Como o
material é de domínio público, você tanto pode admirar as imagens como baixar
como baixá-las para usar como plano de fundo no seu PC ou smartphone, por
exemplo, ou plotar e fazer pôsteres, ou até mesmo usar como papel de parede no
seu quarto ou estúdio. Afinal, o céu é o
limite (literalmente).
A propósito: A foto que ilustra esta postagem é de Júpiter,
o maior planeta do nosso sistema solar.
SÓ MUDAM AS MOSCAS...
Segundo o
Datafolha, apenas 7% da população
considera o governo
Temer ótimo ou
bom. Trata-se da menor marca registrada em 28 anos; pior, mesmo, só o governo
Sarney (coincidência ou não, também do
PMDB), que cravou 5% em setembro de
1989, em plena crise da hiperinflação. Mas isso não chega a surpreender, pois o
presidente que ambicionava deixar o Planalto como “
o cara que recolocou o país nos
trilhos do crescimento” é visto agora como “
o chefe da quadrilha mais perigosa do Brasil” (a propósito, vale
a pena conferir
a entrevista exclusiva de
Joesley Batista à revista Época, que se
estendeu por 12 páginas na edição impressa nº 991).
Jamais simpatizei com Michel
Temer ou acreditei que ele fosse a quintessência
da integridade. Primeiro, porque política e honestidade são coisas mutuamente
excludentes; segundo, porque seria muita ingenuidade esperar probidade de
alguém que presidiu o PMDB por 15
anos e foi vice da anta vermelha por outros 5. No entanto, é-me impossível
negar que o país melhorou com a saída da gerentona de araque e que a monumental
crise resultante dos 13 anos e fumaça de governos lulopetistas só começou a ser
debelada depois que Temer assumiu o
timão da Nau dos Insensatos. E torno
a enfatizar que essa história de lhe atribuir a culpa pelos 14 milhões de
desempregados e demais males que assolam o Brasil é conversa mole para engabelar
idiotas úteis à causa petista.
Todos são inocentes até prova em contrário, e Temer merece o benefício da dúvida. A
questão é saber até onde vai esse
benefício, pois seu nome foi suscitado diversas vezes por outros delatores,
embora nenhum pedido de investigação tivesse sido feito até então, porque um
presidente da República só pode ser investigado por fatos ocorridos durante o mandato.
Por isso, Temer só se tornou alvo de
inquérito após a delação de Joesley
Batista, mas pelo menos outros oito colaboradores já o haviam envolvido em
casos investigados na Lava-Jato, sem contar os lobistas Júlio Camargo e Fernando
Baiano, o ex-presidente da Transpetro Sérgio
Machado e o senador cassado Delcídio
do Amaral. Os relatos o retratam como um intermediador de repasses a
campanhas do PMDB, incluindo a dele
próprio em 2014, e como padrinho de dirigentes da Petrobras presos e condenados
por corrupção. Demais disso, em depoimento à PF no último dia 14, o operador Lúcio Bologna Funaro relatou que o presidente sabia do esquema de propina na área
de internacional da estatal e que atuou na arrecadação de cerca de 100 milhões
de reais para campanhas do PMDB em
2010, 2012 e 2014. Logo no início do interrogatório, Funaro fez questão de manifestar “sua inteira disposição em celebrar acordo de colaboração”, e
apresentou o cardápio do banquete que servirá ao MPF, caso prosperarem as tratativas de colaboração premiada. Na
oportunidade, ele adiantou detalhes sobre como o presidente “pediu ou orientou comissões
expressivas” para a campanha de Gabriel
Chalita à prefeitura de São Paulo, em 2012, e para sua própria à
vice-presidência, em 2014. Outro candidato a delator que tira o sono do
presidente é o ex-deputado Eduardo Cunha,
que já foi condenado a 15 de reclusão e está preso desde novembro de 2016 em
Curitiba.
