picaretas no Twitter.

Como todo mundo que vem acompanhando o desenrolar dos acontecimentos, petistas providos de neurônios (são raros, mas existem) estão convencidos de que o TRF-4 manterá a condenação, e por isso apostam nas ameaças de violência e na pressão sobre os desembargadores para forçar uma decisão por 2 votos a 1, já que a unanimidade abriria caminho para a inelegibilidade e até para a prisão de seu amado líder. A questão é que pronunciamentos agressivos como os de Gleisi e companhia passam à militância o recado de que é preciso radicalizar, quando o cenário jurídico-político requer ânimos serenados. E com claques rivais no mesmo lugar e ao mesmo tempo ― os petralhas prometem levar 20 mil “militantes” a Porto Alegre ―, a coisa pode facilmente fugir ao controle, mesmo com a PF garantindo a segurança dos magistrados e do edifício do TRF-4, as Tropas da Força Nacional patrulhando Porto Alegre e a Secretaria de Segurança Pública do estado suspendendo o expediente em todos os prédios públicos próximos à sede do tribunal.

A acusação contra Lula ficará a cargo do procurador Maurício Gerum, que vai pedir o aumento da pena e sua imediata execução. A defesa, além dos 15 minutos de que dispõe o advogado Cristiano Zanin, contará com mais 30 minutos concedidos aos deputados petistas ― e também advogados ― Paulo Teixeira e Wadih Damous, que atuarão como advogados de Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula, que foi absolvido na primeira instância, mas figura na ação porque o Ministério Público recorreu dessa decisão.

O PT tem potencializado a importância desse julgamento com sua costumeira falácia. A Frente Brasil Popular, que lidera dezenas de movimentos sociais, sindicais e partidos de esquerda, montou na segunda-feira um acampamento próximo ao prédio do TRF-4, com um telão para acompanhar a transmissão ao vivo pelo YouTube, e a estimativa é de que mais de 2 mil pessoas se reúnam no local para assistir ao “espetáculo”. O acesso ao entorno do edifício foi restringido a partir do meio-dia de ontem ― por via aérea, terrestre e naval ―, e fala-se na possibilidade de os desembargadores serem transportados por aeronaves até a Corte, caso haja risco ou impedimento para o transporte rodoviário (fico imaginando o custo de todo esse aparato, o prejuízo que esse sacripanta repulsivo continua dando aos cofres públicos).

Volto a lembrar: nada de mais grave aconteceu nas outras vezes em que Lula se viu publicamente diante da Justiça ― quando foi conduzido coercitivamente para depor na PF do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, nas duas vezes em que prestou depoimento ao juiz Moro, ou mesmo quando o magistrado publicou a sentença condenatória. E nada indica que desta vez a coisa será muito diferente, a despeito do que insistem em fazer crer os correligionários do petralha e a militância que o defende caninamente. Isso não passa de uma tentativa de promover o caos, diante da normalidade jurídica em que se desenrolam os acontecimentos. Se a condenação for confirmada, a petralhada vai espernear, naturalmente, mas sua grita terá o mesmo destino das insistentes denúncias de “golpe” ― como o bando vermelho classificou o impeachment da ex-grande-chefa-toura-sentada-ora-impichada

Como bem lembrou J.R. Guzzo em mais um texto magistral, essa comédia infeliz vai continuar, mas tende a perder força gradativamente, sobretudo se a decisão se der por unanimidade e Lula for impedido de disputar as próximas eleições. O público vai começar a sair da sala e cada vez menos gente prestará atenção ao que os personagens falam no palco. Se o picareta dos picaretas sair do jogo, nos termos do que manda a lei, o espetáculo que de fato interessa ― quem será o próximo presidente desta Banânia ― estará sendo encenado em outro lugar, e o Brasil terá uma excelente oportunidade de se tornar um país melhor, de avançar no desmanche da maior empulhação encenada no palco da política nacional, a farsa do operário que já passou dos 70 anos e não trabalha desde os 29; do maior líder de massas da história, mas que não pode sair à rua há anos, com medo de ser escorraçado; do homem mais importante do Brasil nos últimos 500 anos, de quem tudo depende e sem o qual nada se pode fazer neste país ― que não pode sequer existir sem Lula.

De falácia em falácia, Lula vem provando que, se sair de cena, não fará a menor falta. É fato que artistas, intelectuais e os indefectíveis “formadores de opinião de plantão” têm se mostrado aflitos com a ausência do petista na lista dos candidatos. Segundo eles, isso comprometeria a imagem de “lisura” das nossas eleições. Há até quem defenda que sua derrota deve se dar nas urnas, pois afastá-lo do pleito por decisão judicial transformá-lo-ia em “mártir”. Mas Lula não está acima da lei, e criminosos devem ser julgados nos Tribunais, não nas urnas eleitorais. Aliás, este país só passará a valer alguma coisa quando passar a viver sob o império da lei.

Quem precisa de Lula não é a lisura das eleições ou o povo brasileiro. São as empreiteiras de obras públicas, que esperam por novas refinarias Abreu e Lima e novos portos de Mariel. São os vendedores de sondas e de refinarias sucateadas para a Petrobras. São os operadores de fundos de pensão das estatais e os marqueteiros milionários. São os Renans Calheiros, os Jarbas Barbalhos, os Sarneys e a diretorzada velha da Petrobras ― gente que não vacilou em meter a mão no bolso e devolver 80 milhões de dólares em dinheiro roubado da empresa. São os Odebrechts, os Joesleys, os Eikes

O cidadão comum, o trabalhador que no dia seguinte ao julgamento estará às 4 da matina da fila do ônibus, este não precisa de Lula, do PT e distintíssima companhia. 

