Demorou, mas acabou acontecendo:
Lula foi denunciado na
Lava-Jato,
juntamente com sua digníssima
esposa,
o assecla
Paulo Okamoto e o amigão e benfeitor
Leo
Pinheiro, além de outros executivos da
OAS que
participaram da maracutaia do
tríplex no Guarujá ― que o
petralha insiste em dizer que não é dele (à semelhança do que afirma em relação
ao
sítio Santa Bárbara, também reformado pela
OAS
para o desfrute do clã dos
Lula da Silva ― que frequentou
assiduamente a bucólica chácara entre 2012 e o começo deste ano (uma
vez
a cada 15 dias, em média).
Na coletiva de imprensa realizada ontem, o procurador federal Deltan
Martinazzo Dallagnol, coordenador da Lava-Jato, disse
que a força-tarefa “chegou ao topo da hierarquia desse esquema
criminoso” e apontou o ex-presidente como “grande general do
Petrolão” ― para o gáudio dos brasileiros “pensantes”, que há muito
haviam chegado a essa conclusão, mas ansiavam por ouvi-la da boca das
autoridades encarregadas das investigações. Resta agora ver o que fará o juiz Sergio
Moro; se ele aceitar a denúncia, é possível que Lula
venha a ser preso já nos próximos dias.
Mesmo desmascarado pelos procuradores, o petralha continua se fazendo de
vítima e negando os atos espúrios que lhe são imputados, chegando mesmo à
insanidade de se comparar a Juscelino Kubistchek ― o que não
chega a surpreender, considerando que Dilma se comparou mais
de uma vez a Getúlio Vargas. Deve ser coisa de petista.
As denúncias da Lava-Jato foram enfaticamente repudiadas pela seleta
confraria de integrantes e apoiadores do PT, bem como por seus incorrigíveis
militantes, que se valem de falácias abiloladas para tentar amoldar os fatos a
suas espúrias versões.
Observação:
O apartamento de Lula
no Guarujá foi comprado e decorado com dinheiro roubado da Petrobras. Foi o que
disse Léo Pinheiro à PGR,
confessando que a OAS abateu o valor do imóvel
da propina devida ao PT. E por que ele fez isso? Porque Lula
era o comandante máximo do esquema criminoso ― o presidente que nomeou os diretores
da Petrobras responsáveis por assinar os contratos fraudulentos com a
empreiteira. Para pegar Lula, a Lava-Jato
tinha de revelar o esquema completo, que aos poucos vai sendo revelado.
Ao
Brasil
247 (veículo golpista que atuou como porta-voz do petismo durante os
governos
Lula e
Dilma), o ex-senador e
ex-ministro
Aloizio Mercadante ― que está envolvido em
tentativas de obstrução da justiça por tentar silenciar o ex-senador
Delcídio
Amaral a mando de
Dilma (aliás, o próprio
Delcídio
acusou
Mercadante de tê-lo ameaçado para que não revelasse o
papel da ex-presidanta no plano de fuga de
Nestor Cerveró) ―
afirmou que as denúncias são infundadas, e que o propósito da
Lava-Jato
é inviabilizar a candidatura do molusco à presidência. Cada um vê as coisas
como quer, naturalmente, mas isso é patético.
A senadora
Gleisi Hoffmann ― outra petralha e defensora
ferrenha de imprestáveis da mesma laia ― repetiu ontem, em pronunciamento inflamado,
as mesmas aleivosias que vociferou durante a votação do impeachment de
Dilma,
embora devesse mais é se preocupar com o próprio rabo, pois a denúncia de que
sua campanha em 2010 teria sido abastecida com R$ 1 milhão provenientes de
propinas do esquema do petrolão será julgada na próxima terça-feira (na mesma
ação, são acusados de corrupção e lavagem de dinheiro o maridão
Paulo
Bernardo, ministro do Planejamento no governo de
Lula
e das Comunicações no de
Dilma, além do empresário
Ernesto
Kugler Rodrigues). A segunda turma do
STF deverá
analisar a denúncia da
PGR e, se aceitá-la, os indiciados
passarão a réus ― aliás,
Bernardo já é réu numa ação penal em
curso na 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, por suposto envolvimento no
desvio de
R$102 milhões em contratos de empréstimos
consignados no âmbito do Ministério do Planejamento em sua gestão, e chegou a
ser preso pela
PF, mas acabou solto por obra e graça do pelo prestativo
ministro
Dias Toffoli, que... bom, deixa pra lá.
Ao que parece, a estratégia dos defensores de
Lula será
tentar vender a ideia de que está em curso um “
golpe continuado”,
visando impedir seu amado líder de voltar à Presidência em 2018 ― considerando
os resultados que eles obtiveram ao tentar taxar de golpe o impeachment de
Dilma,
isso não deve passar de um patético “
fracasso continuado”.
Esses inconformados insistem na tese de “acusações sem provas”, como fizeram
insistentemente quando das condenações de ícones petistas como
Dirceu,
Genoíno,
Delúbio,
Vaccari e
companhia, no julgamento do
mensalão.
Observação:
Quando Marcelo Odebrecht
foi preso, seus esbirros na imprensa espernearam dizendo que não havia provas
contra ele, que a Lava-Jato quebraria a cara e
que os procuradores atentavam contra o estado democrático de direito. E o que
aconteceu? O empreiteiro continua atrás das grades, e a Odebrecht
fechou dias atrás um acordo de delação com os procuradores.
