Na coletiva de imprensa da última quinta-feira, o procurador
Deltan Dallagnol
apresentou uma síntese dos malfeitos atribuídos ao chefão da propinocracia ―
que muitos entenderam como um libelo político, quando na verdade foi um
preâmbulo para amarrar outras denúncias que virão a seguir (vale a pena
assistir a este vídeo). Para os críticos de plantão, a explanação não
trouxe qualquer fato novo e ainda extrapolou os limites da denúncia, cujo mote
era o notório tríplex no Guarujá ―
que Lula continua insistindo que não
lhe pertence, nunca pertenceu, e coisa e tal, da mesma forma que o sítio Santa Bárbara, em Atibaia; ou
seja, insultando a inteligência de quem tem ao menos um par de neurônios ativos
e operantes, o que parece não ser o caso dos petistas esquerdistas afins.
O fato é que, na tal coletiva de imprensa, os procuradores
da Lava-Jato contaram uma história
com começo, meio e fim, que coloca o ex-presidente petralha no centro da
“propinocracia” que depenou os cofres de empresas públicas brasileiras. A
propósito, escreveu Eliane Cantanhede
no Estadão: Adjetivos não faltaram para definir Lula no esquema de corrupção:
“comandante”, “general”, “maestro”, “chefe”, já que tanto ele quanto o próprio
esquema continuaram e até se ampliaram e se sofisticaram depois da saída de José Dirceu da Casa Civil e, portanto,
do próprio governo Lula.
Durante o
julgamento do mensalão, Dirceu foi o
“chefe da quadrilha”. No petrolão, ele volta a ser o “braço direito”, porque o
“comandante” era outro: Lula. Segundo
os procuradores, recheando a exposição com organogramas e gráficos em que Lula está sempre no centro, em
destaque, o mensalão e o petrolão são duas faces da mesma moeda. E o elo entre
elas é justamente Lula, que passa a
ser também o centro dos debates políticos, depois do impeachment de Dilma e da cassação de Eduardo Cunha. O estrago é monumental e
é em cadeia (sem trocadilho): deixa em frangalhos a imagem de Lula, os debates já muito tensos sobre
o futuro do PT e as chances do
partido nas eleições municipais, que estão logo aí. Se já estavam em situação
difícil, os candidatos petistas ficam agora sem pai, Lula, e sem mãe, Dilma.
Como
tudo na vida tem dois lados, e como Lula
e o PT sempre foram bons de
marketing, a reação deles será a vitimização. Na campanha, nas entrevistas, nas
redes sociais, atacarão o juiz Sérgio
Moro, o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e até a imprensa, que
divulga os fatos. Quando não há defesa, parta-se para o ataque. Às vezes dá
certo, às vezes não. Mas é o que resta a Lula
e ao PT.
Quanto ao governo Temer,
a orientação do Planalto é não haver comentários e muito menos comemoração
diante da desgraça do parceiro de até poucos meses atrás. Primeiro, porque Temer não lucraria nada com isso; segundo,
porque nunca se sabe o que pode surgir sobre a cumplicidade do PMDB na “propinocracia” do PT ―
termo que endossa as palavras do ministro Gilmar
Mendes, que acusou os governos do PT
de “cleptocracia” com um “plano perfeito” para se eternizar no
poder. Logo, a força-tarefa da Lava-Jato e o ministro estão falando a mesma
língua. Uma língua ferina, que conta uma história que certamente terá efeitos
políticos, jurídicos e policiais.
Aos olhos da militância petista, tudo que dá errado para o PT é fruto de uma conspiração da mídia e
das elites, que jamais se conformaram com o fato um nordestino humilde e
analfabeto ter chegado à presidência da República e resgatado milhões de
conterrâneos da miséria absoluta. Incapazes de ver os fatos como eles realmente
são, o “bando vermelho” culpa o
governo “golpista e ilegítimo” de Michel Temer por suas mazelas, e tenta convencer os menos esclarecidos de
que o peemedebista vai aniquilar sem perdão todas as conquistas obtidas pelas
camadas mais pobres da população tupiniquim nos profícuos 13 anos e lá vai
fumaça de gestão lulopetista, deixando de mencionar que foi Dilma ― e não Temer, que mal completou 4 meses no poder e apenas 20 dias na
condição de presidente de fato e de direito ― a responsável pela maior crise
econômica da história recente do Brasil.
Como disse o próprio Temer
em cerimônia no Planalto, “é muito
desagradável imaginar que um governo seja tão ― se me permitem a expressão um
tanto forte ― tão estupidificado, tão idiota, que chega ao poder para
restringir direitos dos trabalhadores, para acabar com a saúde, para acabar com
a educação”.
Cá entre nós, quem votou
em Dilma e diz que Temer não o representa é, no mínimo,
incoerente, pois ambos se elegeram pela
mesma chapa. Na melhor das hipóteses, direito de se insurgir contra o
governo atual assistiria aos eleitores que não votaram em Dilma (48%) em 2014. E olhe lá. Mas não, esse bando de comunas
imprestáveis, que, comandados por Lula
e Dilma, busca tumultuar ainda mais
o já conturbado cenário político e minar as chances de o atual governo livrar o
país da crise gerada e parida pela despótica, arrogante e incompetente gestão
da nefelibata da mandioca.
