segunda-feira, 10 de novembro de 2025

ANDROID OU iOS? A ESCOLHA É SUA

O ÓTIMO É INIMIGO DO BOM.

Melhor e pior são conceitos relativos — o que é bom para mim pode não ser para você, e vice-versa —, mas pode-se dizer que o melhor produto é aquele que melhor satisfaz nossas expectativas por um preço que podemos pagar.

Em números redondos, o Android controla 70% dos smartphones e tablets, e o iOS, que só roda no hardware da Apple, cerca de 30%. KaiOS, HarmonyOS, LineageOS, GrapheneOS e outros sistemas baseados no Linux também disputam um lugar ao sol, mas sua participação é inexpressiva.

 

A Apple é reconhecida pela excelência de seus produtos, mas a arquitetura fechada, o software proprietário e o preço estratosférico os tornam um sonho de consumo que poucos conseguem realizar. Já o código aberto do Android amplia as possibilidades de customização, mas seus mais de 3 bilhões de usuários fazem dele o alvo preferido dos cibercriminosos.


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Depois que a Primeira Turma do STF rejeitou os embargos de declaração, os advogados de Bolsonaro analisam a conveniência de apresentar embargos infringentes. 

Isso porque a jurisprudência da Corte é no sentido de que esse tipo de recurso contra a decisão de uma turma só é recebido quando e se há pelo menos dois juízos absolutórios em sentido próprio, ou seja, pela absolvição no mérito do processo, não em questões preliminares, e isso não se verifica no caso do ex-presidente. 

Outra opção da defesa seria protocolar novos embargos de declaração como tentativa de atrasar a conclusão do processo e procrastinar o início do cumprimento da pena. Luiz Fux, de quem Bolsonaro esperava um voto favorável, pediu transferência para a Segunda Turma e não pediu para participar do julgamento dos embargos. Vale ressaltar que o julgamento só terminará oficialmente na próxima sexta-feira, 14, de maneira que, pelo menos em tese, os ministros ainda podem mudar seus votos.

Há incerteza sobre o momento exato da prisão de Bolsonaro. A jurisprudência do Supremo segue o princípio da unirrecorribilidade, segundo o qual as partes de um processo só podem apresentar um recurso contra decisão judicial, mas a Corte vem aplicando desde o Mensalão o entendimento de que o processo só encerrado após a rejeição do segundo recurso apresentado pela defesa. Nesse caso, o refugo da escória da humanidade só começaria a cumprir a pena depois da negativa do segundo embargo de declaração — que seria levado a julgamento somente em janeiro.

Pelo andar da carruagem, Moraes pode decretar o fim do processo e o início do cumprimento da pena ainda em novembro.


Escolher um iPhone ou um smartphone Android é uma questão de preferência pessoal (e de bolso). Quem migra de um iPhone antigo para um novo se adapta mais facilmente do que quem troca um dispositivo da Motorola por um da Samsung, por exemplo. Por outro lado, se o código proprietário do iOS torna as configurações gerais mais homogêneas e intuitivas, o código aberto do Android permite que os fabricantes (e, em menor medida, os próprios usuários) promovam alterações na interface, nos aplicativos pré-instalados e por aí afora. No entanto, isso não significa que um sistema seja melhor que o outro; cada qual tem suas qualidades, defeitos, vantagens e desvantagens.

 

Encontrar aparelhos Android com desempenho superior ao dos modelos da Apple pode parecer uma tarefa desafiadora, sobretudo por causa dos processadores de alto desempenho da marca da maçã e do "casamento" entre hardware e software. Mas tanto a coreana Samsung quanto a americana Motorola — que lideram o mercado brasileiro com 36% e 20% de participação, respectivamente — e as chinesas Xiaomi e Realme têm investido pesado em tecnologia e oferecem smartphones com desempenho equivalente (ou até superior) ao dos iPhones.

 

Quando a tecnologia celular desembarcou no Brasil — nos idos anos 1980 —, os aparelhos custavam caríssimo, a habilitação era demorada e problemática, a cobertura era restrita às capitais e algumas grandes metrópoles, a escassez de células (antenas) prejudicava o alcance e a intensidade do sinal, o minuto de ligação custava os olhos da cara, e até as chamadas recebidas eram cobradas. Isso mudou com a privatização das Teles, no segundo mandato do presidente Fernando Henrique. Mais adiante, o lançamento do iPhone (2007) forçou a concorrência a promover seus dumbphones a smartphones — que se tornaram verdadeiros microcomputadores de bolso.

 

Meu primeiro celular foi um Motorola D160, comprado em 1999. Depois dele, tive aparelhos da Ericsson, da Nokia e da Sony, mas os dumbphones de que mais gostei foram os Motorola Razr V3 e Krzr K1. Já na era dos smartphones, alternei entre modelos da Samsung e da Motorola. Quando meu Galaxy M23 "estacionou" no Android 14, comprei um Moto G75, que vem me prestando bons serviços desde então.

 

Já vimos o que devemos considerar na hora de escolher um celular, mas nunca é demais lembrar que os fabricantes costumam enfatizar alguns recursos que chamam a atenção, mas que, na prática, não justificam pagar mais caro por um modelo os ofereça. O melhor a fazer é priorizar o processador (modelos recentes costumam ser mais eficientes que verões mais antigas mais "parrudas"), investir em memoria e armazenamento (sugiro 8 GB e 256 GB, respectivamente) e assegurar-se de que a capacidade da bateria seja de 4.500 mAh ou superior, que o componente suporte carregamento rápido e que o carregador adequado acompanhe o aparelho.

