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quarta-feira, 7 de maio de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 25ª PARTE

TEM MUITA TESTA OLEOSA POR AÍ SE ACHANDO MENTE BRILHANTE.
 

Enquanto as religiões se apegam a dogmas milenares, a ciência parte do possível para explorar o impossível e, por meio de experimentos, converte dúvidas em descobertas.


À medida que a fronteira entre o imaginado e o comprovado se expande, incertezas viram convicções, e o que era verdade ontem pode deixar de sê-lo amanhã.


Einstein demonstrou que o impossível é apenas uma questão de tempo; Carl Sagan, que a ausência de evidências não é evidência de ausência; e Arthur C. Clarke, que desafiar limites é o único caminho para superá-los. 


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Sob uma ótica estritamente política, o país virou uma espécie de centro terapêutico para tratar as neuroses de Bolsonaro.

Bolsonaro teve alta hospitalar no domingo, mas continua na UTI da política. Em casa, ele evolui da dieta líquida para a alimentação pastosa; no Congresso e no Supremo, continua mastigando o pão que o diabo amassou. 

Segundo os médicos, o paciente logo voltará à "vida normal"; politicamente, até os aliados avaliam que ele será condenado à prisão antes do final do ano.

Numa entrevista de porta de hospital, o capetão atacou Alexandre de Moraes e convocou os devotos para mais uma manifestação pró-anistia, desta vez em Brasília. Mas o ataque se torna um esporte inútil para quem não dispõe de defesa. 

Já não há ato em favor da anistia capaz de deter no Congresso o avanço do projeto de lei que abre a cela da multidão do 8 de janeiro sem retirar o ex-presidente golpista e seus cúmplices do rumo da tranca.

Curiosamente, a saúde de Bolsonaro interessa aos aliados, que o querem como cabo eleitoral, e aos rivais, que o querem saudável para que seja preso. 

Viagens no tempo são um tema recorrente na ficção desde 1895, quando H.G. Wells publicou A Máquina do Tempo. Durante décadas, a ideia foi rejeitada pelos cientistas, mas bastaram 104 anos para a Apollo 11 transformar em realidade o que Júlio Verne teorizou (profetizou?) em 1865, em Da Terra à Lua. E a história está repleta de casos semelhantes.

Apesar de toda a evolução tecnológica havida nos últimos séculos, ainda não foi possível transformar uma espaçonave em uma máquina do tempo, pois isso exigiria alcançar a velocidade da luz — que, segundo a teoria da relatividade e a física moderna, é o limite máximo permitido no Universo. A possibilidade de viajar para o futuro é aceita há décadas pela maioria dos físicos teóricos, mas nem tudo que é matematicamente possível pode ser realizado na prática.

Antes da relatividade (especial e geral), o tempo era considerado absoluto e universal. Mas Einstein demonstrou que a duração entre dois eventos depende do movimento do observador — o que é ilustrado magistralmente pelo famoso "paradoxo dos gêmeos".

Nos voos comerciais, essa dilatação do tempo é da ordem de nanossegundos, mas os relógios atômicos confirmam experimentalmente que o movimento tem, de fato, um impacto mensurável na passagem do tempo. Em grandes aceleradores de partículas, múons podem ser acelerados a velocidades próximas à da luz, e seus decaimentos ocorrem em "câmera lenta", ratificando as previsões de Einstein. Em outras palavras, viajar para o futuro — ainda que em frações ínfimas — é um fato comprovado.

Outra forma de alterar a passagem do tempo é por meio da gravidade: quanto mais intensa ela é, mais devagar o tempo flui. No nível do mar, a força gravitacional é maior do que no cume do Everest e, portanto, os relógios andam ligeiramente mais devagar. A diferença é mínima, mas já foi medida em experimentos nos quais pesquisadores posicionaram relógios atômicos extremamente precisos em diferentes altitudes. O mesmo princípio se aplica ao sistema GPS, cujos satélites precisam corrigir constantemente os efeitos da dilatação temporal para manter a precisão.

Na superfície de uma estrela de nêutrons, a força gravitacional é extrema, e o tempo flui cerca de 30% mais lentamente em relação à Terra. Já em um buraco negro, o tempo praticamente congela em relação a um observador externo.

Voltar ao passado, no entanto, é um desafio muito maior. Em 1948, o matemático e físico Kurt Gödel apresentou uma solução para as equações da relatividade geral que descrevia um universo em rotação, onde se poderia viajar ao passado — e, consequentemente, no tempo, já que espaço e tempo são indissociáveis — percorrendo um caminho fechado no espaço.

