HÁ TANTOS IMBECIS MANDANDO
EM PESSOAS INTELIGENTES, QUE ÀS VEZES FICO PENSANDO SE BURRICE NÃO SERIA UMA
CIÊNCIA.
Aficionados por música que já acessavam a Internet lá pela virada do século devem
estar lembrados do KaZaA ─ programa
de compartilhamento de arquivos via P2P
─, que permitia criar respeitáveis coleções de faixas musicais para
apreciar a qualquer tempo no PC, gravar em CDs ou mesmo transferir para players como o iPod, por exemplo.
Observação: Criado em 2001 pela empresa estoniana BLUEMOON INTERACTIVE, o KAZAA não foi o primeiro e nem o único
aplicativo para compartilhamento de arquivos via P2P, embora tenha sido o
que mais se destacou nesse segmento, tanto é que logo se tornou também o
preferido dos cibercriminosos de
plantão para disseminação de vírus, trojans e outras pragas digitais, o que, combinado com adwares, spywares e
outros PUPs embutidos no próprio
KaZaA, levou boa parte dos usuários a buscar alternativas como o Limewire e o eMule.
O maior atrativo dessa brincadeira estava na gratuidade, tanto dos aplicativos ─
que, em sua maioria, eram distribuídos na modalidade freeware
─ quanto dos arquivos compartilhados. E a despeito das limitações da conexão dial-up, cuja velocidade máxima
(teórica) era de 56 Kbps, a maioria
dos usuários de apps P2P
parecia não se importar com a demora dos downloads, mesmo que fosse preciso deixar o PC ligado a noite toda para obter meia dúzia de faixas (cerca de 20 minutos de música).
Pior ainda era baixar filmes ou games ─ um vídeo em alta definição, que leva poucos minutos numa conexão de 100 Mbps, chegava a demorar semanas (ou até
meses) para ser completado.
Claro que os melhores
camelôs do ramo já ofereciam cópias piratas de CDs comerciais (e, mais adiante, também de filmes em DVD), mas, por mais que o preço fosse camarada, era ainda
mais barato comprar CDs virgens e
rechear cada um com mais de 100 faixas
musicais no formato MP3, que
reduz arquivos de áudio a 1/10 do tamanho original sem prejuízo sensível de sua qualidade
sonora.
Antes de passar ao TORRENT,
que até agora só emprestou o nome a esta sequência de postagens, convém salientar que, no compartilhamento de arquivos P2P, cada usuário faz tanto o
papel de servidor quanto de cliente de conteúdo, podendo colocar
sua discografia à disposição dos demais participantes da rede e, ao mesmo
tempo, baixar um filme disponibilizado por eles. O serviço dispensa um servidor
central e permite baixar em poucos minutos uma distribuição Linux de 600 MB,
por exemplo, desde que haja um swarm
adequado, e que o interessado tenha uma conexão com largura de banda decente.
Observação: Para quem não sabe, “swarm” é o nome
que se dá ao conjunto de “peers” e “seeds” ─ que são, respectivamente, os
clientes que estão baixando um arquivo (que também enviam pedaços dos arquivos,
conforme estes lhes são oferecidos) e os que já possuem cópias completas
disponíveis para upload. Aliás, a etiqueta recomenda deixar os arquivos
disponíveis ao final dos downloads,
de maneira a servir outros usuários (quem ignora esse protocolo é
chamado de “leech”, ou, em bom português, sanguessuga).
Devido ao espaço ocupado por essas elucubrações paralelas, vamos adiar (mais uma vez) a abordagem do TORRENT, que vai ficar para a postagem de amanhã. Abraços a todos e até lá.