domingo, 30 de abril de 2017

O ADIAMENTO DO DEPOIMENTO DE LULA EM CURITIBA

O adiamento do depoimento de Lula ao juiz Moro tem a ver com as manifestações que a petralhada tenciona realizar em Curitiba ou sinaliza que o molusco pode ser preso a qualquer momento? Eis aí uma boa pergunta. Oficialmente, a audiência foi remarcada para o próximo dia 10 porque o final de semana prolongado pelo feriado do dia do trabalhador contribuiria para que mais arruaceiros atendessem à convocação dos líderes vermelhos, o que dificultaria o trabalho dos agentes da PF e da SSP encarregados de garantir a segurança do evento. Por outro lado, há quem veja nisso uma maneira de ganhar tempo para coletar mais provas contra o réu.

Considerando que a audiência foi marcada em meados de março, não há que se falar em falta de tempo para a adoção das medidas preventivas por parte das autoridades policiais. E a despeito de a tigrada de sinapse estreita afirmar que Moro amarelou e até comemorar a desmoralização da Lava-Jato, qualquer um que tenha olhos, ouvidos e um par de neurônios funcionais percebe que a situação do molusco abjeto se agrava a cada dia que passa ― basta rever os depoimentos dos marqueteiros João Santana e Monica Moura e do empreiteiro Leo Pinheiro, que foram ouvidos pelo juiz Sergio Moro na semana passada.

Assim como os demais delatados pelos 77 da Odebrecht, o ex-presidente protesta inocência e nega as acusações com um fervor que beira ao fanatismo. Diz que o testemunho de Leo Pinheiro não merece crédito, pois o empreiteiro está negociando um acordo de colaboração com a Justiça. Por alguma razão não muito clara, o molusco desconsidera o fato de que o colaborador perde os benefícios avençados no acordo de delação se restar comprovado que mentiu em seu depoimento. Aliás, segundo o procurador Deltan Dallagnol, pode até ter havido omissões nas da Lava-Jato, mas jamais se registrou um único caso em que o colaborador tenha mentido.

O fato de Leo Pinheiro ter sido instruído por Lula a eliminar as provas que o ligassem ao pagamento de propinas envolvendo o tríplex do Guarujá foi narrado pelo depoente com todas as letras, mas não constitui prova suficiente para justificar a prisão do molusco abjeto no próximo dia 10. A menos que Lula perca o controle e afronte o magistrado ― ou que surjam provas robustas, Lula deve ser preso somente depois que a sentença de Moro for confirmada pelo TRF da 4ª Região, o que, pelo andar da carruagem, deve ocorrer entre o final deste ano e o início do próximo.

Moro tem mantido a fleuma, mesmo quando a defesa do molusco tenta tirá-lo do sério. Aliás, arrolar nada menos que 87 testemunhas é um acinte, mais uma chicana com fins eminentemente protelatórios. Em contrapartida, exigir que Lula compareça a cada um dos interrogatórios foi uma resposta à altura ― só não sei até que ponto isso têm amparo legal; se o magistrado insistir nessa condição, será acusado de perseguir o ex-presidente, como seus defensores vêm dizendo sempre que a oportunidade se lhes apresenta.

Para o sapo barbudo, ser condenado em segunda instância no ano que vem, a tempo de ser impedido de concorrer à presidência, seria sopa no mel para posar de vítima e evitar correr o risco de ser derrotado. Segundo Merval Pereira, ninguém sério leva a sério as pesquisas pra lá de tendenciosas da CUT/Vox Populi, que apontam o petralha como vencedor em primeiro turno. Isso não passa de pressão política contra sua prisão, e ainda que assim não fosse, é preciso ser muito ingênuo para acreditar que Lula, com todas essas acusações, especialmente depois das delações dos executivos da Odebrecht, conseguirá manter essa pretensa popularidade numa campanha presidencial acirrada como a que se aproxima. O que é grave é o ambiente de confronto que está sendo armado para o dia do interrogatório. Afinal, Lula é intocável? Está acima das leis?   

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sábado, 29 de abril de 2017

O MITO DESNUDADO ― PARTE II

A novela do triplex de Lula começou em 2009, com a quebra da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo, que deixou na mão centenas de famílias ― mas não a Famiglia Lula da Silva, que tinha comprado a unidade 141. Para não prejudicar o capo di tutti i capi, o então presidente da cooperativa, João Vaccari, transferiu para a OAS a incumbência de concluir as obras do Edifício Solaris, e Leo Pinheiro destinou a Lula a cobertura 164-A, assumindo a diferença de R$ 1,15 milhão e bancando os quase R$ 900 mil cobrados pela Tallento Construtora para fazer alterações no projeto original ― que incluíram até mesmo um elevador privativo ― e decorar luxuosamente o tríplex.

Em seu depoimento, Pinheiro declarou também que Lula o mandou destruir qualquer documento que evidenciasse o pagamento do imóvel por Vaccari com dinheiro de propinas (segundo a ISTOÉ, o “presente” fez parte dos R$ 87,6 milhões que a OAS pagou ao PT em troca dos R$ 6,7 bilhões em obras realizadas entre 2003 e 2015).

Ao perguntar ao depoente se o réu havia deixado algum objeto pessoal no apartamento ― buscando provocar uma resposta negativa que, na sua concepção, comprovaria a tese da defesa (embora o bom senso sugira que ninguém deixa objetos pessoais num imóvel inacabado, ainda em fase de construção) ―, Cristiano Zanin, advogado de Lula, acabou involuntária e indiretamente robustecendo a prova de que o sítio de Atibaia era mesmo do ex-presidente, dada a profusão de objetos pessoais de Lula encontrados na propriedade, da adega de vinhos trazida de Brasília a canecas com o logo do Corinthians, time do coração do molusco mentiroso. Em outras palavras, o causídico foi buscar lã saiu tosquiado.

Em determinado momento, como Pinheiro insistisse que Lula era o proprietário do imóvel, Zanin perguntou: O senhor entende que deu a propriedade do apartamento para o presidente? A resposta: Eu não dei nada. O apartamento era do presidente Lula. Desde o dia que me passaram para estudar os empreendimentos da Bancoop já foi me dito que era do presidente Lula e sua família, e que eu não comercializasse e tratasse aquilo como propriedade do presidente. Perguntado se Lula havia conversado com ele sobre o pagamento das obras, Pinheiro foi didático: nunca conversou com Lula sobre o assunto, mas sim com Vaccari, que era o tesoureiro do PT. E Vaccari, depois de conversar com Lula, disse que o custo poderia ser descontado da conta do PT: Usei valores de pagamento de propinas para poder fazer encontro de contas. Em vez de pagar X, paguei X menos despesas que entraram no encontro de contas. Só isso. Houve apenas o não pagamento do que era devido de propina.

Outras colaborações que desconstruíram a fábula petista foram a de Marcelo Odebrecht ― sobre a qual eu já tratei aqui ― e a dos marqueteiros João Santana e Monica Moura, que detalharam como Lula, a Odebrecht e a OAS se juntaram numa agremiação criminosa que saqueou os cofres públicos e comprou o poder tanto no Brasil quanto em Angola, El Salvador, Panamá e Venezuela. Aliás, o casal de publicitários confirmou também que a reeleição de Lula em 2006, a eleição Dilma em 2010 e sua reeleição em 2014 foram bancadas com dinheiro sujo, e que ambos os petistas tinham pleno conhecimento desse fato ― tanto Lula quanto Dilma negam os malfeitos, naturalmente, como todos os integrantes da extensa lista de Fachin, que repudiam as acusações e acusam os colaboradores de mentir (só não deixam claro qual seria o propósito dessa mentira, pois é público e notório que os delatores perdem o direito aos benefícios caso não a veracidade dos fatos delatados não seja comprovada).

Para quem tem olhos para e um par de neurônios funcionais, Lula jamais passou de um oportunista disposto a se dar bem, e isso desde os tempos do sindicalismo e dos protestos contra o regime militar. Segundo o jornalista Rodrigo Constantino, os fatos trazidos à tona pela videoteca da Lava-Jato mostram como as pessoas foram ingênuas, como preferiram acreditar nas aparências em detrimento da caudalosa enxurrada de evidências contrárias.

Para a imensa maioria, porém, ficou claro quem é Lula e quem ele sempre foi. Muitos dos que nele acreditaram se sentem traídos e, como os que desde sempre enxergaram o lobo que se escondia sob a pele do cordeiro, querem vê-lo exemplarmente punido por todo o mal que causou ao país.