Essa ideia é considerada apenas uma curiosidade matemática, já que não há evidências de que nosso Universo esteja girando. Ainda assim, ela mostrou que a relatividade geral, por si só, não proíbe explicitamente a viagem ao passado. O problema está em encontrar um meio prático de fazer isso acontecer, a despeito dos efeitos relativísticos que impactam o tempo, o espaço e a massa — sem falar nos paradoxos temporais.

A existência dos buracos de minhoca foi teorizada por Einstein, mas ainda não foi comprovada experimentalmente. Acredita-se que eles funcionem como atalhos, encurtando a distância entre dois pontos, neste ou em outro universo, no presente ou em outro momento da linha do tempo. O problema é que a rapidez com que eles aparecem e desaparecem os torna inatravessáveis. Alguns cientistas acreditam ser possível estabilizá-los com uma infusão de energia negativa produzida por meios quânticos — como o chamado Efeito Casimir —, já que, em tese, a energia negativa os impediria de atingir densidade infinita, ou quase infinita, e se transformarem em buracos negros.

Em 1974, o físico, matemático e cosmólogo Frank Tipler calculou que um cilindro maciço e infinitamente comprido, girando em torno de si mesmo a velocidades próximas à da luz, permitiria vislumbrar o passado — puxada em torno dele, a luz descreveria trajetórias fechadas no espaço-tempo.

Em meados dos anos 1980, surgiu um dos cenários mais plausíveis para a existência de uma máquina do tempo, baseado no conceito dos buracos de minhoca — e em conformidade com a teoria da relatividade geral, que estabelece que a gravidade distorce tanto o espaço quanto o tempo. Esses atalhos no tecido do espaço-tempo poderiam — ao menos em teoria — conectar dois pontos distantes no espaço e no tempo. A proposta ganhou destaque com os trabalhos do físico Kip Thorne e colaboradores, que demonstraram a possibilidade de estabilizar um buraco de minhoca utilizando matéria exótica com energia negativa, tornando viável, em princípio, a criação de um percurso temporal fechado.

Em 1991, o escritor e astrofísico Richard Gott sugeriu que cordas cósmicas — estruturas extremamente finas e densas que teriam se formado nos primeiros instantes após o Big Bang — também poderiam criar distorções significativas no espaço-tempo. Se essas cordas se movessem a velocidades próximas à da luz e passassem uma pela outra em ângulos específicos, poderiam teoricamente gerar uma configuração que permitisse voltar no tempo. Embora altamente especulativa, essa hipótese também se apoia na relatividade geral e contribui para o campo das possíveis soluções matemáticas para as chamadas curvas fechadas de tipo tempo — trajetórias que retornam ao próprio passado.

Um buraco de minhoca foi usado por Carl Sagan no romance Contato, publicado em 1985 (o filme baseado no livro também é muito bom). Incentivados por Sagan, Thorne e seus colegas do Instituto de Tecnologia da Califórnia buscaram verificar se esses atalhos cósmicos poderiam existir sem violar as leis da física, e concluíram que eles poderiam se comportar como buracos negros em certos aspectos — só que, em vez de aprisionar a matéria, permitiriam um trajeto entre diferentes regiões do espaço-tempo.

Continua...

quinta-feira, 27 de março de 2025

TRAVA ZAP

FANÁTICO É AQUELE QUE NÃO CONSEGUE MUDAR DE OPINIÃO E NÃO ACEITA MUDAR DE ASSUNTO.

 

Trava Zap é um tipo de mensagem maliciosa disseminada pelo WhatsApp que combina milhares de caracteres aleatórios. O objetivo é travar o mensageiro — ou o próprio celular, já que o app usa toda a memória do dispositivo para tentar processar e ler a mensagem. 

