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quinta-feira, 12 de setembro de 2024

BASTA DE FAKE NEWS

FOI-SE O TEMPO EM QUE AS PESSOAS ME DECEPCIONAVAM; HOJE ELAS APENAS CONFIRMAM MINHAS TEORIAS.


Comemora-se no dia 2 de abril o Dia Internacional da Checagem de Fatos, mas as eleições municipais estão aí, e com as fake news potencializadas pela Inteligência Artificial, fica ainda mais difícil separar o joio do trigo. 

Adubada pela popularização das redes sociais a polarização semeada por Lula com seu "nós contra eles" transformou as campanhas políticas num campo mais fértil para o joio das fake news do que para o trigo dos debates — debates esses que eram mais ou menos civilizados quando os tucanos, e não os trogloditas, eram os adversários de turno do PT e seus satélites. 
 
O uso de fake news, perfis-robôjunk news e outros mecanismos não é uma exclusividade da política tupiniquim entre outras coisas, essa prática ensejou o desembarque do Reino Unido da União Européia e levou Trump à presidência dos EUA em 2106 (o Facebook admitiu que a Internet Research Agency comprou mais de US$ 100 mil em anúncios políticos na plataforma durante a campanha eleitoral).  

No Brasil, a moda surgiu no pleito de 2014 e se consolidou nos subsequentes, tanto gerais como presidenciais. Este ano, a julgar pelo festival de acusações e xingamentos trocados entre os 5 primeiros colocados na disputa pela prefeitura de São Paulo, os eleitores minimamente pensantes que não baixarem o sarrafo terão de escolher entre anular o voto, votar em branco ou dar uma banana pra essa gentalha e se abster de votar. 

Observação: A capital paulista lidera o ranking mundial de poluição do ar pelo quarto dia consecutivo por causa das queimadas, mas, segundo algumas fontes, o problema se agrava significativamente sempre que os aspirantes a alcaide abrem a boca

O voto em branco indica que o eleitor não se identifica com nenhum dos candidatos ou propostas, mas não é considerado na contagem e, portanto, não afeta o resultado diretamente. O voto nulo é uma forma de protesto mais explícito, mas também não interfere no resultado (é mito que 50% + 1 votos nulos anulam a eleição). Já a abstenção (não votar), sobretudo em países em que "o exercício do direito de voto é obrigatório", como é o caso desta banânia, é uma forma de protesto contra o sistema como um todo (embora possa resultar de desinteresse ou alienação política). 

PAUSA PARA MAIS DESGRAÇA

A estiagem vem causando uma queda acentuada no nível dos mananciais que abastecem a capital paulista e outras cidades do estado. A situação não é tão crítica como a de 2020/21, mas pode se agravar se as previsões de estiagem para 2025 e 2026 se confirmarem.
Bauru, Piracicaba e outros municípios do interior enfrentam racionamentos há mais de três meses, e os focos de incêndio registrados em todo o estado continuam aumentado. Para piorar o que já é ruim, a seca na represa Guarapiranga (que abastece boa parte da zona sul da capital) tem contribuído para aumentar a poluição da água e do ambiente ao redor do reservatório.
Capitaneado pelo bolsonarista Tarcísio de Freitas, o governo do estado iniciou a perfuração de poços artesianos e retomou as obras de reservatórios próximos a Campinas como forma de minimizar os efeitos da falta de chuva. Se ainda se ouve falar em "rodízio" e "racionamento", é porque isso não orna com eleições, mas a conscientização da população e uma "mãozinha" de São Pedro são cruciais para o restabelecimento dos níveis dos reservatórios.
Quem for pedir ajuda ao santo deve frisar que a precipitação deve ser significativa, ocorrer por um período prolongado e se concentrar nas bacias hidrográficas que alimentam os reservatórios. As célebres "tempestades de verão" servem apenas para aumentar o caos na sempre caótica Sampa, mas mais caótica ainda em meio a uma eleitoral travada por aspirantes a alcaide que não reúnem condições sequer para dirigir um carrinho de pipoca.
 
Disse alguém mais sábio que "só existem 'influencers' porque existem 'idioters'", mas mesmo que não fazem integra a confraria de anencéfalos que endeusam políticos corruptos e têm bandidos de estimação corre o risco de "levar gato por lebre" se não puser as barbichas de molho.

