quinta-feira, 24 de agosto de 2017

COMO DESCOBRIR SE SEU COMPUTADOR ESTÁ INFECTADO POR SPYWARE

AMIZADE NÃO SE CONQUISTA. SE CONSTRÓI.

Registros teóricos de programas capazes de se autorreplicar remontam a meados do século passado, embora ninguém falasse em “vírus” naquela época ― essa nomenclatura foi adotada três décadas mais tarde, por conta da semelhança comportamental entre o vírus eletrônico e seu correspondente biológico, já que ambos são capazes de se autorreplicar, precisam de um hospedeiro e se escondem no sistema para evitar a remoção.

De início, os vírus eletrônicos eram apenas “brincadeiras” de programadores que se divertiam criando e disseminando programinhas que exibiam mensagens engraçadas ou obscenas, reproduziam sons inusitados ou assustadores, e por aí afora. No entanto, dada a engenhosidade ilimitada do ser humano para o que não presta, essas pestes logo passaram a realizar ações nocivas ― como apagar dados, inviabilizar a execução de determinados aplicativos, sobrescrever o disco rígido da máquina infectada, etc. Mas vale lembrar que:
  1. Um vírus não é necessariamente um programa destrutivo, e um programa destrutivo não é necessariamente um vírus.
  2. Worms, trojans, ransomwares, hijackers, spywares e outras pragas digitais que não se enquadram na categoria dos vírus eram comumente consideradas com tal, razão pela qual cunhou-se o termo “malware” ― acrônimo formado a partir de “malicious software” (programa malicioso) ― para referenciar qualquer programa criado com o objetivo de causar algum tipo de dano.
  3. Malwares não são coisas sobrenaturais ou prodígios de magia, mas apenas códigos escritos para executar instruções maliciosas e/ou potencialmente destrutivas. Em princípio, qualquer software atende aos desígnios de seu criador, que tanto pode programá-lo para interagir com o usuário através de uma interface quanto para realizar sub-repticiamente as mais variadas tarefas.
  4. Salvo raríssimas exceções, o malware age no âmbito do software; na falta de alternativa melhor, uma reinstalação completa do sistema resolve qualquer problema de infecção por malware.
Depois de reinar por décadas como a maior fonte de dor de cabeça para usuários de PCs, o vírus digital (propriamente dito) cedeu o posto ao spyware. Até porque, para os criadores de pragas, melhor que simplesmente danificar computadores é espionar os usuários e obter informações úteis, como dados de login, senhas bancárias, números de documentos e de cartões de crédito. Assim, do feliz casamento entre o vírus e os cibervigaristas nasceu o spyware, que, em vez de clonar a si mesmo e/ou destruir arquivos, monitora a digitação no teclado ou se vale da câmera de vídeo e do microfone para colher dados da vítima e repassá-los ao malfeitor que o controla remotamente.

A maneira como o spyware infecta o sistema-alvo pode variar, mas o objetivo é sempre a locupletação ilícita dos golpistas, que se valem das informações obtidas pelos programinhas espiões para desfechar seus golpes espúrios. E com a popularização da banda larga e do uso de roteadores wireless, a internet se tornou a ferramenta mais usada na disseminação das pragas, ainda que os onipresentes pendrives (chaveirinhos de memória) também sejam largamente explorados.

O resto fica para as próximas postagens. Até lá.

O INFERNO SÃO OS OUTROS

Condenado por corrupção e arrastando mais processos a cada dia, certo político insiste em se reeleger, e sem ter como defender o indefensável, parte para ataque ― a única defesa que lhe resta. Assim, escolhe o alvo, transforma-o em inimigo e bate, bate e bate, moldando seu discurso vazio com a convicção de quem busca um projeto ― no caso, escapar da prisão pelo caminho da reeleição. Nem ele próprio acredita, mas acaba achando que vai funcionar: fazendo-se de vítima, julga merecer um voto de confiança ― ou, no caso, os milhões de votos de que precisa para pôr em prática seu projeto espúrio.

O sucesso tem muitos pais, mas o fracasso é órfão. Até porque costuma ser sempre mais fácil atribuir a terceiros a responsabilidade por aquilo que deveria ter dado certo, mas não deu. E se alguém contesta, também se torna um inimigo a ser combatido implacavelmente. Em outras palavras, quem não está com Lula está contra ele.

Como dizia Jean Paul Sartre (1905-1980), o inferno são os outros. Mas o filósofo francês nunca foi um grande exemplo de conduta. Quanto a seus escritos filosóficos, eu nunca entendi nada. E acho que não estou sozinho nessa, pois ninguém mais o lê, ou leva a sério sua filosofia, ou mesmo se dispõe a enfrentar sua caudalosa prosa.

Durante sua vida, Sartre defendeu figuras controversas, como Marx, Castro e Guevara. Recusou o prêmio Nobel porque, segundo ele, a láurea só piora as condições dos homens, que são “condenados a ser livres” (?!). Sofria de ostraconofobia ― medo obsessivo de crustáceos ― e era viciado em remédios. Certa vez, sofreu um ataque de pânico ao entrar no mar com Simone de Beauvoir, o amor de sua vida ― ele acreditava que um polvo gigante subiria das profundezas e o arrastaria para a morte. Em outra ocasião, depois de consumir mescalina, passou a ver lagostas que o seguiam aonde quer que ele fosse.

No ano que vem, teremos eleições. E nessa briga de mocinho contra bandido, cada um acredita no que bem entender. Mas é bom tentar raciocinar, porque depois não adianta você culpar os outros pelas más escolhas que fez.  

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