De certo modo, isso faz lembrar os vírus de computador dos tempos de antanho, que pregavam sustos nos usuários produzindo sons estranhos, exibindo mensagens engraçadas/obscenas ou travando o computador. Para piorar, não é difícil de encontrar várias versões desse tipo de programa malicioso na Web, muitas vezes disfarçadas de ferramentas inofensivas. Mas vale destacar que baixar e compartilhar esse tipo de software pode expor o próprio usuário a riscos, como golpes e malwares escondidos.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Xandão não deixou dúvidas quanto à conversão de Bolsonaro e os sete cúmplices incluídos no "núcleo crucial" da denúncia da Procuradoria da República em réus. Didático, ele injetou na transmissão ao vivo da sessão um vídeo com replay do quebra-quebra de 8 de janeiro e das ações terroristas que eletrificaram Brasília nos dias que antecederam a posse de Lula — na véspera, ele já havia exibido farto material expondo os dados que reuniu para se defender dos ataques que sofre nas redes bolsonaristas. Enfático, chamou de "narrativa mentirosa" a tese segundo a qual o Supremo estaria condenando velhinhas com bíblia na mão, que passeavam num domingo ensolarado pela sede dos Poderes. Assertivo, mostrou que, das 497 condenações imposta aos vândalos, metade teve penas inferiores a três anos de cadeia, substituídas por penas alternativas, que apenas 43 receberam castigos superiores a 17 anos, que as mulheres são 32% dos condenados e os idosos, menos de 9%. 

Assim, a 5 dias do 61º aniversário do golpe de 64, um ex-presidente da República enroscado num atentado à democracia dessa magnitude desce ao banco dos réus com seus comparsas, que foram seduzidos pela sublevação falhada do capitão golpista. Entre eles há três generais (Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira), um almirante (Almir Garnier), um tenente-coronel (Mauro Cid), um ex-ministro da Justiça (Anderson Torres) e um ex-chefe da Abin (Alexandre Ramagem). É imperativo, portanto, punir com todo o rigor da lei o alto-comando da organização criminosa que acionou o que a ministra Cármen Lúcia chamou de "máquina de desmontar a democracia." 

Do ponto de vista político, o chefe do golpe ficou mais próximo da cadeia, e direita brasileira ganhou razões adicionais para se qualificar. Aguardemos, pois, os próximos capítulos dessa novela, que prometem ser emocionantes.


O impacto do Trava Zap mensagem pode variar de um simples travamento temporário, que pode ser resolvido simplesmente reiniciando o WhatsApp, ao comprometimento do dispositivo como um todo — situação que obriga o usuário a reiniciar o celular ou, em casos extremos, restaurar as configurações de fábrica.
 
Se você for alvo dessa praga e o WhatsApp travar, a primeira coisa a fazer e tentar reabrir o aplicativo, excluir a mensagem e bloquear o remetente. Se o programa continue travado, acesse as configurações do aparelho e limpe o cache do WhatsApp. Vale também tentar acessar o WhatsApp Web pelo navegador, já que algumas mensagem travam o celular mas não afetam o acesso pelo computador. Se conseguir, exclua a mensagem e bloqueie o contato. 
 
Se nada disso funcionar, desinstale e reinstale o WhatsApp. Se o aparelho estiver completamente travado, force o desligamento ou espere a bateria acabar (a maioria dos smartphones desliga automaticamente quando o nível de carga cai a 5%).
 
A título de prevenção: 1) Jamais abra mensagens suspeitas — se receber um texto com caracteres estranhos e sem sentido, evite abrir, mesmo que o remetente seja uma pessoa conhecida; se for desconhecido, bloqueie o contato; 2) impeça que desconhecidos adicionem você em grupos — no WhatsApp, toque em Configurações > Privacidade > Grupos e ative a opção Meus Contatos; 3) atualize o WhatsApp regularmente e mantenha backups. 

 

O Trava Zap se enquadra na categoria de fraude eletrônica, conforme o art. 171 da Lei nº 14.155/2021. Se você for vítima desse tipo de ataque, registre um boletim de ocorrência em uma delegacia especializada em crimes cibernéticos e busque a orientação de um advogado para tomar as medidas legais cabíveis

segunda-feira, 24 de março de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 11ª PARTE

É O INSTINTO DO ABUSO DO PODER QUE DESPERTA TANTA PAIXÃO PELO PODER.

Publicadas na obra Philosophiae Naturalis Principia Mathematica em 1667, as leis da dinâmica de Newton explicam por que as maçãs caem das árvores e a Terra gira em torno do Sol, e, por não distinguirem passado ou futuro, funcionam tão bem de trás para a frente quanto de frente para trás, sugerindo que, teoricamente, qualquer evento poderia ser revertido. No entanto, o cotidiano não reflete essa reversibilidade, como evidencia um vaso quebrado que não se reconstrói. 