 

As especificações da tela (resolução, taxa de atualização, etc.) são importantes, mas não fazem muita diferença no uso diário — ao menos para a maioria dos "usuários comuns". Em contrapartida, a classificação IP68 faz toda a diferença quando o aparelho cai no vaso sanitário, por exemplo. E não deixe de conferir a versão do Android que vem pré-instalando, quantas atualizações do sistema estão previstas e por quantos anos o dispositivo continuará recebendo patches de segurança.  

 

Voltando ao que eu dizia sobre smartphones Android que rivalizam com os icônicos iPhones, o problema não é encontra-los, mas o preço cobrado por eles. Na pesquisa que fiz em julho para embasar este post, o Redmagic 10 Pro partia de R$ 5.111, e o Galaxy S25 Ultra, o Realme GT7 Pro, o Poco F7 Ultra e o Xiaomi 15 Ultra, de R$ 7.198, R$ 7.260, R$ 7.999 e R$ 9.993, respectivamente — lembrando que o tarifaço de Trump não havia entrado em vigor.

 

Celulares da Motorola saem de fábrica com diversas funções que melhoram o desempenho e personalizam o aparelho, mas que são subtilizadas por simples desconhecimento. Tornar o dispositivo multitarefa ativando a divisão da tela com um simples toque, bloquear notificações e evitar outras distrações são bons exemplos. E ainda que que fotografar e gravar vídeos não sejam prioridades para você, habilitar o smartphone para tirar fotos automaticamente ou fazer uma captura de tela por gestos pode ser interessante. O mesmo vale para o Smart Connect, que facilita o compartilhamento de arquivos entre aparelhos, o acesso a aplicativos móveis em PCs e o gerenciamento de notificações — tudo de forma prática, eficiente e segura. 

 

Para não encompridar ainda mais este post, os detalhes ficarão para os próximos capítulos.

domingo, 9 de novembro de 2025

BREAKFAST COMO MANDA O FIGURINO

DEVER É O QUE A GENTE ESPERA DOS OUTROS. 

No café da manhã — ou pequeno almoço, como se diz além-mar — pão quentinho não pode faltar, mas nem sempre temos tempo de ir à padaria ou de preparar pães de queijo caseiros. Nessas horas, uma alternativa prática e rápida é o pão de micro-ondas, que fica fofinho e pronto em cerca de três minutos.

O segredo dessa receita que dispensa farinha de trigo é a aveia — que dá textura e sabor — e o iogurte desnatado — que deixa o pão úmido e macio, pronto para a gente passar manteiga ou requeijão e rechear com presunto, queijo derretido, enfim...

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Desde que iniciou a excursão que o conduz à cadeia, sempre que a corda lhe roçava o pescoço, Bolsonaro manipulou a sua multidão de devotos com ares de Nero, colocando gente na Paulista ou na orla de Copacabana e fazendo ou terceirizando insinuações de que sem anistia haveria ebulição social.

Nesta sexta-feira, formou-se em poucas horas a unanimidade na Primeira Turma do STF para manter as condenações do ex-presidente e seus aliados. Discute-se agoras nos bastidores do Supremo o local do cumprimento das penas. Até os aliados avaliam que Bolsonaro amargará um período na Papuda antes que um pedido de prisão domiciliar humanitária seja analisado por Alexandre de Moraes.

Quem acreditou na fábula da reação incendiária decepcionou-se. A única coisa que queimou foi o filme do coitadinho, inocente e perseguido. Faltou plateia para a combustão social. A trilha sonora do crepúsculo de Bolsonaro é o silêncio das ruas. O asfalto só deve ferver no Carnaval, uma época em que Nero é coisa de baile à fantasia.


Você vai precisar de:

— 1 ovo;

— 2 colheres (sopa) de farelo de aveia;

— 2 colheres (sopa) de iogurte desnatado;

— 1 colher (chá) de fermento.

Misture todos os ingredientes até obter uma massa homogênea, leve ao micro-ondas por 2 minutos e 20 segundos, espere amornar, desenforme, corte ao meio e recheie como preferir.

Se dispuser de mais tempo (nas manhãs de sábado ou domingo, por exemplo), que tal degustar pãezinhos de queijo quentinhos no café? A receita tradicional leva ovos, polvilho, óleo e queijo parmesão ralado, mas esta versão mais prática, feita com tapioca e queijo mussarela, resulta numa massa fácil de modelar e perfeita para assar. 

Você vai precisar de:

— 1 xícara (chá) de tapioca;

— 2 fatias de queijo mussarela.

Pique o queijo em pedacinhos e misture com a tapioca até obter uma massa homogênea. Modele os pães, pincele com manteiga, coloque na airfryer pré-aquecida a 180°C e asse por 8 minutos (ou até dourar).

