SE VOCÊ NÃO
CONSEGUE EXPLICAR ALGO DE FORMA SIMPLES, É PORQUE NÃO ENTENDEU BEM A COISA.
Vimos que as primeiras edições do Windows
eram apenas interfaces gráficas baseada no DOS, e que isso mudou na
edição 95, já um sistema autônomo e com suporte à multitarefa ―
ou, numa definição simplista, capaz de manipular dois ou mais aplicativos
simultaneamente.
Aqui caberia abrir (mais) um parêntese para
discorrer sobre os conceitos multitarefa e multithread, que são
coisas distintas, mas interligadas, até porque a segunda complementa a primeira.
Só que não; primeiro, porque já discorri brevemente sobre isso na parte 4 desta
sequência; segundo, porque enveredar por sutilezas do hardware sem tecer
considerações paralelas que facilitem o entendimento do tema por leigos e
iniciantes seria prestar um desserviço ao leitor. Então, colocando a coisa de
forma bem simples, na multitarefa, dois ou mais programas são executados
simultaneamente; no multithread, os processos de um mesmo programa são
divididos em vários threads e manipulados ao mesmo tempo.
Note que sistemas multitarefa não
demandam necessariamente CPUs duais ou multicore, embora elas
proporcionem um notável aumento no desempenho global do computador em relação
às de apenas um núcleo ― que já deixaram de ser usadas em PCs, embora continuem
presentes em smartphones de baixo custo, por exemplo (aliás, mesmo os chips
duais e quad-core estão se tornando “coisa do passado”, diante de versões com
até 10 núcleos, como as que a INTEL incorporou recentemente à sua
linha core i7).
Enfim, é a multitarefa que nos permite ler emails
enquanto baixamos e instalamos atualizações do sistema e imprimimos um
documento qualquer, por exemplo. A questão é que, à medida que abrimos mais e
mais aplicativos, o número de processos que disputam ciclos de processamento e
espaço na memória RAM cresce
significativamente, e o resultado é uma degradação progressiva do desempenho do
computador como um todo. Ainda
que as CPUs venham se tornando
cada vez mais eficientes ― note que eu não disse “mais velozes”, porque velocidade e desempenho são coisa diferentes
―, sua capacidade tem limites, daí porque você deve fechar tudo que não for
indispensável quando assistir a filmes, jogar games radicais ou rodar
aplicativos pesados, como o Photoshop.
Observação: CPU é a sigla de Unidade Central de
Processamento (em inglês), e remete ao
processador, não o gabinete. O clock
(velocidade ou frequência de operação) é apenas
um dos parâmetros que definem o
desempenho do processador ― que, a despeito de ser o cérebro do PC, é apenas
um dos responsáveis pela performance
global da máquina. Tenha em mente que o clock
expressa o número de operações que o processador realiza a cada segundo (um
chip de 3 GHz, p.ex., executa três
bilhões de operações por segundo), mas o
que ele é capaz de fazer em cada ciclo de clock é outra história.
Quando o processador troca de contexto
(ou seja, alterna de um processo para outro), ela salva o status da tarefa
finalizada para poder retomá-la mais adiante, quando ela voltará a ser
executada como jamais tivesse sido interrompida. Time slice (fatia de
tempo) é o nome que se dá à fração de segundo que a CPU dedica a cada
processo antes de mudar de contexto, e a decisão sobre qual tarefa será
executada em seguida se chama scheduling (ou escalonamento). Existem
escalonadores por cooperação, preemptivos, etc., mas isso é uma discussão que vai ficar para uma próxima oportunidade.
Abraços e até a próxima.
Abraços e até a próxima.
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