quarta-feira, 26 de novembro de 2025

TRISTE BRASIL

De tão recorrente, o vitimismo político se tornou um padrão nesta banânia.

De D. Pedro I, forçado a abdicar em 1831, ouvimos que “abria mão do cargo para "que o Brasil sossegasse".

Em 1954, Vargas tirou a própria vida (se é que não foi “suicidado”) e deixou uma carta melodramática afirmando que "saía da vida para entrar na História”.

Em 1961, Jânio Quadros afirmou que "forças terríveis o levaram a renunciar”. Vice do demagogo cachaceiro, João 'Jango' Goulart denunciou uma trama em que "não o deixavam governar" e foi apeado pelo golpe militar de 64.

Collor disse que caiu por conta de "um complô articulado por interesses contrariados"; Dilma, que foi vítima de uma "farsa"; Temer, que havia "uma conspiração contra seu governo". Lula, que ficou preso por 580 dias, pariu a seguinte pérola: "Eu sou uma jararaca; eles tentaram me matar e não conseguiram".


Em que pese esse passado de ressentimentos e lamúrias de imperadores e presidentes, ninguém foi tão constante na vitimização como Bolsonaro, seus familiares e seguidores. Além de requentar, amplificar e instrumentalizar ad nauseam a facada que levou às vésperas das eleições de 2018, o aspirante a tiranete perorou que "deu o sangue pelo país", numa tentativa de transformar um atentado em evento messiânico e idólatra.


No clássico "Purificar e Destruir", Jacques Sémelin anotou que muitos dos regimes mais autoritários e sanguinários da história foram justificados por uma violência redentora e restauradora contra inimigos da pátria que impedia o povo de atingir seu potencial.


No populismo, o povo é sempre trabalhador, moral, altivo, o verdadeiro representante da alma mais pura da nação, herdeiro legítimo dos bons tempos que construíram o país, e “eles”, os conspiradores que minavam os fundamentos da pátria como cupins.


A única saída para curar essa doença social era identificar os inimigos do povo e depois prender, exilar e matar. Não que os ditadores gostassem de violência. Eles a evocavam como um mal necessário para a restauração da ordem e passava a ser aceita como parte de uma guerra justa, legítima defesa, motivada por uma ira santa, patriotismo e sacrifício dos verdadeiros patriotas que sonham restaurar o passado glorioso que foi roubado por "eles".


Quanto mais crimes demandados pelos líderes do movimento, mais o vitimismo servia como justificativa moral e espiritual para os carrascos convocados naquela missão cívica. Mas a democracia pressupõe alternância de poder e é do jogo que grupos políticos distintos tenham vitórias e derrotas, entrem e saiam do poder.


Como ensinou Roger Scruton, a democracia é o regime em que os derrotados na eleição aceitam ser governados pelo grupo adversário e vão para a oposição em paz, desejando boa sorte a quem venceu e mostrando que o país está acima daquela disputa que se encerra. 


A lógica autoritária e tribal não reconhece adversários legítimos, apenas inimigos a serem destruídos. Toda disputa é existencial, e o destino da nação está sempre naquela disputa pelo poder que não admite derrota. Se o fim é a salvação do povo, todo meio é legítimo na luta, mesmo os mais violentos e arbitrários. E a maneira mais eficiente de convencer um cidadão comum a cometer atos criminosos, como invadir e vandalizar prédios públicos, é fazer com que ele acredite que ele é vítima, e que, naquela disputa, é matar ou morrer.


Foi essa lógica que alimentou o núcleo de desinformação da trama golpista bolsonarista — e funcionou por anos como central de produção de fantasias persecutórias, instigando e radicalizando parte da população contra as instituições, as urnas, as pesquisas e "eles".


Nenhum movimento político no país levou o vitimismo e o conspiracionismo tão longe quanto o bolsonarismo. Em 2018, ainda no hospital, Bolsonaro afirmou em rede nacional: "Eu, pelo que eu vejo nas ruas, não aceito resultado das eleições diferente da minha eleição". Três anos depois, diante de pastores, completou: "Só saio [da presidência] preso, morto ou com a vitória". "Não tenho ambição pelo poder, tenho obsessão pelo Brasil", repetia. "Deus me colocou aqui, e somente Deus me tira daqui". Depois da prisão, mais vitimismo: "Estou sendo humilhado. Não tem nada de concreto. Isso é perseguição".