Se preferir um pão de queijo de caneca, esta receita fica pronta em apenas cinco minutos — e nem é preciso ligar o forno. Os ingredientes são os seguintes:

— 1 ovo;

— 4 colheres (sopa) de leite;

— 2 colheres (sopa) de óleo;

— 4 colheres (sopa) de polvilho azedo;

— 2 colheres (sopa) de mussarela picada;

— 2 colheres (sopa) de parmesão ralado;

— 1 colher (chá) de fermento químico em pó;

— 1 colher (sopa) de requeijão cremoso;

— 1 pitada de sal;

— Parmesão ralado para finalizar.

Em uma caneca grande, misture o ovo, o leite e o óleo, bata com um garfo até obter um líquido homogêneo. Adicione então o polvilho, o sal, a mussarela picada e o parmesão ralado, mexa até formar uma massa uniforme. Junte o fermento químico, misture delicadamente, leve ao micro-ondas em potência alta, asse por 2 ou 3 minutos. Retire, cubra com uma colherada de requeijão cremoso, polvilhe parmesão a gosto e sirva com café, chá ou seu suco de frutas preferido.

Dica: Se quiser um toque mais mineiro, substitua a muçarela por queijo meia cura e o óleo por azeite de oliva.

Bom apetite.

sábado, 8 de novembro de 2025

O CONTO DO VIGÁRIO DIGITAL

O GOLPE TÁ AÍ, CAI QUEM QUER.

Navegar na Web é como atravessar um campo minado. É preciso “confiar desconfiando”. Cibercriminosos se valem da engenharia social para obter acesso a senhas, números de documentos e cartões de crédito, informações pessoais e assim por diante. Como não existe ferramenta de segurança capaz de nos proteger de nós mesmos, somos o elo mais fraco da corrente.

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Ao aprovar projeto que dificulta a realização de aborto em meninas estupradas, a Câmara estuprou o Código Penal, que autoriza a interrupção da gravidez nesses casos. O texto anota, por exemplo, que crianças e adolescentes devem ter prioridade nos serviços de aborto legal, "sem a imposição de barreiras sem previsão legal".

Dificultar a aplicação da lei não diminui o número de abortos, apenas impede o aborto seguro, elevando o número de meninas que sofrem a violência da gravidez indesejada, têm complicações de saúde ou que morrem devido à realização do procedimento clandestinos.

A interrupção da gravidez de meninas estupradas —na maioria dos casos, em ambiente doméstico. O estuprador é um problema de direito penal. A estuprada é questão de saúde pública. A aberração da Câmara seguiu para o Senado. Resta torcer para que os senadores abortem a estupidez.


Os dicionários registram vigarice como sinônimo de trapaça, embuste, fraude e logro, e vigário como a pessoa que auxilia o pároco, que cuida da paróquia ou que substitui o padre em determinadas situações. No entanto, em uma crônica publicada em 1926 no jornal O Sol, o poeta Fernando Pessoa anotou que um proprietário rural chamado Manuel Peres Vigário pagou pelo gado que comprou com notas falsas de 100 mil réis. O episódio ficou conhecido como os contos de réis do Manuel Vigário e, mais adiante, como conto do vigário.

Outra versão alude a uma disputa pela imagem de Nossa Senhora entre as paróquias do Pilar e da Conceição, em Ouro Preto (MG). Visando pôr fim ao impasse, um dos párocos sugeriu amarrar a santa a um burro e soltá-lo entre as duas igrejas. O animal foi para a igreja do Pilar, que ficou com ela — até que se descobriu que o dono do burro era o vigário da paróquia.

Uma terceira hipótese remonta ao final do século XIX, quando uma quadrilha enviava cartas a famílias abastadas relatando passagens dramáticas e comoventes. Em meio às lágrimas, assomava a história de uma suposta herança deixada em nome do destinatário, chancelada por um insuspeito religioso. Para cuidar dos trâmites legais do testamento, as vítimas enviavam um valor em dinheiro — e nunca mais tinham notícias do tal vigário.

Há pelo menos três registros de pessoas que receberam a tal correspondência, todas assinadas pelo vigário Manuel Suarez Lopez, de uma suposta Igreja Parroquial de Santa Maria, na cidade espanhola de Pamplona. Em um relato da época lia-se que “o conto do vigário é um laço armado com habilidade à boa-fé do próximo ambicioso — um caso em que os espertos se fazem de tolos e os tolos querem ser espertos”. E assim é até hoje.

O célebre conto do bilhete premiado, tão antigo quanto a loteria, continua sendo aplicado, geralmente por um golpista que se passa por alguém humilde e ingênuo e um cúmplice articulado e de boa verbalização. A narrativa varia, mas o objetivo é “depenar o pato”, como se dizia antigamente.

O vigarista nº 1 diz ter um bilhete premiado, mas não pode receber o prêmio — seja por não dispor dos documentos necessários, por razões religiosas ou outro motivo qualquer. A certa altura da conversa, se a vítima ainda não se ofereceu para receber o prêmio, ele faz a sugestão e a adoça com a promessa de uma polpuda gratificação. Ato contínuo, o cúmplice diz que não pôde deixar de ouvir a conversa, pede licença para verificar o bilhete, finge ligar para alguém na Caixa, confirma a história e sugere à vítima que deixe algum bem de valor ou uma quantia em dinheiro como garantia de que voltará com o prêmio. Assim que a pessoa vai à lotérica, os vigaristas tomam chá de sumiço.

