Mostrando postagens com marcador reprodução sonora. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador reprodução sonora. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

VINIL, CDA, QUALIDADE SONORA e que tais...

OS SONHOS NÃO DETERMINAM O LUGAR ONDE VOCÊ VAI ESTAR, MAS PRODUZEM A FORÇA NECESSÁRIA PARA TIRÁ-LO DE ONDE ESTÁ.

O CDAA (CD de áudio) foi lançado em 1982 com a missão de aposentar o bolachão de vinil, criado em meados do século passado para substituir os jurássicos discos de goma-laca, que eram extremamente quebradiços.
Os disquinhos foram bem recebidos pelo mercado – superando, inclusive, as expectativas de seus criadores, pois logo passaram a ser usados na distribuição de arquivos digitais (com sistemas e programas de computador). Mais adiante, as versões R e RW mostraram-se excelentes alternativas aos pré-históricos floppy discs (disquetes magnéticos) para armazenamento externo, transporte e transferência de arquivos digitais, mas isso já é outra história.
Em meados da década passada, o interesse dos audiófilos e puristas de plantão pelos velhos bolachões começou a recrudescer, levando muitos artistas a disponibilizar seu trabalho em ambos os formatos. Frescura? Puro saudosismo? Talvez. Mas a questão é controversa e conta com defensores e detratores. Acompanhe:
  • Qualquer gravação perde qualidade ao ser convertida para o formato em que será comercializada, pois esse processo envolve a eliminação de determinadas frequências, a equalização do nível do sinal sonoro, a determinação da intensidade relativa dos instrumentos, e outros que tais. Segundo alguns especialistas, numa escala de zero a dez – onde dez corresponde à qualidade da música ao vivo – o bolachão leva nota 7 e o CDA, 5, já que, neste último, as frequências ficam entre 20 Hz e 20.000 Hz, ou seja, dentro dos limites da audição humana, inviabilizando a reprodução dos picos originais dos instrumentos e eliminando harmônicos, ecos e batidas graves que, segundo os puristas, deixa a música “sem vida” ou “sem alma”.
  • Os discos de vinil são produzidos a partir de matrizes criadas com os dados da gravação master feita em estúdio, que gera uma matriz em negativo (ou seja, com a trilha em alto relevo) usada na confecção dos “carimbos” empregados na prensagem de blocos de PVC aquecidos a quase 200º C. que em seguida é resfriado e enviado para o setor de acabamento, e dali para as lojas.
  • Nos CDs, a gravação master é cravada a laser num molde de vidro, gerando as cópias negativas a partir das quais os dados binários são transferidos sob a forma de sulcos para os disquinhos de policarbonato transparente, formando uma longa espiral, do centro para a borda da mídia, que é recoberta por uma fina camada reflexiva, outra de verniz acrílico e, finalmente, por um rótulo com informações sobre o conteúdo do disco, mas cuja finalidade precípua é protegê-lo de abrasões, riscos e danos afins.
A execução também varia conforme a mídia e o equipamento de leitura, que no caso do LP é chamado de toca-discos ou vitrola. O LP é mantido centralizado por um eixo, enquanto o prato gira em velocidade constante (33  RPM, no mais das vezes) e uma minúscula agulha de diamante percorre a trilha, da borda para o centro, captando as vibrações produzidas pelos microssulcos, que são amplificadas e reproduzidas pelos alto-falantes.

Observação: O disco de vinil não precisa de um aparelho de som propriamente dito para ser “tocado”. Para conferir, coloque o disco na vitrola, baixe totalmente o volume e apure o ouvido para ouvir a representação frequencial do áudio, que é obtida a partir da vibração provocada na agulha pelas micro-ranhuras existentes na trilha espiralada.

Já o CD é introduzido num player (ou no drive de mídia óptica do PC), onde gira bem mais rapidamente e em velocidade variável, de acordo com o trecho da trilha que está sendo focado no momento. A cabeça de leitura, composta pelo emissor de laser e o sensor, é capaz de se deslocar dentro do drive de maneira a varrer toda a extensão do disco. O laser atravessa o policarbonato, atinge a camada de reflexiva e é recapturado pelo dispositivo óptico-eletrônico, que diferencia os reflexos dos sulcos e os da superfície lisa, permitindo que a placa lógica identifique os bits 0 e os bits 1 dos arquivos digitais. Note que, conforme se aproxima da borda, os sulcos da trilha espiralada passam mais rapidamente, pois sua velocidade tangencial corresponde ao raio multiplicado pela rotação do disco. Para manter essa velocidade constante, cabe ao motor do drive acelerar ou reduzir a taxa de rotação, conforme a necessidade.

Amanhã a gente continua. Até lá, vejam o que é cara de pau: