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quinta-feira, 2 de julho de 2015

O QUE SÃO ARQUIVOS TORRENT E COMO MANIPULÁ-LOS (final)


ANTAS PETISTAS QUE DEFENDEM O CONTROLE DA MÍDIA ESTÃO NO MESMO PATAMAR DE PRIMITIVISMO DOS QUE USAM A DEMOCRACIA PARA DESTRUIR A DEMOCRACIA.

Para encerrar esta trinca de postagens, resta dedicar algumas linhas ao TORRENT (ou BITTORRENT, como queira). Acompanhe: 

Torrent, numa tradução livre, significa torrente, fluxo, correnteza, o que dá uma ideia de fluidez ─ bastante apropriada, por sinal, já que esse sistema de compartilhamento fraciona os arquivos antes de distribuí-los, otimizando o desempenho da rede e propiciando downloads mais rápidos do que nos moldes convencionais, notadamente quando grandes volumes de dados estão envolvidos.

O Torrent funciona de maneira semelhante ao das redes Peer-to-Peer, que se tornaram populares na década passada por permitirem o compartilhamento de arquivos entre os usuários sem a figura de um servidor central (mais detalhes na postagem anterior), com a diferença de que utiliza servidores (trackers) para organizar e agilizar a troca dos dados. 

Observação: O termo torrent designa também o formato de arquivo utilizado pelo protocolo em questão, e não deve ser confundido com os populares programinhas clientes uTorrent e o BitTorrent, que se encarregam de obter as informações contidas nos arquivos .torrent e gerenciar a comunicação entre os usuários. 

A pesquisa dos arquivos .torrent não é realizada a partir do nome, como estamos acostumados a fazer quando realizamos downloads via protocolos HTTP e FTP. Em vez disso, devemos localizar o arquivo .torrent com as informações desejadas, abri-lo em nosso programa cliente, visualizar seu conteúdo e baixar o item que nos interessa (cada arquivo pode conter diversos itens). A partir daí começa o download propriamente dito, quando os diversos segmentos que compõem o arquivo são transferidos de forma não sequencial e remontados em seguida, como se fossem peças de um quebra-cabeça digital.

Existem diversos sites que funcionam como repositórios de arquivos .torrent. Aliás, de uns tempos a esta parte surgiram indexadores que dispensam a trabalhosa pesquisa individual (se, por questões de ordem moral ou legal, você não quer se aventurar a baixar arquivos do Pirate Bay, cuja reputação não é das melhores, experimente o 1337X ou o OpenBitTorrent). 

Observação: Ao contrário do que se costuma imaginar, o TORRENT não é ilegal, embora não se possa dizer o mesmo do uso que muita gente faz dele. Enfim, com diz um velho adágio popular, "armas não matam pessoas; pessoas matam pessoas". 

Era isso, pessoal. Abraços a todos e até a próxima.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

O QUE SÃO ARQUIVOS TORRENT E COMO MANIPULÁ-LOS (continuação)

HÁ TANTOS IMBECIS MANDANDO EM PESSOAS INTELIGENTES, QUE ÀS VEZES FICO PENSANDO SE BURRICE NÃO SERIA UMA CIÊNCIA.

Aficionados por música que já acessavam a Internet lá pela virada do século devem estar lembrados do KaZaA ─ programa de compartilhamento de arquivos via P2P ─, que permitia criar respeitáveis coleções de faixas musicais para apreciar a qualquer tempo no PC, gravar em CDs ou mesmo transferir para players como o iPod, por exemplo.

Observação: Criado em 2001 pela empresa estoniana BLUEMOON INTERACTIVE, o KAZAA não foi o primeiro e nem o único aplicativo para compartilhamento de arquivos via P2P, embora tenha sido o que mais se destacou nesse segmento, tanto é que logo se tornou também o preferido dos cibercriminosos de plantão para disseminação de vírus, trojans e outras pragas digitais, o que, combinado com adwares, spywares e outros PUPs embutidos no próprio KaZaA, levou boa parte dos usuários a buscar alternativas como o Limewire e o eMule   

O maior atrativo dessa brincadeira estava na gratuidade, tanto dos aplicativos ─ que, em sua maioria, eram distribuídos na modalidade freeware ─ quanto dos arquivos compartilhados. E a despeito das limitações da conexão dial-up, cuja velocidade máxima (teórica) era de 56 Kbps, a maioria dos usuários de apps P2P parecia não se importar com a demora dos downloads, mesmo que fosse preciso deixar o PC ligado a noite toda para obter meia dúzia de faixas (cerca de 20 minutos de música). Pior ainda era baixar filmes ou games ─ um vídeo em alta definição, que leva poucos minutos numa conexão de 100 Mbps, chegava a demorar semanas (ou até meses) para ser completado.

Claro que os melhores camelôs do ramo já ofereciam cópias piratas de CDs comerciais (e, mais adiante, também de filmes em DVD), mas, por mais que o preço fosse camarada, era ainda mais barato comprar CDs virgens e rechear cada um com mais de 100 faixas musicais no formato MP3, que reduz arquivos de áudio a 1/10 do tamanho original sem prejuízo sensível de sua qualidade sonora.

Antes de passar ao TORRENT, que até agora só emprestou o nome a esta sequência de postagens, convém salientar que, no compartilhamento de arquivos P2P, cada usuário faz tanto o papel de servidor quanto de cliente de conteúdo, podendo colocar sua discografia à disposição dos demais participantes da rede e, ao mesmo tempo, baixar um filme disponibilizado por eles. O serviço dispensa um servidor central e permite baixar em poucos minutos uma distribuição Linux de 600 MB, por exemplo, desde que haja um swarm adequado, e que o interessado tenha uma conexão com largura de banda decente.

Observação: Para quem não sabe, “swarm” é o nome que se dá ao conjunto de “peers” e “seeds” ─ que são, respectivamente, os clientes que estão baixando um arquivo (que também enviam pedaços dos arquivos, conforme estes lhes são oferecidos) e os que já possuem cópias completas disponíveis para upload. Aliás, a etiqueta recomenda deixar os arquivos disponíveis ao final dos downloads, de maneira a servir outros usuários (quem ignora esse protocolo é chamado de “leech”, ou, em bom português, sanguessuga).

Devido ao espaço ocupado por essas elucubrações paralelas, vamos adiar (mais uma vez) a abordagem do TORRENT, que vai ficar para a postagem de amanhã. Abraços a todos e até lá.