O fato de Lula estar desmoralizado não significa que outro Lula não possa surgir das cinzas: enquanto houver gente disposta a sacrificar os fatos em prol de suas ilusões, sempre haverá um oportunista de plantão, pronto para explorar demagogicamente essa característica tão intrínseca ao pouco esclarecido eleitorado tupiniquim.

Para concluir, seguem atualizações sobre a audiência em que Lula e o juiz Sergio Moro ficarão face-to-face pela primeira vez:

― A PF e a SSP do Paraná pediram o adiamento do interrogatório, “tendo em vista notícias de possível deslocamento de movimentos populares para a capital paranaense em virtude da semana de comemoração do Dia do Trabalhador, o que pode gerar problemas de segurança pública, institucional e pessoal”
 (mais detalhes neste vídeo). Não há até o momento [em que eu estou redigindo este texto] qualquer informação sobre a nova data.

Em despacho publicado na última segunda-feira, Moro afirmou que irá rever a decisão de exigir a presença de Lula nas audiências de oitiva das 87 testemunhas arroladas por sua defesa, mas desde que seja igualmente revisto o rol de testemunhas arroladas e discriminadas circunstanciadamente as razões pelas quais sua oitiva é mesmo necessária, pois poderiam ser aproveitados os depoimentos por elas já prestados. O magistrado ressaltou que é dever do acusado comparecer a todas as audiências, apesar do pedido da defesa do ex-presidente afirmar que isso não é necessário.

Na verdade, Lula montou duas estratégias: uma política, que é enviar milhares de petistas e outros baderneiros (recrutados nas fileiras da CUT, do MST, do MTST e por aí afora) para cercar o local do depoimento; outra, jurídica, de convocar um número astronômico de testemunhas, visando, obviamente, atrasar o julgamento (e se o juiz Moro se recusar a ouvir essa renca, os advogados do petralha certamente alegarão cerceamento de defesa). Cá entre nós, como é quase impossível defender o indefensável, os advogados de sua insolência lutam com as armas que têm. Afinal, cobram caro e precisam mostrar serviço.

O resto fica para a próxima. Até lá.

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sexta-feira, 28 de abril de 2017

MANUTENÇÃO DO PC COM O STEGANOS TUNING PRO

QUANDO A POLÍTICA ENTRA NO RECINTO DOS TRIBUNAIS, A JUSTIÇA SAI POR ALGUMA PORTA.

Complementando o que eu disse no post anterior, segue uma breve descrição do Tuning Pro, da Steganos ― empresa alemã que está no mercado há mais de 20 anos e é reconhecida pelo esmero que dedica ao desenvolvimento de softwares focados na segurança digital ― alguns dos quais já foram alvo de reviews aqui no Blog, como você pode conferir a partir dos campos de buscas, na coluna à direita ou na parte superior esquerda da página, tanto faz.

Para o CEO da Steganos, agregar uma ferramenta de otimização ao seu portfólio de produtos para a plataforma Windows oferece ao usuário de seus produtos uma opção simples e eficaz de otimizar o computador e mantê-lo seguro, que, por dispensar conhecimentos técnicos, pode ser facilmente utilizada por leigos e iniciantes.

A janela principal do programa, além dos 3 blocos principais (falaremos deles a seguir), exibe a temperatura do PC e o percentual de utilização do processador, permite ligar/desligar o modo de alta velocidade e dá acesso a configurações, restauração, ajuda (apenas um sucinto resumo online das funções do aplicativo) e informações sobre o produto.

O modo Autopilot (piloto automático) monitora automaticamente o sistema e propõe soluções para aprimorar seu desempenho. Você pode realizar a otimização com um clique ou ativar o modo de alta velocidade, que ajusta automaticamente as opções de energia, finaliza serviços e processos desnecessários e otimiza as prioridades para proporcionar um melhor rendimento do sistema como um todo.

Observação: O Autopilot costuma perguntar, ao final de cada sessão de navegação, se você deseja excluir os rastros (cookies, histórico de navegação, etc.). Isso é útil do ponto de vista da privacidade, mas pode ser incomodativo em algumas situações. Eu, por exemplo, acesso meu Blog, minha página na rede .Link, no Facebook e no Pinterest dezenas de vezes por dia, e se clicar em OK sempre que fechar o navegador e a janelinha se abrir, serei obrigado a refazer o logon novamente em todas aquelas páginas (e assim sucessivamente, pois não tenho o hábito de deixar o navegador aberto sem necessidade). No entanto, basta ignorar a mensagem para que ela desapareça após alguns segundos, ou então clicar no canto superior esquerdo da caixa de diálogo e, no menu de configurações, alterar esse comportamento do programinha.

Voltando aos 3 blocos principais:

O primeiro ― SmartCleaner ― faz uma faxina inteligente no sistema, que vai da eliminação de arquivos desnecessários à limpeza e otimização do Registro do Windows (veja mais detalhes sobre esse importante banco de dados na postagem anterior). Note que, antes de prosseguir com a limpeza, você poderá acessar informações detalhadas sobre as otimizações sugeridas pelo programa, tanto no modo automático quanto no manual. 

O segundo ― SmartTurbo ― ajusta diversas configurações com vistas a aprimorar a performance e agilizar a inicialização e o desligamento do computador (também nesse caso há opções que podem ser executadas automaticamente e no modo manual). 

Por último, mas não menos importante, o SmartUpdate varre o computador em busca de drivers e aplicativos desatualizados ― causa frequente de instabilidades e mensagem de erro do Windows ―, além de contar com assistentes para desinstalação de aplicativos, recuperação de dados apagados acidentalmente, exclusão de rastros de navegação e apagamento definitivo de arquivos confidenciais/pessoais/comprometedores, prevenindo a recuperação por ferramentas dedicadas (o que, conforme a gente já discutiu em outras oportunidades, é importante quando passamos o computador adiante) e por aí vai.

O Tuning Pro pode ser testado gratuitamente durante 7 dias. Findo esse prazo, é preciso comprar uma licença ― que custa R$ 99,90 para 1 PC e R$ 159,90 para 3 máquinas e vale por um ano ― para continuar usufruindo dos benefícios dessa excelente ferramenta de manutenção.

Era isso, pessoal. Espero ter ajudado.


DIA DO PELEGO

O Estadão, em editorial, diz que a greve desta sexta-feira explora a vagabundagem de muitos trabalhadores:

"Uma greve geral marcada para coincidir com a véspera de um feriado prolongado, encompridando-o um pouco mais, traduz bem o espírito dos organizadores desse movimento. Os chefes das centrais sindicais que convocaram a paralisação certamente esperam que a adesão seja alta, entre outras razões, porque muita gente vai considerar a greve uma oportunidade de antecipar a folga. Como ergofóbicos que são, esses sindicalistas conhecem o valor de uma boa desculpa para não ir trabalhar.

E a desculpa da vez são as reformas promovidas pelo governo de Michel Temer, especialmente a trabalhista e a previdenciária.

A desonestidade dessa campanha sindical, orquestrada pelo PT, é evidente por si mesma. O partido que governou o Brasil por mais de uma década e é diretamente responsável pelo colapso da economia - sem falar do colapso moral - lidera um movimento destinado justamente a sabotar as únicas soluções possíveis para a crise que os próprios petistas criaram.

Para que o deboche seja completo, o PT, ao mesmo tempo que está organizando a tal greve, tratou de lançar um 'plano econômico', batizado de Seis Medidas Emergenciais para Recuperação da Economia, do Emprego e da Renda. Lá estão, uma a uma, as mesmíssimas medidas que condenaram o Brasil a três anos de profunda recessão, que quase levaram o Estado à bancarrota e que criaram mais de 13 milhões de desempregados".

E como hoje é sexta-feira:

Um jornalista do Correio Brasiliense descobre que existe um puteiro em Brasília, frequentado em peso pelos políticos, e resolve investigar. Lá chegando, pergunta à cafetina:

- FHC vinha aqui?

- Sim, claro! Dava gosto, um cavalheiro! As melhores meninas, o melhor champanhe, as melhores gorjetas. Cada vez que vinha, era uma festa.

- Guido Mantega vem?
- Sim, mas não é a mesma coisa. Sempre pede desconto, nunca pede champanhe, nunca está de acordo com a conta, sempre se queixa e nos ameaça com mais impostos.