Procedentes ou não as acusações de
Joesley Batista, o simples fato de o empresário ter sido recebido
nos “porões do Jaburu”, tarde da noite, sob um nome falso (
Rodrigo), desfiado uma fieira de crimes cabeludos e, em vez de
receber voz de prisão, ter sido até mesmo estimulado por
Temer com “
ótimo, ótimo” e “
tem
de manter isso, viu”, como se ouve nos arquivos de áudio que a Polícia
Federal periciou e cuja legitimidade atestou na semana passada, desmontando
a
versão do perito contratado pela defesa do presidente para desacreditar
o valor probatório das gravações. Mas não é só: espelhando-se no comportamento
nefasto de seus predecessores,
Temer,
como
Dilma, agarra-se com unhas e
dentes à cadeira presidencial (feita pela
NASA
a pedido de
Lula), e, como
Lula, mente descaradamente para tentar
justificar o injustificável. Sua excelência levou quase 24 horas para se
pronunciar à nação sobre o furo jornalístico de
Lauro Jardim, publicado em
O
Globo, e, até onde se sabe, teria considerado seriamente a possibilidade de
renunciar, mas acabou demovido por ministros e puxa-sacos de plantão, que, com
a renúncia do chefe, perderiam seus cargos e o direito ao foro privilegiado.
Em seu pronunciamento, Temer
afirmou que a investigação
pedida pelo Supremo seria o território onde surgiriam todas as explicações. Mas não
uniu a ação ao pensamento, pois o que tem feito desde então é trocar cargos e
verbas pelo apoio dos deputados, já que precisa de pelo menos 171 parlamentares
voltando a seu favor para barrar na Câmara o processo cuja instauração Janot deve formalizar ainda esta
semana. Nada muito diferente, portanto, do que Lula tentou fazer durante o processo de impeachment de sua
deplorável sucessora, o que me levou ao título desta postagem.
A reprovação de Temer
é comparável à de Dilma em agosto de
2015, quando ela contabilizava 71% de ruim ou péssimo. No histórico do Datafolha, além de Sarney, apenas Collor
obteve índices tão negativos (em setembro de 1992, ao sofrer impeachment). Não
só por isso, mas também por isso, o chefe do Executivo já não tem mais
condições de governar. Ademais, sua atenção está focada na defesa do próprio
rabo ― o que é compreensível, conquanto inadmissível. Para piorar, se a
renúncia não é uma opção (pelo menos por enquanto), a chance de cassar a chapa Dilma-Temer foi desperdiçada ― por obra
e graça do ministro Gilmar Mendes e
seus acólitos no TSE. E como os
pedidos de impeachment vêm sendo sistematicamente engavetados pelo presidente
da Câmara, resta-nos o STF ― que,
para o desgosto do ministro falastrão, manteve Fachin na relatoria dos processos oriundos da JBS e avalizou o próprio acordo de colaboração, deixando claro que
não é “um puxadinho” do TSE sob a
presidência de Mendes, para quem o
amigo Michel Temer deve continuar no cargo porque as provas contra a chapa
vencedora, embora reais e concretas, não são válidas (como bem disse J.R. Guzzo, elas valem, mas na hora em que foram apresentadas não estavam mais
valendo, pois apenas nossos cientistas jurídicos sabem que uma banana, hoje,
pode ser uma laranja amanhã).
Não deixa de ser natural que esse imbróglio propicie que
segmentos da imprensa (e não estou falando somente nos sites-mortadela,
bancados pela esquerda para espalhar as asnices de costume) alardeiem um
conluio entre Janot e Fachin para derrubar o governo e/ou defendam
eleições diretas já ― ao arrepio da Constituição, e que só interessariam a Lula ou a outro aproveitador que se
apresente como o salvador da pátria (já vimos esse filme mais de uma vez). Temer nega todas as acusações, mas a
“alma viva mais honesta do Brasil” não faz o mesmo em relação ao tríplex no
Guarujá e ao sítio em Atibaia? E sua abjeta pupila ― que era vista “apenas”
como incompetente até uma cachoeira de testemunhos dar conta de que ela tinha
pleno conhecimento do uso de dinheiro roubado no financiamento de sua campanha ―
não continua rosnando em dilmês, portunhol e até em francês de galinheiro o seu batido ramerrão de honestidade à toda
prova?
Como se vê, a merda é sempre a mesma, o que muda são as
moscas. Mas um dia, quem sabe...