Para checar a veracidade dos posts, você pode usar a ferramenta disponível na SERP do Google — basta clicar (ou tocar) nos três pontinhos verticais que ficam ao lado dos títulos nos resultados das pesquisas para ter acesso a informações como origem do domínio, idade do registro do site e certificado de segurança — recorrer à coluna Me engana que eu posto, hospedada no site da revista Veja
 
O E-Farsas é o site de checagem de fatos mais antigo do Brasil (para checar um tema específico, encaminhe  o pedido através da aba "Contato"), mas a Agência Lupa, ligada à Folha de S.Paulo, também é pioneira nesse ramo. Para entrar em contato, basta mandar uma mensagem no Facebook que o bot irá avaliar se as informações são verdadeiras ou falsas.
 
O Boatos.org vem desmentindo boatos sobre doenças raras, notícias de morte de pessoas públicas, tentativas de golpes ou outros tipos de fake news desde 2013. Para sugerir a checagem de uma notícia, envie uma mensagem pelo site ou pelo Facebook; se preferir usar o WhatsApp, o telefone é 61 99275-5610

O Fato ou Fake, do g1, está ativo desde julho de 2018. A apuração de notícias falsas é feita por uma equipe de jornalistas de diversos veículos — como Época, Extra, G1, CBN, Extra, TV Globo, GloboNews, Jornal O Globo e Valor Econômico. Para enviar sugestões pelo WhatsApp, o número é 21 97305-9827. 
 
detector de fake news do FakeCheck consegue analisar um texto de pelo menos 100 palavras usando usando Processamento de Linguagem Natural e Aprendizado de Máquina. Para enviar o material pelo WhatsApp, o número é 16 98112-8986

Criado por uma ex-engenheira da Nasa e um desenvolvedor de apps premiado, o site Ground News ajuda a entender o viés da mídia, verificar a credibilidade da fonte e visualizar dados de propriedade de agências de notícias em todo o mundo, e está disponível no formato aplicativo para Android e para iOS.

O buscador de imagens reversas Duplichecker permite fazer pesquisas a partir de uma imagem, colando um URL ou digitando as palavras-chave correspondentes. Outra opção a considerar é a coluna Me engana que eu posto, que fica hospedada no site da revista Veja

O Aos Fatos é uma agência especializada na checagem de fatos que classifica as notícias em sete categorias — verdadeiro, impreciso, exagerado, distorcido, contraditório, insustentável e falso — e aceita denúncias no Facebook mediante posts marcados com a hashtag #vamosaosfatos e no WhatsApp pelo número 21 99956-5882.

O Comprova dispõe de uma equipe de jornalistas de 24 veículos  entre os quais Exame, Folha/UOL, Nexo, Estadão e Veja — e recebe denúncias via Facebook pelo ou WhatsApp através do número 11 97795-0022

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

HÁ MAIS VIDA INTELIGENTE NO UNIVERSO?

SE VOCÊ JULGAR UM CÃO POR SUA HABILIDADE DE SUBIR EM ÁRVORES, PASSARÁ A VIDA INTEIRA ACREDITANDO QUE O BICHO É ESTÚPIDO, QUANDO NA VERDADE O ESTÚPIDO É VOCÊ. 

O comportamento do ser humano ao longo da história diz muito sobre a natureza da humanidade, e o fato de a única "forma de vida" que fomos capazes de criar até agora (os "vírus de computador") ser destrutiva não deixa dúvidas sobre o que significa "criar vida à imagem e semelhança". 

A "vida" como a conhecemos se formou a partir de cadeias de átomos de Carbono. Quando o Universo surgiu (há 13,8 bilhões de anos, segundo a Teoria do Big Bang), não havia Carbono, e o calor era tamanho que toda a matéria estava em forma de partículas. Cerca de um minuto depois, a temperatura caiu para cerca de um bilhão de graus celsius, e os nêutrons passaram a se decompor em prótons, ligarem-se a eles e formar átomos de Hélio. 

O universo continuou esfriando e se expandindo, mas a atração gravitacional de regiões com densidades ligeiramente mais altas do que as outras desacelerou essa expansão. Dois bilhões de anos depois, essas regiões entraram em colapso e formaram galáxias com estrelas mais massivas que o Sol, e essa estrelas converteram Hidrogênio e Hélio em elementos mais pesados, como Carbono, Oxigênio e Ferro, explodiram como supernovas e pulverizaram esses elementos, que se tornaram matéria-prima para as gerações posteriores de estrelas. 

Nosso sistema solar se formou há cerca de 5 bilhões de anos, a partir de restos de estrelas, e a Terra, por volta de 4,5 bilhões de anos atrás, a partir de elementos como Carbono e Oxigênio. Estima-se que 1 em cada cada 5 sistemas solares tenha um planeta de tamanho semelhante ao do nosso orbitando sua estrela na região que os astrônomo chama de "Cachinhos Dourados" — numa alusão ao conto infantil homônimo, segundo o qual a protagonista não gosta do mingau doce como o do bebé urso nem salgado como o do papai urso, mas "no ponto certo", como o da mamãe ursa. Essa região é considerada "habitável" porque a temperatura na superfície do planeta suporta a existência de água líquida.