- Gabeira, também vem?

- Sim, mas não procura meninas, só meninos.

- E a Dilma?

- Bem, esta é o contrário; procura meninas e não meninos.

- E o Lula?

- Também vem, mas fica só um pouquinho. Entra, dá um beijo na mãe e vai embora.   

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quinta-feira, 27 de abril de 2017

DE VOLTA À MANUTENÇÃO PREVENTIVA

O VOTO NULO É INÚTIL APENAS PARA OS POLÍTICOS CORRUPTOS, POIS É A VOZ DO POVO TENTANDO SE MOBILIZAR CONTRA O SISTEMA.

Toda máquina depende de manutenções regulares para funcionar adequadamente, e o computador não é exceção. O hardware é menos exigente, embora seja importante manter a tela do monitor sempre limpa, as ranhuras de ventilação do gabinete desobstruídas e o teclado livre de poeira, cabelos, farelos de bolacha e outros elementos “estranhos” (segundo o Dr. Bactéria, diretor técnico da Microbiotécnica, teclados de computador tendem a acumular mais germes do que tampas de vasos sanitários). Mouses ópticos dispensam maiores cuidados; os modelos antigos, de esfera, costumavam ficar erráticos devido ao acúmulo de sujeira na cavidade da bolinha. Mas nem por isso devemos deixar de limpar o diligente ratinho com um pano seco, ou levemente umedecido, se necessário.

Claro que uma faxina em regra vai bem além disso. O lado bom da história é que você não precisa se dar a esse trabalho mais que uma ou duas vezes por ano, e que, no caso dos tradicionais desktops (PCs de mesa), basta um pouco de habilidade, um pincel de cerdas antiestáticas e um micro aspirador de pó (para mais detalhes, clique aqui). Nos notebooks, todavia, a coisa é mais complicada, já desmontar esses aparelhos requer ferramental adequado e expertise que transcende a esfera de conhecimentos da maioria dos usuários, razão pela qual o trabalho deve ser feito numa assistência técnica ou um computer guy de confiança). Mesmo assim, você fazer uma meia-sola responsável seguindo as dicas desta postagem.

O software, por sua vez, requer manutenções bem mais frequentes, mas que (felizmente) podem ser levadas a efeito pelo próprio usuário. O problema é que, embora ofereça ferramentas nativas para limpeza, correção de erros e desfragmentação do HDD, o Windows não conta com um utilitário que atue sobre o Registro (a “espinha dorsal” do sistema), e manter saudável esse formidável banco de dados é fundamental para a estabilidade e a performance do computador. Faxiná-lo manualmente seria inconcebível, e desfragmentá-lo “na unha”, impossível, de modo que o jeito é recorrer a ferramentas de terceiros.

Além de eliminar arquivos inúteis e traços da navegação, facilitar o gerenciamento da inicialização do sistema e dos plugins do navegador, desinstalar aplicativos, e ― o que eu acho muito importante ― permitir a exclusão de pontos de restauração individualmente, o renomado CCleaner, da Piriform, analisa o Registro e apaga chaves inválidas, entradas desnecessárias e coisa e tal. Pena que não complemente o serviço com uma desejável desfragmentação (pelo menos na versão freeware). Para saber mais sobre esse excelente programa, leia a sequência de postagens iniciada por esta aqui.

O Advanced System Care, da IOBit, também é pródigo em funções (e como!). Seu desinstalador de aplicativos é excelente, pois, faz uma varredura no sistema e remove a maioria dos resíduos que a ferramenta nativa do Windows deixa para trás. Quanto ao Registro, a versão gratuita faz a desfragmentação, mas o módulo de limpeza só está disponível na opção paga. Por conta disso, o Glary Utilities é uma das minhas suítes de manutenção preferidas: ele conta com 39 funções, distribuídas em 11 categorias ― como você pode conferir neste artigo ―, dentre as quais módulos que tanto limpam quanto desfragmentam o RegistroMesmo assim, eu não abro mão do Wise Registry Cleaner, que considero imbatível. Ele integra a excelente suíte Wise Care 365, mas também é disponibilizado separadamente (e de graça, como você pode conferir seguindo este link).

Outra suíte muito bacana é o Tuning Pro, da conceituada empresa alemã Steganos, que otimiza o computador de maneira simples e eficiente e mantém o desempenho nos trinques. Mas isso já é assunto para a próxima postagem.

O MITO DESNUDADO

A autodeclarada alma viva mais honesta do Brasil não passa de um mentiroso contumaz, mas com uma capacidade de enganar digna dos melhores ilusionistas do planeta. Daí se ter transformado num mito ― aura que ainda conserva perante esquerdistas de sinapses estreitas e fidelidade canina, para quem sua recondução ao Palácio do Planalto é a única maneira de salvar do “fogo do inferno” a que fomos condenados pelas nefastas gestões petistas. Para essa caterva de admiradores insensatos, a retórica populista grassa sem trela, enquanto a mente permanece imune aos fatos e impermeável a argumentos racionais. Como bem disse o cantor e compositor Lobão, discutir política com petista é como jogar xadrez com pombo: ele derruba as peças, caga por todo o tabuleiro e ainda sai de peito estufado, cantando vitória.

Nem mesmo a narrativa de Lula sobre o acidente que o tornou eneadáctilo resiste a uma análise mais detalhada. Resumidamente, as chances de alguém perder o dedinho operando um torno mecânico são inexpressivas, mas ficam próximas de zero no caso de um operador destro ― e Lula é destro ―, perder justamente o dedo mínimo da mão esquerda. Vale a pena conferir o que diz a respeito o ex-engenheiro sênior da CSN e especialista em metalurgia de produção Lewton Verri, que conheceu os ex-metalúrgico na década de 70 e o tem na conta de um sindicalista predador e malandro, que traía os “cumpanhêros” começando e encerrando greves para ganhar dinheiro em acordos espúrios (se quiser mais detalhes, clique aqui para acessar uma postagem que revolve mais a fundo as vísceras desse caso espúrio).

Golbery do Couto e Silva ― ex-chefe da Casa Civil em dois governos militares e arquiteto da “abertura lenta e gradual” ― teria dito a Emílio Odebrecht que Lula nada tinha de esquerda e que não passava de um “bon vivant”. E o tempo demonstrou quão acurada foi era essa avaliação: Lula jamais foi o que a construção de sua imagem pretendia que fosse, e sim alguém avesso ao trabalho, que vive de privilégios e mordomias conquistados através de contatos proveitosos e a poder da total ausência daquele conjunto de valores éticos e morais que permitem distinguir o aceitável do inaceitável.

Só que está cada vez mais difícil ― até mesmo para um embusteiro do quilate do petralha ― vender a imagem do retirante nordestino que virou metalúrgico, tornou-se sindicalista e entrou para a política para combater as injustiças e desigualdades e lutar pelos fracos e oprimidos. Parafraseando Rodrigo Constantino, o Lula que iluminava o mundo quando abria a boca era o fantasma de Marilena Chauí ― “filósofa” para quem Moro foi “treinado” pelo FBI, a Lava-Jato tem a missão de “tirar o pré-sal dos brasileiros”, o mar de lama em que o PT mergulhou não passa de miragem e outras asnices que eu prefiro nem mencionar.

O Lula que emerge das delações da Odebrecht, desnudado da roupagem de mito, de pai dos pobres, de salvador da pátria, é um prestador de serviços a corporações corruptas de todos os matizes e origens em troca dos prazeres da boa vida, entre os quais a delícia de desfrutar do poder de maneira indecorosa e ainda se passar por político habilidoso, honesto e provido de um senso de justiça social sem paradigma na história deste país. A mais recente de suas fábulas é a candidatara à presidência em 2018 ― para o Brasil “voltar a ser feliz”, segundo ele e seus acólitos. Como bem disse Dora Kramer, isso seria puro delírio, não fosse fruto da tentativa de emprestar cunho político ao que pertence ao universo criminal.