Quando foi derrubado por um golpe militar, D. Pedro II tinha à mão todo o prestígio necessário para incendiar o país e provocar o caos. Muitos correligionários se ofereceram para pegar em armas e defender seu reinado, mas ele partiu sem vitimismo, sem bravata, sem transformar sua dor em chantagem. Aceitou o exílio com serenidade. Saiu como estadista, não como coitado — e nunca foi superado. Jamais teremos mais um brasileiro como D. Pedro II, mas poderíamos ter ao menos um mínimo de compostura.


Bolsonaro precisa de remédio que ofereça democracia, não de psiquiatra. Não existe droga química contra o fascismo. O remédio é a política, o exercício da democracia até onde ela deve e pode alcançar, que é fazer a defesa de si mesma. E para isso é preciso às vezes prender pessoas que cometem crimes.


Os advogados do ex-presidente insistem que seu cliente precisa ficar em casa para ter uma assistência permanente, eventualmente com aparelhos, etc., que na cadeia ele não teria. Mas a pergunta é: cadê o imbrochável, incomível e imorrível, para quem a Covid não passava de uma gripezinha mixuruca? Que estaria saudável para enfrentar uma campanha eleitoral, mas que vai morrer se ficar numa cela da Papuda?


Bolsonaro sempre foi contra punir fake news, porque mentir não é crime. Na esteira desse raciocínio, fingir demência também não é.


Inspirado em um artigo de Alexandre Borges

terça-feira, 25 de novembro de 2025

DO DESKTOP AO SMARTPHONE (TERCEIRA PARTE)

POLÍTICA NÃO É SÓ A ARTE DE ENGOLIR SAPOS, MAS TAMBÉM A ARTE DE PEDIR VOTOS AOS POBRES, PEDIR RECURSOS FINANCEIROS AOS RICOS E DEPOIS MENTIR PARA AMBOS. 

Os smartphones substituem os desktops e notebooks na maioria das tarefas, de modo que sua autonomia se tornou tão importante na escolha do modelo quanto a memória RAM e o armazenamento interno. Mas mesmo baterias de 5.000 mAh ou superiores não duram o dia todo quando o dispositivo é usado a fundo.

 

A autonomia depende da capacidade da bateria, do consumo energético do aparelho e do uso que se faz dele. O cálculo é simples: uma bateria de 12 V e 2 A fornece 24 W de potência (tensão × corrente). Ou seja: quanto mais recursos ativos, mais rápido a carga se esgota. Isso é apenas um detalhe quando se tem uma tomada por perto ou um carregador 12V no carro, e vale lembrar que recargas parciais desgastam menos a bateria do que deixar o telefone desligar automaticamente por falta de energia. 


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA 


Eduardo Bolsonaro defendeu publicamente a fuga do pai, que está preso preventivamente por “meter o ferro de soldar” na tornozeleira eletrônica. Durante a audiência de custódia, o "mito" alegou que um "surto paranoico" o levou a imaginar escutas na tornozeleira e a danificar o dispositivo com um ferro de soldar.

Bolsonaro já se refugiou na embaixada da Hungria (em março p.p.) e cogitou pedir asilo ao governo argentino. No exame de corpo de delito deste sábado, ele mencionou um improvável surto, visando criar uma narrativa de instabilidade mental não diagnostica.

A Primeira Turma do STF tinha até às 20h de ontem para ratificar a prisão preventiva decretada por Xandão, e o fez por unanimidade pouco depois das 10h da manhã.

 

Configurações mais conservadoras ajudam a reduzir o consumo sem sacrificar a usabilidade, mas o próprio sistema pode ser um dreno constante. O Android é maleável, mas cobra um preço pela personalização — widgets animados, papéis de parede vivos e temas cheios de efeitos são bonitos, mas gastam muita energia.

