DEUS ESTÁ NAS
COINCIDÊNCIAS.
Não é de hoje que os diligentes telefoninhos portáteis fazem parte inarredável dos apetrechos que levamos conosco a toda parte, e como sua utilidade cresceu exponencialmente depois que eles se tornaram “inteligentes” ― e passaram a atender pelo nome de “smartphones” ―, a baixa autonomia da bateria se tornou uma fonte de aborrecimentos.
Com efeito,
se você realmente utiliza seu smartphone como um computador em miniatura ―
coisa que esses brinquedinhos realmente passaram a ser de uns tempos a esta
parte ―, provavelmente já ficou sem bateria no meio do dia, mesmo que tenha
deixado o aparelho na carga durante toda a noite anterior.
Claro que tomadas
são encontradas em qualquer parte ― em casa, na escola, no escritório, na sala
de espera do dentista, e por aí afora ―, sem mencionar que basta você dispor de
um carregador portátil e conectá-lo à saída 12v ― presente na esmagadora
maioria dos veículos de fabricação recente ― para recarregar seu telefone
enquanto se desloca de casa para o trabalho, por exemplo. Mesmo que o tempo de
recarga seja bem maior (da mesma forma que quando se carrega o celular a partir
de uma portinha USB do computador), a alternativa se revela extremamente
útil em determinadas situações, como quando você está preso no trânsito e fica sem bateria na hora em que precisa fazer uma chamada urgente.
Mas a
solução que promete facilitar ainda mais a nossa vida vem sendo desenvolvida
por algumas empresas, dentre as quais a ENERGOUS. Trata-se de uma tecnologia
mediante a qual a recarga (inclusive simultânea) de celulares, tablets e
relógios inteligentes poderá ser feita à distância e totalmente sem fio, ou
seja, dispensando tomadas e os tradicionais carregadores.
O truque
consiste no uso de um transmissor capaz de enviar energia por ondas de rádio, e
assim para recarregar os aparelhos a uma distância de até 1,5m. Claro que ainda
há muitas dificuldades a vencer, sendo uma delas o fato de a transferência de
carga diminuir à media em que a distância entre o transmissor e o receptor
aumenta ― até cerca de 1 metro, a eficiência é total; a partir daí, quanto
maior a distância, menor a potência e, consequentemente, maior o tempo que a
bateria leva para ser recarregada. Isso sem mencionar que a Comissão de Comunicação Federal, que
regula a indústria sem fio nos EUA, ainda precisa decidir se os carregadores
sem fio de longa distância são ou não seguros.
Vale
salientar que diversas alternativas “intermediárias” já foram, estão sendo e
continuarão a ser lançada no mercado até que os carregadores “wireless de
verdade” se tonem comercialmente viáveis. A partir do princípio da indução
eletromagnética, foram desenvolvidas bases de carregamento que criam um campo
eletromagnético quando a corrente elétrica passa pelos rolos de arame
estrategicamente posicionados em seu interior. Um bom exemplo dessa tecnologia
é o Qi, desenvolvido pela Wireless Power Consortium, que se
popularizou pelo fato de a Nokia
tê-lo utilizado no seu primeiro Windows
Phone.
A
transmissão de energia por indução alcança de 60% a 70% de eficiência em
relação ao carregamento feito via cabo, e sua maior vantagem é a
compatibilidade com diferentes dispositivos, já que você não precisa se
preocupar com diferentes plugues e cabos. Todavia, o telefone precisa ficar em
cima da base, que por sua vez precisa estar ligada a uma tomada da rede
elétrica.
Observação: Pesquisando no Mercado
Livre, é possível encontrar dezenas de carregadores “sem fio” por
preços que partem de R$ 20 (dê uma
olhada e depois veja quanto custaria substituir o carregador original do seu
aparelho, no caso de ele vir a apresentar defeito.
Seja como
for, as ações da Energous subiram
136% neste ano, a despeito de o produto final ainda não ter chegado às lojas.
Isso demonstra claramente que a eliminação de fios e cabos caminha a passos de
gigante, e que, em cerca de 5 anos, ela nos será tão familiar quanto a própria
telefonia móvel celular.
Quem viver
verá.
MAIS UMA VEZ, A MULHER SAPIENS PERDE A CHANCE DE FICAR CALADA
MAIS UMA VEZ, A MULHER SAPIENS PERDE A CHANCE DE FICAR CALADA
No melhor momento da entrevista concedida a Mehdi Hasan, da TV Al-Jazeera, Dilma, a
impichada, foi confrontada com a obviedade que está há alguns anos na ponta da
língua dos jornalistas independentes. Como a gente vem repetindo desde os
estrondos da Operação Lava-Jato, ou a mulher sapiens agiu como comparsa ou o
Brasil foi governado durante cinco anos por uma inepta sem cura. Não existe
terceira opção (para assistir ao vídeo, clique aqui).
Dilma passou mais
de cinco anos driblando jornalistas de verdade alegando “problemas na agenda”
que nunca apareciam quando a entrevista era solicitada por blogueiros
estilizados, colunistas sabujos, humoristas a favor e repórteres que se
impressionavam até com a leitora voraz que esquecia o título e o autor da obra
que jurava ter acabado de ler na véspera. Talvez por imaginar que a Al-Jazeera é uma TV palestina (e,
portanto, amiga), a governante aposentada pelo povo protagonizou o desastre
parcialmente exposto na gravação.
― Você não nega que existiu um escândalo de três bilhões de
dólares na Petrobras, que havia corrupção em massa envolvendo a Petrobras, você,
claramente, não nega isso ― parte para o ataque o jornalista.
― No ― balbucia a carranca levada às cordas pela frase seguinte:
― E você nega que integrantes do PT, incluindo o
tesoureiro, seu marqueteiro e seu chefe de gabinete, estiveram envolvidos
nisso?
Dilma capricha na pose de quem prepara um pito daqueles que
aterrorizavam Guido Mantega e ergue
a voz:
― Enquanto não ‘julgares’, enquanto não julgarem, eu
não vou julgar. Não é meu papel aqui julgar ninguém, porque eu não vou dizer e
não vou…”
― Mesmo pessoas que foram presas e julgadas, como o
tesoureiro do PT? ― pergunta Hasan.
― Eu não vou dizer…
― Você não vai comentar?
― Não, eu não…
― Você não tem vergonha do afundamento do PT?
― Não é essa a questão!
― Você não nega que existiu um escândalo na Petrobras.
― Não nego.
― Alguns dizem que, dado o cargo que a você ocupou por um
longo período e, depois, como presidente…
— Que eu devia saber?
Foi a deixa para a consumação do nocaute impiedoso: “Alguns dizem que ou você sabia o que estava
acontecendo, o que a tornaria cúmplice, ou não sabia de nada, o que te faria
uma incompetente”, constatou o repórter, que em seguida quis saber “qual
das duas versões era a correta”. Perfeito.
Permanecem desconhecidos os efeitos da pancadaria sobre o
neurônio solitário. Dependendo dos danos, nem Dilma vai saber se foi cumplicidade, se foi incompetência ou se foi
a soma dos dois defeitos de fabricação.
Com Augusto Nunes/Veja.com
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