Não publiquei meu post de política no horário habitual (por
volta da meia-noite) porque, depois de horas decidindo se deveria ou não
decidir a questão do habeas corpus
preventivo de Lula, o plenário do STF resolveu adiar o julgamento para o
próximo dia 4, mas não sem antes acolher
o pedido da defesa e conceder um inusitado salvo-conduto ao criminoso.
Ao ver que o ambiente estava receptivo, o doutor batráquio resolveu pleitear a suspensão do
julgamento dos embargos declaratórios no TRF-4 (que está marcado para
próxima segunda-feira; é, lá os
desembargadores trabalham às segundas-feiras), mas a ministra Cármen Lúcia não concordou: “Coma
o que está no prato e dê-se por feliz”,
disse ela, claro que que não com essas palavras, e então, por decisão da maioria, suspendeu a sessão, já que alguns ministros tinham compromissos importantes
(?!), e pelo andar da carruagem o julgamento, se a ele se desse prosseguimento, certamente entraria pela
madrugada (algo inconcebível, até porque os ministros não ganham hora extra quando extrapolam o horário de
trabalho regimental).
Resumo da palhaçada: o plenário decidiu
conhecer do recurso por 7 votos a 4 e conceder o salvo-conduto por 6 votos a 5.
Com isso, Lula Lalau não será preso até que o julgamento de mérito do
HC seja concluído ― o que não necessariamente ocorrerá no próximo dia 4.
Observação: Hoje ainda é dia 23, mas o plenário do Supremo não se reunirá durante a Semana Santa ― embora o feriado seja na sexta-feira ―, de modo que a
próxima sessão será na quarta feira após a Páscoa. Demais disso, agora que o petralha lazarento está
blindado, algum ministro simpatizante da causa petista pode cismar de pedir vista
do processo e trancar a pauta pelo tempo que puder.
Volto amanhã ― ou talvez mais tarde ― com outras
considerações, já que, como bem disse Rodrigo
Constantino, a prudência recomenda não escrever com o fígado ― ou, pelo
menos, não publicar nada que se tenha escrito com a bílis na garganta ―, porque o
tom pode ultrapassar os decibéis aceitáveis, e agitar as massas, incitar o ódio e
mobilizar a militância é coisa que a gente deve deixar para a patuleia ignara.
Até a próxima.
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