O truque é velho e não chega a surpreender, mas causa espécie pela facilidade com que, mais uma vez, Lula consegue vender seu peixe: seus incorrigíveis admiradores, defensores, baba-ovos e assemelhados falam a candidatura como se ela fosse perfeitamente possível do ponto de vista legal e factível sob o aspecto político-eleitoral. Mesmo depois do depoimento de Leo Pinheiro, que costumava privar da intimidade do molusco abjeto e sentar-se com ele para degustar uma cachacinha, tomar umas cervejas (daí o codinome de Lula na OAS ser “Brahma”) e ouvir ― e testemunhar ― suas histórias mais íntimas. Na última quinta-feira, o empreiteiro disse ao juiz Moro que a cobertura tríplex do Ed. Solaris ― cuja propriedade Lula nega de mãos postas e pés juntos ― permaneceu em nome da construtora a pedido dos asseclas Okamoto e Vaccari; que a transferência seria feita posteriormente “para alguém que o presidente determinasse ou para a família dele mesmo”; que Lula o mandou destruir qualquer tipo de documento que evidenciasse o pagamento do imóvel pelo ex-tesoureiro petista João Vaccari com dinheiro proveniente de propinas (segundo a ISTOÉ, o “presente” fez parte dos R$ 87,6 milhões que a OAS pagou ao partido de Lula em troca dos R$ 6,7 bilhões em obras realizadas entre 2003 e 2015). Demais disso, Pinheiro deixou claro sua disposição de apresentar fatos e provas que dariam à Lava-Jato mais um ano de trabalho (vale lembrar que o acordo de colaboração do empresário com o MPF foi suspenso por Rodrigo Janot, no final do ano passado, depois que Veja noticiou um suposto envolvimento da OAS numa reforma executada na casa do ministro do Supremo Dias Toffoli).

O resto fica para a próxima; abraços e até lá.

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quarta-feira, 26 de abril de 2017

APAGAR ARQUIVOS CONFIDENCIAIS ― OU: CAUTELA E CANJA DE GALINHA NÃO FAZEM MAL A NINGUÉM

ESCREVO POR AMOR À ARTE, MAS O AMOR NÃO PAGA AS CONTAS.

Todo arquivo digital é uma imensa sequência de bits. O bit é a menor unidade que um dispositivo computacional consegue manipular, e pode assumir somente dois valores ou estados (zero e um, aberto e fechado, ligado e desligado, etc.). Na notação binária ― que é utilizada pelos computadores ―, 1 bit corresponde a 8 bytes, e as grandezas não são expressas em múltiplos de 10, mas na base 2 elevada ao expoente “x”. Assim, 1 kB não são 1000 bytes, mas 1024 bytes (para mais detalhes, reveja esta postagem).

Computadores armazenam na memória física (RAM) os programas em execução e as informações em processamento (desde o próprio sistema operacional até um simples documento de texto). Nenhum dispositivo computacional atual, de um grande mainframe a uma simples calculadora de bolso, funciona sem uma quantidade mínima dessa memória. O problema é que a RAM é volátil, ou seja, incapaz de reter os dados quando o fornecimento de energia é cortado. Então, para que não tenhamos de realimentar toda vez com as informações de que precisa para funcionar (drivers, bibliotecas, sistema operacional, aplicativos, etc.), um HD (ou um SSD, nos modelos de topo de linha mais recentes) faz o papel de memória de massa, salvando as informações de maneira persistente ― não confundir com permanente.

Devido a uma série de fatores relacionados com segurança e privacidade, convém tomarmos muito cuidado com dados pessoais/confidenciais/comprometedores que salvamos no PC, no tablet, no smartphone, etc., pois, como sabemos ― ou deveríamos saber ―, arquivos digitais só são apagados definitivamente depois que são sobrescritos.

Quando deletamos uma foto que havíamos gravado no HDD do PC ou na memória do smartphone, por exemplo, o espaço que ela ocupava fica disponível para regravação, mas, até que isso aconteça, pode ser possível recuperá-la com o auxílio de ferramentas dedicadas ― como o Restoration. Isso nem sempre dá certo, mas há grandes chances de sucesso, especialmente se rodarmos o programinha logo depois que o arquivo que desejamos recuperar foi deletado.
O lado ruim da história e que, quando passamos adiante nosso PC, tablet ou smartphone, sempre existe a possibilidade de algum curioso se valer desse tipo de ferramenta para vasculhar o que foi apagado, mas ainda pode ser recuperado. E mesmo que formatemos o HDD, no caso do PC, ou revertamos os gadgets às configurações de fábrica ― procedimento que limpa a memória interna e desfaz as alterações aplicadas ao sistema operacional desses aparelhinhos, há grandes chances dos abelhudos lograrem êxito em seu intento.

Observação: No caso de tablets e smartphones baseados no Android, acesse Configurações, selecione Backup e reset e escolha redefinir dados de fábrica. Nas versões anteriores a 4.0, pressione Menu a partir da tela inicial, selecione Configurações > Privacidade > Restaurar configurações de fábrica, role a tela de aviso até o final e selecione Redefinir telefone. Nas versões mais recentes, acesse Configurações, selecione Backup e reset e, na tela seguinte, escolha redefinir dados de fábrica. No iOS, selecione Configurações > Geral > Redefinir > apagar todo conteúdo e configurações.

A boa notícia é que o Restoration também apaga definitivamente os dados (outras boas opções são o Advanced System Care, o Eraser e o DBAN). Talvez seja desnecessário você se dar a esse trabalho se está seguro de que não mantém arquivos comprometedores em seus aparelhos, mas até mesmo os nomes, telefones e endereços de email de seus contatos podem ser usados indevidamente por alguém mal-intencionado. Então, procure sempre armazenar esses dados no próprio cartão SIM ou configurar seu aparelho para que os salve no SD Card (caso ele ofereça suporte a cartões de memória). Assim, se você transferir o SIM e/ou o SD Card para o telefone, terá prontamente à disposição seus contatos, músicas, emails, fotos e outros arquivos pessoais, além da segurança de que eles não cairão em mãos erradas.

2.527 ANOS DE PRISÃO

Se a “alma viva mais honesta do planeta” fosse condenada pelo vasto leque de crimes de que é acusada, pegaria de 519 a 1.795 anos de cadeia. Pelo mesmo critério, o Cangaceiro das Alagoas e ex-presidente do Congresso poderia amargar 247 atrás das grades (sua pena mínima seria de 60 anos). E o líder do governo no Senado ― Caju, ou Jucá ―, de 39 e 170 anos. 

O levantamento feito pela reportagem de IstoÉ inclui o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Quadrilha, um dos principais auxiliares do presidente Michel Temer. Se implicado por todos os crimes, sua insolência correria o risco de pegar uma pena de 67 anos. O mesmo cálculo se aplica ao presidente da Câmara, Rodrigo Mamata. Já a pena para o presidente do Senado, Estrupício de Oliveira, seria de 5 a 25 anos. E é esse Congresso que vai votar as reformas de que o Brasil tanto precisa para retomar o caminho do crescimento E ― valei-nos Deus ―  é esse Congresso que vai votar as medidas contra abuso de autoridade ― cuja aprovação a toque de caixa os imprestáveis Renan Caralheiros e Roberto Requeijão vêm defendendo caninamente, enquanto negam candidamente tratar-se de mera retaliação a juízes, procuradores, delegados federais e outras autoridades. Uma barbaridade!

OBSERVAÇÃO: Se aprovado fosse, esse absurdo provocaria uma interminável enxurrada de ações, pois investigados, denunciados e réus processariam os agentes que os investigaram, os procuradores que os denunciaram, os magistrados que os condenaram. E aquela asnice de hermenêutica, então, um verdadeiro descalabro: se a lei não fosse interpretativa, toda decisão do STF seria unânime. Aliás, falando no Supremo, o ministro Marco Aurélio já deu sinais de que, se aprovada semelhante excrescência, a decisão final certamente caberá àquela Corte, o que de certa forma nos tranquiliza, mas não desobriga de pressionar o Legislativo para que essa merdeira não passe.

O levantamento de IstoÉ, baseado em inquéritos policiais e denúncias do Ministério Público, mostra que, quanto mais maduros estão os processos, maiores sãos os riscos de temporadas mais longas na prisão. Como Lula tem mais ações penais que os outros, está bem à frente dos colegas. O cálculo não considerou todas as investigações do petista e de Renan Caralheiros, ambos com mais de dez procedimentos criminais na Justiça, mas apenas as denúncias ou os inquéritos derivados das delações da Odebrecht.

Voltando a Lula, o depoimento do casal de marqueteiros João Santana e Monica Moura, somado às informações com que Antonio Palocci acenou, ontem, ao juiz Sergio Moro ― as quais, disse o ex-ministro de Lula e Dilma, devem render pelo menos mais um ano de investigações à Lava-Jato ―, o dia D está chegando e a hora H não tarda.