A chave para entender por que o futuro é diferente do passado foi abordada por Ludwig Boltzmann no século XIX, quando a ciência ainda engatinhava e a teoria segundo a qual tudo é feito de minúsculas partículas (átomos) ainda estava sendo discutida. Segundo o físico austríaco, o conceito de entropia (detalhes nesta postagem) descreve a tendência do universo de se mover de um estado de baixa entropia (organizado) para alta entropia (desordenado), o que explicaria a irreversibilidade dos processos.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

A primeira turma do STF começa a decidir amanhã se promove Bolsonaro a réu. Para tentar se livrar da prisão, o ex-presidente promoveu uma manifestação na praia de Copacabana — que reuniu menos de 2% do público previsto — e seu filho Eduardo se licenciou da Câmara Federal para denunciar nos EUA os "abusos" cometidos pelo STF. Nos bastidores, porém, o que se fala não é se o capetão será condenado, mas a quantos anos e quando ele começará a cumprir a pena. 
A exemplo do que o PT fez em 2018, quando Lula foi preso pela Lava-Jato, o "mito" tenta emplacar a narrativa de que  será um preso político. O plano é semelhante ao ataque às urnas em 2022, com a diferença de que o objetivo atual é convencer o Brasil e o mundo que seu julgamento é um jogo de cartas marcadas. 
Enquanto o filho do pai busca apoio de congressistas trumpistas para "revelar ao mundo” o que considera um estado de exceção no Brasil, aliados do clã buscam organizar visitas de integrantes de organismos internacionais e acionar o Tribunal Penal Internacional contra os supostos abusos do STF. O efeito prático é nulo, pois a corte internacional não tem poder de reverter uma decisão do judiciário tupiniquim. 
Num ambiente altamente polarizado — 51% dos brasileiros declara ser contra anistiar os presos pelo vandalismo do 8 de janeiro — a estratégia deixa os ministros numa situação pouco confortável.  
Bolsonaro sabe que dificilmente escapará de uma condenação, independentemente do número de convertidos que trotarão até a Avenida Paulista no próximo dia 6, para ver seu mito, já então convertido em réu, criticar o STF por, entre outras coisas, manter o caso na  Turma para acelerar os trâmites. 
No processo do mensalão — que envolveu 40 autoridades —, foram cerca de 5 anos entre o recebimento da denúncia e o julgamento que a corte usou praticamente todo o segundo semestre de 2012 para concluir. A defesa deve insistir que a decisão fique a cargo dos 11 ministros, mas o relator da encrenca e o atual presidente so tribunal são contra, e os ministros com mais tempo de casa ainda se recordam quão árduo foi julgar o mensalão em plenário.
 
Boltzmann sugeriu que o Universo experimentou inicialmente um estado de baixa entropia, mas não conseguiu explicar como isso teria sido possível. Segundo a teoria do Big Bang, tudo que existe hoje se formou a partir de uma partícula incrivelmente quente e densa, que se expandiu rapidamente. Esse conceito evoluiu, e teorias modernas, como a de Sean Carroll sobre "universos bebês" emergindo de um "universo-mãe", sugerem que a entropia é globalmente alta, mesmo que partes do Universo possam ter baixa entropia. De acordo com a teoria das cordas, existem múltiplos universos, cada qual regido por leis físicas próprias.
 
A premissa de que a seta do tempo que aponta do passado para o futuro não é uma certeza universal. Experimentos demonstraram que a reversibilidade do tempo pode ocorrer 
em escalas microscópicas, ainda que a interação entre partículas tenda a criar uma irreversibilidade em escalas mais complexas, nas quais a experiência do tempo irreversível se deve à tendência do Universo à desordem (aumento da entropia).
 
Inúmeras evidências sugerem que a reversibilidade do tempo é possível em sistemas quânticos. A reversão poderia ocorrer em condições extremas, como em universos paralelos, ou por manipulação de partículas subatômicas. Tanto a teoria das cordas quanto experimentos de partículas admitem viagens no tempo para o passado, desde que haja condições adequadas para reverter a entropia ou manipular as leis que regulam a passagem do tempo.
 
Entre os experimentos quânticos que exploram a reversibilidade, o entrelaçamento quântico é um dos mais fascinantes. Trata-se de 
um estado em que as partículas se tornam intrinsecamente conectadas, e o estado de uma não pode ser descrito independentemente do estado da outra, inobstante a distância que as separa. Descrito por Einstein como "ação fantasmagórica à distância", esse fenômeno parecia violar o princípio segundo o qual a velocidade da luz é o limite máximo universal.

