Apenas nove partidos cumpriram ambas as exigências (atingir
2% dos votos válidos em todo o território nacional e obter 2% dos votos válidos
em, pelo menos, 14 unidades da Federação): PSDB,
PDMB, PSB, PT, PDT, PP, DEM e PR. Outros quatro conseguiram superar
apenas o percentual dos votos válidos em todo o país, mas não tiveram
desempenho suficiente em 14 unidades da Federação. E o padrão se repetiu nos 92
municípios brasileiros com mais de 200 mil habitantes: ao todo, contando as
capitais, 12 das 21 legendas que venceram o pleito não atingiram os 2% dos
votos válidos no país e nas unidades da Federação.
Aqui entre nós, 35 partidos inscritos no TSE é uma piada. E dezenas de outras
“agremiações” estão na fila, buscando garantir um lugar ao sol e um trocado no
bolso. E a despeito de toda essa diversidade, os eleitores se veem obrigados a
escolher os candidatos “menos piores” (até porque, salvo raríssimas e honrosas
exceções, a qualidade dos nossos políticos fica abaixo da crítica), razão pela
qual é imperativo e urgente fazer uma faxina em regra e colocar ordem nesse
galinheiro.
A criatividade dessa corja de desqualificados parece não ter
limites quando se trata de favorecer seus próprios interesses. Ontem mesmo eu
ouvi pela CBN que 8 vereadores
eleitos em certo município (infelizmente, não anotei o nome e já não me lembro
mais qual era a tal cidade) já se articularam para ocupar cargos de staff no
alto escalão da prefeitura, e assim embolsar uma remuneração superior ao
salário de edil. Com isso, os respectivos suplentes ― que não disputaram
diretamente as eleições ― assumem as cadeiras dos titulares, e todo mundo fica
feliz (menos os munícipes, naturalmente, não só porque foram feitos de palhaço,
mas principalmente porque é o suado dinheiro dos impostos que banca essa pouca
vergonha. Pergunto a esses nobres vereadores: como ficam o compromisso com a
cidade e a responsabilidade perante os eleitores que acreditaram em suas quiméricas
promessas de campanha?
Mesmo não seja ilegal, essa maracutaia é, no mínimo, imoral.
O lado bom da história ― por assim dizer ― é que isso revela (ou reafirma,
melhor dizendo) os verdadeiros interesses dessa corja de mamadores das tetas do
Estado. Mas se metade dos eleitores lhes der a devida resposta nas próximas
eleições, nem tudo estará perdido.
Seja como for, é fundamental e urgente rever a legislação
eleitoral e limitar o número de partidos (para meia dúzia, e olhe lá). O
problema é que são as raposas que tomam conta desse galinheiro.
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