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terça-feira, 23 de janeiro de 2018

AINDA SOBRE O DESVARIO PETISTA


O julgamento de Lula pelo TRF-4 é o assunto da semana, e continuará sendo nos dias subsequentes ao veredito dos desembargadores (caso nenhum deles peça vista, pois isso suspenderia a sessão e a decisão final, prolongando a agonia nacional). Então, o jeito é continuar nesse tema e torcer pelo melhor.

Relembrando: a senadora Gleisi Hoffmann ― presidente do PT e ré no STF ―, em entrevista ao site “cumpanhêro” Poder 360, deu sua aula de selvageria ao brindar o bando de canastrões e vigaristas que encena a Ópera dos Malandros ― peça humorística que celebra a inocência de Lula ― com a seguinte pérola: Para prender o Lula, vai ter que prender muita gente, mas, mais do que isso, vai ter que matar gente

O comentário pegou mal, como não poderia deixar de ser, a petralha remendou, alegando que o que disse foi apenas “força de expressão. No Twitter, ela postou o seguinte: Lula é o maior líder popular do país e está sendo vítima de injustiças e violências que atingem quem o admira. Assim, como não se revoltar com condenação sem provas?”

Como bem salientou Augusto Nunes, quase todo integrante do partido que virou bando lembra um napoleão-de-hospício. Mas nem o mais desatinado devoto da seita está disposto a perder a vida para preservar a liberdade de um criminoso condenado a 9 anos e meio de cadeia por corrupção e lavagem de dinheiro.

Petistas sempre foram bons de bravata. Em maio de 2000, durante uma manifestação de professores em greve, o então deputado José Dirceu ― hoje criminoso condenado, mas que continua em prisão domiciliar por obra e graça de alguns ministros do STF ― ensinou que os adversários do PT deveriam apanhar nas urnas e nas ruas. Uma semana depois, um bando de grevistas agrediu fisicamente o então governador Mário Covas, que já se encontrava debilitado pelo câncer que acabaria por matá-lo. Foi força de expressão, desconversou, anos mais tarde, o guerrilheiro de araque.

Força de expressão”, no dialeto dessa seita espúria, deve ser sinônimo de caso de polícia. Afinal, incitação ao crime e a apologia de crime ou criminoso. Pelo tamanho da capivara, ambos certamente sabem disso, embora não pareçam preocupados, até porque já cometeram delitos muito mais graves. O guerrilheiro de araque logo estará na gaiola pela terceira vez, e a presidente da facção só não foi engaiolada porque o foro privilegiado mantém em liberdade qualquer delinquente com mandato parlamentar. Mas tanto o mestre quanto a pupila poderiam ser enquadrados nos artigos 286 e 287 do Código Penal.

Os petistas querem mesmo fazer crer que o Brasil está às portas de uma convulsão, talvez até mesmo de uma guerra civil, caso os desembargadores da 8ª Turma do TRF-4 resolvam condenar e eventualmente mandar prender o molusco. Porém, a despeito de a ameaça de baderna e de confrontos violentos ser grave, não se pode tomar ao pé da letra o que disse a presidente da quadrilha, conquanto não se deva menosprezar a capacidade petista de causar problemas, já suficientemente comprovada ao longo das três décadas de existência do partido. Por outro lado, o importante observar a verdadeira dimensão da mobilização em favor do demiurgo de Garanhuns, que, desde o momento em que ele se viu formalmente processado, tratou de qualificar seu caso como perseguição política. 

Afinal, se o “maior líder popular da história do Brasil” diz que é inocente, sem viva alma capaz de rivalizar com ele em honestidade, não caberia à Justiça outra atitude senão encerrar seu caso e se desculpar pelo inconveniente. Se os magistrados decidiram levar o caso adiante ― e, pior, condenar o pulha à prisão, como já fez o juiz Sérgio Moro ―, é porque há um complô, articulado pelas “elites”, visando evitar que o sumo pontífice da Petelândia volte ao poder.

A ideia, claro está, é constranger o Judiciário. Mas essa estratégia só teria alguma chance de êxito se houvesse efetivo risco de grave comoção nacional ante a eventual decisão de encarcerar Lula ― e é por isso que os petistas estão empenhadíssimos em dar a impressão de que grande parte do “povo” está de prontidão para enfrentar os “golpistas” aninhados no Judiciário. É nesse contexto que deve ser entendida a declaração de Gleisi Hoffmann sobre os cadáveres que a condenação do chefe poderia produzir. Ou seja, ela quis dar a entender que não só há gente disposta a morrer por Lula, mas também que os “golpistas” terão de reprimir violentamente as esperadas manifestações de protesto contra a condenação.

Para a jornalista Eliane Cantanhêde, a declaração de Gleisi é tão irresponsável quanto sua defesa do regime Maduro, que leva os venezuelanos ao desespero, ao desamparo, ao desabastecimento e à desesperança. Em vez de se aliar com a gente que sofre, a senadora vermelha, por pura questão ideológica, se alinha com a gente que impõe o sofrimento. No caso de Lula, ela tenta jogar o mundo petista contra a Justiça brasileira, o que nos leva à pergunta: se o TRF-4 absolver Lula, quem é a favor da prisão do crápula também pode sair matando gente?