ObservaçãoPesquisadores do Caltech demonstraram o entrelaçamento quântico entre dois diamantes macroscópicos distantes um quilômetro um do outro, conforme artigo publicado na prestigiada revista Physical Review Letters. A possibilidade de objetos macroscópicos exibirem comportamento quântico desafia nossa intuição sobre o mundo físico e atenua a linha divisória entre o mundo quântico e o clássico, mas ainda há desafios significativos a superar antes que estas aplicações se tornem realidade.
 
O Teorema de Bell (1964) foi fundamental para testar a validade da mecânica quântica. Nele, o físico irlandês desenvolveu desigualdades matemáticas que permitiram a experimentação de fenômenos que, de outra forma, seriam inacessíveis. Experimentos subsequentes, como os do físico francês Alain Aspect, demonstraram que o entrelaçamento quântico realmente ocorre, e que a informação poderia ser transmitida de maneira não-local e instantânea.
 
Em 1993, o físico americano Charles Bennett e outros cientistas propuseram uma forma de teletransporte quântico utilizando entrelaçamento. Não se trata do teletransporte que se vê nos filmes de ficção, e sim da transferência de informações de estado quântico entre partículas. Mas esse fenômeno tem implicações diretas na reversibilidade, já que a informação que "viaja" instantaneamente pode ser vista como um tipo de reversibilidade de estados quânticos.
 
Vale destacar que, em nível quântico, a reversibilidade não significa "voltar no tempo" como vemos na ficção, mas à capacidade de recuperar informações perdidas em um sistema fechado. A possibilidade de, sob determinadas condições, os sistemas quânticos poderem ser manipulados para retornar a um estado anterior levanta questões sobre como o universo funciona e até onde a reversibilidade é possível — uma linha de pesquisa que se conecta diretamente com teorias de viagens no tempo.
 
Continua... 

terça-feira, 18 de março de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — CAPÍTULO ESPECIAL

TUDO DEPENDE DE COMO VEMOS AS COISAS, NÃO DE COMO ELAS SÃO.

 

Mencionei várias vezes ao longo desta sequência que viajar tempo como nos filmes de ficção científica é matematicamente possível, mas que, como os táquions e os buracos de minhoca, essa possibilidade permanecerá no campo das conjecturas até que surjam evidências concretas — como ocorreu com os buracos negros, com a antimatéria, e com o conceito de tempo negativo, que deixou de ser mera especulação depois que pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, demonstraram sua existência física tangível."

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

No último domingo, a pouco mais de uma semana de virar réu e acossado pela proximidade da cadeia, Bolsonaro discursou para cerca de 18,3 mil apoiadores em Copacabana. Mesmo bem aquém das 500 mil pessoas que os organizadores esperavam reunir, a adesão deixou claro que a liderança política do "mito", mesmo declinante, ainda não desapareceu. Mas nem por isso o Sol brilhará para o bolsonarismo, o centrão se reaproximará ou a prisão sumirá do horizonte. 
Em vez de escamotear, o ato expôs o drama do capetão em toda a sua crueza. Ficou entendido que o pedaço do conservadorismo que rosna para Lula nas pesquisas não se confunde com o bolsonarismo que ronrona nas ruas para Bolsonaro. Nas eleições municipais de 2024, o voto conservador já havia se afastado do capetão nas cidades em que encontrou um caminho alternativo. Nenhum dirigente partidário deu as caras no palanque da praia, exceto Valdemar Costa Neto. Mas Bolsonaro discursou como se a anistia estivesse no papo. "Todos os partidos estão vindo", disse ele. "Tinha um velho problema e resolvi com o Kassab. Ele está ao nosso lado com a sua bancada..." O dono do PSD preferiu não comentar, pois o seu partido está longe de qualquer tipo de unanimidade. 
Já Tarcísio de Freitas, único presidenciável de direita presente no evento, rimou "ovo caro" com "volta Bolsonaro". Usando a carestia como mote, o governador paulista fez da defesa protocolar de uma candidatura inexistente a plataforma de suas próprias pretensões nacionais. Foi como sinalizasse que não resta ao padrinho senão apoiá-lo o quanto antes, para continuar sonhando com um indulto presidencial capaz de livrá-lo da cadeia.
Na oratória de Bolsonaro, a menção aos encrencados do 8 de janeiro é mero adorno de uma proposta de anistia preventiva concebida para beneficiá-lo. Repetiu que não houve trama golpista. Se fosse verdade, teria levado ao Supremo uma defesa prévia que dispensaria o desespero do palanque.
No fim das contas, pouco importa se havia 18 mil pessoas, como informou o grupo de pesquisa da USP, ou 30.000, como indicou o Datafolha — a PM do Rio de Janeiro não explicou como contabilizou 400 mil participantes, talvez por não haver como chegar a esse número. Importa que Bolsonaro apostou em sua capacidade de engajamento e perdeu. 
A julgar pelo ato, a anistia definitivamente não é uma preocupação nacional popular, e não provoca engajamento. Se toda a narrativa sensacionalista criada em torno dos presos condenados pelo ataque no 8 de janeiro tinha a intenção de ser testada para demonstrar a força que o ex-presidente tem no jogo político, ela falhou desgraçadamente. No mundo real, Bolsonaro não é o mártir que diz ser, e ele sabe que precisará mais do que a bajulação de Silas Malafaia para continuar sendo relevante politicamente.

