Observação: Embora tenha sido criada há quase seis anos, a postagem em questão abre uma sequência bastante interessante – para acessá-la, clique aqui.
Durante a Idade Média
os livros eram escritos à mão pelos copistas, que, precursores dos taquígrafos,
simplificavam o trabalho substituindo letras, palavras e nomes próprios por símbolos,
sinais e abreviaturas – não por falta de tempo, mas sim porque papel e tinta,
naquela época, eram produtos caríssimos. Assim, em vez de usar o m ou o n para indicar
que a vogal anterior era nasalada, por exemplo, passou-se a adicionar-lhe um til (~); já o nome Francisco, também
grafado Phrancisco, foi abreviado para Phco
ou Pco – originando o apelido Paco, muito comum entre os espanhóis.
Para identificar os
santos, os copistas os recorriam a algum detalhe significativo de suas vidas: São José, por exemplo, era seguido de Jesus Christi Pater Putativus – ou
seja, o pai putativo (suposto) de Jesus Cristo. Mais tarde, passou-se a adotar
a abreviatura JHS PP, e, mais
adiante, simplesmente PP (abreviação
cuja pronúncia, em Espanhol, explica o apelido Pepe).Há muito que os copistas desapareceram, mas algumas de suas “criações” são utilizadas até hoje, como é o caso do símbolo @, que substituía a preposição latina ad (a qual, dentre outras coisas, significava “casa de”). Originalmente, nos países de língua inglesa, esse símbolo (que significa at) era inserido entre o número de unidades de determinada mercadoria e seu preço (10@£3, por exemplo, significava 10 unidades de alguma coisa, ao preço de
Em 1874, quando as máquinas começaram a ser comercializadas em sua forma definitiva, o símbolo @ foi incluído no padrão QUERTY e mantido nos teclados dos computadores atuais. Um século depois, ao criar o Correio Eletrônico, Roy Tomlinson resolveu utilizar esse símbolo para separar o nome do usuário do designativo do domínio, e a coisa continua sendo feita assim até os nossos dias.
Na maioria dos idiomas, o símbolo @ recebeu o nome de alguma coisa que remete ao seu formato: em italiano, chiocciola (caracol); em sueco, snabel (tromba de elefante); em holandês, apestaart (rabo de macaco), e por aí vai. Para nós, ele manteve a denominação original: arroba.
Abraços e até mais.