As declarações estapafúrdias de Gleisi são chocantes, mas reforçam o quanto o Brasil está mudando e o quanto os próprios políticos estão esperneando. Nisso, perdem o senso, extrapolam e falam o que não podem ― e nem deveriam. O fato de o ex-presidente mais popular da redemocratização ter sido denunciado, julgado e até condenado em primeira instância já é uma mudança e tanto. Mas há muito mais: O que dizer de um presidente no exercício do mandato que sofreu duas denúncias da PGR no mesmo ano e tem agora de responder 50 perguntas “desrespeitosas e ofensivas”, segundo o próprio, da Polícia Federal? 

E o ex-poderoso governador Sérgio Cabral, que foi preso, condenado a dezenas de anos e agora transferido de penitenciária para não desfrutar de regalias? E as intervenções na Petrobrás e, na semana passada, na CEF?  E a prisão de Maluf ― que foi símbolo da corrupção por mais de 30 anos e agora virou o maior troféu do oposto, do combate à corrupção? E Bolsonaro, que as pesquisas apontam como principal concorrente de Lula? Perguntado por que recebe o auxílio-moradia da Câmara se tem imóvel em Brasília, o deputado respondeu: “Pra comer gente, tá?”.

Observação: Além de político reacionário, com ideias estapafúrdias, Bolsonaro vai se revelando também um poço de contradições. A principal é se dizer antipolítico. Como assim? Não bastasse estar no sétimo mandato de deputado federal, ele elegeu a ex-mulher duas vezes vereadora no Rio e meteu três filhos na política (Eduardo é deputado federal, Flávio, estadual, e Carlos, vereador). Foi na política que o clã de Bolsonaro amealhou mais R$ 15 milhões em imóveis. E é também como político que o patriarca pode usufruir de auxílio-moradia para “comer gente”. Isso é que é rejeição à política?

Voltando à novela do TRF-4 e o exterminador do plural, o presidente do PT do Rio Grande do Sul, deputado Pepe Vargas, disse à Folha que sua preocupação é com presença de infiltrados nos atos marcados para o dia do julgamento. Então, que fique bem claro: se houver violência, quebra-quebra e congêneres, a culpa não é da valorosa e pacífica militância vermelha. Pausa para as gargalhadas.

É até possível que algum desequilibrado resolva se martirizar por Lula, pois há louco para tudo. Mas é altamente improvável que mais alguém além do restrito grupo de adoradores do chefão petista se arrisque a quebrar uma unha que seja diante do infortúnio do petralha, ainda mais considerando-se o fato de que defender Lula significa defender um corrupto condenado.

Constatado o fato de que o apoio ao petralha contra os magistrados que o julgarão é muito mais limitado do que a propaganda do PT pretende fazer crer, é preciso que as autoridades usem tudo que a lei lhes faculta para impedir que os baderneiros a serviço daquele partido criem situações violentas que lhes possam servir de pretexto para denunciar um regime de exceção que só existe em suas delirantes fantasias.

O caminho que o PT escolheu não lhe dá outra opção senão a de provocar confrontos para que algo da desastrada profecia de sua presidente se realize. Para sorte do País, porém, a ameaça da senadora vermelha apenas simboliza o desvario que tomou conta dos petistas desde que seu grande líder foi flagrado com a boca na botija.

Assistam a este vídeo (não concordo com tudo o que ele diz, mas não há como não reconhecer que ele tem razão numa porção de coisas).


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domingo, 21 de janeiro de 2018

LULA VOLTA A "ESBANJAR ERUDIÇÃO" AO ATACAR PRESIDENTE DO TRF-4


Se o caríssimo leitor (ou caríssima leitora) já está de saco cheio de ler sobre Lula e o TRF-4, imagine com estou eu, de escrever sobre esse assunto.

Como hoje é domingo, eu ia ficar somente nas charges que ilustram este post e na remissão para o clipe abaixo ― que explica de forma didática como será o julgamento em Porto Alegre, na próxima quarta-feira. Confesso que até pensei em dedicar algumas linhas à pré-candidatura de COLLOR à presidência (puta que pariu!, só faltava mais essa!), mas aí vi no site de Veja que Lula voltou a assassinar a história ao investir contra o presidente do TRF-4 e não resisti à tentação de reproduzir a nota.

 Disse o sacripanta [sobre o desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores, presidente do TRF-4]: “Esse cidadão é bisneto do general Thompson Flores, que invadiu Canudos e matou Antônio Conselheiro. É da mesma linhagem. Quem sabe esteja me vendo como cidadão de Canudos.”

Com apenas 171 caracteres, incluindo os espaços, a passagem aclamada da fala de Lula contém três mentiras, como revelou a revista: 1) Flores não é bisneto de Tomás Thompson Flores, é sobrinho trineto; 2) Tomás Thompson Flores não era general à época da guerra de Canudos no final do século XIX, era coronel; 3) Tomás Thompson Flores não matou Antônio Conselheiro pelo simples fato de ter morrido em combate três meses antes de sua suposta “vítima”.

Os devotos do líder messiânico chamarão as mentiras de erros irrelevantes, meros lapsos de memória. Cadê a prova disso?