Lula Lá! E com Dilma na rabeira!

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terça-feira, 25 de abril de 2017

O MEDONHO JOGO DA BALEIA AZUL

A CRIANÇA DIZ O QUE FAZ, O VELHO, O QUE FEZ E O IDIOTA, O QUE VAI FAZER.

Por vezes, é a vida que imita a arte. Um bom exemplo é o sinistro “jogo da Baleia Azul”, que mais parece ter saído de um conto do Mestre do Terror Stephen King, mas é real, surgiu na Rússia ― ou pelo menos foi de lá que vieram os primeiros relatos de adolescentes terem dado cabo da própria vida, atirando-se do alto de um prédio ou se jogando debaixo de um trem ― e vem avançando mundo afora com a velocidade vertiginosa das Redes Sociais.

Mensagens enviadas por “curadores” a grupos fechados do WhatsApp e outros aplicativos afins desafiam as vítimas a cumprir 50 tarefas, que vão de desenhar uma baleia azul numa folha de papel à automutilação e até o envenenamento de outras pessoas. A derradeira missão é o suicídio, e os participantes são instados a seguir fielmente as instruções, pois, se desistirem do jogo, bloquearem o remetente das mensagens ou simplesmente ignorarem as tarefas, serão rastreados, e seus familiares, punidos.

Em contrapartida aos desafios macabros propostos pelo jogo da Baleia Azul, surgiram variações como a “Baleia Verde” ― que desafia os participantes a realizar 35 tarefas que estimulam sua autoconfiança e autoestima ― e a “Baleia rosa” ― que conta com mais de 200 mil seguidores e propõe desafios como “escreva na pele de alguém o quanto você a ama”, “poste uma foto usando a roupa que te faz sentir bem” e “faça carinho em alguém”.

Segundo o portal G1, jogos com apelos de riscos letais têm virado moda entre os adolescentes. Um exemplo é o jogo da asfixia, que gerou vítimas no Brasil. Outros são o “Desafio do Sal e Gelo” ― no qual, para serem aceitos no grupo, os adolescentes devem queimar a pele e compartilhar as imagens nas redes sociais ― e o “Jogo da Fada”, que incita crianças a inalar o gás do fogão de madrugada, enquanto os pais dormem.

As recomendações para as famílias são: monitorar o uso da internet, frequentar as redes sociais dos filhos, observar comportamentos estranhos e, sobretudo, conversar e conscientizar os adolescentes a respeito das consequências de práticas que nada têm de brincadeira. Atenção redobrada com os jovens que apresentem tendência a depressão, pois eles costumam ser especialmente atraídos por jogos como o da Baleia Azul.

Cautela e canja de galinha...

Sobrando tempo e dando jeito, assista a este vídeo: https://youtu.be/XEqjB8XPkWE

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segunda-feira, 24 de abril de 2017

SOBRE O DESLIGAMENTO DO COMPUTADOR (FINAL)

O VOTO DEVE SER RIGOROSAMENTE SECRETO. SÓ ASSIM, AFINAL, O ELEITOR NÃO TERÁ VERGONHA DE VOTAR NO SEU CANDIDATO.

Para encerrar esta novela, falta detalhar melhor as alternativas ao desligamento do computador ― suspender e hibernar ― que o Windows exibe quando a gente clica na opção Ligar/Desligar do menu Iniciar, sobre as quais eu falei rapidamente na segunda postagem desta sequência.

Quando selecionamos a opção suspender, o processador é paralisado e o monitor, o HDD e a maioria dos circuitos do PC são desligados, o que resulta em economia de energia (ou de bateria, no caso dos portáteis). Como a memória permanece energizada, basta mover o mouse ou pressionar qualquer tecla para o sistema retornar instantaneamente, com os documentos e programas abertos exatamente como estavam no momento as atividades foram suspensas. Essa opção é ideal para ausências de curta duração (durante o almoço, por exemplo), mas é bom ter em mente que a máquina continua sujeita a perda de dados ― ou outros problemas que a gente discutiu nos posts anteriores ― no caso de uma eventual interrupção no fornecimento de energia da rede elétrica.

A função Hibernar, por sua vez, transfere para o HD um “instantâneo” do conteúdo da RAM e do estado do processador, e, em seguida, desliga totalmente o computador (você pode até mesmo desconectá-lo da tomada). Desenvolvida originalmente para laptops ― mas suportada pela maioria dos desktops atuais ― essa opção é indicada para períodos mais longos de inatividade (durante a noite, por exemplo). No caso dos portáteis, além de poupar energia da bateria, ela minimiza o risco de danos aos arquivos ― e ao próprio disco rígido ― quando transportamos o aparelho de um lado para outro, além de “despertar” o sistema (um pouco) mais rapidamente do que no boot convencional. 

Observação: Também neste caso, os aplicativos que estavam sendo executados e os arquivos que se encontravam abertos no instante em que colocamos o PC para hibernar ressurgem do mesmo jeito, ou seja, tudo volta a ser como antes no Quartel de Abrantes.

Antes de concluir, vale dedicar algumas linhas à suspensão híbrida (reiniciar, trocar usuário e outras opções que costumam ser exibidas na listinha do menu Iniciar, conforme as configurações do sistema, não só são intuitivas como fogem ao escopo desta matéria). Como o nome sugere, trata-se de uma combinação de suspensão hibernação, que não só preserva o conteúdo da RAM, mas, adicionalmente, replica-o no HDD, prevenindo a perda de dados resultante de uma eventual falta de energia ou outra intercorrência que desligue inesperadamente o computador. Embora esta opção tenha sido desenvolvida com vistas aos desktops, que não dispõem de alimentação alternativa por bateria (a menos que você disponha de um no-break), não há problema em habilitá-la também nos portáteis. 

Tanto nos PCs de mesa como nos portáteis, o caminho é o mesmo, pois a configuração é feita através da janela das opções de energia do Windows. Ressalvo apenas o hardware de máquinas antigas pode não oferecer suporte à hibernação (e em alguns casos o suporte existe, mas está desabilitado no Setup do BIOS). Enfim, via de regra, basta fazer o seguinte:
          
― Pressione Windows+R para convocar o menu Executar e, na respectiva caixa de diálogo, digite powercfg.cpl e tecle Enter.

― Na tela das Opções de Energia, clique no link Alterar configurações do plano correspondente ao esquema de energia que você utiliza.

― Clique me Alterar configurações de energia avançadas e no sinal de adição (+) à esquerda da opção Suspender.

― Expanda a opção Permitir modo de suspensão híbrido e ative o recurso em questão (talvez seja necessário reiniciar o computador para efetivar a modificação).
A partir daí a Suspensão Híbrida irá prevalecer sobre a convencional, e a opção Hibernar deixará de ser exibida no menu de desligamento, embora você possa convocá-la alterando a função do botão Power ou configurando-a como ação padrão a ser adotada quando a tampa do note for baixada, por exemplo. Basta voltar à tela das Opções de Energia, clicar no link Escolher as funções dos botões de energia (à esquerda da janela) e fazer os ajustes desejados.

Era isso, pessoal. Espero que tenham gostado.

BRASIL: AME-O OU DEIXE-O! (O ÚLTIMO QUE APAGUE A LUZ DO AEROPORTO)

No tempo da ditadura militar, um nativismo que beirava o chauvinismo nos era enfiado goela abaixo desde as carteiras escolares. A palavra de ordem era estimular o “amor à mãe pátria”, para garantir que a população deglutisse, calada, os sapos de todos as formas, tamanhos e cores que lhe eram servidos por um regime de governo autoritário, mas que posava de democrata. Como os brasileiros sempre primaram pela capacidade de fazer piada com a própria desgraça, o chavão “Brasil: ame-o ou deixe-o” se fazia acompanhar de gracejos como “o último feche a porta”, ou “O último que apague a luz do aeroporto”, já que o texto de Mario Sabino que eu reproduzo a seguir é intitulado: SE LULA FOR CANDIDATO EM 2018, A ÚNICA SAÍDA SERÁ O AEROPORTO.

