Como dizia Vinicius de Moraes, não há nada como o tempo para passar, e considerando a rapidez com que a Tecnologia da Informação evolui, revisitar determinados assuntos de tempos em tempos não é redundância, mas sim atualização. Em vista disso, dezenas de postagens aqui no Blog (dentre as quase 1.300 já publicadas) focam a Internet e a conexão em banda larga – para conferir, basta inserir as palavras-chave no campo de busca ou digitar os termos desejados na caixa de pesquisas do Google, adicionar um espaço e a expressão “site:http://fernandomelis.blogspot.com” (sem as aspas).
No post de 29 de junho de 2009, por exemplo, dizíamos que o Brasil tinha cerca de 11 milhões de usuários de internet rápida; hoje, esse número praticamente quadruplicou. Aliás, após realizar uma pesquisa em 828 localidades de 27 estados, a INFO deste mês traz uma matéria abrangente sobre a banda larga no Brasil (vale conferir; essa edição fica nas bancas até o comecinho do mês que vem). Veja algumas das informações dignas de nota:
· Em termos de largura de banda, o Brasil ocupa a 70ª posição no ranking mundial, com velocidade média de 4.79 Mbps (Coréia do Sul, Lituânia e Suécia encabeçam a lista, com 32.40, 29.41 e 26.32 Mbps, respectivamente).
· Menos de 40% da população brasileira acessa a Internet, e no estado de São Paulo, 500 mil clientes da Telefonica ainda utilizam a anacrônica conexão discada (dial-up).
· Em 48% das conexões avaliadas pelo INFOLAB, as velocidades ficam entre 512 Kbps e 2 Mbps; apenas 5% dos assinantes pesquisados possuem planos com velocidade nominal igual ou superior a 8 Mbps.
· O estado brasileiro com velocidade média de download mais expressiva é o Espírito Santo (acima de 7 Mbps), enquanto a Bahia fica em primeiro lugar no upload (acima de 1 Mbps, quando a média nacional é de apenas 637.7 Kbps).
· A GVT – presente em 94 cidades de 18 estados – recebeu a melhor nota do teste, não só pelo custo/benefício dos planos, mas também pela agressividade com que vem expandindo seus serviços.
Esses dados corroboram o que já dizíamos lá pela virada do século, nos tempos do saudoso Curso Dinâmico de Hardware, quando o usa da banda larga no âmbito doméstico ainda era incipiente. Aliás, a edição em que Robério e eu publicamos essa matéria (cuja foto ilustra esta postagem) continua figurando no Submarino.com, embora esteja esgotada.
Claro que, naquela época, as opções eram restritas ao DSL, Cable, Rádio e Satélite (smartphones e modems 3G viriam bem depois), mas já se podia prever, pelo andar da carruagem, que a internet rápida tinha tudo para aposentar a conexão discada, ainda que num processo lento e gradativo.
Dos quase 6.000 internautas pesquisados pelo INFOLAB, apenas 7% usam internet discada, mas uma avaliação mais abrangente certamente nos traria um percentual bem maior. Até porque, como dito na matéria, em muitas cidades brasileiras a conexão precisa melhorar muito para ser considerada rápida.
Se nas capitais e grandes metrópoles a concorrência entre provedores reduz o preço melhora a qualidade do serviço, no restante do país, a coisa é bem diferente: em Macapá, por exemplo, um leitor pesquisado informou que assina um plano de acesso via rádio ao custo de R$ 200 mensais que mal chegue a 256 Kbps! E mesmo aqui em São Paulo – a maior cidade do país – ainda há regiões onde o internauta continua dependendo do acesso discado – não tanto pelo preço dos planos de acesso rápido, mas por pura e indisponibilidade técnica dos provedores. Na rua onde eu moro, por exemplo, a TVA oferece pacotes de canais há vários anos, mas o Ajato só foi disponibilizado há poucos meses, razão pela qual eu escolhi o Speedy (acho que em 2006) quando me cansei da baixa velocidade e dos problemas de intermitência do sinal (wireless) da Neovia. Hoje, com o plano de 30 Mbps (fibra óptica), confesso que não sinto a menor saudade de ouvir aquele ruído característico (handshake) da conexão discada.
Um ótimo dia a todos e até a próxima.