E Lula lá (na cadeia).


E ouça mais este:


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sábado, 20 de janeiro de 2018

GLEISI HOFFMANN E A PRISÃO DE LULA


Político brasileiro não tem currículo, tem ficha-corrida. Se for do PT, então, nem se fale. Mas seria de esperar coisa muito diferente de um partido chefiado por um hepta-réu condenado, e presidido por uma débil mental que, em recente entrevista ao site vermelho Poder 360, saiu-se com a seguinte barbaridade: Para prender o Lula, vai ter que prender muita gente, mas, mais que isso, vai ter que matar gente. Aí, vai ter que matar.”

Gleisi Hoffmann ― ou “coxa”, como era identificada na planilha de propinas da Odebrecht ― é senadora pelo PT do Paraná e presidente nacional do Partido dos Trambiqueiros. Ela e seu notório marido ― Paulo Bernardo, ex-ministro do Planejamento de Lula e das Comunicações no governo Dilma ― são réus por corrupção passiva e lavagem de dinheiro num processo que já tem mais de 3.000 páginas e cujo julgamento deve ser pautado assim que o STF retornar do recesso. Mas esse currículo “invejável” não a impediu de suceder a Rui Falcão na presidência da ORCRIM; afinal, ninguém melhor do que um criminoso para comandar uma quadrilha.

Gleisi fez por merecer o posto. Não só liderando a tropa de choque de Dilma durante o impeachment, mas também cometendo toda sorte de atrocidades. Um bom exemplo se extrai do papelão que ela fez no ano passado, quando, acompanhada de outras quatro “companheiras de ideologia” e industriada por certo ex-guerrilheiro de araque e pelo mui suspeito presidente da CUT, ocupou a mesa diretora do Senado e obstruiu por mais de 6 horas a votação da reforma trabalhista. Para um país que mal superou o trauma de ter tido como primeira presidente mulher uma besta teleguiada pelo padrinho, esse protesto feminista com controle remoto masculino foi mais que lamentável.

Mas não é só. Ao assumir a presidência do PT, a senadora-ré declarou que o partido não faria autocrítica de seus atos escabrosos para não fortalecer o discurso dos adversários. E jamais perdeu uma chance de enaltecer a ditadura venezuelana: ao abrir o 23º encontro do Foro de São Paulo, na Nicarágua, Gleisi prestou solidariedade ao PSUV ― vítima, segundo o PT, de violenta ofensiva da direita pelo poder na Venezuela. “Temos a expectativa de que a Assembleia Constituinte possa contribuir para uma consolidação cada vez maior da revolução bolivariana e que as divergências políticas se resolvam de forma pacífica”, disse a desqualificada, a despeito de aquele país amargar a segunda maior taxa de homicídios do mundo, conviver com uma taxa de inflação de mais de 2.000% ao ano e estar em permanente clima de “quase guerra civil”. Aliás, com a cara mais deslavada do mundo, a senadora delirante atribuiu as denúncias contra o governo de Nicolás Maduro a uma campanha da CIA e da “imprensa golpista”. É mole?

A entrevista de Gleisi ao site Poder 360, do “cumpanhêro” Fernando Rodrigues, demonstra não só a lamentável escalada de radicalização que os baba-ovos de Lula vêm promovendo contra o julgamento no TRF-4, mas também o descontrole emocional que domina as principais lideranças do partido. Aliás, em entrevista concedida à agência de notícias Bloomberg, a senadora mandou um recado aos investidores estrangeiros para que não se preocupassem, pois Lula, segundo ela, é um líder político conciliador e estaria disposto a publicar uma nova versão da carta aos brasileiros para garantir seus compromissos com o equilíbrio fiscal.

Como boa parte dos políticos em Brasília, Gleisi se descolou da realidade, principalmente depois de ver de ver se agigantarem as chances de seu amado líder ser impedido de concorrer à presidência da República e acabar seus dias na cadeia. Em sua página no Facebook, essa sumidade postou uma foto da torcida do Futball-Club Bayern München com uma mensagem que, para ela, seria de apoio a Lula ― como se o julgamento desse cafajeste estivesse mobilizando até mesmo torcidas organizadas alemãs ―, quando na verdade a foto mostrava uma faixa onde se lia “Forza Luca”, em alusão a um acidente sofrido por um torcedor. Ou seja, o fanatismo patético da senadora provocou uma ilusão de ótica que a fez ler Lula em vez de Luca.

De acordo com Merval Pereira, outros três episódios evidenciam que o julgamento de Lula no TRF-4 está mexendo com os nervos da presidente do partido. E não só com os dela. Os advogados do petralha resolveram  ― de última hora  ― incluir como “nova prova” da inocência de seu cliente a penhora do tríplex do Guarujá ― determinada indevidamente por uma juíza do DF numa ação movida por credores contra a OAS (mais detalhes na postagem de ontem). 

Zanin e companhia alegam que essa penhora demonstra de maneira irretorquível que o apartamento de Lula não é do Lula, esquecendo-se ― muito convenientemente ― de que Lula foi condenado justamente por tentar esconder a posse de fato do imóvel (que, aliás, foi confiscado judicialmente pelo juiz Sérgio Moro como produto do crime que resultou na condenação).

