segunda-feira, 24 de novembro de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 55ª PARTE

entender como e por que o universo é como é nos ajuda a compreender por que estamos aqui.

 

Repetições são cansativas, mas necessárias em situações específicas. No caso deste blog, a audiência rotativa justifica (exige, melhor dizendo) eventuais contextualizações. Então, vamos a elas: 

 

Viajar no tempo pode parecer uma ideia tão maluca quanto o Concorde nos tempos do 14-Bis, ou uma viagem tripulada à Lua na Era das Grandes Navegações. 


Como não há nada como o tempo para passar, o supersônico que cruzava o Atlântico em cerca de três horas virou peça de museu, e a NASA não só enviou seis missões tripuladas bem-sucedidas à Lua, como também lançou duas sondas que já deixaram o Sistema Solar rumo ao espaço interestelar.


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A Famiglia Bolsonaro é especialista em criar crises, mas tenta resolvê-las criando outras ainda maiores, como se toda confusão não tivesse um custo e qualquer tentativa de pechinchar não aumentasse o prejuízo. Foi o que aconteceu na madrugada deste sábado, quando o ministro Alexandre de Moraes foi comunicado sobre a violação da tornozeleira eletrônica e ordenou a prisão preventiva do chefe do clã em uma sala da PF em Brasília. 

Xandão enxergou o óbvio propósito de fuga potencializado pela “vigília” pela saúde de Jair Bolsonaro, convocada via Xwitter pelo filho Flávio. Em seu despacho, o magistrado realçou que o tumulto nos arredores da residência do réu — que fica a 15 minutos de carro da embaixada dos EUA — poderia facilitar sua fuga. Lideranças e governadores bolsonaristas correram às redes sociais para acusar o ministro de impor suplícios a um mito dodói. A defesa declarou ter recebido a ordem de prisão com "profunda perplexidade", já que a detenção “coloca em risco a vida de seu cliente”. 

O lero-lero derreteu nas imagens de um vídeo produzido pela equipe de inspeção da Secretaria de Administração Penitenciária do DF, no qual se vê a tornozeleira com sinais de grave avaria e se ouve Bolsonaro dizer à diretora-adjunta do órgão que “por curiosidade, meteu um ferro de solda no dispositivo”. 

Moraes escreveu: “não bastassem os gravíssimos indícios da eventual tentativa de fuga de Bolsonaro, o corréu Alexandre Ramagem, a aliada política Carla Zambelli e o filho Eduardo se valeram da estratégia de evasão do território nacional para evitar a aplicação da lei penal”.

O ministro deu 24 horas para a defesa explicar o atentado contra a tornozeleira, enquanto os filhos, insatisfeitos em aprofundar o buraco em que o pai se meteu, resolveram jogar terra em cima do sacripanta moribundo.

 

Viajar no tempo como nos filmes continua sendo o fruto mais cobiçado — e inalcançado — da "árvore da relatividade", mas a história está repleta de exemplos de teorias e tecnologias mirabolantes que se tornaram realidade. A maioria de nós dificilmente testemunhará o assentamento da primeira colônia em Marte, mas passar férias no planeta vermelho pode ser tão normal para os netos de nossos netos como veranear na praia ou na montanha é para nós. Ainda assim, é pouco provável que eles voltem no tempo até o "nosso presente" para nos contar suas aventuras interplanetárias.

 

Viagens no tempo são matematicamente possíveis, mas, com a tecnologia disponível atualmente, enviar uma missão exploratória tripulada aos confins do Sistema Solar está fora de questão — lembrando que os benefícios da dilatação temporal, magistralmente ilustrados pelo paradoxo dos gêmeos, só são significativos em velocidades próximas à da luz. 