Promessas de segurança absoluta não passam de conversa mole para boi dormir — ou de estratégia de marketing para vender softwares de proteção. Muitos cibercriminosos criam páginas falsas ou “sequestram” páginas legítimas para induzir os incautos a fornecer credenciais de acesso ou informações bancárias.

O golpe da Nigéria é antigo, mas ainda faz vítimas. Na maioria das vezes, a pessoa recebe um email alegando que um nobre nigeriano lhe deixou uma grande soma e oferecendo uma polpuda recompensa em troca da ajuda para receber o dinheiro. A certa altura, ela pede à vítima que lhe transfira um determinado valor para o pagamento de taxas bancárias ou algo parecido e, então… enfim, o golpe está aí — cai quem quer.

Escroques digitais se valem de desastres naturais para pedir doações; que se passam por amigos ou parentes da vítima e pedem dinheiro emprestado; que aproveitam datas como Dia das Mães, dos Pais, dos Namorados ou o Natal para enviar cartões virtuais com os dizeres “clique neste cartão” — e, quando a pessoa clica, um software malicioso é instalado em seu dispositivo.

Observação: uma variação desse golpe exibe uma janela pop-up dizendo que foram identificados vírus no computador ou smartphone e induz a vítima a seguir um link para “solucionar” o problema.

Tome cuidado com mensagens informando que um cartão de crédito pré-aprovado está à sua disposição e lhe será enviado assim que você preencher um cadastro com nome, endereço, números de documentos e informações bancárias. O mesmo cuidado deve ser tomado se uma empresa desconhecida lhe oferecer ouro ou prata mediante pagamento por Pix, cartão de crédito ou transferência bancária.

Desconfie de promessas de ingressos para shows ou festivais concorridos; de mensagens de texto supostamente enviadas por bancos, administradoras de cartão de crédito, Receita Federal, Justiça Eleitoral, Detran etc. Tenha em mente que ninguém ganha na Mega-Sena se não apostar, nem na Loteria Federal se não comprar bilhete.

Fuja de produtos anunciados por preços muito abaixo do praticado pelo mercado; de diplomas oferecidos mediante o preenchimento de um questionário e o pagamento de uma taxa; de pacotes de viagem bons demais para serem verdade; de mensagens ou ligações que pedem resgate para libertar um parente; de anúncios que prometem lucros mirabolantes por algumas horas de trabalho remoto, e por aí vai.

No fim das contas, mudam os meios, não a malícia. Os vigários de outrora usavam batina e anel de sinete; os de agora usam Wi-Fi, atendem por login e senha, falam por aplicativo e rezam em nome do algoritmo. Trocou-se o púlpito pelo servidor, o confessionário pelo chat e a bênção pela notificação “você ganhou um prêmio!” O milagre da multiplicação agora, é PIX, o burro somos nós, que clicamos no link que amarra a corda em nosso pescoço.

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

MAIS SUTILEZAS DO WHATSAPP

AS PESSOAS VEEM AS PINGAS QUE VOCÊ TOMA, MAS NÃO VEEM OS TOMBOS QUE VOCÊ LEVA. 

Dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, a Meta foi responsável por 60% de todas as receitas de apps sociais em 2024. O TikTok disputa com Instagram, YouTube e ChatGPT o topo do ranking dos aplicativos mais baixados mundialmente, mas vale lembrar que o ChatGPT é um chatbot de IA, enquanto o TikTok se encaixa melhor como uma plataforma de entretenimento baseada em algoritmos do que como uma rede social no sentido clássico.

 

O WhatsApp nasceu como um aplicativo de mensagens instantâneas — algo como uma versão multimídia do SMS —, mas incorporou características de rede social e hoje reúne quase 3 bilhões de usuários em mais de 100 países (170 milhões só no Brasil). Como ele é atualizado constantemente, poucas pessoas conhecem algumas funções úteis que facilitam desde transferências via Pix até a organização de mensagens em listas específicas.


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A segurança pública será protagonista na campanha para a próxima eleição, mas da maneira como vem sendo abordada no impacto da operação no Rio ela não tem a menor chance de ser o vetor de unificação nacional necessário ao enfrentamento efetivo dessa calamidade.

Traído pelo cacoete ideológico e injustificado desconhecimento da realidade (na frase sobre traficantes vítimas de usuários), Lula vem pisando em ovos — como geralmente acontece com quem fala do não deve — mas uma resposta além da declaração protocolar em rede social terá de ser dada à sociedade em algum momento.

Dada sua tendência a impulsos oratórios inapropriados, o petista fará um bem a si mesmo se ouvir os bons conselhos, organizar as ideias, tiver algo consistente a oferecer e, sobretudo, medir as palavras antes de se manifestar a respeito. O argumento de que não é prudente levar o tema para dentro do Palácio do Planalto está com prazo de validade vencido. 

Com o discurso de que a força bruta é o melhor remédio, a oposição — ou direita, como se queira chamar — fala bem aos ouvidos do público farto da violência, não obstante seja um palavrório sem eficácia. E a leniência tampouco dá conta do recado cruento — como se vê no Rio há mais de 40 anos, desde que Leonel Brizola proibiu a polícia de subir os morros e a elite passou a glamorizar a bandidagem — e no país como um todo, com governos pós-redemocratização evitando o tema para não serem confundidos com repressores contaminados pelos ecos da ditadura.