 

Some-se a isso o conjunto de inutilitários pré-instalados, que rodam e segundo plano, sincronizam dados, recebem notificações e se atualizam, disputando recursos com os apps que realmente importam. Para piorar, a maioria desse bloatware não pode ser removida da maneira convencional, embora possamos congelá-la tocando em Configurações > Bateria interrompendo a execução em segundo plano. 


Aplicativos de redes sociais e mensageiros — como Facebook e Messenger — e conexões sem fio — Wi-Fi, Bluetooth, GPS e NFC — ativas desnecessariamente aceleram significativamente a descarga da bateria, já que o aparelho fica procurando redes ou dispositivos o tempo todo.


Observação: Manter o Wi-Fi sempre ligado é prático, mas deixa o celular vulnerável a conexões automáticas em redes públicas como as de shoppings, restaurantes, hipermercados e aeroportos, que podem ser verdadeiros focos de malware. E como a localização via Bluetooth também compromete a segurança, revise os aplicativos que têm permissão de localização e mantenha ativos somente os essenciais.


Ativar as opções Restringir atividade em segundo plano ou Suspender app não só economiza bateria como poupa ciclos do processador e da memória, entre outros recursos preciosos. Convém também ativar o Modo Avião em locais com sinal fraco, já que o celular tende a aumentar a potência da antena, consumindo ainda mais energia. 

 

Em aparelhos Motorola da linhas Moto G, Edge e One, o Modo de Economia limita processos em segundo plano, reduz vibrações e ajusta o desempenho para poupar energia. Sugiro configurá-lo para entrar em ação quando a reserva de carga atinge um nível específico — como 30% ou 20%. Aproveite o embalo e ligue a função Economia Extrema, que desativa quase todos os recursos não essenciais, mantendo somente chamadas e mensagens.

 

No fim das contas, economizar bateria é como economizar dinheiro: a conta sempre chega, mas dá para aliviar um pouco se a gente tiver jogo de cintura.


Continua...

segunda-feira, 24 de novembro de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 55ª PARTE

entender como e por que o universo é como é nos ajuda a compreender por que estamos aqui.

 

Repetições são cansativas, mas necessárias em situações específicas. No caso do blog, a audiência rotativa exige contextualizações. Vamos a elas: 

 

Viajar no tempo pode parecer uma ideia tão maluca quanto as do Concorde nos tempos do 14-Bis e de uma viagem tripulada à Lua na Era das Grandes Navegações. Como não há nada como o tempo para passar, o supersônico que cruzava o Atlântico em cerca de três horas virou peça de museu, e a NASA não só enviou seis missões tripuladas bem-sucedidas à Lua, como também lançou duas sondas que já deixaram o Sistema Solar rumo ao espaço interestelar. 


Viajar no tempo como nos filmes de ficção científica é o fruto mais cobiçado — e ainda não alcançado — da "árvore da relatividade", mas a história está repleta de exemplos de teorias e tecnologias mirabolantes que se tornaram realidade. A maioria de nós dificilmente testemunhará o assentamento da primeira colônia em Marte, mas passar férias no planeta vermelho pode vir a ser tão normal para os netos de nossos netos como veranear na praia ou na montanha é para nós. No entanto, é improvável que eles voltem no tempo até o "nosso presente" para relatar suas estrepolias interplanetárias.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


A Famiglia Bolsonaro é especialista em criar crises, mas tenta resolvê-las criando outras ainda maiores, como se toda confusão não tivesse um custo e qualquer tentativa de pechinchar não aumentasse o prejuízo. Foi o que aconteceu na madrugada deste sábado, quando o ministro Alexandre de Moraes foi comunicado sobre a violação da tornozeleira eletrônica e ordenou a prisão preventiva do chefe do clã em uma sala da PF em Brasília. 

Xandão enxergou o óbvio propósito de fuga potencializado pela “vigília” pela saúde de Jair Bolsonaro, convocada via Xwitter pelo filho Flávio. Em seu despacho, o magistrado realçou que o tumulto nos arredores da residência do réu — que fica a 15 minutos de carro da embaixada dos EUA — poderia facilitar sua fuga. Lideranças e governadores bolsonaristas correram às redes sociais para acusar o ministro de impor suplícios a um mito dodói. A defesa declarou ter recebido a ordem de prisão com "profunda perplexidade", já que a detenção “coloca em risco a vida de seu cliente”. 