Acredita-se que a distância entre dois pontos no Universo possa ser significativamente reduzida por buracos de minhoca (ou pontes Einstein-Rosen), e muitos astrofísicos conceituados sustentam que provar a existência desses atalhos é apenas uma questão de tempo. Mas daí a visitarmos mundos longínquos — neste ou em outro universo, no presente ou em outro ponto da linha do tempo — vai uma longa distância. Tão longa quanto os 14,76 quatrilhões de quilômetros que nos separam de Gaia BH1 (o buraco negro mais próximo da Terra encontrado até agora, que fica na constelação de Ofiúco, a 1.560 anos-luz do nosso Sistema Solar). 

 

Ainda que os buracos de minhoca realmente existam e que haja um exemplar nas profundezas de Gaia BH1, para conferir seria preciso viajar 1.560 anos à velocidade da luz ou 2,5 milhões de anos na velocidade que a Parker Solar Probe atingiu no final do ano passado (692 mil km/h, o que representa 0,064% da velocidade da luz). Como os efeitos da dilatação temporal só são significativos em velocidades próximas à da luz, nem Matusalém — que, segundo a Bíblia, viveu improváveis 969 anos — sobreviveria a uma viagem tão longa.

 

Se por um lado não se descarta a possibilidade de um buraco de minhoca ser detectado a qualquer momento em alguma esquina do Universo, por outro essa esquina pode estar tão longe que seria impossível enviar uma missão tripulada até lá para conferir e passar recibo. Pelo menos por enquanto. 


Um engenheiro da NASA vem desenvolvendo um motor que usa íons e eletroímãs para acelerar partículas em loop helicoidal e gerar empuxo suficiente para impulsionar uma nave espacial a 99% da velocidade da luz. A ideia viola o princípio da conservação do momento linear, mas, se vingar, pode mudar o futuro das viagens espaciais.

 

Outra possibilidade promissora é dobrar o espaço-tempo ao redor da nave criando uma "bolha" que se move mais rápido que a luz sem violar a relatividade (porque não é a nave que se move dentro da bolha, e sim o espaço ao redor dela). Essa ideia encontra respaldo na física teórica, mas colocá-la em prática exigiria energia negativa e/ou matéria exótica, cuja existência carece de confirmação experimental direta). 

 

Também se cogita construir uma Esfera de Dyson, usar feixes de laser para impulsionar velas ultraleves a 20% da velocidade da luz (não parece grande coisa, mas daria para ir até Alpha Centauri em cerca de 22 anos), ou reatores como o ITER e o SPARC, que replicam o funcionamento das estrelas para gerar energia limpa e praticamente ilimitada — um passo crucial para viabilizar as ambições interestelares da humanidade.

 

Por ora, o sonho de entrar num buraco de minhoca e sair na Roma Antiga ou numa Terra apinhada de robôs conscientes permanece no território da ficção científica, mas existem outros caminhos que não a luz e a gravidade para contornar a tirania do tempo. A maioria das propostas nesse sentido é meramente especulativa (como foi um dia o helicóptero projetado pelo polímata Leonardo da Vinci), mas a história nos ensinou que tanto a arte imita a vida quanto a vida imita a arte, e que ficção de hoje pode ser a ciência de amanhã.

 

Os chamados cristais do tempo — estruturas exóticas que mudam de estado de forma periódica sem gastar energia, desafiando a Termodinâmica — podem não ser a chave para viagens temporais propriamente ditas, mas abrem precedentes curiosos sobre como o tempo pode ser manipulado em escalas microscópicas. Em teoria, eles seriam como relógios que funcionam ao contrário, isto é, no sentido inverso ao da seta do tempo.

 

Interpretação de Muitos Mundos — ramificação da mecânica quântica segundo a qual o Universo se divide a cada escolha ou evento — sustenta a existência de incontáveis realidades paralelas, cada qual representando uma versão diferente da História. Se essa teoria estiver correta, navegar entre esses mundos permitiria visitar uma realidade onde os dinossauros vão muito bem, obrigados, ou em que Klara Hitler abortou o feto que, na nossa realidade, nasceu, cresceu e protagonizou o Holocausto, entre outros requintes de crueldade. 