Pois a conta chegou e é de um presidente de esquerda a difícil tarefa de carregar a bandeira da segurança sem dividir ainda mais a nação, porque o inimigo é outro.

 

Na hora de pagar a compra no supermercado ou a conta do restaurante, você pode fazer a transferência via Pix diretamente pelo WhatsApp — ou seja, sem precisar abrir o app do banco. Após cadastrar uma conta com chave Pix e criar um PIN específico, basta digitar o valor da transferência, confirmar os dados do destinatário — que também deve ter o Pix habilitado na plataforma — e autorizar o processo com a senha ou biometria. Concluída a operação, uma notificação de confirmação aparece na tela do bate-papo.

 

Para criar lembretes de eventos (entre outras utilidades), você pode até usar o Toki AI, mas é mais simples recorrer ao recurso nativo do WhatsApp. No iOS, toque no ícone "+"; no Android, no clipe de papel. Depois, selecione "Evento", adicione o nome, a data e o horário de início, inclua uma descrição, informe o horário de término, o local e, se quiser, permita o compartilhamento do lembrete com outros convidados. A funcionalidade é ótima para organizar aniversários, encontros entre amigos ou lembrar consultas médicas, por exemplo.

 

Para quem se preocupa com privacidade, o mensageiro da Meta permite o envio de áudios de visualização única, além de fotos e vídeos temporários — evitando que as mensagens possam ser encaminhadas ou reproduzidas novamente. Para gravar um áudio nesse modo, toque no ícone do microfone, deslize para cima para ativar o modo "mãos livres" e toque no símbolo "1", que aparece acima do botão de envio.

 

Outra função prática é o escaneamento de documentos, que transforma qualquer papel em PDF com boa qualidade e pronto para compartilhamento — sem a necessidade de apps externos. No iPhone, toque no ícone "+", e no Android, no clipe de papel. Depois, selecione "Documento", toque em "Escanear Documento", aponte a câmera para a folha, ajuste as margens, toque em "Manter Escaneamento" e, por fim, em "Salvar". O arquivo será enviado ao destinatário, mas também pode ser salvo no seu celular.

 

Embora a maioria dos smartphones traga um app de anotações, muita gente acaba deixando esse recurso de lado. Uma solução mais prática é cadastrar o número de seu próprio celular no WhatsApp e enviar para si mesmo mensagens, fotos, áudios e links. Assim, o acesso ao que importa fica mais rápido e sempre à mão.


Se você gosta de firulas, vai gostar de saber que uma atualização recente do WhatsApp liberou mais de 20 cores diferentes e 30 opções de papel de parede para personalizar conversas individuais ou em grupo. Para acessar a função, abra uma conversa, toque no nome do contato (ou grupo) e selecione a opção "Tema da Conversa". Também é possível fazer o ajuste pelas configurações do aplicativo, aplicando a mudança de forma geral.

Outra novidade é o recurso "Imaginar", que permite à Meta AI criar ilustrações ou fotos realistas a partir de descrições de texto. Para usar o recurso, abra o mensageiro, acesse um chat e, no canto inferior da tela, toque no ícone de "+", no iOS, ou no clipe de papel, no Android, e selecione "Imagens de IA".

Se quiser usar imagens prontas, basta escolher uma das categorias disponíveis, selecionar a imagem desejada e tocar na seta verde para enviá-la ao contato. Para criar suas próprias imagens, toque novamente, digite as características desejadas na caixa de texto, escolha uma das opções geradas e toque no botão de envio. Se quiser salvá-la na galeria, toque na imagem e depois em "Salvar foto". Já para animar a imagem, toque em "Animar" e confira o resultado.

Como se viu, quem usa o WhatsApp somente para mandar bom-dia com florzinha, reclamar da vida em grupos de família ou encaminhar fake news com entusiasmo juvenil está subutilizando um dos apps mais versáteis da atualidade. 

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 52ª PARTE

EU SOU CALMO; SÃO AS PESSOAS QUE ME IRRITAM.

Albert Einstein foi o maior físico do século XX — senão de todos os tempos —, e Henri Bergson, um dos filósofos mais eminentes de sua época. Em abril de 1922, os dois se encontraram para debater ideias sobre o tempo. O físico alemão já havia publicado sua teoria da relatividade, enquanto o filósofo e diplomata francês, prestes a lançar Duração e Simultaneidade, considerava-se intelectualmente superior ao rival.

 Quando Bergson afirmou que a Filosofia ainda tinha seu espaço na compreensão do tempo, Einstein rebateu dizendo que o "tempo dos filósofos" não existe. Isso abriu uma verdadeira Caixa de Pandora sobre a relação entre a Ciência — segundo a qual a experiência da passagem do tempo é secundária, até ilusória, e transcende a percepção individual — e a Filosofia — para a qual a vivência subjetiva do tempo não pode ser reduzida às medições dos relógios. Foi a partir dessas discussões que se consolidou a visão einsteiniana de que espaço e tempo formam uma estrutura indissociável — o espaço-tempo — onde o tempo é mais uma dimensão do espaço.


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Numa evidência de que quem sai aos seus não endireita, Eduardo Bolsonaro será encostado no banco dos réus no próximo dia 14 — mesma data que seu pai entrará na reta de chegada da prisão em regime fechado, com provável escala na Papuda antes da análise de um previsível pedido de reclusão domiciliar humanitária.

