segunda-feira, 13 de maio de 2024

PERDA DE MEMÓRIA

HÁ DOIS TIPOS DE USUÁRIOS DE PC: OS QUE JÁ PERDERAM SEUS DADOS E OS QUE AINDA OS VÃO PERDER. 

 

A exemplo do clima, o Brasil é um país marcado por extremos: ou é cheio de problemas, ou é cheio de soluções. Como a extremidade da problemática raramente encontra a beirada da solucionática, o país nunca resolve a encrenca da emergência climática, apenas sobrevive a ela — ou morre, como acontece novamente no Rio Grande do Sul. Marina Silva propôs a adoção de um plano visando permitir ao Estado evoluir do problema para a solução nos municípios mais suscetíveis a desabamentos, enchentes e secas. Há mais de um ano, quando o clima roncou no litoral paulista, a ministra disse basicamente a mesma coisa em entrevista ao UOL NewsNa hora do desastre, não há o que fazer senão socorrer as vítimas. Passada a emergência, ninguém se lembra de acelerar a fase da adaptação. Como o país demora a se ajustar à nova normalidade climática, os desastres se sucedem. Duas vezes é coincidência, três é aviso, quatro é alarme, cinco é destino, infinitas vezes é inépcia. 

Dizem que o homem imitou Deus ao criar o computador a sua imagem e semelhança, daí as memórias da criatura funcionarem de maneira análoga à humana (clique aqui para mais detalhes sobre memórias e aqui para upgrade de RAM). 
 
No tempo do meu avô, dizia-se que saber não ocupa lugar, mas hoje sabemos que nossa memória é limitada e que não há como fazer upgrade  talvez porque nossa expectativa de vida, igualmente limitadas, torne mais que suficiente o trilhão de conexões formadas por mais de 1 bilhão de neurônios. 
 
Observação: Se cada neurônio carregasse uma única lembrança, teríamos um sério problema de espaço. Mas as combinações que eles criam expandem significativamente nossa capacidade de armazenar recordações. Numa analogia com as memórias do computador, o "espaço" disponibilizado por nossa memória é de 2,5 Petabytes; considerando que 1 Petabyte corresponde a 1 milhão de Gigabytes, essa capacidade seria suficiente para armazenar 300 anos de conteúdo transmitido 24/7, em alta resolução, por uma emissora de TV.
 
Tanto o avanço da Ciência quanto as ações de governantes incompetentes podem causar efeitos indesejáveis. Enquanto os planos de combate à inflação implementados durante as gestões de Sarney e Collor produziram desabastecimento generalizado e trouxeram ainda mais inflação, o aumento aumento da expectativa de vida pode resultar em desequilíbrios e acarretar danos à memória humana. 
 
"O envelhecimento não é uma consequência biológica", afirma o gerontólogo Aubrey de Grey. "Se, ao invés de agir sobre o problema já estabelecido, a medicina se antecipasse aos danos celulares e eliminasse as doenças ligadas ao envelhecimento seria possível viver por séculos sem os transtornos da velhice". Para o biogerontologista molecular João Pedro de Magalhães, a chave para a longevidade está na reescrita de nossos "softwares" genéticos: "Se conseguirmos criar células resistentes ao câncer e imunes ao envelhecimento, nossa expectativa de vida aumentará para mais de mil anos, podendo mesmo chegar a 20 mil anos".

Nossa memória é formada por sistemas que desempenham papéis específicos na novela da criação e trabalham em conjunto para fornecer um pensamento coeso. Da mesma forma que o computador, temos e usamos diferentes tipos de memória; a formação de memórias de curto prazo, por exemplo, envolve principalmente o córtex pré-frontal, e a consolidação e o armazenamento de memórias de longo prazo, também por exemplo, áreas como o hipocampo e o córtex cerebral. 

Mensurar a capacidade de chips, módulos e drives de memória computacional é mais fácil do que quantificar a memória humana, pois ela resulta de um processo que ocorre em todo o cérebro  e não numa área específica, como se imaginava até alguns anos atrás — e mediante o qual algumas lembranças são preservadas indefinidamente e outras são rapidamente apagadas, para abrir espaço a novas informações.
 
Continua...