 

Mais pé-no-chão (mas ainda ambicioso) é o conceito de recriar o passado por meio da simulação computacional ultra-avançada. Com o fabuloso poder de processamento que os computadores quânticos devem atingir no médio prazo, seria possível reconstruir o estado do Universo com tamanha precisão que permitiria "reviver" o passado virtualmente, como num filme interativo da História. Não seria propriamente uma viagem física no tempo, mas seria o mais próximo disso que poderemos ter até que nossa tecnologia ombreie com a dos alienígenas que supostamente visitam nosso planeta há milhares de anos.

 

Cogita-se ainda a possibilidade de manipular o próprio tecido causal do universo. Na Teoria dos Conjuntos Causais, o espaço-tempo não seria contínuo, mas composto por blocos fundamentais — algo como os pixels de uma imagem digital. Se um dia conseguirmos manipular essa rede microscópica de eventos, talvez possamos saltar de um ponto a outro na linha do tempo como quem avança ou retrocede uma faixa de áudio digital. 


Claro que nenhuma dessas ideias inclui a tão sonhada fórmula mágica que permitiria saborear um filé de brontossauro em Bedrock, ao lado de Fred Flintstone e Barney Rubble. Mas o que realmente importa é que seguimos desafiando o tempo com aquilo que nos torna humanos: a curiosidade, a imaginação — e a teimosia científica de nunca aceitar o impossível como definitivo.

 

Continua... 

domingo, 23 de novembro de 2025

ARROZ COM LINGUIÇA EM RODELAS E CARNE EM CUBINHOS

OS JOVENS CRESCEM, OS ADULTOS ENVELHECEM, MAS NEM TODOS FICAM EXPERIENTES. 

O arroz é um dos cereais mais antigos cultivados pela humanidade. No tempo das nossas avós, ele era vendido à granel em empórios e armazéns, acompanhado de pedriscos, cascas, restos de insetos mortos e "marinheiros" — grãos quebrados que flutuavam quando colocados na água — daí ser preciso "escolher" e lavar os grãos antes de cozinhá-los.

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Durante o governo Bolsonaro, vimos a morte de crianças, a interrupção precoce de sonhos. Fomos confrontados com o assassinato de idosos, o verdadeiro incêndio de uma biblioteca. Quando os guardiões da floresta são assassinados pela fome, pelo envenenamento, pelo vírus, por bala ou por omissão, é uma parcela de todos nós que deixa de existir. Dutrante meses, os direitos do arquiteto do golpe foram amplamente garantidos, como deve ocorrer numa democracia. Os julgamentos foram transmitidos ao vivo e vimos uma flexibilidade por parte das cortes que nenhum outro brasileiro teria tido, mesmo quando os aliados dos golpistas fugiam do país.

Por isso, e por tanto mais, a prisão de Bolsonaro neste sábado marca um capítulo inédito da construção da democracia brasileira. E uma resposta contundente ao movimento autoritário que avança pelo mundo.


Atualmente, o arroz vendido nos supermercados é escolhido e pré-lavado. Lavá-lo novamente em casa reduz ainda mais a concentração de amido. O excesso de amido afeta o cozimento; a falta dele deixa os grãos mais secos e dificulta o preparo — sem falar que lavar o arroz reduz também a concentração de sais minerais e nutrientes importantes, como as vitaminas. Mas velhos hábitos são difíceis de erradicar.


Arroz com feijão é um prato típico da “culinária” brasileira. A mistura — bife, frango, linguiça ou ovo frito — depende do cardápio e do poder aquisitivo do comensal. Para que seu arroz fique soltinho e leve, como nos melhores restaurantes, adicionar uma colher (chá) de vinagre à água do cozimento evita que os grãos fiquem grudados e empapados, além de realçar o sabor e ajudar a conservar o arroz cozido por mais tempo.