Pai e filho tornaram-se protótipos de uma família autossuficiente: eles mesmos cometem os crimes, eles mesmos fornecem as provas, eles mesmos complicam a defesa, oferecendo eloquentes indícios de que, ao contrário do que postula a teoria de Darwin, está em curso um processo de regressão de certas espécies.


Bergson reconhecia que a teoria da relatividade era interessante, mas não passava de uma teoria. Einstein defendia que, sem a noção de dilatação temporal, a Física se perderia num emaranhado de contradições. No entanto, o francês alertava que não se poderia aceitar a Ciência sem um olhar crítico, histórico, social e político; afinal, "o tempo é o que se faz e o que faz com que tudo seja feito".

 

Embora a dilatação do tempo tenha sido confirmada experimentalmente por meio de relógios extremamente precisos, Bergson registrou em seu livro que esse suposto atraso de um relógio em relação a outro não existia de fato, e acusou Einstein de cometer o "erro cartesiano" de equiparar seres humanos a máquinas. Para este, o rival tinha uma visão do tempo que, por não ser objetiva, não poderia corresponder à realidade. Como tantas vezes ocorre hoje na política polarizada do Brasil, os seguidores do cientista tornaram-se críticos do filósofo — e vice-versa.

 

Meses após desse debate, Einstein recebeu o Prêmio Nobel de Física. Embora a láurea se devesse a suas descobertas sobre o efeito fotoelétrico, ficou subentendido que ele havia derrotado Bergson e que cabia à Física — e não à Filosofia — explicar a natureza do tempo. Bergson manteve suas convicções, mas não voltou a fazer comentários públicos sobre Einstein ou sua teoria. Ainda assim, seu livro acabou sendo malvisto, e sua interpretação da relatividade, considerada simplista demais.

 

Fato é que ainda hoje persistem questões sobre o tempo que nem a Ciência, nem a Filosofia conseguiram plenamente elucidar — como vimos ao longo desta sequencia e voltaremos a ver nos próximos capítulos. 

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

AINDA SOBRE COMO ESCOLHER UM SMARTPHONE (FINAL)

QUANDO CONSEGUEM CRESCER, AS ÁRVORES SOLITÁRIAS CRESCEM FORTES. 

Celulares são frágeis, e a mesma mobilidade que permite ao usuário levar o aparelho a toda parte também potencializa o risco de quedas, furtos e roubos. 


Num país onde a corrupção e a máquina pública consomem quase todo o orçamento e o que sobra não é investido em segurança, saúde e educação, cada um cuida de si. Portanto, faça um seguro contra furto, roubo e danos acidentais, evite dar sopa para o azar e torça para não precisar convencer a seguradora de que o sinistro foi legítimo. 

 

Vimos que a classificação IP68 protege o dispositivo contra poeira e água, e que "resistente à água" não é o mesmo que "à prova d’água". Na prática, essa classificação indica que o aparelho suporta respingos, chuva e até um breve mergulho, mas daí a você poder entrar com ele na piscina ou no mar vai uma longa distância. E banhos de banheira, sauna e similares também estão fora de questão.

 

Existem modelos voltados a militares, aventureiros e demais usuários que precisam de um dispositivo capaz de suportar condições adversas, e o Moto G75 é uma ótima opção. Ele conta com proteção IP68 e certificação MIL-STD-810H, que garante seu funcionamento em altitudes de até 4.570 metros, sob temperaturas de -20°C a 55°C, com até 95% de umidade relativa do ar, resistência a vibrações intensas e quedas de até 1,5 metro.

 

A ficha técnica também impressiona: CPU octa-core de 2,4 GHz, 8 GB de RAM, 256 GB de armazenamento, bateria de 5.000 mAh com suporte a carregamento rápido (carregador incluso), tela Full HD+ de 6,8" com taxa de atualização de 120 Hz, proteção Gorilla Glass 5, Android 14 com garantia de atualização até a versão 19 e seis anos de patches de segurança. Para melhorar, ele podia ser encontrado por cerca de R$ 1.500 em meados de julho.

 

Para quem quer um verdadeiro tanque de guerra, o Unihertz Tank 3 Pro foi projetado para enfrentar os ambientes mais desafiadores, e combina resistência extrema com tecnologia de ponta. Além de 36 GB de memória e 512 GB de armazenamento (expansíveis até 2 TB), o aparelho integra uma câmera principal de 200 MP e uma de visão noturna de 64 MP. A bateria de 23.800 mAh garante uma semana de uso normal longe da tomada, e carregamento rápido de 120 W restabelece 90% de carga em apenas 90 minutos. Sem falar que um projetor integrado com foco manual proporciona uma experiência visual satisfatória em distâncias de até 3 metros. Tudo isso por menos da metade do preço do Samsung Galaxy S25 Ultra.

 

Falando na Samsung, para quem busca a robustez de um rugged phone mas não abre mão da confiabilidade e do ecossistema de uma grande marca, o Galaxy XCover 7 é sopa no mel. Ele conta com certificação militar MIL-STD-810H (a mesma do Moto G75), oferece suporte ao Samsung DeX — que converte celular em tablet ou desktop — e deve receber atualizações até o Android 18 e cinco anos patches de segurança. Sua bateria removível de 4.350 mAh permite trocas rápidas em campo, e o botão físico programável pode ser usado até com luvas.

