O MUNDO NÃO ESTÁ
INTERESSADO NOS TEMPORAIS QUE VOCÊ ATRAVESSOU, E SIM SE VOCÊ CONSEGUIU TRAZER O
NAVIO.
Como vimos no post anterior, não basta tirar o computador
novo da caixa, conectar os periféricos, ligar o cabo de energia, abrir o
navegador e surfar alegremente pela Web. Mesmo que não seja preciso configurar
o CMOS SETUP,
atualizar o BIOS da
placa-mãe e o firmware de
diversos componentes, inicializar
o HD e instalar o sistema "do zero" (como você teria que
fazer ao final de uma integração caseira), é fundamental rodar o Windows Update e instalar todas as correções/atualizações
críticas e de segurança disponíveis para o seu sistema.
Observação: Se lhe parece estranho que uma máquina
novinha em folha tenha atualizações pendentes, lembre-se de que muita água
rolou por baixo da ponte desde o lançamento da edição do Windows fornecida com o seu PC, e que os respectivos arquivos de
instalação não integram (e nem poderiam) as atualizações disponibilizadas pela
Microsoft depois da criação da mídia usada pelo fabricante para instalar o
software no aparelho. Note que a
primeira atualização pode exigir que o Windows Update seja executado diversas
vezes, pois algumas atualizações só instalam depois que outras tenham sido
efetivadas, o que pode exigir também várias reinicializações do computador.
Máquinas de grife trazem o Windows em OEM ─ modalidade de distribuição de
software mediante a qual as empresas "parceiras" da Microsoft adquirem as licenças "em
lote", mais baratas do que as cópias FPP (na caixinha). Nesse caso, é
comum o fabricante fazer personalizações (incluir programas próprios e de
terceiros, drivers de chipset e de dispositivos, etc.) e, em vez de fornecer o
DVD original ou uma cópia customizada, eles costumam criar uma partição oculta no HD com os
"arquivos de restauro", a partir dos quais é possível reverter o
software às configurações de fábrica (mais detalhes na trinca de postagens
iniciada por esta
aqui).
Concluída a atualização do Windows e respectivos componentes, instale seu arsenal de segurança preferido ─
caso pretenda usar as ferramentas nativas do sistema, acesse o Painel de Controle e assegure-se de que
o Windows Defender e o Firewall do Windows estejam devidamente
atualizados, ativos e operantes (para sugestões de antivírus de terceiros,
tanto pagos quanto gratuitos, além de opções online para uma segunda opinião,
acesse a dupla de postagens iniciada por esta aqui).
Embora o Windows
seja capaz de reconhecer e instalar a maioria dos dispositivos de hardware
existentes no mercado à época do seu lançamento, é sempre preferível utilizar
os drivers desenvolvidos
pelos fabricantes da placa-mãe e dos demais componentes (para mais detalhes,
clique no link que eu incluí a propósito na postagem anterior). Em tese, essa
providência deve ser tomada pela empresa responsável pela montagem do aparelho,
mas como na prática a teoria costuma ser outra, não custa você conferir. Note,
porém, que você não precisa recorrer o Gerenciador
de Dispositivos ou visitar o site de cada um dos fabricantes, até porque
existem diversos programinhas (inclusive gratuitos) que se encarregam do
trabalho pesado, como o DriverMagician (eu,
particularmente, uso e recomendo o Driver Booster 2, da
IObit).
O próximo passo é eliminar o crapware
─ ou bloatware, como também são chamados os apps inúteis que costumam
vir "de brinde" porque os fabricantes recebem um incentivo ($$) dos
desenvolvedores de software para promocionar versões freeware ou de avaliação
de seus produtos. Para o usuário, no entanto, mesmo que não tenha a menor
utilidade, qualquer app instalado ocupa espaço no disco rígido e disputa seu
quinhão de memória RAM e de ciclos de processamento da CPU. Para identificar
essas sanguessugas, você pode clicar em Iniciar
e expandir a lista Todos os programas,
mas não hesite em recorrer ao SlimComputer ou
ao PCDecrapfier, que
detectam e eliminam os inutilitários mais comuns.
Observação: Embora seja possível usar o desinstalador nativo do Windows
(acessível via Painel de Controle) para remover programas, você obterá melhores
resultados se recorrer a ferramentas
dedicadas, que oferecem mais opções e eliminam também a maioria dos
resquícios que os desinstaladores dos aplicativos costumam deixar para trás.
Quando tudo estiver nos trinques, resgate seus backups de
arquivos pessoais, reinstale seus aplicativos preferidos e crie uma imagem das
configurações do sistema (para saber como fazer isso com a ferramenta nativa do
Windows, acesse esta
postagem; caso queira recorrer a aplicativos de terceiros, procure
conhecer o Macrium
Reflect Free). Assim, caso sobrevenha alguma intercorrência que
prejudique irremediavelmente o funcionamento do computador, você não precisará
reinstalar o Windows do zero; bastará fazê-lo a partir dessa imagem, que o
software retornará ao status quo ante,
do jeitinho que se encontrava no momento em que a imagem foi criada.
Espero ter ajudado. Abraços a todos e até mais ler.