Passando à receita de hoje, você vai precisar de:


— 6 colheres (sopa) de óleo de girassol;

— 1 gomo de linguiça calabresa cortado em rodelas;

— 500g de alcatra cortada em cubos e temperada com sal e pimenta;

— 2 dentes de alho picados;

— Meia cebola picada; 

— 2 colheres (sopa) de extrato de tomate;

— 6 xícaras (chá) de água morna;

— 1 tablete de caldo de carne;

— Sal, pimenta-do-reino e cheiro-verde picado a gosto.


Aqueça metade do óleo em fogo alto, frite a carne até dourar. Retire com uma escumadeira e reserve. 


Na mesma panela, agora em fogo médio e com o óleo restante, refogue o alho, a cebola e o arroz por 3 minutos. 


Coloque a carne e linguiça de volta na panela, junte o extrato de tomate, a água e o caldo de carne, acerte o ponto do sal, deixe cozinhar com a panela semi-tampada até a água quase secar, e então abaixe o fogo e destampe a panela.


Depois que toda a água secar, apague o fogo, solte o arroz com um garfo, transfira para uma travessa, polvilhe com cheiro-verde e sirva quente.


Bom apetite.

sábado, 22 de novembro de 2025

DO DESKTOP AO SMARTPHONE — CONTINUAÇÃO

QUEM PROCURA ACHA.

Vimos que os PCs perderam o protagonismo depois que as pessoas passaram a interagir mais com seus smartphones, que Samsung, Motorola, Xiaomi e Realme abocanham 36%, 19%, 16% e 6% do mercado de celulares brasileiro.


Vimos também que a Apple fica com a menor fatia porque o iOS roda somente no hardware da marca, e que as versões 14 ou 13 do Android, se devidamente atualizadas com os patches de segurança, são adequadas para a maioria dos usuários, mesmo porque as últimas atualizações visaram mais à estabilidade do sistema do que a inclusão de novos recursos. 


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Em seus dois mandatos anteriores, Lula indicava candidatos ao STF embasado em sugestões de assessores como o então ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. A terceira indicação companheira do novo ciclo — do AGR Jorge Messias para a vaga de Barroso — prioriza os serviços prestados em detrimento dos serviços que serão prestados.

Na primeira escolha, o petista afirmou que "todo mundo compreenderia" a indicação de Cristiano Zanin — o amigo e advogado que o defendeu na Lava-Jato. Na segunda, disse que Flávio Dino era o ministro com “cabeça política” que ele sempre sonhou ter na Suprema Corte. Agora, com Messias, submete à apreciação do Senado um personagem que comandava a Subchefia de Assuntos Jurídicos do Planalto em 3016, quando o então juiz Sergio Moro levantou o sigilo do célebre grampo em que Dilma avisou Lula de que o "Bessias" estava a caminho, levando o ato de sua nomeação para a Casa Civil. Barrada por Gilmar Mendes, a tentativa frustrada de converter o então futuro presidiário mais famoso desta banânia em ministro marcou o epílogo de Dilma, que foi deposta seis meses depois. 

A facção bolsonarista do Senado ergue barricadas contra Bessias e a oposição critica a escolha mais ou menos como o macaco que senta em cima do próprio rabo para falar mal do rabo dos outros. Quando presidente, Bolsonaro indicou Nunes Marques — referindo-se a ele como “10% de mim dentro do Supremo" — e André Mendonça — trocando a exigência constitucional do "notório saber jurídico" pela “virtude celestial” de ser “terrivelmente evangélico".

Guardadas as devidas diferenças, presidentes de esquerda e direita desejam a mesma coisa: uma lealdade suprema, capaz de condenar e prender os outros e absolver e soltar os seus. No entanto, depois que a toga repousa sobre o ombro do escolhido, a lealdade vai se tornando uma sólida abstração.


