segunda-feira, 4 de setembro de 2017

CRONÓGRAFO COM PONTEIROS DESSINCRONIZADOS... (PARTE III)

EDUCAR UMA PESSOA APENAS NO INTELECTO, MAS NÃO NA MORAL, É CRIAR UMA AMEAÇA À SOCIEDADE.

Escolher o relógio “ideal” nem sempre é uma tarefa fácil, até porque a pluralidade de opções dificulta a escolha do que quer que seja. No entanto, algumas barreiras naturais estreitam a gama de ofertas, a começar pelo preço, que vai de algumas dezenas e reais a milhões de dólares.

Os modelos mais baratos, daqueles comercializados por ambulantes e em lojinhas de quinquilharias, não merecem sequer menção, mas belezuras como o Patek-Philippe que eu mencionei no capítulo anterior são para uma seleta confraria, já que investir R$ 8 milhões em um relógio não é para qualquer um. A boa notícia é que a virtude raramente fica nos extremos, e, para a felicidade dos aficionados por relógios, não faltam opções interessantes com preços entre R$ 500 e R$ 2 mil.

Se você tenciona gastar R$ 1 mil, por exemplo, dificilmente desfilará com um modelo da Rolex, Omega ou Tissot. Mas poderá escolher entre centenas de opções de marcas como Bulova, Timex, Swatch, Casio, Magnum, Orient, Seiko, Technos, ou mesmo de grifes como Fossil, Adidas, Tommy Hilfiger, Calvin Klein, Michael Kors etc.

Depois de estabelecer o investimento, defina o estilo (casual, clássico ou esportivo). Se puder, fique com um modelo para cada ocasião ― aliás, se você pegar gosto pela coisa, seus relógios se multiplicarão feito coelhos. Na impossibilidade, procure um modelo versátil, que combine com sua beca de trabalho sem fazer feio na balada, na praia ou na piscina.

Relógios “esportivos” são de aço inoxidável ou titânio (*), e podem trazer pulseiras de nylon, borracha ou silicone (cuja durabilidade é menor que a do aço). Já nos modelos “sociais”, a pulseira é de couro e deve ser de boa qualidade (e prepare o bolso, pois pulseiras de couro duram bem menos que as de metal e boas peças de reposição não custam barato). A propósito: nos relógios clássicos banhados a ouro, o plaquê deve ter entre 10µ e 20µ (menos que 5µ é para bijuteria sem-vergonha).

Observação: O titânio é cinco vezes mais resistente e 60% mais leve que o aço, além de ser igualmente inoxidável, antialérgico. Devido à baixa condutividade térmica, ele não produz aquela sensação gelada em contato com a pele, mas sua cor é acinzentada e os riscos ficam bastante aparentes.

Continuamos na próxima, pessoal. Até lá.


SERÁ O FIM DA LAVA-JATO?

Muito se vem trombeteando o fim da Operação Lava-Jato, mas, como sabemos, nem tudo é o que parece ser. Notadamente no Brasil, onde até o passado costuma ser imprevisível.

A despeito de os dois principais protagonistas da Lava-Jato virem comentado o suposto fim da maior operação anticorrupção já realizada no país, é improvável que ela se encerre este ano, e muito menos em outubro.

Segundo Merval Pereira, mesmo que Moro tenha dito isso ― como registrou Sonia Racy em sua coluna do Estadão ―, o comentário reflete mais o cansaço do magistrado do que uma possibilidade real. A acusação de que seu amigo Carlos Zucolotto Jr., advogado e ex-sócio de sua mulher, ofereceu facilidades a um réu da Lava-Jato deixou-o revoltado com o que ele considerou uma tentativa de usar um amigo pessoal para atacá-lo e à Operação.

O ministro Luis Fux disse que há uma ação orquestrada no Legislativo para frear a Lava-Jato, e criticou a tentativa de reverter a decisão [do Supremo] de permitir a prisão de condenados na segunda instância da Justiça, que vem sendo capitaneada por sua alteza real o ministro boca-de-caçapa.

Essas ações seriam parte da ofensiva para travar ou inviabilizar a Lava-Jato. Por outro lado, boa parte dos trabalhos em Curitiba foi concluída e já está no STF ― no caso de os envolvidos terem foro privilegiado ― ou espalhada por outros foros ― quando os processos não têm relação com o Petrolão. Mas ainda há investigações relevantes sendo feitas na capital paranaense, onde centenas de pessoas estão sob investigação e novas linhas de trabalho não param de surgir.

ObservaçãoA 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba é especializada em crimes financeiros e de lavagem de dinheiro, e as primeiras investigações remetiam à lavagem de dinheiro praticada pelo doleiro Alberto Youssef em Londrina, no Paraná. Além disso, a atuação do doleiro era objeto de inquéritos e processos suspensos em razão de colaboração que ele vinha prestando em Curitiba, naquela Vara. Com o desdobramento das investigações, descobriram-se centenas de crimes praticados no Paraná, São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Pernambuco, mas, de início, os mais graves haviam ocorrido no Paraná.

Mesmo admitindo que parte das investigações tenha sido transferida para outros juízos, especialmente no Rio, Brasília e São Paulo, só os desmembramentos da delação premiada da Odebrecht geraram cerca de 50 investigações em Curitiba. E Janot deixou bem claro que o “fim” da Lava-Jato não significa o fim do combate à corrupção.

Por outro lado, ainda que a Lava-Jato tenha sido renovada por mais um ano, os problemas financeiros vêm prejudicando as investigações, especialmente pela redução de quadros da Polícia Federal envolvidos na Operação em Curitiba. Mesmo assim, segundo a força-tarefa, as investigações em outros Estados ganharam corpo. Resta saber como atuará Raquel Dodge à frente da PGR ― ela assumirá o posto de Janot no próximo dia 18.

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