Observação: Uma vez que a probabilidade de uma molécula de DNA surgir por flutuações aleatórias é muito pequena, é possível que a vida tenha sido trazida para a Terra por rochas que se desprenderam de Marte durante a formação do Sistema Solar, mas isso é outra conversa.

Os últimos 10 mil anos produziram mudanças detectáveis no DNA humano, mas a quantidade se torna inexpressiva quando comparada a do conhecimento transmitido de geração em geração, que cresceu exponencialmente. Segundo Stephen Hawking, o DNA em um zigoto humano contém 3 bilhões de pares de bases nitrogenadas, e ainda que grande parte da informação codificada nessa sequência possa ser redundante ou estar inativa, a quantidade de informação útil equivale a cerca de 12,5 MB. 

Ao longo dos milhões de anos que os humanos levaram para evoluir dos símios, a informação útil em seu DNA mudou uns poucos milhões de bits. A "fase darwiniana" durou cerca de 3,5 bilhões de anos, e produziu seres que desenvolveram a linguagem para trocar informação. Nos últimos dez mil anos, o registro interno da informação transmitido às gerações posteriores no DNA pouco mudou, mas o registro externo (em livros e outras formas de armazenamento de longa duração) aumentou barbaramente. 
 
Podemos não ser mais fortes que nossos antepassados cavernícolas, mas diferimos deles pelo conhecimento que acumulamos ao longo dos último 300 mil anos. A escala de tempo para a evolução no período de transmissão externa, que costumava ser de milhares de anos, agora gira em torno de 50 anos, mas os cérebros com que processamos essas informações evoluíram na escala de tempo darwiniana (de centenas de milhares de anos), e isso vem causando problemas. 
 
No século XVIII, alguém levaria poucos anos para ler todos os livros escritos até então. Atualmente, alguém lesse um livro por dia levaria 104.110 anos par ler os 38 milhões que compõem 
o acervo da Biblioteca Nacional do Congresso (EUA), sem falar que cerca de 400 mil novas obras escritas em inglês são publicadas anualmente. Por outro lado, se considerarmos que um romance de bolso contém cerca 300 kB de informação e que nosso cérebro consegue armazenar 2,5 Petabytes... enfim, faça as contas

A capacidade do cérebro humano pode vir a ser uma grande limitação no futuro, e um perigo ainda maior para as próximas gerações são os instintos e os impulsos agressivos que nos acompanham desde o tempo das cavernas. A agressão, na forma de subjugar e matar outros homens e tomar suas mulheres e sua comida, era fundamental para a sobrevivência de nossos antepassados mais remotos, mas agora pode destruir a espécie humana e grande parte do restante da vida na Terra, e nada indica que a evolução darwiniana nos fará mais inteligentes e afáveis nos próximos séculos. 

A boa notícia é que podemos consertar defeitos genéticos controlados por um único gene. Supondo que consigamos usar a engenharia genética para ampliar nossa inteligência e neutralizar instintos como o da agressividade, a vida baseada em DNA poderá se estender por milhares de anos. Se a humanidade reconstruir a si mesma e eliminar o risco de destruição suicida, poderá colonizar outros planetas e estrelas. 

Viagens interestelares não ornam com formas de vida baseadas no DNA. De acordo com a teoria da relatividade, nada pode se mover mais rápido do que a luz, de modo que um bate e volta até a estrela mais próxima levaria muito mais que os 4,25 anos que sua luz demora para chegar até nós. A ficção científica supera esse obstáculo com curvaturas no espaço-tempo e universos paralelos, mas nada indica que, na prática, isso se tore possível no médio prazo. E vale lembrar que, se um dia conseguirmos viajar mais rápido que a luz, poderemos voltar no tempo, e isso causaria problemas como o dos paradoxos. 
 
Se o argumento sobre a escala de tempo para o surgimento da vida estiver certo, podem existir um sem-número de estrelas orbitadas por planetas habitados, e alguns desses sistemas podem ter se formado bilhões de anos antes do nosso. Mas a pergunta que não quer calar é: por que nossa galáxia não está repleta de formas de vida mecânicas e biológicas? Por que a Terra não foi não foi visitada, ou mesmo colonizada, por alienígenas de civilizações milhares de vezes mais avançadas que a nossa?