Ainda assim:

 

1 - Com o Circule para pesquisar — presente na linha Pixel e em modelos recentes da Samsung, mas que deve ser disponibilizado em breve para dispositivos de outras marcas — é possível pesquisar no Google desenhando um círculo com o dedo em qualquer parte da tela. Depois de ativar a função, pressione o botão central da barra de navegação (Home) e circule com o dedo o item desejado na imagem congelada para obter os resultados mais relevantes numa janela sobreposta à tela original.

 

2 - Disponível nos aparelhos Samsung e Motorola, a Pasta Segura cria um espaço protegido para guardar fotos, arquivos, aplicativos e outros conteúdos "sensíveis". Toque em Configurações, pesquise por Pasta Segura (o caminho pode variar conforme a marca e modelo do aparelho) e crie uma senha ou defina o uso da impressão digital ou leitura facial. Caso seu smartphone não ofereça esse recurso, abra o aplicativo Files, toque na aba Explorar, procure algo como Pasta segura ou Pasta trancada, defina o PIN que será usado como chave de acesso, selecione os arquivos que deseja proteger, toque no ícone de três pontos e escolha a opção Mover para Pasta Segura.


3 - Para preservar a vida útil da bateria, os celulares Android interrompem o carregamento a 80% — o que é particularmente útil para quem deixa o celular carregando durante a noite ou trabalha com o aparelho conectado à tomada, como os motoristas de aplicativo. Para ativar o recurso, toque em Configurações > Bateria > Proteção da bateria (ou Proteção contra sobrecarga, dependendo da marca do aparelho e da versão do sistema).


4 - O WhatsApp não oferece uma ferramenta nativa para recuperar mensagens apagadas, mas alguns aparelhos Android permitem fazê-lo a partir do Histórico de notificações. Acesse as Configurações, toque em Notificações > Histórico de notificações e habilite a opção Usar histórico de notificações para que as novas notificações — incluindo as mensagens de WhatsApp apagadas — sejam acessadas facilmente.

 

5 - A Transcrição ao vivo converte falas e áudios em texto na tela, em tempo real. O recurso se destina a pessoas com deficiência auditiva, mas pode ser útil em ambientes barulhentos, por exemplo. Toque em Configurações > Acessibilidade, localize a função Transcrição ao vivo e siga as instruções. Feito isso, sempre que você tocar no botão flutuante o dispositivo transcreverá automaticamente quaisquer sons captados pelo microfone ou reproduzidos pelo aparelho.

 

6 - O recurso Ocultar aplicativos — cujo nome, disponibilidade e localização variam conforme a marca e o modelo do celular — remove os ícones dos programas da tela inicial e da gaveta de aplicativos. Toque em Configurações e pesquise por "Ocultar aplicativos"; se não encontrar, instale o App Hider ou outro programinha similar — maioria deles é preciso digitar uma senha, fazer um gesto específico ou entrar em uma pasta segura para ter acesso aos aplicativos ocultos.

 

Observação: Enquanto a Pasta Segura oculta aplicativos e dados e oferece um nível de proteção mais robusto, Ocultar Aplicativos apenas remove o ícone da tela inicial e da lista de aplicativos. Ou seja, os apps continuam instalados e podem ser acessado por quem conhecer o caminho das pedras.


Conclui no próximo capítulo.

sexta-feira, 21 de novembro de 2025

DO DESKTOP AO SMARTPHONE

NÃO SE SENTE FALTA DAQUILO QUE NUNCA SE TEVE. 

O Windows ainda lidera o mercado mundial de sistemas para PCs (com 72% de participação), ainda que esse protagonismo tenha perdido peso na vida cotidiana desde que as pessoas passaram a interagir mais com seus smartphones e a usar desktops e notebooks somente quando precisam de uma tela ampla, teclado e mouse físicos e mais poder de processamento e RAM do que os pequenos notáveis oferecem.