Quando petistas disseram que, sem Lula na disputa, a eleição presidencial de 2018 será “ilegítima”, ficou claro para mim que eles projetam três lances à frente no jogo político-policial. O primeiro lance está desenhado: o comandante máximo será condenado na primeira instância, por Sérgio Moro, até o final deste semestre, no processo do triplex do Guarujá. Léo Pinheiro, da OAS, contribuirá para tanto. O segundo lance será, naturalmente, recorrer ao tribunal revisor das decisões de Curitiba, o TRF4, em Porto Alegre. Como é altamente improvável que Lula seja absolvido nessa segunda instância, dada a abundância de provas contra ele e o rigor exemplar dos seus desembargadores, a confirmação da condenação ocorrerá até dezembro ou, no máximo, o início do ano que vem. Restará o terceiro lance no STF.

Quando falam em ilegitimidade de uma eleição presidencial sem Lula, os petistas já apelam ao Supremo, um tribunal que costuma ser, digamos, sensível a argumentos aparentemente políticos. Mas a verdade é que ficou difícil para os ministros do STF aceitarem essa falácia petista, mesmo que desse para desprezar tudo de concreto que atesta a culpa do comandante máximo. Até o momento, se não perdi a conta, Lula é réu em outros quatro processos — e pode ser condenado em primeira instância num deles mais cedo do que se imagina. Além disso, com as delações da Odebrecht, ele passará a ser investigado diretamente em mais seis inquéritos, para não falar dos demais nos quais o seu nome surge com força. É impossível Lula não virar réu em pelo menos um dos processos a serem abertos.

Há uma decisão recente do Supremo que torna absurdo colocar Lula na disputa pelo Planalto. Em dezembro último, o tribunal manteve Renan Calheiros na presidência do Senado, mas, por ser réu, o tirou da linha sucessória da Presidência da República. Ou seja, ainda que adie para depois da eleição presidencial o julgamento de recurso em ação penal que tenha condenado Lula, seria no mínimo ilógico permitir que um réu entrasse na corrida eleitoral para a mesma função.

Os mais céticos dirão que nada do que escrevi acima importa. O STF vai ignorar sua jurisprudência e também absolver rapidamente Lula em todos os processos que porventura chegarem ao tribunal, a fim de que ele possa concorrer ao Planalto ― e, se for vitorioso, ganhar foro privilegiado e suspender o jogo. Bem, diante dessa esculhambação, com o perdão do clichê, só restaria a saída do aeroporto aos cidadãos que ainda puderem pagar uma passagem para o exterior.

Por resumir magistralmente a situação, o texto de Sabino dispensa outras considerações. Todavia, não posso me furtar a salientar que essa é exatamente a posição que eu venho defendendo desde sempre ― ou desde que Lula se tornou réu da primeira vez, para ser mais exato.

Se esta pobre e pútrida Banânia se espelhasse em democracias de verdade ― ao invés de defecar jabuticabas legais a torto e a direito ―, o “simples” fato de alguém ser réu em ação penal seria o bastante para inabilitá-lo ao exercício de cargos públicos ― sobretudo da Presidência da República. Considerando que, diante da caudalosa torrente de indícios (para não dizer provas cabais) que levam inexoravelmente à conclusão de que Lula é, sim, culpado pelos “atos pouco republicanos” que lhe são atribuídos, a primeira condenação não deve passar do mês que vem, e as chances de a sentença ser reformada em segunda instância são remotas. Não vou entrar no mérito do que pode ocorre se ― ou quando, melhor dizendo ― a coisa chegar ao STF, pois, como diz um velho ditado, não é prudente confiar em cabaça de juiz e intestino de criança.

Como dizia o saudoso Vinicius de Moraes, se for pra desfazer, por que é que fez? Ou seja: se não poderá assumir na (cada vez mais improvável hipótese de ganhar), para que, diabos, Lula insiste em se dizer candidato?

Pela letra fria da Lei, um réu condenado em primeira instância tem direito a recorrer em liberdade, ou por outra, só passará a cumprir a pena que lhe foi imposta depois que a decisão de primeiro grau for confirmada pela instância ad quem. Assim, aproveitando-se maliciosamente do princípio da presunção de inocência, a patuleia considera legitima ― e estimula ― a aleivosa e tresloucada pretensão do molusco eneadáctilo. Trata-se, naturalmente, de uma pirotecnia com vistas a constranger o judiciário e dar cores de perseguição política à sentença condenatória que está por vir, como deixa patente a intenção ― de Rui Falcatrua e seus asseclas ― de reunir o maior número possível de “militantes” no entorno da 13ª Vara Federal de Curitiba durante o depoimento de Lula ao juiz Moro, no próximo dia 3.

Particularmente, acho essa “pré-candidatura” de Lula um escárnio, uma afronta à população de bem de um país que o sacripanta, sua imprestável sucessora e seu partido de “goela aberta” vilipendiaram durante funestos 13 anos, 4 meses e 12 dias. Na esteira desse raciocínio, guardadas as devidas proporções, acho também que Michel Temer deveria ter afastado todos os ministros de Estado citados na Lista de Fachin a partir do momento em que a abertura de inquérito foi autorizada pelo STF. Se, ao cabo das investigações, a denúncia formal contra algum deles não se justificasse (possibilidade que parece mais remota a cada dia que passa e a cada novo trecho do depoimento dos delatores que a mídia veicula com um barulho ensurdecedor), o inquérito seria arquivado e o investigado, livre de qualquer suspeita, seria reconduzido ao cargo. Afinal, como disse alguém mais sábio, à mulher de Cesar não basta ser honesta, tem de parecer honesta.

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domingo, 23 de abril de 2017

PRIMEIRAMENTE, FORA LULA! ― Ricardo Noblat

Quem foi Marcelo Odebrecht? O mandachuva do país durante o reinado do PT? O chefe de uma sofisticada organização criminosa? Ou o “bobo da corte” afinal preso e forçado a delatar?
E Lula, quem foi? O primeiro operário a chegar ao poder? O maior líder popular da História? Ou o presidente que fez da corrupção uma política de Estado?

Marcelo será esquecido. Luiz Inácio Odebrecht da Silva, jamais.

Em dezembro de 1989, poucos dias após a eleição do presidente Fernando Collor de Melo, o deputado Ulysses Guimarães, ex-condestável do novo regime, almoçava no restaurante Piantella, em Brasília, quando entrou a cantora Fafá de Belém, amiga de Lula.

― Como vai Lula? ― perguntou Ulysses. Fafá, que passara ao lado dele o domingo da sua derrota para Collor, respondeu:

Lula ficou muito chateado, mas começamos a beber e a comer, os meninos foram para a piscina e ele acabou relaxando. Ulysses quis saber:

― Tem piscina na casa de Lula?

― Tem, mas a casa é de um compadre dele, o advogado Roberto Teixeira.

Ulysses calou-se. Depois comentou com amigos:

― O mal de Lula é que ele parece gostar de viver de obséquios.

Na mosca! Lula viveu de obséquios. Vive. O dinheiro não o atrai. A rotina da política, tampouco. O conforto e as facilidades, sim. Terceiriza a missão de obtê-las. O poder sempre o fascinou. E para conquistá-lo e mantê-lo, mandou às favas todos os escrúpulos que não tinha. Os que o cercam em nada se surpreenderam com a figura que emerge das delações dos executivos da Odebrecht. É um pragmático, oportunista, que se revelou um farsante. Emilio, o patriarca dos Odebrecht, decifrou Lula muito antes de ele subir a rampa do Palácio do Planalto. Conquistou-o com conselhos e dinheiro. Perdeu nas vezes em que ele foi derrotado. Recuperou o que perdeu e saiu com os bolsos estufados quando Lula e Dilma governaram. Chamava-o de “chefe”. Emílio era o chefe.

Nos oito anos da presidência do ex-operário que detestava macacão e sonhava com gravatas caras, o país conviveu com o Lula que pensava conhecer e, sem o saber, também com Luiz Inácio Odebrecht da Silva, só conhecido por Emílio e alguns poucos. “Cuide do meu filho”, um dia Lula pediu a Emílio. Que retrucou: “Cuide do meu também”. Emílio cuidou de Fábio. Lula, de Marcelo.
De Lula cuidaram Emílio e Marcelo, reservando-lhe uma montanha de dinheiro em conta especial para satisfazer-lhe todas as vontades. Lula retribuiu com decisões governamentais que fizeram a Odebrecht crescer muito mais do que a Microsoft em certo período. A Odebrecht pagou a Lula, e Lula pagou a Odebrecht, com a mesma moeda – recursos públicos. Quem perdeu com isso?
A Odebrecht ganhou mais dinheiro à custa de Lula do que ele à custa dela, mas Lula foi mais esperto. Criou seu próprio banco, administrado pela empreiteira. E quando precisava sacar, outros o faziam em seu nome. Imagina não ter deixado impressões digitais nas negociatas em que se meteu. A polícia já identificou muitas. E outras serão identificadas antes do seu depoimento em Curitiba.