Talvez a probabilidade do surgimento expontâneo da vida seja tão remota que a Terra se tornou o único planeta no universo observável em que isso ocorreu. Por outro lado, sempre que falamos em vida tendemos a pensar em vida inteligente como uma consequência inarredável da evolução. Mas nada garante que seja assim, até porque o próprio Princípio Antrópico nos leva a desconfiar de tais argumentos.
 
É mais provável que a evolução seja um processo aleatório, com a inteligência sendo um entre inúmeros resultados possíveis. 
Para a vida na Terra, a inteligência pode ter sido um desenvolvimento pouco provável, já que, na cronologia da evolução, os seres unicelulares levaram 2,5 bilhões de anos para se transformar em multicelulares. E da feita que esse tempo corresponde a metade do tempo que falta para o Sol explodir... Enfim, não se descarta a possibilidade de encontramos outras formas de vida na galáxia, mas é pouco provável que encontremos vida inteligente.
 
Outra razão pela qual uma forma de vida incipiente pode não se tornar inteligente seria o choque de um asteroide ou um cometa contra o planeta que ela habita. Em 1994, a colisão do cometa Shoemaker-Levi com Júpiter produziu enormes bolas de fogo, e uma colisão de um corpo bem menor com a Terra, há 65 anos, causou a extinção dos dinossauros (alguns pequenos mamíferos primitivos sobreviveram, mas qualquer organismo do tamanho de um ser humano foi aniquilado). 
 
É difícil estimar a frequência de tais colisões, mas uma média aceitável giraria em torno de 20 milhões de anos. Assumindo que essa estimativa esteja correta, a vida inteligente na Terra se desenvolveu porque tais colisões não ocorreram nos últimos milhões de anos, e outros planetas da galáxia em que a vida possa ter se desenvolvido não tiveram um tempo suficientemente longo sem colisões para ensejar o surgimento de seres inteligentes. E há ainda a possibilidade de a vida se formar e se tornar inteligente, mas o sistema ficar instável e se autodestruir 
— é uma perspectiva pessimista, mas isso não a torna menos possível. 
 
Observação: Máquinas poderiam ser projetadas para fazer viagens interestelares, aterrissar num planeta adequado, escavar minas e conseguir material para produzir mais máquinas, que poderiam ser enviadas a mais estrelas e se tornar uma nova forma de vida 
— baseada em componentes mecânicos e eletrônicos em vez de macromoléculas — capaz de substituir a vida baseada em DNA da mesma forma que o DNA pode ter substituído uma forma de vida anterior.

Enfim, quem viver verá. Ou não. 

sábado, 27 de julho de 2024

PRAGAS E MAIS PRAGAS

MAIS VALE ACENDER UMA VELA DO QUE AMALDIÇOAR A ESCURIDÃO.

Os primeiros registros teóricos de programas capazes de se autorreplicar remontam a meados do século passado, mas o vírus eletrônico só foi batizado como tal em meados dos anos 1980 (mais detalhes na sequência Antivírus — A História)

Para verificar se seu smartphone Android foi infectado por algum tipo de praga sem instalar aplicativos de terceiros, toque em Configurações > Assistência do aparelho > Proteção do Aplicativo > Verificar Aparelho e aguarde a conclusão do escaneamento. Vale também acessar a Google Play Store, tocar na foto de perfil (no canto superior direito), depois em Play Protect > Verificar e aguardar resultado da varredura. 

ObservaçãoO Play Protect escaneia o dispositivo Android e oferece a opção "desinstalar" quando detecta um app potencialmente danoso, mas um botão (Rescan) encontrada na atualização 41.9.17 da Google Play Store permite reavaliar o app suspeito antes de proceder à desinstalação. O Google ainda não informou quando a ferramenta será lançada oficialmente, mas tudo indica que ela seja incluída numa das próximas atualizações.

Com a popularização da Internet, o "malware" (de MALicious softWARE) cresceu exponencialmente, e os códigos, que inicialmente eram inocentes e brincalhões, tornaram-se destrutivos e, mais adiante, "ferramentas de trabalho" dos cibercriminosos. É difícil dizer o número exato de ameaças que circulam na Web, já que cada empresa de cibersegurança usa sua própria metodologia para classificá-las em categorias, mas estima-se que elas passem de 1 bilhão, donde a importância de instalar uma. boa suíte de segurança também no smartphone, sobretudo se você o utiliza como opção primária para navegar na Web, gerenciar emails, acessar redes sociais, efetuar transações bancárias, e por aí vai. 