Como bem lembrou o blog
O Antagonista, a defesa de
Lula
repetiu os mesmos argumentos dos beleguins do “
Príncipe das
Empreiteiras”, afirmando que o
MPF elegeu
Lula
como maestro de uma organização criminosa, mas esqueceu do principal, a
apresentação de provas dos crimes imputados. Mas isso não passa de uma
falácia
lulocêntrica que chega a insultar a inteligência do povo brasileiro,
quando todas as provas forem apresentadas ao juiz
Sérgio Moro,
o PT e os advogados do “chefe” terão de inventar novas mentiras.
Segundo a militância petralha, seu amado líder está convencido de que o
objetivo da
Lava-Jato é desconstruir sua imagem (como se ele
próprio já não tivesse feito isso), acabar com o
PT e barrar
uma eventual candidatura de
Lula à presidência, tornando-o
ficha suja. Na verdade, o rei da Petelândia ― que pode ser mau-caráter, mas de
burro não tem nada ― está convencido de que a
Lava-Jato vai
provar que ele recebeu propina da
OAS e da
Odebrecht,
e que não há a menor chance de ele obter uma vitória jurídica. Só seus asseclas
na imprensa parecem pensar o contrário.
Na visão de
Rodrigo Constantino, a presença de
Lula
na cerimônia de posse da ministra
Cármen Lúcia ― que aconteceu
no mesmo dia em que o petralha depôs num dos inquéritos em que é investigado em
Brasília ― foi uma nódoa que emporcalhou a solenidade e passou a impressão de o
STF ser um
puxadinho petista. Quando nada, o
decano
Celso de Mello, fez um importante contraponto em seu
discurso, ao mencionar
poderosos corruptos e populistas, que se julgam
acima das leis, que devem ser válidas para todos, inclusive presidentes (vale
a pena assistir ao
vídeo).
Falando na
Lava-Jato, o juiz
Moro condenou
a nove anos e 10 meses de prisão o pecuarista
José Carlos Bumlai.
Dente outras estripulias, o
ex-consiglieri da Famiglia
Lula da Silva tomou um empréstimo de
R$12 milhões
junto ao
Banco Schahin e repassou o dinheiro ao
PT,
que o usou para calar a boca de gente que ameaçava contar detalhes sórdidos
sobre um suposto envolvimento de
Lula nas mortes misteriosas
dos prefeitos
Celso Daniel, de Santo André, e
Toninho
do PT, de Campinas. O empréstimo não foi pago, mas quitado de maneira
fraudulenta mediante um contrato celebrado entre o
Grupo Schahin
e a
Petrobras para operação do
navio-sonda Vitória
10000.
Além de
Bumlai, foram condenadas no processo o
ex-tesoureiro do
PT João Vaccari Neto (olha
ele aí de novo), os banqueiros
Fernando Schahin,
Milton
Schahin e
Salim Schahin, o lobista
Fernando
Baiano, o ex-executivo da Petrobras e da Sete Brasil
Eduardo
Costa Vaz Musa e o ex-diretor da Petrobras
Nestor Cerveró.
Com exceção de
Vaccari, todos assinaram acordos de delação
premiada com o
MPF.
A denúncia de que
Lula seria o chefe do petrolão mereceu
destaque na
mídia internacional. Embora as versões e opiniões
variem, todos os jornais e portais de notícia concordam que isso vai atrapalhar
― e muito ― o sonho do petralha em voltar à presidência da República em 2018.
Assim disseram o
New
York Times, o britânico
Guardian
― segundo o qual
essa é a primeira denúncia de muitas que Lula irá
enfrentar nos próximos meses, e que representa o começo do fim para as
aspirações Presidenciais do dito-cujo ― o espanhol
El
Pais e o francês
Le
Monde.
Para concluir, segue o resumo de um texto que o jornalista
Augusto
Nunes publicou
ontem à noite em sua coluna:
Na tarde de 1º de janeiro de 2003, o país parou para acompanhar o
primeiro discurso do metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva
como presidente da República. Lula falou
durante 44 minutos e, num dos trechos, a voz embargada foi sublinhada pelo
timbre professoral: “O combate à corrupção e a defesa da ética
no trato da coisa pública serão objetivos centrais e permanentes do meu governo.
É preciso enfrentar com determinação e derrotar a verdadeira
cultura da impunidade que prevalece em certos setores da vida pública”.
Treze anos, 8 meses e 14 dias depois, Lula foi
formalmente indiciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Apesar da
queda de Dilma, todas as pesquisas recentes
ainda o apontavam como um candidato à Presidência bastante competitivo, mas
agora o adversário é outro: a Justiça. Caso o juiz Moro
aceite a denúncia, o homem que nunca escondeu o desejo de terminar a vida como
o maior presidente da história brasileira poderá encerrar seus dias atrás das
grades.
É possível que o PT e seus satélites
tentem blindar sua biografia, e que surjam camisetas e bandeiras em passeatas
ligando sua figura à ladainha do golpe das elites. Ninguém se espantará caso
essa banda saia às ruas quando Lula já tiver
cruzado a fronteira rumo à Venezuela, a Cuba ou algum país africano onde tenha
atuado como lobista das empreiteiras do petrolão.
No centro do diagrama
apresentado pelo procurador Deltan Dallagnol
(que ilustra esta postagem), aparece o nome daquele que se proclama a alma mais
honesta deste país. Aos fiéis mais teimosos, basta uma resposta: quer que eu
desenhe?