Corrupção mata. Mata sonhos, esperanças, alucinações. Mata o passado, o presente e compromete o futuro. Mata também de morte morrida à falta de saneamento, hospitais, escolas, segurança pública. A impunidade mata tanto ou mais.

A hora e a vez são da Justiça. E ela será julgada pelo que fizer ou deixar de fazer.

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sábado, 22 de abril de 2017

AS DELAÇÕES BOMBÁSTICAS E O CASO DA CHAPA

Há poucos dias, a bola da vez no estapafúrdio cenário político tupiniquim era o tão aguardado julgamento da chapa Dilma-Temer pelo TSE. Agora, depois que a suspensão do sigilo da Delação do Fim do Mundo abalou Bangu, digo, abalou Brasília, os holofotes vêm focando nos depoimentos dos delatores, que, ouvidos da boca dos ditos-cujos, com direito e episódios de inequívoco escárnio, tornam-se ainda mais revoltantes. Mas tudo isso já foi coberto em outras postagens, além de estar na mídia 25 horas por dia, 8 dias por semana, de modo que vamos deixar esse assunto de lado por alguns minutos e voltar ao processo de cassação da infausta chapa ― mais um caso típico de “parto da montanha”, ou, em bom português, de muito peido e pouca bosta.  

A tão aguardada audiência terminou minutos depois que começou, porque os ministros acharam que seria preciso dar ainda mais uns dias para os advogados de Dilma apresentarem sua defesa, e, para garantir que nada aconteça, resolveram que as partes podem também convocar novas testemunhas ― que sabe Adão e Eva e a Serpente. Enfim, adiaram tudo novamente e o caso, que ninguém já levava a sério, descambou de vez para a palhaçada.

A assinatura oficial dessa obra de autoria coletiva que soma esforços de juristas, políticos e partidos ― e que o jornalista J.R. GUZZO definiu como uma das peças mais notáveis do acervo em exibição no Museu de Horrores do Estado brasileiro, com seu Tribunal Superior Eleitoral, os 27 tribunais regionais e mais de 20.000 funcionários e funções desconhecidas em qualquer democracia bem sucedida do mundo, onde jamais se julgou necessário criar uma “justiça eleitoral” para fazer eleições ― é da Justiça Eleitoral, que está examinando o caso desde o final de 2014.

O “delito” sub judice é um fenômeno, na medida em que poderia tornar “inelegível” uma chapa que foi eleita há mais de dois anos, deporia de novo do cargo uma presidanta que já foi deposta e mandaria para a rua o presidente atual, cujo mandato termina já no ano que vem. E como se isso não bastasse, o relator da patranha julgou necessário escrever um relatório de 1032 páginas (!) ― mais que isso, só a Bíblia.

Mais uma vez, como vem acontecendo nos últimos 500 anos, “prevaleceu o bom-senso”, como observou um dos marechais de campo da tropa política de Brasília. E quando a gente ouve uma figura pública dizer que prevaleceu o bom-senso, podemos ter certeza de que nos estão batendo a carteira.
O que prevaleceu, mesmo, foi o interesse de cada um. Ninguém gosta do presidente, ou diz que não gosta, mas todos querem que ele fique. O PT finge que está em guerra contra o governo; nas ruas, a militância grita “Fora, Temer”, mas nas conversas para valer, os chefes do partido dizem “Fica, Temer”. O PSDB, que começou a ação para anular a chapa Dilma-Temer, reduziu sua cobrança pela metade: como Dilma já foi, quer que Temer fique. O senador Renan Calheiros, o cangaceiro das Alagoas, se transformou de vinho em água e todo dia requisita os jornalistas para dizer-lhes que agora é um homem de oposição, aliado de coração do ex-presidente Lula e inimigo figadal de Michel Temer.

Ninguém, enfim, quer o que diz ― nem o TSE quer julgar coisa alguma. Estão todos pensando, apenas, em como tirar proveito do que pode acontecer em 2018, e em permanecer fora da cadeia até lá. É o Circo Marambaia. E se você não percebeu quem os políticos, ministros de tribunais, gênios dos partidos etc. escolheram para fazer o papel de palhaço nesse picadeiro, olhe-se no espelho.

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sexta-feira, 21 de abril de 2017

A RESPONSABILIDADE DE LULA ― EDITORIAL DO ESTADÃO

Há quem veja nas delações da Odebrecht e nas centenas de inquéritos delas decorrentes, tanto no Supremo Tribunal Federal como na primeira instância, a confirmação de que toda a política nacional está corrompida. A disseminação da corrupção seria de tal ordem que já não teria muita serventia a identificação dos culpados. Com leves variações de tons, todos os políticos seriam igualmente culpados. Ou, como desejam alguns, todos seriam igualmente inocentes.

Como corolário desse duvidoso modo de ver as coisas – como se a deformação da política tivesse pouca relação com a atuação desonesta de pessoas concretas –, há quem entenda que as descobertas mais recentes da Lava-Jato desfazem a impressão, tão forte nas primeiras etapas da operação, de que Lula e sua tigrada tiveram uma participação especial na corrupção no País. Eles seriam tão somente um elo a mais na corrente histórica de malfeitos. A responsabilidade por tanta roubalheira caberia, assim querem fazer crer, ao sistema político.

Longe de relativizar a responsabilidade do PT na crise ética da política, as revelações sobre os ilícitos da Odebrecht, delatados por seus diretores e executivos, confirmam e reforçam o papel deletério de Lula na política nacional. Seu papel foi decisivo e central para o abastardamento da vida política brasileira. Foi ele o autor intelectual e material do vil assassinato do interesse público nos dias que vivemos.

A corrupção levada a cabo nos anos do PT no governo federal não é mera continuidade de um sistema corrupto. Há um antes e um depois de Lula na corrupção nacional, capaz até de assustar Emílio Odebrecht. “O pessoal dele (de Lula) estava com a goela muito aberta. Estavam passando de jacaré para crocodilo”, disse o presidente do conselho de administração da empreiteira, em relato por escrito à Procuradoria-Geral da República.

É evidente que já existia corrupção antes de Lula da Silva chegar à Presidência da República. A novidade trazida pelo ex-sindicalista foi a transformação de todos os assuntos estatais em negócio privado. Sem exagero na expressão, Lula da Silva pôs o Estado à venda. A Odebrecht e outras empresas envolvidas no escândalo apenas compraram – sem nenhuma boa-fé – o que havia sido colocado na praça.

Ao perceber que todos os assuntos relativos ao governo federal poderiam gerar-lhe benefícios, pessoais ou ao Partido dos Trabalhadores, Lula da Silva procedeu como de costume e desandou a negociar. Com alta popularidade e situação econômica confortável – o País desfrutava então das reformas implementadas no governo anterior e das circunstâncias favoráveis da economia internacional –, Lula não pôs freios aos mais escusos tipos de acordo que sua tigrada fazia em seu nome, em nome do governo e em nome do partido, como restou provado no mensalão e no petrolão.

Lula da Silva serviu-se do tradicional discurso de esquerda, de ampliação da intervenção do Estado na economia, para gerar novas oportunidades de negócio à turma petista. São exemplos desse modo de proceder as políticas de conteúdo nacional e da participação obrigatória da Petrobras nos blocos de exploração do pré-sal. Aquilo que era apresentado como defesa do interesse nacional nada mais era, como ficaria evidente depois, que uma intencional e bem articulada ampliação do Estado como balcão de negócios privados.

Lula não inventou a corrupção, mas criou uma forma bastante insólita de fazer negócios escusos. Transformou a bandalheira em política de Estado. Com isso, corruptos, velhos e novos, tiveram ganhos nos anos petistas que pareciam não ter limites. Não foi por acaso nem por patriotismo, por exemplo, que o governo petista estimulou as empreiteiras a expandir sua atuação para novas áreas, como a exploração de petróleo. Assim, incluía-se mais uma oportunidade ao portfólio de negociatas da tigrada de Lula.