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Lula teve o desplante de se dizer surpreso com promessa de Maduro segundo a qual um "banho de sangue" tingirá a conjuntura venezuelana caso a oposição prevaleça nas eleições de amanhã. O companheiro foi curto e grosso: "Quem se assustou que tome chá de camomila". E disse mais: "Temos o melhor sistema eleitoral do mundo, com 16 auditorias. No Brasil eles não auditam um único registro." 
O episódio causou irritação no Planalto, mas foi motivo de festa para os bolsonaristas: "Maduro is my friend KKKKKKKKK", postou Bolsonaro no Xwítter. O Itamaraty minimizou a declaração e avaliou como um discurso para o eleitorado de Maduro. O Ministério de Relações Exteriores também considera que Lula já se posicionou ao cobrar respeito aos resultados das eleições brasileiras e que não vale a pena entrar em embate retórico. Mesmo assim, o TSE decidiu não enviar representantes para acompanhar o pleito do próximo domingo. 
Lula talvez devesse buscar a assessoria de uma criança de cinco anos. No teatro infantil, com seus enredos básicos, sua comédia ingênua e seus exageros trágicos, as crianças se integram com facilidade à catarse, participam do espetáculo, torcem pelos heróis e vaiam os vilões. Uma criança teria saltado da cadeira em maio do ano passado, quando Lula recepcionou Maduro em Brasília, e invadido o palco para avisar ao Chapeuzinho Vermelho do Planalto que o Lobo Mau venezuelano não merecia o benefício da dúvida. Faltou a Lula foi um acompanhante infantil com discernimento para alertar que um presidente marcado pelos calos do 8 de janeiro não deveria se meter em apertos antidemocráticos.

Os sistemas macOS, iOS e iPadOS são menos inseguros que o Windows e o Android, mas estão longe de ser muralhas intransponíveis  até porque o interesse dos cibercriminosos é diretamente proporcional à base de usuários. A Apple não municiou seus dispositivos com uma ferramenta de segurança nativa, e tampouco recomenda o uso de soluções de terceiros, mas é preciso ter em mente que o golpe mais aplicado em usuários de smartphones e PCs no Brasil (e em muitos outros países mundo afora) é o phishing, e ainda não foi criada uma ferramenta de segurança "idiot proof" o bastante para proteger o usuário de si mesmo.
 
Ativar a dupla autenticação e desconfiar de tudo e todos é crucial, independentemente da plataforma, a oferta de suítes de segurança para os sistemas da Apple é menor que para Windows e Android. A empresa de cibersegurança russa Kaspersky recomenda o uso de apps com funções antiphishing e antitracking, já que a bandidagem vem priorizando o fator humano em detrimento das brechas de segurança nos softwares.

O Google introduziu recentemente um recurso batizado de Privacidade nos resultados sobre você, que permite retirar informações como nome, email e telefone dos resultados das buscas (embora não os elimine diretamente das páginas web originais). Para fazer uso da funcionalidade é preciso acessar a página de controle de privacidade, clicar em Começar agora, preencher o formulário com os dados pessoais requeridos, escolher entre receber os resultados da varredura por email ou notificação push, analisar a mensagem recebida para verificar os resultados identificados, selecionar as informações desejadas, clicar em Pedir remoção e então (ufa!) acompanhar o status da solicitação pelo mesmo menu.

Boa sorte.

sexta-feira, 26 de julho de 2024

CÂMBIO MANUAL, AUTOMÁTICO OU AUTOMATIZADO? (PARTE IV)

GENTE QUE PENSA QUE SABE TUDO É UM PÉ NO SACO DE QUEM SABE ALGUMA COISA.


Até pouco tempo atrás, apenas veículos "premium" tinham transmissão automática, mas os brasileiros finalmente se renderam ao conforto proporcionado pela automação: a participação do câmbio manual, que era de quase 80% em 2012, caiu para 37% em 2022 e deve bater nos 5% em 2030 (desconsiderando as picapes compactas, já que apenas 11% são automáticas). 

O pedal da embreagem ainda marca presença em compactos com motores 1.0 aspirados e alguns modelos de viés esportivo, mas as versões de topo de linha são todas automáticas ou equipadas com câmbio CVT (falaremos disso mais adiante). Os veículos com transmissão automatizada, por sua vez, custam menos e são mais fáceis de manter, mas eram 7,5% em 2015 e agora são apenas 1,4%.
 
 O câmbio automático tradicional (com conversor de torque), o CVT e o automatizado são tecnologias diferentes, mas todas desobrigam o motorista de acionar a embreagem e trocar manualmente as marchas. Basicamente, é preciso apenas ligar o motor, colocar a alavanca na posição "D" (de Drive) e dirigir. Nas manobras, basta mudar a alavanca de "D" para "R" (de Ré") — nem é preciso acelerar, pois a função "creeping" faz o carro avançar ou recuar lentamente. Alguns modelos oferecem a troca de marchas sequencial pela própria alavanca ou por "borboletas" (shift paddles) instaladas atrás do volante, mas só é possível selecionar a marcha imediatamente superior ou inferior de cada vez (isto é, não dá para passar de 1ª para 3ª ou reduzir de 4ª para 2ª, por exemplo).