Em outra tentativa de alterar o andamento do processo, os rábulas lulistas pediram que seu cliente fosse ouvido novamente no TRF-4 antes do julgamento, alegando que o depoimento ao juiz Moro teria sido comprometido pela parcialidade do magistrado. O desembargador João Pedro Gebran Neto, relator dos processos da Lava-Jato no TRF-4, rejeitou o pedido, naturalmente, até porque para aceitá-lo seria preciso anular o primeiro depoimento, o que só poderia ser feito pelo plenário da Corte de apelação. E a mais recente trama foi tentar incluir um advogado americano entre os defensores de Lula, mas ele não tem registro na OAB e, portanto, não pode atuar em nosso país. 

Para tumultuar ainda mais o julgamento, os deputados petistas Wadih Damous e Paulo Teixeira participarão da sessão e farão sustentações orais em favor do corréu Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula  ― que foi absolvido por Moro, mas recorreu da decisão (tem cabimento uma coisa dessas?). 

Enfim, o espetáculo circense está sendo armado, e o Tribunal, transformado em palanque com mais essa estratégia do PT para politizar o julgamento. Okamoto, registre-se, minimizou a verborragia estapafúrdia de Gleisi sobre prender Lula e morrer gente, afirmando tratar-se de força de expressão, e coisa e tal. O fiel escudeiro do petralha se imolou simbolicamente para atenuar o disparate da desmiolada, mas isso não diminui a gravidade da conclamação da militância a responder com violência à condenação de seu amado líder. 

Como se vê, o périplo do presidente do TRF-4 a gabinete de autoridades em Brasília, em busca de garantias para que o julgamento transcorra sob controle das forças de segurança, não foi desmotivado. O apelo ao confronto salta aos olhos na alta cúpula e na militância petista. Esperemos que sejam apenas bravatas irresponsáveis (o que já não é pouco), e que o “vai morrer gente” da presidente do PT seja mesmo força de expressão, mais uma de suas notórias “viagens na maionese”. A conferir nos próximos 4 dias.

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sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

PETISTAS QUEREM PORQUE QUEREM DESCARACTERIZAR A CONDENAÇÃO DE LULA


É compreensível que a militância vermelha esteja desesperada com a situação de seu amado líder, e que esse desespero cresça à medida que se aproxima o dia em que o TRF-4 julgará o recurso do petralha. Mas nada justifica a pressão ― e muito menos as ameaças ― a que vêm sendo submetidos os desembargadores da 8ª Turma pelos vândalos de plantão (mais detalhes nesta postagem), que acenam até com a possibilidade de atear fogo no prédio do Tribunal, em Porto Alegre.

A escalada petista contra o Judiciário é comandada pelo próprio Lula. Além de atacar o TRF-4, em particular o presidente do Tribunal, Carlos Eduardo Thompson Flores, e o ministro revisor da Lava-Jato, Leandro Paulsen, o molusco abjeto afirmou que “juízes que se comportam como Sérgio Moro deveriam ser exonerados.”

A menos de uma semana do julgamento, Cristiano Zanin e seus esbirros, num ato desesperado, querem usar como “prova irretorquível” de que o famoso tríplex do Guarujá não é de Lula a penhora de bens da OAS determinada (de maneira equivocada) pela juíza Luciana Correa Torres de Oliveira, da 2ª Vara de Execução e Títulos no Distrito Federal, já que um dos bens é justamente o apartamento em questão. A patuleia ignara foi ao delírio com essa notícia, e as redes sociais foram coalhadas de postagens alardeando que a condenação imposta a seu amado líder é fruto de uma conspiração orquestrada pelos “coxinhas”, pela mídia, pelas “elites”, pela Rede Globo e por sabe Deus quem mais. Só que a acusação que resultou na condenação de Lula não era de que a propriedade formal do apartamento fosse dele, mas de que ele era o proprietário de fato ― situação que ele tentou encobrir valendo-se de diversos artifícios, e por isso foi condenado também por lavagem de dinheiro. 

A rigor, o tríplex nem é mais da OAS. Ele foi confiscado na sentença de condenação de Lula e, portanto, nem poderia ter sido penhorado. Ademais, Moro deixou claro na sentença que houve acerto de corrupção em contratos da Petrobras, e que parte do dinheiro da propina combinada foi utilizada em benefício do ex-presidente. Além disso, o magistrado esclareceu, numa das respostas à defesa do petista, que  jamais afirmou, na sentença ou em lugar algum, que os valores obtidos pela construtora OAS nos contratos da Petrobras foram usados para pagamento indevido para o ex-presidente. Até porque não importa de onde a OAS tirou o dinheiro, mas sim que a causa do pagamento fora o favorecimento da empresa em contratos com a Petrobras.

Como bem lembrou Merval Pereira, toda movimentação dos petistas em torno do julgamento de Lula demonstra que eles estão cientes da situação-limite em que se meteram, que Lula precisa do PT como nunca, e que o PT, como sempre, precisa de Lula. Uma eventual absolvição permitiria ao molusco resgatar um eleitorado que já foi seu e que hoje o repudia e ao PT, mas sua condenação reafirmaria a culpa já definida na primeira instância, fulminaria sua pretensão (à luz da lei da Ficha-Limpa) de concorrer novamente à presidência e colocá-lo-ia no xadrez (pelo entendimento firmado no STF, réus condenados na segunda instância podem começar a cumprir a pena, mesmo que recorram às instâncias superiores).