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O Planalto até tentou, mas não conseguiu evitar que o relatório do PL Antifacção proposto pelo combo de deputado e esbirro do governador bolsonarista de São Paulo fosse aprovado na Câmara — o texto recebeu 370 votos a favor e apenas 110 contra, expondo, uma vez mais, a fragilidade do governo Lula no Congresso. Ainda assim, Hugo Motta barrou de ofício a proposta do bolsonarismo de equiparar facções criminosas ao terrorismo. Davi Alcolumbre já escolheu o senador Alessandro Vieira — em detrimento de Flávio Bolsonaro e de Sergio Moro — para relatar o projeto no Senado, a pretexto de evitar a “contaminação política” do projeto.

Paralelamente, a votação do Projeto de Lei Antifacção pela Câmara e a deflagração da terceira operação da PF em poucos meses com reflexos na classe política selam o divórcio litigioso entre o governo Lula e uma parcela poderosa do Centrão. Resta avaliar os efeitos desse afastamento — cada vez mais definitivo — no último ano de mandato do petista e nas eleições do ano que vem

Se endurecimento das penas fosse a solução mágica para combater o crime organizado, o Brasil seria um Éden da segurança há muito tempo. Mas a proliferação da criminalidade no Brasil mostra que falta um plano consistente para lidar com essas facções. 

Se a direita bolsonarista se balizasse pelo bom senso e colocasse o PL da segurança pública relatado pelo pupilo do governador bolsonarista de São Paulo acima das diferenças partidárias, ideológicas e eleitorais, o próprio Tarcísio elevaria a estatura da sua candidatura. No entanto, sua excelência prefere se rebaixar à politicagem e festejar como uma grande conquista um projeto que ainda vai passar pelo crivo do Senado e que está longe de ser uma solução.


Microsoft demorou a perceber que o mundo digital estava se tornando essencialmente móvel e que essa mobilidade ia além dos notebooks. Lançar o Windows Mobile quando o Android já soprava sua terceira velinha foi um exemplo clássico de timing errado, tentar “empurrar” a plataforma a fabricantes que haviam abraçado o robozinho verde não funcionou, e comprar a Nokia e criar os apps que os desenvolvedores parceiros não tinham interessem em fornecer foi a derradeira pá de cal em um sistema natimorto que não deixou saudades.

 

Lançado pelo Google em setembro de 2008, o Android domina 70% dos celulares ativos no planeta, enquanto o iOS — restrito ao hardware da maçã — responde por 28%. Embora haja “vida inteligente” em exoplanetas como KaiOS, Tizen, Ubuntu Touch, HarmonyOS e LineageOS, esses aliens são raros como moscas-brancas de olhos azuis.

 

Os produtos da Apple se destacam pela excelência, mas o preço (salgado) e a variedade (limitada) de modelos favorecem a concorrência, que oferece dispositivos “para todos os bolsos” — alguns por menos de R$ 1 mil. Não surpreende, portanto, que Samsung, Motorola, Xiaomi e Realme abocanhem 36%, 19%, 16% e 6% do mercado brasileiro, contra modestos 5% da marca da maçã. Mas isso não significa que o Android seja “melhor” que o sistema da maçã, apenas que o preço mais camarada e a versatilidade do código aberto o tornam mais atraente para uma fatia expressiva de consumidores.

 

Observação: A primeira logomarca da Apple exibia Sir Isaac Newton sentado sob uma macieira, mas Steve Jobs optou pela maçã colorida, que reinou até 1998. Depois vieram versões monocromáticas até chegar à maçã plana e minimalista (em preto, branco ou cinza), usada até hoje. Vale destacar que, em 1977, Rob Janoff conseguiu, com apenas um protótipo, criar um símbolo simples e indissociável da marca — façanha que muitas empresas levam anos (ou décadas) para alcançar.