 

Lançado em outubro de 2023, o Oukitel WP30 é feito de policarbonato, tem design moderno e ergonômico e proporciona uma sensação agradável e confortável ao usuário. Além da tela LCD IPS de 6.78 polegadas com resolução 1080x2460 (FHD+) e taxa de atualização de 120Hz, ele conta com processador MediaTek Dimensity 8050 (6nm),  12GB de memória RAM LPDDR4X, 512GB de armazenamento UFS 3.1 e suporte a cartão MicroSD. 


O conjunto de câmeras inclui uma Samsung S5KHM2 de 108.0Mpx, uma de visão noturna Sony IMX350 Exmor RS de 20.0Mpx, e uma lente macro GalaxyCore GC5035 de 5 MP. A câmara frontal é a Sony IMX616 de 32 MP, e faróis infravermelhos fazem a festa dos amantes de selfie. Por último, mas não menos importante, a bateria de 11.000 mAh garante de 3 a 4 dias de uso, e o carregamento rápido de 120W recupera 50% da carga em apenas 15 minutos.

 

Ficam as sugestões. 

terça-feira, 4 de novembro de 2025

AINDA SOBRE COMO ESCOLHER UM SMARTPHONE

ESTUPIDEZ É TER ACESSO À VERDADE E CONTINUAR ACREDITANDO NA MENTIRA.

Vinicius de Moraes ensinou que "não há nada como o tempo para passar", e é impossível fugir a essa dura realidade — sobretudo no campo da tecnologia, onde o que valia ontem pode não valer hoje, e o que vale hoje pode não valer amanhã.

Os computadores portáteis surgiram nas pegadas dos desktops e, a despeito de custarem bem mais caro, logo se popularizaram entre os usuários domésticos. Mas o tempo passou, e a versatilidade dos smartphones relegou os notebooks (e os PCs de mesa) a tarefas que exigem telas maiores, teclado e mouse físicos, e mais "poder de fogo" do que os smartphones medianos são capazes de oferecer.

Por conta da mobilidade e do uso em trânsito, os notebooks sempre estiveram mais sujeitos a quedas (e furtos, por que não dizer?) do que os desktops. O mesmo vale para os onipresentes smartphones, que as pessoas usam o tempo todo e levam a toda parte. Capinhas de silicone ajudam a reduzir o risco de danos, e películas de vidro temperado protegem o display contra riscos e trincas, mas não afastam os efeitos deletérios do calor (como sabe quem já esqueceu o celular dentro do carro num dia de verão) ou de uma chuvarada, por exemplo.

Uma toalha felpuda resolve o problema do usuário, mas não o do celular. Cobrir o aparelho com arroz pode até funcionar, pois esse cereal tem propriedades hidrofílicas, mas o resultado será melhor se você remover o SIM card e cobrir o dispositivo com sachês de sílica-gel — como os que vêm em embalagens de eletrônicos —, mantendo-o num recipiente fechado por, no mínimo, 24 horas. Ainda assim, vale destacar que a progressiva oxidação dos componentes internos pode comprometer o funcionamento no médio prazo. Fique atento a sinais como brilho irregular da tela, som intermitente, falhas na conexão com o carregador, entre outros.

Telas com taxa de atualização de 144 Hz ou superior, sensor de profundidade, resolução QuadHD, zoom digital de 100x, câmeras macro de 2 MP e gravação em 8K são características que os fabricantes alardeiam para "enfeitar o pavão", mas que oferecem benefícios reais bastante limitados para a maioria dos usuários. Se possível, opte por um modelo sem essas frescuras, mas com classificação IP68, que garante proteção dos componentes internos contra poeira e água — mesmo com submersão contínua por até 30 minutos, numa profundidade de até 1,5 metro.

Observação: Nesse contexto, IP é o acrônimo de Ingress Protection (proteção de entrada, em inglês). O número 6 indica que o aparelho é vedado contra poeira; os números 7 e 8 indicam resistência à água — mas não significam que o dispositivo seja, de fato, à prova d’água. Na prática, ele suporta respingos, chuva e até um breve mergulho, mas não é indicado para banho de piscina, mar, chuveiro quente ou sauna (seca ou úmida).

Continua...

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

COMO ESCOLHER UM SMARTPHONE

NÃO HÁ LÓGICA MAIS INARGUMENTÁVEL E LOUCA QUE A DOS FANÁTICOS OBCECADOS.

O processador sempre foi considerado o “cérebro” do computador. No alvorecer da “era PC”, as pessoas se referiam a seus aparelhos pelo modelo da CPU — acrônimo de Central Processing Unit, que designa o chip principal, e não o gabinete, como muita gente ainda parece achar. 


Assim, fulano tinha um “386” (referência ao chip Intel 80386); sicrano, um “Pentium 200” (alusão aos 200 MHz, que correspondem a 200 milhões de ciclos por segundo); beltrano, um “K6 II” (modelo da AMD que precedeu o Athlon e concorreu diretamente com o Pentium II), e assim por diante.

