NÃO EXISTE
TRABALHO RUIM; RUIM É TER DE TRABALHAR.
Segurança absoluta na Web
é conversa para boi dormir, mas o risco é bem maior quando não se dispõe de um arsenal de
segurança responsável no PC, tablet ou smartphone. Entretanto, nem mesmo as melhores suítes de segurança disponíveis no mercado
conseguem ser “idiot proof” a ponto de proteger o usuário de si mesmo, razão pela qual é fundamental atentar pra algumas regrinhas básicas, tais como, manter sistema e programas sempre
atualizados, evitar abrir anexos de
email de origem suspeita, jamais
clicar em links trazidos por mensagens de correio eletrônico ou disponibilizados em redes sociais e
janelinhas pop-up ― não raro, estas últimas exibem anúncios atraentes,
visando ludibriar os internautas menos esclarecidos. Para
saber mais, digite segurança na caixa de pesquisas aqui do Blog e tecle
Enter.
Observação: Note que você pode ser vítima de um código
malicioso sem nem mesmo baixar e instalar qualquer aplicativo. Em alguns casos,
basta acessar um webpage maliciosa ― ou mesmo uma página legítima que tenha
sido “sequestrada” pela bandidagem digital ― para que a caca esteja feita.
Cumprindo agora o prometido na postagem anterior, veremos alguns vírus
criados na pré-história da computação pessoal, que, por essa ou aquela razão,
ganharam maior notoriedade. Vale lembrar que a classificação dessas pragas varia conforme a fonte, e que outros códigos maliciosos criados nos primórdios
da informática não se destacaram o suficiente para justificar sua inclusão
nesta despretensiosa matéria. Dito isso, sigamos adiante.
O BRAIN, criado por dois irmãos
paquistaneses em 1986, é considerado por muitos o primeiro vírus para PCs. Embora
tenha sido desenvolvido originalmente para identificar cópias piratas que
rodavam no Apple II, ele foi posteriormente
compatibilizado com o DOS, quando então incorporou
características de código malicioso. Mas há quem aposte no vírus THE CREEPER ― criado por Bob Thomas em 1971, que exibia no
monitor do computador infectado a mensagem IM
THE CREEPER, CATCH ME IF YOU CAN (eu sou assustador, pegue-me se for capaz),
pulava para outro sistema e repetia o mesmo procedimento. Mais adiante, THE REAPER ― o ceifeiro, numa
tradução livre ― foi desenvolvido com a finalidade precípua de eliminar THE
CREEPER das máquinas infectadas, e por isso é considerado o precursor
dos programas antivírus.
Nos anos
1980, o Leste Europeu ― com destaque para países da URSS ― foi um verdadeiro
criadouro de vírus informáticos. Lá nasceram o YANKEE DOODLE ― que aporrinhava os usuários de computador
reproduzindo uma versão esganiçada da música de mesmo nome ―, o DEN
ZUK ― que trocava o nome do disco rígido para Y.C.I.E.R.P. ―, o JERUSALEM ― que ameaçava apagar os
dados do HD (mas não apagava) ― e várias outras pragas incomodativas, mas
inofensivas, pelo menos até o surgimento do destrutivo CASINO, em janeiro de 1991. Essa praga transferia a FAT (tabela de alocação
de arquivos) do HD para a memória RAM (apagando a original no disco) e forçava o usuário a
participar de um jogo para salvar seus arquivos. Uma vez desligado, o PC só
voltava a funcionar depois que o sistema fosse reinstalado (o que invariavelmente
acabava acontecendo). Até hoje não se sabe ao certo quem criou esse
vírus, mas sabe-se que ele aporrinhou um bocado de gente.
Entre o
final da década de 80 e início dos anos 1990, o CASCADE aterrorizou muitos usuários do DOS “implodindo” o sistema ― ele fazia com que os caracteres
desabassem até a borda inferior da tela, inviabilizando o funcionamento do
computador. Na mesma época, o MADMAN também
assustou muita gente, exibindo uma imagem formada pelos olhos semicerrados de um
homem de rosto vermelho (vide figura que ilustra o post), seguida dos dizeres: NADA PODE SALVÁ-LO, AMIGO. AGORA VOCÊ ESTÁ
EM MEU MUNDO. Para piorar, qualquer tentativa de remover a praga resultava
em outra mensagem, onde se lia: EU ESTOU
VENDO VOCÊ. Mas as consequências não iam muito além disso.
Outras
pestes eletrônicas assustadoras que surgiram no início dos anos 1990 foram a AIDS ― que apresentava uma mensagem de
boas-vindas arrepiante e informava a vítima de que seu sistema tinha sido
infectado com o vírus da AIDS ―, a TEQUILA
― que infectava os arquivos executáveis do DOS e exibia uma figura geométrica complexa com uma mensagem que
prometia cerveja e tequila ao usuário que seguisse clicando ― e a KU-KU ―, que exibia pontos
multicoloridos que iam preenchendo progressivamente a tela. Em 1998, o CHERNOBYL ― talvez o único vírus
conhecido capaz de atuar sobre o hardware ― sobrescrevia os dados do BIOS, impedindo a reinicialização
do computador. Ele ganhou esse nome por ter sido ativado no dia 26 de abril
daquele ano ― data em que ocorreu o catastrófico acidente na usina nuclear
ucraniana homônima ―, embora fosse também chamado de CIH (iniciais do nome do seu criador) e Spacefiller (devido a sua técnica de infecção).
No apagar
das luzes do século XX, o Melissa ―
vírus de macro escrito para o MS Word 97 ― “chegou arrebentando”, mas
vamos deixar para falar dele na próxima postagem, que esta já está grande demais.
Abraços e até lá.