Claro que existe uma infinidade de recursos até a decisão final, mas a confirmação da condenação será o começo da derrocada daquele que ainda é um político popular e busca nas urnas escapar das acusações que lhe são feitas no âmbito da Justiça. Não é de espantar, portanto, que o site do PT tenha partido para uma acusação pessoal aos desembargadores que julgarão seu chefe no próximo dia 24, acusando João Pedro Gebran Neto de ser ser amigo de Moro; Leandro Paulsen, de ter sido muito rápido como relator, e Victor Laus, de receber um salário acima do teto. Afirma os petistas que os três magistrados são piores do que aquele que eles irão julgar, o que caracteriza uma clara tentativa de intimidação.

Para Roberto Veloso, presidente da Associação de Juízes Federais, “os magistrados decidem de acordo com a prova dos autos, não movidos por coações, intimidações ou ameaças”, e que “numa democracia, as decisões judiciais são respeitadas”. Para tentar serenar os ânimos, ele lembrou também que “o sistema recursal brasileiro é muito amplo”, ou seja, se a segunda instância confirmar a condenação, os advogados do petralha poderão recorrer às instâncias superiores. E completou: “As ameaças estão sendo públicas, não estão sendo veladas (...) temos assistido a vídeos com ameaças públicas de que serão depredados prédios públicos, que irão tomar de assalto as dependências do tribunal, que irão fazer e acontecer, até de atear fogo nós ouvimos.”

Amanhã tem mais, pessoal. Até lá.

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quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

DIA 24 EM PORTO ALEGRE


DISCUTIR POLÍTICA COM PETISTA É COMO JOGAR XADREZ COM POMBO. ELE DERRUBA AS PEÇAS, CAGA NO TABULEIRO E SAI DE PEITO ESTUFADO, CANTANDO VITÓRIA.

No Brasil, político não tem currículo, tem ficha-corrida. Sobretudo se for do PT, que é chefiado por um hepta-réu condenado a 9 anos e meio de xadrez.

O PT continua negando existência de um plano B, mas vinha há tempos cogitando substituir Lula por Fernando Haddad na disputa à presidência, caso a condenação seja do molusco seja ratificada pela 8ª Turma do TRF-4 e o molusco se torne inelegível. Só que Haddad foi indiciado pela PF por falsidade ideológica eleitoral ― o famoso “caixa 2” ―, e agora o partido avalia a possibilidade de Jaques Wagner disputar a presidência, e Haddad, uma cadeira no Senado. Fala-se também que o ex-prefeito de Sampa seria o coordenador da campanha petista, mas seu indiciamento deve levar o partido a escalar a senadora Gleisi Hoffmann ― ré no STF por corrupção e lavagem de dinheiro ― para coordenar a campanha. Como se vê, só mudam as moscas, a merda é sempre a mesma. 

Observação: Dias atrás, Gleisi, que também é presidente do PT, produziu a seguinte pérola: “Para prender o Lula, vai ter que prender muita gente, mas, mais que isso, vai ter que matar gente. Aí, vai ter que matar.” É ou não uma ameaça terrorista, um desafio intolerável à Justiça? O que falta para essa criatura ser presa por incitação à violência?

O julgamento de Lula no TRF-4 promete muitas emoções, até porque o PT tenciona mobilizar milhares de militantes para fazer arruaças em Porto Alegre. Segundo a Folha, o desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores, presidente daquele Tribunal, revelou que os magistrados vêm sofrendo ameaças, e que alguns deles até tiraram suas famílias do Estado. Para Roberto Veloso, presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil, as intimidações já não são veladas, mas púbicas, como se vê nos vídeos em que a militância ameaça partir para a depredação e até mesmo atear fogo no prédio do Tribunal.

De acordo com O Antagonista, os ataques aos desembargadores foram ordenados pelo próprio Lula: diz o site: “Diante da avaliação de que as chances de condenação são altas, a ordem agora é partir para cima. Com a arrecadação de fundos em baixa e as férias de janeiro favorecendo a desmobilização dos militantes, o Instituto Lula assumiu a linha de frente da defesa do ex-presidente. Se antes já foi discreto e evitou misturar-se publicamente ao PT, agora o instituo articula as ações dos principais líderes e movimentos sociais, além de dar o tom do conteúdo das redes sociais. E é o próprio Lula quem tem distribuído instruções a todos.” (Leia mais na coluna de Lauro Jardim em O GLOBO).

Essa beligerância dos petralhas não visa somente constranger a Justiça, mas também vender a imagem de que o Brasil vive um estado de exceção ― estratégia que não deu certo por ocasião do impeachment de Dilma Rousseff e que está fadada a ter o mesmo destino no caso do comandante máximo da ORCRIM. Todavia, só mesmo quem tem Q.I. de ameba acredita que os procuradores e juízes responsáveis por denunciar, processar e julgar Lula ferem o Estado Democrático de Direito, e que os petistas defendem o Estado Democrático de Direito ao ameaçar arrebentar, matar e morrer se o chefão for condenado em segunda instância

Por mais estranho que possa parecer à militância petista, se a condenação do Picareta dos Picaretas for mantida e ele se tornar inelegível ― ou, melhor ainda, se for devidamente encarcerado ―, o Brasil não só continuará existindo, mas será um país melhor. Vale lembrar que o mundo não acabou quando Lula foi conduzido coercitivamente para depor na PF, em março de 2016, quando se tornou réu pela primeira vez, quatro meses depois, nem quando sua pupila foi expelida do Palácio do Planalto, em agosto daquele ano. Ou quando Lula depôs pela primeira vez na 13ª Vara Federal de Curitiba, em maio de 2017, quando recebeu sua primeira sentença condenatória, dois meses depois, nem quando se tornou réu em outras seis ações penais ― aliás, o juiz Sérgio Moro deve julgar em breve o processo que trata da cobertura vizinha ao apartamento do Petista em SBC e do terreno comprado pela Odebrecht para sediar o “Instituto Lula”.