Toda disciplina tem seu jargão, e a astrofísica não foge à regra. Na gramática, podemos confundir "análise sintática" com "análise morfológica e "hipérbole" com "hipérbato", por exemplo. Já o "juridiquês" soa tão misterioso para a maioria de nós quanto a "rebimboca da parafuseta" que o mecânico culpa pelo mau funcionamento do carro. Assim, achei por bem acrescentar este capítulo para tentar explicar como equações matemáticas (como aquelas que os cientistas dos filmes de ficção rabiscam febrilmente em enormes quadros-negros) podem levar a essas previsões. 

Na física, a matemática não é apenas um conjunto de números e símbolos abstratos. Ela funciona como uma linguagem precisa para descrever as leis do universo. Desenvolver equações baseadas em princípios já testados permite aos físicos sugerir possibilidades que ainda não foram observadas. Uma equação que descreve como um objeto se move quando é lançado para cima, por exemplo, pode ser manipulada para prever o que aconteceria se o objeto fosse lançado em um planeta com gravidade diferente. Mesmo sem ir até lá, é possível prever o comportamento do movimento.
 
Em um nível mais avançado, as equações da Relatividade Geral demonstraram como o espaço e o tempo se curvam na presença de massa e energia, e a partir delas os físicos perceberam que certos fenômenos extremos podem existir, mesmo que não tenham sido observados diretamente. Foi assim que os buracos negros foram previstos décadas antes de serem detectados, e o mesmo acontece com os táquions — partículas hipotéticas que se moveriam mais rápido que a luz —, com os buracos de minhoca — atalhos no espaço-tempo — e até com as curvas fechadas do tipo tempo — trajetórias que voltam ao ponto de onde partiram.
 
Essas soluções matemáticas não são provas experimentais, mas indicam que esses fenômenos são compatíveis com as leis da física. A menos que algum princípio ainda desconhecido pela ciência impeça sua existência no mundo real, comprová-los costuma ser apenas uma questão de tempo 
 
Mesmo que nossa limitada tecnologia não permita viagens no tempo como as que a gente vê nos filmes, as equações matemáticas sugerem que, pelo menos em tese, elas são possíveis dentro das leis físicas conhecidas. Aliás, uma das equações mais conhecidas de Einstein, que se tornou um "sinônimo" da relatividade é E=mc² — onde E = energia; m = massa; e c = velocidade da luz no vácuo —, que descreve a equivalência entre massa e energia. 
 
Antes de Einstein, a física clássica tratava a energia e a massa como grandezas independentes. Na mecânica newtoniana, massa pode ser descrita como a quantidade de matéria que compõe um corpo, e a energia, definida como a capacidade de realizar trabalho ou de provocar mudanças no estado de um sistema. 
 
A equivalência massa-energia descrita por Einstein revolucionou a física, pois unificou duas grandezas que eram consideradas completamente distintas até então. Na prática, a fórmula diz que qualquer objeto que possua uma quantidade finita de massa também contém uma quantidade muito grande de energia, mesmo em repouso, além de relacionar as duas grandezas de forma que a massa pode ser convertida em energia e vice-versa.  
 
No próximo capítulo, retomaremos a sequência do ponto em que paramos no post da última sexta-feira.     .

segunda-feira, 10 de março de 2025

MISTÉRIOS DA MEIA-NOITE À LUZ DO DIA

ADÃO PERGUNTOU A DEUS: "POR QUE FIZESTES EVA TÃO BELA?" DEUS RESPONDEU: "PARA QUE TE APAIXONASSES POR ELA." ADÃO PERGUNTOU: "E POR QUE A FIZESTES TÃO BURRA?" DEUS RESPONDEU: "PARA QUE ELA SE APAIXONASSE POR TI."