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

A despeito de Nicolás Maduro responder a uma acusação de narcoterrorismo e seu governo estar sob investigação no Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade, Lula o recepcionou em palácio com pompa e circunstância, disse que ditadura na Venezuela era mera "narrativa", comparou a resistência ao jogo de cartas marcadas naquele país aos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro e deixou claro que via com bons olhos a recondução ao poder do farsante que há duas décadas e meia manipula regras, aparelha instituições, viola direitos humanos, corrompe as Forças Armadas, asfixia a imprensa e inabilita adversários.

Lula louvou por antecipação a "lisura" e o "clima de confiança e entendimento" do pleito marcado para amanhã, e o déspota retribuiu ameaçando um "banho de sangue" e uma guerra civil se ele não for reeleito. Em entrevista a agências internacionais, o petista disse que "ficou assustado" com a declaração do tirante, que ironizou:" "Quem se assustou que tome um chá de camomila".

A poucos dias da eleição, o déspota venezuelano já não faz discursos, despeja no microfone ganidos apocalípticos de um cachorro louco. Seu comportamento consolida o sepultamento do plano do Sun Tzu de Atibaia de mediar um processo de conciliação naquele país. O funeral começou com a inabilitação de Maria Corina Machado, e a cova foi aberta com o bloqueio do registro da candidatura de Corina Youris, o Plano B da oposição. Maduro joga terra em cima da pretensão de Lula ao insinuar que não aceitará uma eventual derrota para Urrutia, o derradeiro representante oposicionista numa disputa marcada pela opacidade, pela sabotagem e por prisões arbitrárias. 
Por mal dos pecados, na Venezuela a posse do presidente eleito acontece quase seis meses depois das eleições — tempo suficiente para o tiranete de merda fabricar seu apocalipse sanguinário. 

Em linhas (bem) gerais, o que diferencia as três tecnologias é o modo como cada uma recebe, desmultiplica e transmite o torque e a potência do motor para as rodas motrizes. Na transmissão automática tradicional, um sistema planetário atua conforme as exigências do propulsor, dispensando as engrenagens de tamanhos diferentes que representam as marchas nas versões manual e automatizada. O conversor de torque faz o papel da embreagem, permitindo que motor e câmbio girem separadamente em rotações diferentes. Como essas rotações são transmitidas por um sistema hidráulico, as trocas de marcha são quase imperceptíveis, mas as arrancadas ficam mais "letárgicas" — quem gosta de queimar pneus e produzir densas nuvens de fumaça deve escolher um automático com motor de responsa, como o Ford Mustang 5.4 GT 500.
 
A transmissão automatizada surgiu em meados do século passado, mas foi somente nos anos 1990 que o avanço dos sistemas eletrônicos e a miniaturização dos componentes permitiram sua aplicação em veículos pesados e, mais adiante, em carros de passeio. Ela utiliza basicamente a mesma caixa de mudanças usada na versão manual, onde um conjunto de eixos, engrenagens de tamanhos diferentes, garfos e luvas de engate produzem as diversas relações (ou marchas, geralmente 5 para frente e 1 para trás), e um sistema de embreagem convencional, só que controlado por um robô que analisa a rotação do motor, aciona a embreagem e seleciona a marcha mais adequada a cada situação específica

Por ser uma solução mais econômica, a transmissão automatizada serviu para atender a demanda dos motoristas que migrariam alegremente para um carro automático se o preço fosse mais palatável. No entanto, enquanto a venda dos automáticos decuplicou na última década, os automatizados vêm perdendo terreno ano após ano — em 2014 eles somaram 178 mil emplacamentos, mas no ano passado não chegaram sequer a 2% do total de veículos emplacados.
 
Como o próprio nome sugere, a transmissão automatizada de dupla embreagem utiliza duas embreagens, uma para as marchas pares e a ré, outra para as marchas ímpares. Quando uma marcha é selecionada, a embreagem correspondente é desacoplada e a outra, engatada simultaneamente, proporcionando trocas mais rápidas e acelerações e respostas mais precisas. Essa tecnologia foi desenvolvido pela BorgWarner nos anos 80, lançada comercialmente pela Volkswagen em 2003 — com o nome de Direct Shift Gearbox (DSG) — e largamente utilizada no automobilismo de alto desempenho por equipes de Rallye e GT, já que as trocas são mais rápidas e precisas.

