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sexta-feira, 23 de março de 2018

LULA ― TUDO ACERTADO, NADA RESOLVIDO



Não publiquei meu post de política no horário habitual (por volta da meia-noite) porque, depois de horas decidindo se deveria ou não decidir a questão do habeas corpus preventivo de Lula, o plenário do STF resolveu adiar o julgamento para o próximo dia 4, mas não sem antes acolher o pedido da defesa e conceder um inusitado salvo-conduto ao criminoso.

Ao ver que o ambiente estava receptivo, o doutor batráquio resolveu pleitear a suspensão do julgamento dos embargos declaratórios no TRF-4 (que está marcado para próxima segunda-feira; é, lá os desembargadores trabalham às segundas-feiras), mas a ministra Cármen Lúcia não concordou: “Coma o que está no prato e dê-se por feliz, disse ela, claro que que não com essas palavras, e então, por decisão da maioria, suspendeu a sessão, já que alguns ministros tinham compromissos importantes (?!), e pelo andar da carruagem o julgamento, se a ele se desse prosseguimento, certamente entraria pela madrugada (algo inconcebível, até porque os ministros não ganham hora extra quando extrapolam o horário de trabalho regimental).

Resumo da palhaçada: o plenário decidiu conhecer do recurso por 7 votos a 4 e conceder o salvo-conduto por 6 votos a 5. Com isso, Lula Lalau não será preso até que o julgamento de mérito do HC seja concluído ― o que não necessariamente ocorrerá no próximo dia 4. 

Observação: Hoje ainda é dia 23, mas o plenário do Supremo não se reunirá durante a Semana Santa ― embora o feriado seja na sexta-feira ―, de modo que a próxima sessão será na quarta feira após a Páscoa. Demais disso, agora que o petralha lazarento está blindado, algum ministro simpatizante da causa petista pode cismar de pedir vista do processo e trancar a pauta pelo tempo que puder.

Volto amanhã ― ou talvez mais tarde ― com outras considerações, já que, como bem disse Rodrigo Constantino, a prudência recomenda não escrever com o fígado ― ou, pelo menos, não publicar nada que se tenha escrito com a bílis na garganta ―, porque o tom pode ultrapassar os decibéis aceitáveis, e agitar as massas, incitar o ódio e mobilizar a militância é coisa que a gente deve deixar para a patuleia ignara.

Até a próxima.

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