 

Uma imagem misteriosa capturada pelo Google Maps no coração a Amazônia sugere a existência de uma "cidade perdida", como as folclóricas Ratanabá e Shamb-Allah. Ela foi batizada de CPU da Terra devido à semelhança com uma gigantesca placa-mãe, mas acredita-se que resulte da variação de intensidade da luz na água ou de um erro técnico causado pelos sensores dos satélites.

Avultam mundo afora monumentos cuja construção, com a tecnologia disponível na época, é tão implausível quanto o que diz o Gênesis sobre a criação do mundo

ObservaçãoOs criacionistas acreditam que Deus criou o mundo e tudo que nele existe em seis dias (em outubro de 4004 a.C.) e descansou no sétimo, ao passo que a ciência sustenta que o Big Bang deu origem ao Universo há 13,78 bilhões de anos, que a Terra surgiu há 4,5 bilhões de anos e que Homo sapiens evoluiu do Homo erectus há cerca de 300 mil anos. 

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Bolsonaro disse que sua condenação é provável, que a 1ª Turma do STF é a "câmara de gás, e que, se for condenado por todos os crimes de que é acusado, pode morrer na prisão.
O espaço destinado a ex-presidentes presos é chamado de sala de Estado-Maior. Esse direito é previsto no Código Penal Militar para uma série de autoridades. A legislação não cita ex-presidentes, embora a regra seja aplicada a eles por serem considerados comandantes-em-chefe das Forças Armadas durante seus mandatos. Na condição de capitão reformado e ex-presidente, é provável que Bolsonaro fique numa cela especial no Comando Militar do Planalto, no D.F. — lembrando que Lula gozou 580 dias de férias compulsórias numa suíte da Superintendência da PF em Curitiba e Michel Temer dormiu 4 noites numa sala da Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro.
Bolsonaro voltou a negar as acusações de tentativa de golpe de Estado e minimizar sua participação no 8 de janeiro. Disse que o ataque à sede dos três Poderes "foi programado pela esquerda", que Mauro Cid "foi torturado" psicologicamente por Moraes em depoimentos, e que os áudios extraídos de celulares de alguns dos acusados de participar da trama golpista não provam nada.
As pessoas enxergam o que querem enxergar. Para náufragos, jacaré é tronco.
Bom apetite para o réptil. O sal de frutas é por conta da casa.

Literatura bíblica não é jornalismo — nem os fatos foram registrados em tempo real, nem as narrativas que compõem o Gênesis fornecem uma explicação científica ou histórica sobre o passado. A história de Adão e Eva não passa de cantilena para dormitar bovinos, embora alguns arqueólogos acreditem ter encontrado sinais de que o Jardim do Éden pode ter existido e sido o berço da civilização.

De acordo com o Gênesis, um rio que fluía pelo Éden se dividia em Pisom, Giom, Tigre e Eufrates; os dois últimos ainda existem e ficam no Iraque, mas a Bíblia diz que o Éden ficava "no leste" (ou seja, a leste de Israel), e menciona textualmente o Tigre e o Eufrates  daí os sectários das religiões abraâmicas darem por verdadeira a falácia do "paraíso terrestre". 

Observação: Incluir Oriente Médio e Paraíso na mesma frase é como avalizar a reeleição de Maduro e acreditar que a Venezuela seja uma democracia, mas enfim...

Ainda que nosso DNA possa ser rastreado até uma "Eva Mitocondrial", que teria vivido há 200 mil anos, essa suposta ancestral não foi a primeira mulher da Terra, e sim uma entre muitas de uma grande população. E sAdão e Eva realmente existiram, eles foram apenas duas "pessoas" que viverem milhares de anos atrás; nada indica que tenham se encontrado e muito menos que tenham tido filhos juntos. 

Continua... 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

APLICATIVOS INFECTADOS NA PLAY STORE

O TEMPO TRANSFORMA TUDO, MAS QUEM NASCE BURRO NÃO MORRE CAVALO.