Por mais surpreendente que seja para a patuleia, Lula não é Deus nem tampouco está acima da Justiça terrena.

O que a escória vermelha ameaça fazer em Porto Alegre nada tem a ver com democracia. É coisa de arruaceiro, de bandido ― como costumam ser as “manifestações” insufladas pelo PT com a ajuda da CUT e de movimentos como o MST e MTST. É fundamental que as autoridades ajam com rigor para impedir essa barbaridade ― não a livre a manifestação do pensamento, naturalmente, mas a baderna, a violência. Se não o fizerem, não será por falta de aviso.

Para não ficar somente na minha opinião, ouçam o que disse Ricardo Boechat na última segunda-feira (a gravação se estende por cerca de 14 minutos, mas o trecho em que o jornalista trata do tema em pauta começa aos 7 minutos).


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terça-feira, 16 de janeiro de 2018

LULA LÁ!



Sempre que o assunto é o mau-caratismo de Lula, a patuleia ignara entoa seu batido refrão: Cadê as provas? Mostrem as provas! 

O fato é que essa escumalha vermelha não veria provas contra seu amado líder nem que elas lhes mordessem o rabo ― como não vê que José Dirceu, mensaleiro e petroleiro com três sentenças nas costas, não é o “guerreiro do povo brasileiro”, mas um guerrilheiro de festim travestido de eterno “revolucionário”, um meliante e pseudo blogueiro que ataca invariavelmente a Justiça e insufla a militância petista “ao combate”, um  protótipo da perversão que marcou a passagem do PT pelo poder federal.

Voltando a Lula ― cujo nome deveria ilustrar o vocábulo salafrário nas boas enciclopédias ―, sua defesa busca agora usar o depoimento do doleiro Rodrigo Duran para desacreditar as provas fornecidas pela Odebrecht contra o molusco. Mas, em parecer encaminhado ao desembargador João Pedro Gebran Neto (relator da Lava-Jato no TRF-4), o procurador Luiz Felipe Hoffmann Sanzi desmontou a manobra e recomendou que seja negada a oitiva de Duran, postulada pela defesa de Lula no âmbito do incidente de falsidade aberto sobre documentos entregues pela empreiteira em seu acordo de colaboração.

Observação: Duran é alvo de três denúncias na Lava-Jato, todas por operação de propinas da Odebrecht, e teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Sérgio Moro, mas está foragido na Espanha. Os advogados de Lula insistem para que ele seja ouvido, e como Moro já recusou três pedidos nesse sentido, recorreram ao TRF-4.

Para Sanzi, “as declarações da testemunha em videoconferência, à defesa, não vieram acompanhadas de nenhuma prova, sendo que Rodrigo Duran é criminoso foragido no exterior, com prisão preventiva decretada contra si, o que não colabora em trazer credulidade às suas declarações. É fato relevante, ainda, que há perícia em curso na Polícia Federal para examinar a integridade do sistema eletrônico de contabilidade e dos documentos que a testemunha, em declarações prestadas à defesa a Comissão Parlamentar de Inquérito, afirma terem sido manipulados. Enfim, dado o poder conferido ao juiz para indeferir as provas que considerar protelatórias ou impertinentes, e dada a ausência de demonstração de imprescindibilidade, pela defesa, da oitiva da testemunha, de se manter incólume a decisão de indeferimento”.

Cadê as provas, Lula?

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sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

LULA DEVE ACOMPANHAR DE SÃO PAULO SEU JULGAMENTO NO TRF-4


O Deus pai da petelândia, também conhecido como redentor dos pobres, salvador dos idiotas, metamorfose ambulante e alma viva mais honesta da galáxia, queria porque queria ser ouvido pelo TRF-4 no próximo dia 24, durante o julgamento da apelação criminal contra a sentença que o condenou a 9 anos e seis meses de prisão. O Tribunal ainda não se manifestou sobre o pedido do petralha, mas seus advogados vêm tentando demovê-lo da ideia de participar das manifestações em Porto Alegre, sob o argumento de que é preciso evitar confrontos e acirramento de ânimos no entorno do prédio.

ObservaçãoO PT terá de racionar a mortadela no julgamento de Lula. A vaquinha online organizada por uma lulista condenada por improbidade administrativa arrecadou até agora R$109 mil. Considerando que a ORCRIM pretende levar 30 mil militantes até Porto Alegre, isso garante apenas R$3 para cada um.

Dirigentes do PT já trabalham com possibilidade de condenação, mas tencionam manter a candidatura de Lula até o último recurso na Justiça. A estratégia é partir para o enfrentamento no palanque e sustentar a velha tese de “perseguição política”. Para eles, se for impedido de concorrer e tiver a prisão decretada, seu ídolo não só se tornará um “mártir”, mas também um importante cabo eleitoral ― e essa história de que a sigla não tem plano B é conversa mole; há tempos que se fala em Jaques Wagner como substituto do molusco no pleito para presidente (Fernando Haddad, que também foi cogitado, deverá concorrer ao Senado).