O lero-lero derreteu nas imagens de um vídeo produzido pela equipe de inspeção da Secretaria de Administração Penitenciária do DF, no qual se vê a tornozeleira com sinais de grave avaria e se ouve Bolsonaro dizer à diretora-adjunta do órgão que “por curiosidade, meteu um ferro de solda no dispositivo”. 

Moraes escreveu: “não bastassem os gravíssimos indícios da eventual tentativa de fuga de Bolsonaro, o corréu Alexandre Ramagem, a aliada política Carla Zambelli e o filho Eduardo se valeram da estratégia de evasão do território nacional para evitar a aplicação da lei penal”.

O ministro deu 24 horas para a defesa explicar o atentado contra a tornozeleira, enquanto os filhos, insatisfeitos em aprofundar o buraco em que o pai se meteu, resolveram jogar terra em cima do sacripanta moribundo.

 

As viagens no tempo são plausíveis e matematicamente possíveis, mas os benefícios da dilatação do tempo — magistralmente ilustrados pelo paradoxo dos gêmeos — só são significativos em velocidades próximas à da luz. A velocidade que a Parker Solar Probe atingiu em dezembro de 2024 (692 mil km/h) corresponde a 0,064% da velocidade da luz. Isso deixa claro que a tecnologia de que dispomos atualmente não permite sequer cogitar o envio de uma missão exploratória tripulada aos confins do Sistema Solar.


Em tese, a distância entre dois pontos no Universo pode ser significativamente reduzida por buracos de minhoca (ou pontes Einstein-Rosen). Para muitos astrofísicos conceituados, provar a existência desses atalhos é apenas uma questão de tempo, mas daí a visitarmos mundos longínquos — neste ou em outro universo, no presente ou em outro ponto da linha do tempo — vai uma longa distância. Tão longa quanto os 14,76 quatrilhões de quilômetros que nos separam do buraco negro GaiaBH1, que fica a 1.560 anos-luz do nosso Sistema Solar. 

 

Ainda que os buracos de minhoca realmente existam e que haja um exemplar nas profundezas de Gaia BH1, ir até ele levaria 1.560 anos à velocidade da luz ou 2,5 milhões de anos na velocidade que a sonda mais veloz fabricada até agora alcançou no final do ano passado. Como os efeitos da dilatação do tempo só são significativos em velocidades próximas à da luz, nem Matusalém — que, segundo a Bíblia, viveu improváveis 969 anos — sobreviveria a uma viagem tão longa.

 

Não se descarta a possibilidade de um buraco de minhoca ser detectado a qualquer momento em alguma esquina do Universo, mas essa esquina pode estar tão longe que seria impossível ir até lá conferir e passar recibo. Pelo menos por enquanto: um engenheiro da NASA vem desenvolvendo um motor que usa íons e eletroímãs para acelerar partículas em loop helicoidal e gerar empuxo suficiente para impulsionar uma nave espacial a 99% da velocidade da luz. A ideia viola o princípio da conservação do momento linear, mas, se vingar, pode mudar o futuro das viagens espaciais.

 

Outra possibilidade promissora é dobrar o espaço-tempo ao redor da nave criando uma "bolha" que se move mais rápido que a luz sem violar a relatividade (porque não é a nave que se move dentro da bolha, e sim o espaço ao redor dela). Essa ideia encontra respaldo na física teórica, mas colocá-la em prática exigiria energia negativa e/ou matéria exótica, cuja existência carece de confirmação experimental direta). 

 

Também se cogita construir uma Esfera de Dyson, usar feixes de laser para impulsionar velas ultraleves a 20% da velocidade da luz (não parece grande coisa, mas daria para ir até Alpha Centauri em cerca de 22 anos), ou reatores como o ITER e o SPARC, que replicam o funcionamento das estrelas para gerar energia limpa e praticamente ilimitada — um passo crucial para viabilizar as ambições interestelares da humanidade.