 
A maioria dos incidentes de segurança envolvendo smartphones é causada por aplicativos mal-intencionados ou demasiadamente invasivos. O Android é mais visado por ter código aberto, estar presente em 80% dos celulares do planeta e contar com um ecossistema de aplicativos muito maior, mas isso não significa que o iOS seja uma fortaleza inexpugnável.
 
Instalar aplicativos a partir da Play Store e das lojas oficiais dos fabricantes de celulares reduz os riscos, mas não garante segurança absoluta: o Google removeu recentemente 15 apps de empréstimo infectados com o malware SpyLoan — que rouba credenciais de acesso, localização GPS e dados financeiros das vítimas —, mas não a tempo de evitar que 8 milhões de usuários fossem infectados.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Mentiras têm perna curta, diz o ditado, mas a algumas falta-lhes um dedo. 
Ao derrotar Bolsonaro por 60,3 milhões de votos contra 58,2 milhões, Lula nos livrou do refugo da história da humanidade, mas não cumpriu — e nem vai cumprir — a promessa de unir o pais. Por ser quem é, cercar-se de pessoas como as que o cercam e impor uma política econômica eleitoreira (vide a alta do dólar, da Selic e da inflação), tem menos chances de recolocar o Brasil nos trilhos do que eu de ser ungido papa.
O petista chega à metade de seu terceiro governo sem uma marca clara, diferentemente do que ocorreu nos mandatos anteriores, com programas como o Bolsa Família, o PAC e o Prouni. Aliados e até ministros da atual gestão admitem nos bastidores que, das políticas públicas lançadas ou retomadas, ainda não há nenhuma que tenha se tornado a cara do governo Alguns fecham os olhos para eventuais problemas concretos e culpam a comunicação, enquanto outros mencionam uma dificuldade mais estrutural, mencionam que as ações são pulverizadas nos 38 ministérios e admitem que há falha nas próprias ações e ideias propostas pelo governo.
Em 2010, às vésperas de transferir o manto, o cetro e a coroa para a gerentona de araque, a popularidade do fabricante de postes era quase tão grande quanto seu ego. Hoje, na bica de iniciar a segunda metade do terceiro mandato, os índices de aprovação e reprovação estão tecnicamente empatados — o percentual de insatisfeitos corresponde a 10,86 milhões de eleitores. 
Lula vinha culpando o BC por tudo que deu errado em seu desgoverno, mas terá de eleger outro bode expiatório a partir de janeiro, quando Gabriel Galípolo sucederá a Roberto Campos Neto na presidência da instituição. E o silencio ensurdecedor da petralhada após a transição harmoniosa entre os dois — que, junto com a maior intervenção do BC no dólar desde 1999, ajudou o real a recuperar um pouco do valor perdido desde que Haddad anunciou seu frustrante pacote fiscal — colocou um bode chamado dólar na sala do PT. 
Contrariando a narrativa sustentada pelos puxa-sacos do governo, Galípolo disse que seguirá comprometido com a missão de levar a inflação de volta para a meta, que não existe um ataque especulativo contra o real e que a decisão de aumentar a Selic em 1% na última reunião do Copom e de promover mais dois aumentos iguais nos próximos meses foi unanime. 
Lula disse que "a única coisa errada nesse país é a taxa de juros estar acima de 12%", mas prometeu não intervir na gestão de seu apadrinhado — promessa que não precisaria nem deveria ser feita, pois o Banco Central é autônomo por força de lei. 
Galípolo comentou ao lado de Campos Neto que "não é correto tentar tratar o mercado como um bloco monolítico", e que o BC e seus diretores (sete dos quais foram indicados pelo próprio Lula) "farão seu trabalho para colocar a inflação dentro da meta". 
Com todos de olho em cada palavra usada por Galípolo, que não tem qualquer espaço para deixar dúvidas sobre sua independência em relação aos desejos de Lula, a cotação do dólar nas próximas semanas dará uma prévia do que 2025 reserva para a economia brasileira.

A despeito do código proprietário, da instalação de apps limitada ao cardápio da App Store e das sandboxes, o iOS não dispensa a instalação de uma ferramenta de segurança, como o Avira Mobile Security, o Avast Mobile, o McAfee Mobile Security, o TrendMicro Mobile Security e o Lookout

Jamais instale um app sem verificar a reputação do desenvolvedor, só faça o download a partir fontes oficiais, fique atento para as permissões solicitadas e fuja de softwares muito invasivos. Mas convém confiar desconfiando. Como dizia Kevin Mitnick — o papa dos hackers dos anos 1970/80 —, computador seguro é computador desligado.