Todos os inquéritos abertos a partir das delações da Odebrecht merecem especial diligência. Seria equívoco não pequeno, no entanto, achar que o envolvimento de tanta e diversificada gente nas falcatruas de alguma forma diminui a responsabilidade de Lula da Silva pelo que aí está. A magnitude dos ilícitos descobertos pela Lava-Jato, da Odebrecht e de tantas outras empresas e pessoas, só foi possível graças à determinação de Lula da Silva de pôr o Estado à venda. Não lhe neguemos esse mérito.

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quinta-feira, 20 de abril de 2017

AINDA SOBRE O DESLIGAMENTO DO COMPUTADOR (3ª PARTE)

REFORMA POLÍTICA FEITA POR POLÍTICOS CORRUPTOS, QUE DEVERIAM ESTAR NUM REFORMATÓRIO, É UMA PIADA RUIM DEMAIS.

Voltando rapidamente à anatomia dos HDDs, a carcaça (ou câmara) que abriga os pratos giratórios, braços, cabeças de leitura/gravação e demais componentes internos não é fechada à vácuo, mas selada após uma providencial injeção de ar totalmente estéril. Os pratos giram em altas velocidades (alguns modelos operam a mais de 10.000 RPM), e não é difícil imaginar o estrago um grão de poeira poderia causar se, a essa velocidade, colidisse com as delicadas cabeças eletromagnéticas.

Mas não é só. O ar permite a geração do turbilhonamento necessário para as cabeças eletromagnéticas manterem-se micrometricamente afastadas da superfície dos discos. Embora diversos autores (dentre os quais se inclui este humilde escriba) procurem facilitar a compreensão desse tema comparando os HDDs às antigas vitrolas, é importante deixar claro que, para reproduzir o conteúdo dos bolachões, a agulha toca fisicamente a espiral criada no vinil durante a gravação, pois é assim que ela capta as vibrações que são amplificadas e reproduzidas pelos alto falantes sob a forma de som. Nos discos rígidos, em vez de uma espiral, existe um conjunto de trilhas concêntricas (detalhes na postagem anterior), e as cabeças não tocam a superfície dos pratos.

Observação: Nos drives antigos, quando o PC estava desligado, as cabeças de leitura e gravação repousavam sobre a superfície dos pratos, o que podia resultar em arranhões que danificariam trechos das trilhas e tornariam ilegíveis os dados neles gravados. Mas os modelos fabricados de 2000 para cá passaram a recuar os braços para uma “área de repouso”, reduzindo significativamente a possibilidade de danos nos pratos ou nas cabeças eletromagnética, embora continue valendo o que eu disse no parágrafo de abertura do primeiro capítulo desta sequência, sobre aparelhos elétricos e eletroeletrônicos “sofrerem” mais no instante em que são ligados (embora apagões inesperados e desligamentos inadequados sejam ainda mais perigosos para o disco rígido do computador).

Segundo a Energy Star, a vida útil média de um HDD moderno é de 40 mil ciclos de ligar e desligar. Considerando que isso equivale a 109 anos ligando e desligando o PC uma vez por dia, mesmo que fosse submetido a 10 boots diários, 7 dias por semana, o drive funcionaria por cerca de 10 anos, e é bem provável que você troque seu computador por um novo bem antes disso.

Como tudo neste mundo, o PC e seus componentes têm vida útil limitada, sobretudo as peças que integram partes móveis, como o HDD, as ventoinhas, o exaustor da fonte de alimentação, etc. Daí se infere que deixar a máquina ligada o tempo todo para prevenir “consequências nocivas” da inicialização pode não ser uma boa ideia. Além do stress contínuo, do excesso de calor, do desgaste mais acelerado das peças móveis e do impacto na fatura de energia elétrica, não desligar o PC implica em prolongar indefinidamente uma mesma sessão do Windows, o que fatalmente irá impactar negativamente o desempenho e a estabilidade do sistema.

Desligar o aparelho interrompe o fornecimento de energia elétrica, esvazia os buffers e descarrega o conteúdo das memórias voláteis, além de proporcionar um desejável “refresh” ao sistema e aplicativos. Além disso, protege o aparelho de eventuais apagões, sobretensões e outros distúrbios da rede elétrica (além de economizar energia). Por outro lado, fazê-lo constantemente obriga o usuário a amargar aqueles “intermináveis” minutos que a máquina leva para dar o boot, carregar o Windows e ficar pronta para uso. Daí ser importante conhecer as alternativas que o próprio sistema oferece em suas opções de desligamento. Devido ao feriado de Tiradentes, falaremos delas na próxima semana; abraços e até lá.

OS DELATADOS E SEU CORAL ANGELICAL

Se já está difícil aturar os vídeos da Delação do Fim do Mundo que os telejornais vêm exibindo com irritante ― mas compreensível insistência, dada a importância de cientificar a população do “comportamento pouco republicano” de seus conspícuos representantes ―, pior é ouvir a corja de delatados entoando, como uma singela legião de anjos, um coral bem ensaiado de protestos de inocência que não passa de mera cantilena para dormitar bovinos. Dizer que os colaboradores mentiram é a resposta padrão. Só que não se sustenta, até porque acusações levianas invalidariam os acordos de colaboração e resultariam na suspensão dos respectivos benefícios.

A veiculação dos depoimentos dos delatores, sobretudo de Emílio e Marcelo Odebrecht, desmonta de maneira cabal o velho e batido ramerrão cantado em prosa e verso por por Lula, pelo PT e pela imprestável militância vermelha, que ainda tentam vender a aleivosia de que tudo não passa de um plano para prejudicar... Lula, o PT e a PQP. Claro não faltam discípulos da finada Velhinha de Taubaté, que continuam dão ouvidos a semelhante asnice. Mesmo depois da torrente de merda com que a mãe de todas as delações cobriu não só o comandante máximo da ORCRIM e respetiva corriola, mas também políticos das mais diversas ideologias e colorações partidárias ― dentre os quais 39 deputados federais, 42 senadores, 8 ministros de Estado e 3 governadores, sem mencionar outros nove governadores e três ex-presidentes da República (que não serão investigados no Supremo, mas em instâncias inferiores da Justiça). Dos ex-presidentes da República que ainda caminham no mundo dos vivos, nenhum ficou fora da lista! Uma coisa impressionante!  

Detalhe: Embora haja 35 partidos oficialmente registrados na Justiça Eleitoral ― e mais 56 pedidos de registro aguardam a decisão do TSE ― a maioria não tem a menor expressividade, serve apenas para garantir uma fatia do fundo partidário (que anda na casa dos R$ 860 milhões provenientes de nossos suados impostos) e para vender a agremiações maiores seu tempo no horário gratuito no rádio e na TV (que o povo também banca, pois as emissoras são contraprestadas com isenção fiscal).  

Claro que só teremos uma ideia dos malfeitos imputados a cada delatado depois que cada inquérito for analisado. No entanto, a extensão da lista, que desmoralizou de vez a política brasileira, demonstra claramente que a solução será reinventar o jogo político, quiçá mediante a convocação de uma Constituinte ― ideia que já vem sendo defendida por juristas, sociólogos, cientistas políticos e distinta companhia. Nesse entretempo, até faz sentido o que dizem alguns delatados, sobre a indevida presunção de culpa de que vêm sendo alvo todos os figurantes desse “rascunho do mapa do inferno” (talvez pelo motivo errado, mas ainda assim faz sentido). Culpado, mesmo, o sujeito só será considerado depois de condenado por sentença judicial transitada em julgado.

Observação: Numa visão simplista, tudo começa com a investigação ― situação em que os indícios contra o investigado não vão muito além da possibilidade de culpa; caso a investigação reúna elementos suficientes para que a ação siga adiante, o dito-cujo é promovido a indiciado; se o Ministério Público entender que a acusação se sustenta, ele passa a denunciado, e a denúncia é encaminhada para a instância da Justiça que tem competência para apreciá-la. Caso o magistrado aceite a denúncia, o processo é aberto e o denunciado passa formalmente à condição de réu. Após a produção de provas, realização de diligências, oitiva de testemunhas e depoimentos pessoais das partes, a instrução processual é encerrada e os autos ficam conclusos para sentença. Prolatada a decisão, as partes podem recorrer à instância superior, e assim sucessivamente, até esgotar todas as possibilidades de recurso em Direito admitidas, quando então o réu, se condenado, passa a cumprir a pena que lhe foi imputada.

Por hoje é só. Vamos continuar acompanhado os desdobramentos desse monumental e vergonhoso imbróglio, e torcer para que os culpados sejam exemplarmente punidos. Lula lá!

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