 

Por ora, o sonho de entrar num buraco de minhoca e sair na Roma Antiga ou numa Terra apinhada de robôs conscientes permanece no território da ficção científica, mas existem outros caminhos que não a luz e a gravidade para contornar a tirania do tempo. A maioria das propostas nesse sentido é meramente especulativa (como foi um dia o helicóptero projetado pelo polímata Leonardo da Vinci), mas a história nos ensinou que tanto a arte imita a vida quanto a vida imita a arte, e que ficção de hoje pode ser a ciência de amanhã.

 

Os chamados cristais do tempo — estruturas exóticas que mudam de estado de forma periódica sem gastar energia, desafiando a Termodinâmica — podem não ser a chave para viagens temporais propriamente ditas, mas abrem precedentes curiosos sobre como o tempo pode ser manipulado em escalas microscópicas. Em teoria, eles seriam como relógios que funcionam ao contrário, isto é, no sentido inverso ao da seta do tempo.

 

Interpretação de Muitos Mundos — ramificação da mecânica quântica segundo a qual o Universo se divide a cada escolha ou evento — sustenta a existência de incontáveis realidades paralelas, cada qual representando uma versão diferente da História. Se essa teoria estiver correta, navegar entre esses mundos permitiria visitar uma realidade onde os dinossauros vão muito bem, obrigados, ou em que Klara Hitler abortou o feto que, na nossa realidade, nasceu, cresceu e protagonizou o Holocausto, entre outros requintes de crueldade. 

 

Mais pé-no-chão (mas ainda ambicioso) é o conceito de recriar o passado por meio da simulação computacional ultra-avançada. Com o fabuloso poder de processamento que os computadores quânticos devem atingir no médio prazo, seria possível reconstruir o estado do Universo com tamanha precisão que permitiria "reviver" o passado virtualmente, como num filme interativo da História. Não seria propriamente uma viagem física no tempo, mas seria o mais próximo disso que poderemos ter até que nossa tecnologia ombreie com a dos alienígenas que supostamente visitam nosso planeta há milhares de anos.

 

Cogita-se ainda a possibilidade de manipular o próprio tecido causal do universo. Na Teoria dos Conjuntos Causais, o espaço-tempo não seria contínuo, mas composto por blocos fundamentais — algo como os pixels de uma imagem digital. Se um dia conseguirmos manipular essa rede microscópica de eventos, talvez possamos saltar de um ponto a outro na linha do tempo como quem avança ou retrocede uma faixa de áudio digital. 


Claro que nenhuma dessas ideias inclui a tão sonhada fórmula mágica que permitiria saborear um filé de brontossauro em Bedrock, ao lado de Fred Flintstone e Barney Rubble. Mas o que realmente importa é que seguimos desafiando o tempo com aquilo que nos torna humanos: a curiosidade, a imaginação — e a teimosia científica de nunca aceitar o impossível como definitivo.

 

Continua... 

domingo, 23 de novembro de 2025

ARROZ COM LINGUIÇA EM RODELAS E CARNE EM CUBINHOS

OS JOVENS CRESCEM, OS ADULTOS ENVELHECEM, MAS NEM TODOS FICAM EXPERIENTES. 

O arroz é um dos cereais mais antigos cultivados pela humanidade. No tempo das nossas avós, ele era vendido à granel em empórios e armazéns, acompanhado de pedriscos, cascas, restos de insetos mortos e "marinheiros" — grãos quebrados que flutuavam quando colocados na água — daí ser preciso "escolher" e lavar os grãos antes de cozinhá-los.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Durante o governo Bolsonaro, vimos a morte de crianças, a interrupção precoce de sonhos. Fomos confrontados com o assassinato de idosos, o verdadeiro incêndio de uma biblioteca. Quando os guardiões da floresta são assassinados pela fome, pelo envenenamento, pelo vírus, por bala ou por omissão, é uma parcela de todos nós que deixa de existir. Dutrante meses, os direitos do arquiteto do golpe foram amplamente garantidos, como deve ocorrer numa democracia. Os julgamentos foram transmitidos ao vivo e vimos uma flexibilidade por parte das cortes que nenhum outro brasileiro teria tido, mesmo quando os aliados dos golpistas fugiam do país.