Para engrossar as manifestações, essa corja de imprestáveis
recruta seus paus-mandados entre
sindicalistas e integrantes de movimentos como o MST, o MTST, e o
que começa como protesto pacífico logo se transforma em arruaça, com requintes
de guerrilha e total falta de respeito para com o patrimônio alheio, tanto
público quanto privado. Essa é a diferença entre estadistas e demagogos
populistas. É a diferença entre quem pensa no país e quem almeja o poder pelo
poder.
Segundo Dallagnol,
não restam dúvidas de que “Lula era o grande general que comandou a
realização e a prática dos crimes, e que coordenava o funcionamento e, se
quisesse, a paralisação”. De acordo com o gráfico, o ex-presidente tinha
poder para distribuir os cargos, e Cerveró foi nomeado na Petrobras para
atender aos interesses arrecadatórios do PT. O funcionamento do mensalão
dependia não só do poder de Lula como comandante, mas como líder partidário.
Evidente que numa entrevista os Procuradores da República, Polícia Federal, e
membros da Receita Federal não exibiriam as provas concretas contra Lula
e demais envolvidos agora na Lava-Jato. Então, resta-nos aguardar pelo próximo
passo sobre essa nebulosa vida dupla de Lula. Agora, mais do que nunca,
o povo, e sobretudo a Polícia, têm de ficar com os olhos bem abertos, porque se
Lula e Dilma já tentavam incendiar os radicais contra o país,
todo cuidado é pouco (mais detalhes neste
artigo de Ruy Santanna).
A única solução para
reverter a falência da sociedade brasileira é a completa intransigência com essa
turma de psicopatas, inimigos das pessoas de bem e responsáveis pela nossa
tragédia. Quando a população entender isso, teremos uma chance.
De quebra, vai mais uma:
REAÇÃO DO PT À PRISÃO DE GUIDO MANTEGA É TÍPICA DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. EM VEZ DE SE INDIGNAR COM A ILEGALIDADE, PETISTAS TRANSFORMAM TUDO NUMA GUERRA PELO PODER E INVENTAM A TESE DA DISPUTA ELEITORAL. É NOJENTO!
De quebra, vai mais uma:
REAÇÃO DO PT À PRISÃO DE GUIDO MANTEGA É TÍPICA DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. EM VEZ DE SE INDIGNAR COM A ILEGALIDADE, PETISTAS TRANSFORMAM TUDO NUMA GUERRA PELO PODER E INVENTAM A TESE DA DISPUTA ELEITORAL. É NOJENTO!
A reação do PT e dos
petistas à prisão e posterior soltura de Guido Mantega é das coisas mais
canalhas que vi nos últimos tempos. Mesmo para os padrões petistas, o troço é
asqueroso. E revela a deformação moral dos esquerdistas no geral e desses
esquerdistas em particular.
Para essa gente, não
existe lei, não conta o Estado de Direito, não há indivíduos. Em certa medida,
o partido e a força-tarefa travam uma guerra de consenso: tudo é uma questão de
conquistar a opinião pública. E os companheiros estão assustados porque estão
perdendo feio. Vamos ver.
Há — eu sei, e sabe
qualquer pessoa minimamente informada sobre os pressupostos legais — uma óbvia
mácula original na decretação da prisão provisória de Guido Mantega. Ela não
encontra respaldo na lei; tecnicamente, é uma aberração ― que, aliás, o próprio
juiz Sergio Moro o admitiu de modo oblíquo. Ou não?
Pois bem… Qual foi a
reação dos petistas? Ora, para eles, tudo não passa de um complô contra o
partido. Lula, fingindo que a legenda é hoje um portento eleitoral, chamou a
prisão de “Operação Boca de Urna”… É uma piada. Os primeiros a esconder a
legenda e seu símbolo na disputa eleitoral são os próprios candidatos do PT. Dilma, com seu particular senso de profundidade e com sua inteligência
peculiar, saiu na mesma linha. Outra não foi a reação de Rui Falcão, presidente
do PT.
No fim das contas,
assistimos a um minueto: PT e força-tarefa estão de acordo que a questão é
entrar numa guerra de propaganda, e o Estado de Direito que se dane. Se há ou
não legalidade na operação, tanto faz.
A verdade é que os
petistas só estão infelizes porque as agressões de agora ao Estado de Direito
ferem os seus filiados. Quando a Operação Satiagraha pintava e bordava contra
os inimigos do partido, eles aplaudiam os absurdos. Naquele caso, até a imprensa
virou alvo. Com o esquecer: o delegado Protógenes se elegeu deputado pelo…
PCdoB!!!
Os que não avançaram
por aí resolveram entrar no jogo da vitimização: “Oh, que falta de humanidade!
Mantega está enfrentando um drama familiar…”. E daí? José Carlos Bumlai também
está. Nem por isso vejo petistas chorando por ele, não é mesmo?
ISSO NÃO É REAÇÃO DE
QUEM ESTÁ INDIGNADO COM EVENTUAIS AGRESSÕES À LEGALIDADE. ISSO É REAÇÃO DE UMA
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA QUE PENSA, PRIMEIRO, NOS SEUS INTERESSES. E, NESSE CASO,
SEUS PRÓPRIOS MEMBROS SÃO PEÇAS DE UM JOGO MUITO MAIOR.
Podem me chamar para
aplaudir a lei. Mas não me chamem para aplaudir o maluco que dança no palco da
impostura. Não me peçam para fazer parte dessa comédia — ou tragédia — de erros
porque não farei. Repudio as ilegalidades da operação. E repudio a reação da
organização criminosa.
Confira minhas atualizações diárias sobre política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/
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