 

O Google libera uma nova versão do Android a cada 12 meses (em média), mas cabe aos fabricantes parceiros definir quando e por quanto tempo seus aparelhos receberão atualizações do sistema e patches de segurança. Em muitos casos, o dispositivo fica preso à versão original ou recebe um único update — talvez por isso apenas 7% dos smartphones em uso rodem o Android 15, mas isso pode mudar, já que a Samsung ampliou para sete o número de atualizações de alguns Galaxy, no que foi seguida pela Motorola e pelo Google (com a linha Pixel).

 

De modo geral, um aparelho com Android 14 ou 13 — atualizado com os patches de segurança — está de bom tamanho para a maioria dos usuários, mas quem não abre mão dos recursos mais novos acaba trocando um celular em boas condições de funcionamento por um modelo estalando de novo. Mas isso é assinto para os próximos capítulos.

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

HORA DE TROCAR O COMPUTADOR?

HÁ MALES QUE VÊM PARA O BEM E MALES QUE VÊM PARA PIOR.

Com o fim do suporte ao Windows 10 e as exigências de hardware do Windows 11, a hora de substituir o velho PC de guerra pode ser agora. Para não ser pego no contrapé pela obsolescência programada, tenha em mente que:


O processador principal — também chamado de CPU e tido como o cérebro do computador — define a velocidade de resposta e a capacidade de executar tarefas simultâneas. Chips como o Intel Core Ultra 5 e o AMD Ryzen 5 atendem bem à maioria dos usuários, mas quem precisa de mais desempenho deve optar pelas versões Ultra 7, Ryzen 7, Ultra 9 e Ryzen 9, que são voltadas ao uso mais intenso.


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A Primeira Turma do STF definiu nesta terça-feira (18) as penas dos nove réus do Núcleo 3 que foram condenados pela trama golpista ocorrida durante o governo de Jair Bolsonaro. Paralelamente, segue em cartaz o último capítulo do processo contra os réus do núcleo principal.

Dois espetáculos não cabem no mesmo palco — ou no mesmo evento histórico —, mas o show da democracia tem que continuar, e a contagem regressiva para as condenações definitivas e irrecorríveis impõe às Forças Armadas o lançamento do ritual da desonra de Bolsonaro, seus aliados de farda (Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira) e um almirante (Almir Garnier).

Os cinco membros do estado-maior do golpe precisam perder as patentes e ser expulsos também da folha de aposentados, mas, ainda que sejam punidos com rigor máximo pelo Superior Tribunal Militar, Bolsonaro e seus aliados de farda serão declarados "mortos fictos", e seus vencimentos passarão a ser pagos a familiares.

Há cerca de 600 defuntos de papel nas FFAA., com esposas, companheiras e filhas embolsando cerca R$25 milhões por ano, e tudo indica que a remuneração de zumbis golpistas por meio de familiares será mais uma afronta a quem paga impostos para sustentar essa aberração.


As unidades de processamento neural dos chips de última geração aceleram tarefas de IA, oferecem recursos sofisticados e consomem menos energia — o que é fundamental para usuários de notebooks. Se o orçamento estiver apertado, uma ou duas gerações de atraso não serão problema, desde que você evite modelos de entrada.


Notebooks com gabinete de alumínio ou liga de magnésio são preferíveis aos de plástico por serem mais leves, resistentes e por dissiparem melhor o calor. Teclados bem espaçados, com teclas de toque suave, reduzem o cansaço em longas digitações. A conexão Wi-Fi 6E garante internet rápida e estável, enquanto o Bluetooth 5.3 facilita o uso de fones, mouses e outros acessórios sem fio. Se você costuma usar o portátil em trânsito, priorize uma bateria com autonomia superior a seis horas.


Todo dispositivo computacional utiliza memória RAM (também chamada de física ou primária) para abrir aplicativos e arquivos. Com 16GB, é possível rodar vários programas ao mesmo tempo (multitarefa) sem que o sistema fique lento ou trave. 8GB mal dão conta de tarefas básicas, como navegar na internet, gerenciar e-mails e assistir a vídeos — mas vale lembrar que existem diferentes tipos de RAM, sendo a DDR5 a mais nova e rápida.