Por isso, e por tanto mais, a prisão de Bolsonaro neste sábado marca um capítulo inédito da construção da democracia brasileira. E uma resposta contundente ao movimento autoritário que avança pelo mundo.


Atualmente, o arroz vendido nos supermercados é escolhido e pré-lavado. Lavá-lo novamente em casa reduz ainda mais a concentração de amido. O excesso de amido afeta o cozimento; a falta dele deixa os grãos mais secos e dificulta o preparo — sem falar que lavar o arroz reduz também a concentração de sais minerais e nutrientes importantes, como as vitaminas. Mas velhos hábitos são difíceis de erradicar.


Arroz com feijão é um prato típico da “culinária” brasileira. A mistura — bife, frango, linguiça ou ovo frito — depende do cardápio e do poder aquisitivo do comensal. Para que seu arroz fique soltinho e leve, como nos melhores restaurantes, adicionar uma colher (chá) de vinagre à água do cozimento evita que os grãos fiquem grudados e empapados, além de realçar o sabor e ajudar a conservar o arroz cozido por mais tempo.


Passando à receita de hoje, você vai precisar de:


— 6 colheres (sopa) de óleo de girassol;

— 1 gomo de linguiça calabresa cortado em rodelas;

— 500g de alcatra cortada em cubos e temperada com sal e pimenta;

— 2 dentes de alho picados;

— Meia cebola picada; 

— 2 colheres (sopa) de extrato de tomate;

— 6 xícaras (chá) de água morna;

— 1 tablete de caldo de carne;

— Sal, pimenta-do-reino e cheiro-verde picado a gosto.


Aqueça metade do óleo em fogo alto, frite a carne até dourar. Retire com uma escumadeira e reserve. 


Na mesma panela, agora em fogo médio e com o óleo restante, refogue o alho, a cebola e o arroz por 3 minutos. 


Coloque a carne e linguiça de volta na panela, junte o extrato de tomate, a água e o caldo de carne, acerte o ponto do sal, deixe cozinhar com a panela semi-tampada até a água quase secar, e então abaixe o fogo e destampe a panela.


Depois que toda a água secar, apague o fogo, solte o arroz com um garfo, transfira para uma travessa, polvilhe com cheiro-verde e sirva quente.


Bom apetite.

sábado, 22 de novembro de 2025

DO DESKTOP AO SMARTPHONE — CONTINUAÇÃO

QUEM PROCURA ACHA.

Vimos que os PCs perderam o protagonismo depois que as pessoas passaram a interagir mais com seus smartphones, que Samsung, Motorola, Xiaomi e Realme abocanham 36%, 19%, 16% e 6% do mercado de celulares brasileiro.


Vimos também que a Apple fica com a menor fatia porque o iOS roda somente no hardware da marca, e que as versões 14 ou 13 do Android, se devidamente atualizadas com os patches de segurança, são adequadas para a maioria dos usuários, mesmo porque as últimas atualizações visaram mais à estabilidade do sistema do que a inclusão de novos recursos. 


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Em seus dois mandatos anteriores, Lula indicava candidatos ao STF embasado em sugestões de assessores como o então ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. A terceira indicação companheira do novo ciclo — do AGR Jorge Messias para a vaga de Barroso — prioriza os serviços prestados em detrimento dos serviços que serão prestados.

Na primeira escolha, o petista afirmou que "todo mundo compreenderia" a indicação de Cristiano Zanin — o amigo e advogado que o defendeu na Lava-Jato. Na segunda, disse que Flávio Dino era o ministro com “cabeça política” que ele sempre sonhou ter na Suprema Corte. Agora, com Messias, submete à apreciação do Senado um personagem que comandava a Subchefia de Assuntos Jurídicos do Planalto em 3016, quando o então juiz Sergio Moro levantou o sigilo do célebre grampo em que Dilma avisou Lula de que o "Bessias" estava a caminho, levando o ato de sua nomeação para a Casa Civil. Barrada por Gilmar Mendes, a tentativa frustrada de converter o então futuro presidiário mais famoso desta banânia em ministro marcou o epílogo de Dilma, que foi deposta seis meses depois. 