Ainda que essa solução funcione bem no Porsche 911, na Ferrari 488 GTB, no Lamborghini Aventador e em outros esportivos "de verdade", a ideia de usá-la nos populares para oferecer uma alternativa mais barata ao conversor de torque levou as montadoras a priorizarem o custo em detrimento da eficiência. Nos últimos anos, a Renault deixou de oferecer a opção automatizada para o Sandero e o Logan e a Fiat, para o Uno. Já a Volkswagen preferiu substituí-la pelo câmbio automático "puro" no Gol e no Voyage.
 
Para não encompridar ainda mais este post, trataremos da transmissão continuamente variável (CVT) na próximo capítulo.

quinta-feira, 9 de maio de 2024

MAIS SUTILEZAS DO WHATSAPP

A DISCRIÇÃO É A MELHOR PARTE DA CORAGEM.

José Dirceu reconheceu que "houve corrupção em governos passados", mas não especificou em quais gestões. Com suas digitais nos escândalos do petrolão e do mensalão, o ex-ministro-chefe da Casa Civil de Lula carece de autoridade para falar sobre combate à corrupção. 
Dirceu do petrolão, que é uma reincidência do Dirceu do mensalão, empurrou o Dirceu idealista para uma espécie de clandestinidade eterna, e o Dirceu revolucionário do movimento estudantil desapareceu e escorreu pelos desvãos da história. O antigo mito estudantil evoluiu da condição de candidato a estátua para o pardal de si mesmo, que cagou na cabeça da estátua que não chegou a ser. Seu idealismo se perdeu quando ele teve nas mãos a chave do cofre. 
A despeito da biográfica conspurcada pelas marcas de sua passagem pelo poder e pela cadeia, Dirceu busca agora se reacomodar na conjuntura política e cavar um mandato nas eleições de 2026. É o que acontece com eguns mal despachados: mais cedo ou mais tarde eles sempre voltam a noz assombrar.

O ícone de seta dupla dentro de um círculo que o WhatsApp para Android passou a exibir, ao lado de algumas mensagens, após uma atualização recente, não significa que a mensagem foi reencaminhada várias vezes. Na verdade, trata-se de um botão que permite reencaminhar essas mensagens sem selecioná-las previamente. 
 
Quando você usa a câmera ou o microfone do seu celular Android, um indicador verde aparece no canto superior direito da tela. Se esse pontinho aparecer "aleatoriamente", toque nele para descobrir qual aplicativo ou serviço está acessando sua câmera ou seu microfone, e toque novamente para gerenciar as permissões. Em rio que tem piranha, jacaré nada de costas.
 
Para verificar se a integração do WhatsApp com o Google Drive está ativa, abra o Google Drive no navegador, clique no ícone de engrenagem que aparece no canto superior direto, acesse as configurações, toque na aba Gerenciar apps e localize a opção WhatsApp. Caso a integração esteja ativa, você terá a chance de ver qual é o tamanho que o backup está utilizando da sua conta no serviço de nuvem do Google, lembrando que os arquivos de backup do WhatsApp ficam ocultos e fora do acesso dos usuários; assim, tudo que você poderá fazer é excluir o registro ou desconectar o mensageiro do Google Drive.
 
Apesar de ser um serviço oferecido pelo Google, o backup das mensagens do WhatsApp só fica armazenado por durante cinco meses, quando então são excluindo todos os registros que não foram atualizados nesse período. Assim, caso queira manter as suas conversas disponíveis, configure o aplicativo para guardar essas cópias na memória interna do aparelho em intervalos regulares. 

Outro ponto importante é que, após descobrir fica o backup do WhatsApp no Google Drive, os dados das conversas só podem ser restaurados no próprio aplicativo. Além disso, é preciso usar o mesmo número de telefone inserido no momento da criação do arquivo no app para que tudo funcione de maneira correta.

sábado, 4 de maio de 2024

LULA LÁ (MENTÁVEL)

 
Armado pelas centrais sindicais no Dia do Trabalhador, o circo mambembe que teve Lula como principal estrela e cabaretier foi um fiasco de público: segundo o grupo de pesquisa "Monitor do Debate Político", pouco mais de 1.600 pessoas se deslocaram até o estádio do Corinthians (no bairro paulistano de Itaquera). As cheias gaúchas lhe ofereciam um álibi para antecipar sua viagem ao Rio Grande do Sul, mas o protagonista preferiu encarar o vexame e promover a candidatura de seu apadrinhado político à prefeitura de Sampa.