O guerrilheiro de araque José Dirceu ― “guerreiro do povo brasileiro” na visão dos petistas, condenado no mensalão e no petrolão (no TRF-4, além de confirmarem o veredicto de Moro, os desembargadores aumentaram sua pena de 20 para 30 anos) ―, que está em prisão domiciliar por obra e graça da 2ª Turma do STF, aproveita o tempo livre para reforçar o coro da hipotética perseguição política a Lula. “Vamos juntos em 2018 combater para garantir Lula candidato, fazer a campanha, elegê-lo, dar posse a Lula, e de novo governar com o povo, pelo povo”, pregou o ex-chefão da Casa Civil do molusco. Um descalabro!

Semanas atrás, Dirceu gravou um vídeo no qual chama de “golpistas” os desembargadores do TRF-4 e os acusa de agir com o propósito de impedir a candidatura do líder máximo da Petelândia à presidência da Banânia. Disse o bandido, a certa altura: “Por isso o povo está de costas para eles, para os golpistas, para aqueles que querem refundar a República quando não receberam esse mandato da nação. São juízes, não foram eleitos, mas fazem algo mais grave. Querem usurpar o poder do Legislativo e do próprio Executivo, violando direitos fundamentais. Tudo em nome de impedir Lula de ser candidato. Mas nós derrotamos a ditadura militar, que governava por Atos Institucionais, e não vamos permitir a ditadura da toga.”

Há 50 anos, quando foi preso pela primeira vez pelas forças da ditadura ―, Dirceu, então com 22 anos, achava-se um revolucionário. Hoje, septuagenário, três condenações criminais nas costas, visto como o protótipo da perversão que marcou a passagem do PT pelo poder federal, assume seu papel de meliante travestido de blogueiro e publica, toda segunda-feira, um artigo agredindo a Justiça e insuflando a militância petista ao combate. Dentre outras pérolas, o dito-cujo já disse que “2018 será o que nós formos capazes de construir, de conquistar, na luta, no combate”; que “a luta começa dia 24 em Porto Alegre, onde vamos manifestar a nossa indignação, o nosso protesto, a nossa revolta”; que “se derrotamos a ditadura militar, que governava por Atos Institucionais, não permitiremos a ditadura da toga”; que “vamos juntos em 2018 combater para garantir Lula candidato”; e blá, blá, blá.

Daí se vê quão infame, inescrupuloso e perigoso é José Dirceu. Mesmo condenado, o corrupto reincidente continua insuflando seus esbirros contra o TRF-4, com o nítido propósito de obstruir a Justiça ― que deve mesmo ser cega, senão veria que já passou da hora de devolver esse semideus da esquerda fanática à cela de onde jamais deveria ter saído. Ele que espere por Lula lá!

Tudo isso nos leva de volta à velha pergunta: Onde vão colocar Lula? Na cadeia, como outros políticos já condenados, ou no trono dos acima da lei que tudo podem? Será que continuaremos permitindo que o país onde todos são iguais perante a lei se divida entre a escumalha geral dos cidadãos de segunda classe e os cidadãos especiais, “mais iguais que os outros”? Continuaremos admitindo que condenados pela Justiça (e aí se enquadram tanto Dirceu quanto o próprio Lula) insuflem o povo contra um julgamento da Justiça Federal?

Será que aqueles que tem por dever de ofício a obrigação de coibir esse tipo de prática são todos excluídos digitais, sem acesso à internet, às redes sociais? Será que não viram o vídeo do eterno guerrilheiro de festim, orgulhosamente publicado no Blog Nocaute, de Fernando Morais ― que se diz independente, mas não passa de uma ferramenta a serviço do marketing de esquerda? Será que jamais ouviram falar no site Brasil de Fato , onde o líder do MST convoca seu exército de arruaceiros para acampar em frente ao prédio da Justiça Federal em Porto Alegre? Ou acham que os baderneiros vão lá levar flores, entoar cânticos religiosos e se unir em oração pela absolvição do pobre migrante nordestino, incansável trabalhador e defensor dos direitos dos fracos e oprimidos, que tirou milhões da miséria ― e os enfiou no próprio bolso e no bolso de seus apaniguados?

Disse Jorge Maranhão, diretor do Instituto de Cultura de Cidadania A Voz do Cidadão: “Sob o império do paradoxo, da metáfora, do eufemismo, da ironia, da hipérbole e outras dezenas de figuras retóricas, vamos trocando valores por atributos pela vida afora. O que era para ser expressão de um estilo de arte virou expressão de vida. O burlesco teatral virou a burla política imoral. O que era adorno virou motivo. O gosto pelo adjetivo parasita de um substantivo descarnado e anêmico. Do meio tom, mais para o claro ou mais para o escuro, dependendo do olhar e da encomenda do freguês. Do meio copo quase cheio ou quase vazio, dependendo do gosto e da sede do bebedor. O Brasil que mistura prerrogativa com privilégio. O Brasil do disfarce, da vã retórica, do jeitinho e da tramoia, sempre tramando contra a sensatez e o bom senso. Com a palavra, doutos promotores e magistrados!”

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