A facção bolsonarista do Senado ergue barricadas contra Bessias e a oposição critica a escolha mais ou menos como o macaco que senta em cima do próprio rabo para falar mal do rabo dos outros. Quando presidente, Bolsonaro indicou Nunes Marques — referindo-se a ele como “10% de mim dentro do Supremo" — e André Mendonça — trocando a exigência constitucional do "notório saber jurídico" pela “virtude celestial” de ser “terrivelmente evangélico".

Guardadas as devidas diferenças, presidentes de esquerda e direita desejam a mesma coisa: uma lealdade suprema, capaz de condenar e prender os outros e absolver e soltar os seus. No entanto, depois que a toga repousa sobre o ombro do escolhido, a lealdade vai se tornando uma sólida abstração.


Ainda assim:

 

1 - Com o Circule para pesquisar — presente na linha Pixel e em modelos recentes da Samsung, mas que deve ser disponibilizado em breve para dispositivos de outras marcas — é possível pesquisar no Google desenhando um círculo com o dedo em qualquer parte da tela. Depois de ativar a função, pressione o botão central da barra de navegação (Home) e circule com o dedo o item desejado na imagem congelada para obter os resultados mais relevantes numa janela sobreposta à tela original.

 

2 - Disponível nos aparelhos Samsung e Motorola, a Pasta Segura cria um espaço protegido para guardar fotos, arquivos, aplicativos e outros conteúdos "sensíveis". Toque em Configurações, pesquise por Pasta Segura (o caminho pode variar conforme a marca e modelo do aparelho) e crie uma senha ou defina o uso da impressão digital ou leitura facial. Caso seu smartphone não ofereça esse recurso, abra o aplicativo Files, toque na aba Explorar, procure algo como Pasta segura ou Pasta trancada, defina o PIN que será usado como chave de acesso, selecione os arquivos que deseja proteger, toque no ícone de três pontos e escolha a opção Mover para Pasta Segura.


3 - Para preservar a vida útil da bateria, os celulares Android interrompem o carregamento a 80% — o que é particularmente útil para quem deixa o celular carregando durante a noite ou trabalha com o aparelho conectado à tomada, como os motoristas de aplicativo. Para ativar o recurso, toque em Configurações > Bateria > Proteção da bateria (ou Proteção contra sobrecarga, dependendo da marca do aparelho e da versão do sistema).


4 - O WhatsApp não oferece uma ferramenta nativa para recuperar mensagens apagadas, mas alguns aparelhos Android permitem fazê-lo a partir do Histórico de notificações. Acesse as Configurações, toque em Notificações > Histórico de notificações e habilite a opção Usar histórico de notificações para que as novas notificações — incluindo as mensagens de WhatsApp apagadas — sejam acessadas facilmente.

 

5 - A Transcrição ao vivo converte falas e áudios em texto na tela, em tempo real. O recurso se destina a pessoas com deficiência auditiva, mas pode ser útil em ambientes barulhentos, por exemplo. Toque em Configurações > Acessibilidade, localize a função Transcrição ao vivo e siga as instruções. Feito isso, sempre que você tocar no botão flutuante o dispositivo transcreverá automaticamente quaisquer sons captados pelo microfone ou reproduzidos pelo aparelho.

 

6 - O recurso Ocultar aplicativos — cujo nome, disponibilidade e localização variam conforme a marca e o modelo do celular — remove os ícones dos programas da tela inicial e da gaveta de aplicativos. Toque em Configurações e pesquise por "Ocultar aplicativos"; se não encontrar, instale o App Hider ou outro programinha similar — maioria deles é preciso digitar uma senha, fazer um gesto específico ou entrar em uma pasta segura para ter acesso aos aplicativos ocultos.

 

Observação: Enquanto a Pasta Segura oculta aplicativos e dados e oferece um nível de proteção mais robusto, Ocultar Aplicativos apenas remove o ícone da tela inicial e da lista de aplicativos. Ou seja, os apps continuam instalados e podem ser acessado por quem conhecer o caminho das pedras.


Conclui no próximo capítulo.