Os HDDs e os SSDs representam a memória secundária (ou de massa) do computador, onde o sistema operacional, os aplicativos e todos os arquivos criados e salvos pelo usuário são armazenados de forma persistente (não confundir com permanente). Com drives de memória flash, a máquina liga mais rápido e os aplicativos abrem instantaneamente — investimento que vale cada centavo. Os SSDs NVMe são mais rápidos que os SATA, e 512 GB costumam ser suficientes para guardar documentos, fotos, vídeos e programas. Já quem trabalha com arquivos grandes pode precisar de 1 TB ou mais.


A GPU (Unidade de Processamento Gráfico) é responsável por gerar as imagens exibidas na tela. A maioria das máquinas modernas traz placas de vídeo integradas (onboard), que usam parte da RAM principal como memória de vídeo. Modelos com placas de vídeo dedicadas (offboard) têm sua própria memória e são muito mais eficientes, mas tendem a custar mais caro. As GPUs dedicadas são ideais para quem precisa de desempenho gráfico avançado, mas aumentam o consumo de energia e o preço final do aparelho — e de nada adianta pagar mais por uma GPU mais potente se a ideia é navegar na internet e assistir a vídeos.


Quanto à tela, modelos com tecnologia IPS oferecem cores precisas e bons ângulos de visão, enquanto o OLED proporciona melhor contraste e tons de preto mais profundos. A resolução mínima recomendada é a Full HD (1.920 × 1.080) — QHD e 4K exibem imagens mais nítidas, mas a diferença dificilmente compensa o aumento no consumo de energia. No que tange à taxa de atualização, 60Hz são suficientes para o uso geral e 120Hz para gamers e profissionais. Já um brilho acima de 300 nits garante boa visibilidade mesmo sob luz direta.


Quando os primeiros laptops surgiram, recomendava-se não usá-los plugados na tomada o tempo todo, de modo a não comprometer a vida útil das baterias de Níquel-Cádmio. Isso mudou com os íons/polímeros de lítio, que não sofrem do efeito memória (redução da capacidade de armazenamento que as baterias antigas apresentavam quando eram recarregadas antes de se esgotarem totalmente). Com a bateria em 100% e o carregador conectado, os notebooks modernos passam a ser alimentados diretamente pela energia da tomada, de modo que a bateria não “vicia”. Ainda assim, notebooks e celulares desligam automaticamente quando o nível de carga atinge cerca de 5%. Se e quando for preciso “recalibrar” a bateria, carregue-a a 100%, deixe-a descarregar completamente e torne a carregá-la.


Adicionalmente:


Evite comer ou beber durante o uso do notebook, pois há risco de derramar líquidos nas frestas do teclado integrado e danificar os componentes internos.


Usar o portátil no colo, na cama ou sobre almofadas também é prejudicial, já que a obstrução das saídas de ventilação pode causar superaquecimento.


Pegar o aparelho pela tela pode causar danos significativos, pois a pressão excessiva compromete o display e a estrutura do gabinete — o certo é manusear a máquina pela base e usar uma mochila adequada para transportá-la.


Para limpar a tela e o gabinete do note, use um pano seco de microfibra ou 100% algodão (mais detalhes nesta postagem).


Mantenha o sistema, os aplicativos e os drivers sempre atualizados, evite abrir arquivos e baixar programas de fontes desconhecidas e proteja o aparelho com uma suíte de segurança confiável.


A Black Friday está chegando. Embora os maus comerciantes aumentem os preços antes de aplicar os descontos, quem pesquisar em sites como Zoom e Buscapé e acompanhar o histórico de preços e verificar se o desconto é real pode economizar um bom dinheiro.


Boas compras.