 

"Eu vou fazer um apelo: cada pessoa que votou no Lula, em 1989, em 1994, em 1998, em 2006, em 2010 e em 2022, tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo —, exortou o xamã petista, como se a legislação eleitoral não proibisse pedidos explícitos de votos antes de 16 de agosto (quando termina o prazo para o registro formal das candidaturas). Na última quinta-feira, atendendo a um pedido do Partido Novo, a Justiça Eleitoral deu prazo de 24 horas para o boquirroto excluir o vídeo do ato de seu canal no Youtube


No mesmo dia, o MDB entrou com uma ação conta Lula e Boulos por propaganda eleitoral antecipada. Ricardo Nunes, que postula a reeleição, exaltou o óbvio dizendo que o petista parece estar no palanque de 2022 com a cabeça em 2026. O ministro Paulo Pimenta, da Secom, negou o cometimento de crime eleitoral, escorando-se no velho e batido ramerrão da "liberdade de expressão". Mas não explicou por que o Planalto apagou o vídeo das redes oficiais do governo federal.

 

Ao erguer o braço de Boulos e pedir votos para ele, Lula violou conscientemente a Lei das Eleições. E o fez porque sabe que é falsa a máxima segundo a qual o crime não compensa: na seara eleitoral, quando compensa, o crime passa a se chamar "esperteza". O que torna o crime compensatório é a pena imposta ao infrator: multas de R$ 5 mil a R$ 25 mil. Coisa risível.

 

A hipocrisia eleitoral é velha conhecida de Lula. Em 2010, quando percorria o país com Dilma a tiracolo, o então presidente fez troça da Justiça Eleitoral num comício travestido de atividade governamental. A alturas tantas do discurso com que brindou uma claque atraída pela entrega de chaves de apartamentos populares no município de Osasco (SP), o mandatário escarneceu de uma multa que o TSE lhe havia imposto na semana anterior: "Não adianta vocês gritarem nome porque eu já fui multado pela Justiça Eleitoral, R$ 5 mil, porque eles disseram que eu falei o nome de uma pessoa. Pra mim não tem nome aqui", trombeteou. E a multidão: "Dilma, Dilma, Dilma..." Entre risos, o criador de postes emendou: "Se eu for multado, vou trazer a conta pra vocês. Quem é que vai pagar a minha multa? Levanta a mão aí".

 

Naquela época, o hoje ministro da Justiça Ricardo Lewandowski presidia o TSE. Instado a comentar a ineficácia das penas, apontou para o Legislativo: "Aplicamos rigorosamente as multas previstas na Lei Eleitoral. Não cabe nos pronunciarmos sobre a eficácia das multas, se poderia ser maior ou menor. Foi o Congresso que fixou os valores".

 

Tudo sobe no Brasil, exceto as multas por infrações eleitorais. E o congelamento tem propósitos explícitos: o lucro político obtido com a exposição prematura dos candidatos é sempre maior do que o prejuízo financeiro — que, de resto, não afeta o bolso dos infratores, mas as arcas partidárias, nutridas com o suado dinheiro dos "contribuintes". 

 

Estimulado pelo valor anedótico da hipotética punição, Lula sentiu-se à vontade para ignorar novamente a lei. Criou-se no Planalto um clima de caça aos culpados pelo fiasco do 1º de Maio. O presidente inaugurou as buscas quando ainda estava sobre o palanque do ato que deveria ter sido a celebração do Dia do Trabalhador. "Não pense que vai ficar assim", vociferou para o ministro palaciano Márcio Macêdo, responsável pela interlocução do governo com os movimentos sociais.

 

No dia seguinte, foram à alça de mira o ministro Luiz Marinho (Trabalho), que não zelou para que as centrais sindicais providenciassem o público, e Alexandre Padilha (Coordenação Política), que não mobilizou adequadamente a bancada petista e seus satélites. Sobrou tiro até para Marco Aurélio Ribeiro, responsável por organizar a agenda do presidente, que se absteve de farejar o fracasso.

 

Se o nome do problema fosse Macêdo, Marinho, Padilha ou Marcola a solução seria simples. Bastariam alguns golpes de esferográfica e o envio das exonerações ao Diário Oficial. A questão é que o responsável pela desconexão do Planalto com a realidade é o dono da caneta. O mundo do trabalho foi virado do avesso, o imposto sindical acabou a militância petista envelheceu, e a direita se bolsonarizou. Quase tudo mudou, exceto Lula.

 

A caça aos culpados seria interrompida se Lula concedesse uma audiência ao espelho, onde a imagem refletida, de uma franqueza inescapável, revela, sem atenuantes, todas as ofensas do tempo — rugas, cabelos ralos e flacidez política. Numa conversa franca, o espelho lhe diria que ele já não é o mesmo.