 

Naquela época, a diferença entre um 386 e um 486, ou entre um Pentium 100 e um Pentium 200, saltava aos olhos, e os usuários sabiam que ter mais MHz significava aplicações rodando mais rápido. Mas isso mudou quando os fabricantes introduziram inovações como coprocessador matemático, cache de memória e multiplicador de clock em seus microchips. Em tese, quanto maior o clock, melhor o desempenho; na prática, duas CPUs operando a 3 GHz realizam 3 bilhões de ciclos por segundo, mas o que cada uma é capaz de fazer em cada ciclo é outra história.

 

Hoje, raramente ouvimos alguém dizer que tem um “Core i7-13700K”, por exemplo. Mesmo quem não domina as sutilezas do hardware sabe que a quantidade de RAM, o tipo de armazenamento (SSD ou HDD) e a placa gráfica são igualmente importantes — ou até mais, pois as CPUs modernas dão conta da maioria das tarefas cotidianas. Um chip Core i3 atual, por exemplo, supera com folga os Intel Pentium III — que eram “a última bolacha do pacote” em 1999 —, mas o desempenho do aparelho como um todo pode ser limitado pelo armazenamento ou pela quantidade de memória RAM disponível.

 

Como vimos anteriormente, depois que os celulares se tornaram verdadeiros microcomputadores ultraportáteis, os desktops e notebooks foram relegados a situações que exigem telas de grandes dimensões, teclado e mouse físicos e mais “poder de fogo” do que a maioria dos smartphones medianos é capaz de oferecer. No entanto, ao escolher um celular ou tablet, as pessoas costumam se ater ao tamanho da tela, ao armazenamento interno e, em menor medida, à quantidade de memória RAM e à capacidade da bateria (lembrando que 10% dos brasileiros sofrem de nomofobia). Embora seja o "regente da orquestra, o processador raramente é lembrado, e músicos competentes podem mascarar a inépcia de um maestro chinfrim, mas nem André Rieu proporciona um bom espetáculo sem a contrapartida de cada integrante de sua orquestra.

 

No âmbito dos celulares, o chip Snapdragon 8 Gen 3 e o Snapdragon 8 Gen 3 for Galaxy estão entre os mais utilizados. Eles fazem basicamente o mesmo que as CPUs dos desktops e notebooks, mas o segundo foi desenvolvido especialmente para equipar os Samsung Galaxy S25 e Z Fold 7 (lançados no início deste ano). Já o primeiro chegou ao mercado em outubro de 2023 com foco em turbinar a inteligência artificial em smartphones e tablets premium com sistema Android, como o Galaxy Z Flip 6 e o Asus ROG Phone 8 Pro. Em meados deste ano, a Qualcomm lançou duas variantes mais modestas do Snapdragon 8 Gen 3, com apenas 6 núcleos (em vez de 8), voltadas a aparelhos intermediários.

 

Para não errar, tenha em mente que escolher um celular só pela aparência ou pelo número de câmeras é como escolher um carro pela cor. A ficha técnica está ali por um motivo, e entender pelo menos o básico sobre três itens — processador, memória RAM e armazenamento interno — pode evitar gastos desnecessários e eventuais arrependimentos. Já vimos que o processador tem impacto direto na velocidade, fluidez e capacidade de multitarefa do aparelho. 

 

Em linhas gerais, quanto mais núcleos, mais tarefas simultâneas podem ser realizadas; e quanto maior a frequência, maior tende a ser a velocidade de execução. Mas isso não quer dizer que um chip octa-core (8 núcleos) seja necessariamente melhor que um hexa-core (6 núcleos), já que geração do processador também entra na equação. Chips mais modernos tendem a ser mais potentes e eficientes, mesmo com menos núcleos ou frequência inferior à de modelos antigos, além de consumirem menos energia e, consequentemente, gerarem menos calor.

 

A memória RAM é responsável por manter os aplicativos funcionando sem engasgos. Quanto mais RAM, melhor a experiência de uso — especialmente para quem abre várias abas do navegador, usa redes sociais, jogar ou assiste a vídeos ao mesmo tempo. Para tarefas básicas (WhatsApp, navegador, YouTube, redes sociais), 4 GB ainda dão conta do recado, mas o mínimo recomendável hoje é 6 GB (se seu bolso permitir, invista num modelo com 8 GB ou mais).

 

O armazenamento interno também segue a velha regra do “quanto mais, melhor”. Prefira um aparelho com 128 GB ou 256 GB (ou mesmo 512 GB, se o orçamento permitir). Evite modelos com 64 GB, mesmo que haja suporte a cartões microSD — recurso, aliás, cada vez mais ausente. Lembre-se de que uma parte considerável do armazenamento é ocupada pelo sistema operacional e pelos aplicativos pré-instalados pelo fabricante (crapware), que só podem ser removidos por meio de um processo conhecido como "root" (mais detalhes nesta sequência). Fotos, músicas, vídeos e outros arquivos volumosos podem até ser transferidos para o PC ou para a nuvem, mas isso já é outra conversa.

 

A Black Friday está aí, e o Natal não demora a chegar. Seguindo essas dicas e consultado o preço do modelo pretendido em várias lojas (físicas ou online) você certamente fará uma boa compra. Na pior das hipóteses, torça para que Papai Noel esteja de bom humor quando receber sua cartinha. Vai que cola...