HÁ TRÊS COISAS NA VIDA QUE NÃO VOLTAM
JAMAIS: A FLECHA LANÇADA, A PALAVRA DITA E A OPORTUNIDADE PERDIDA.
Diferentemente dos relógios fabricados até os anos 60/70, os
modelos atuais são, em sua maioria, resistentes à água (water resist).
Isso significa que você pode lavar as mãos ou tomar uma chuva moderada sem
danificá-los, mas para tomar banho ou lavar o carro com um deles no pulso, só
mesmo se ele for à prova d'água (water proof).
Essa informação vem gravada no fundo da caixa (tampa) e, em
alguns modelos, também no mostrador. Por uma questão de marketing, no entanto,
os fabricantes “carregam nas tintas” e identificam relógios que suportam apenas
respingos de água como WR 30m (ou 100ft, ou 3atm), sugerindo
que o usuário não só possa entrar com eles na piscina ou no mar como também
mergulhar a profundidades de até 30 metros ― o que só seria seguro com modelos
identificados como WR 50M (ou 165ft,
ou 5 atm).
Observação: Na água, a pressão aumenta à razão de uma atmosfera a cada 10 metros de profundidade; quanto maior a pressão, maior o risco de o líquido penetrar pela junção do vidro com a caixa, pelo retentor da tige (“eixo” da coroa) ou pela tampa traseira do relógio. Veja mais detalhes sobre estanqueidade na tabela que ilustra esta postagem.
A rigor, para praticar esportes aquáticos (nadar ou mergulhar sem tanque de ar), convém investir num modelo WR 100m (ou 300ft, ou 10atm), de preferência com coroa rosqueada. Claro que não há problema em tomar banho de chuveiro ou banheira com um relógio desses no pulso, mas convém evitar mergulhá-lo em água muito quente. Sauna, então, nem pensar, pois a diferença de temperatura entre o ambiente e o ar no interior da caixa resulta em condensação (formação de gotículas) e pode danificar o mecanismo, especialmente nos modelos à quartzo, que são alimentados por bateria.
Note que nem os relógios indicados para mergulho estão
livres dos efeitos da água salgada. O oxigênio presente nas moléculas de água
propicia a oxidação do metal, e o sal acelera ainda mais esse
processo. Mesmo que a caixa seja de aço, ouro, titânio, os fechos e pinos da
pulseira não são inoxidáveis, e, portanto, estão sujeitos à corrosão.
Continuamos no próximo capítulo.
Temer diz não
estar preocupado com a nova denúncia que Janot
deve apresentar dentro de mais alguns dias e que virá robustecida com novas
informações de Joesley Batista e do
operador do PMDB na Câmara, Lucio Funaro.
Diz estar seguro de que a acusação será inepta e que sua preocupação é “levar o
Brasil adiante”, pautando e aprovando a reforma da previdência, à semelhança do
que já ocorreu com a PEC dos gastos e a reforma trabalhista. Mas isso é
conversa fiada, como comprova a antecipação de seu retorno da China, a despeito
da justificativa oficial, que é acompanhar a votação da meta fiscal. Ademais, o
Planalto está longe de contar com o apoio parlamentar necessário à aprovação de
propostas de emenda constitucional, que exigem o mínimo de 308 votos.
Se Temer não
estivesse preocupado com a denúncia, por que sua defesa teria pedido a
suspensão da acusação até que o STF
julgue a suspeição de Rodrigo Janot
para atuar em casos contra ele? Aliás, voltado
a pedir, porque o pedido havia sido feito originalmente no mês passado, mas
Fachin o rejeitou monocraticamente,
e ele foi reapresentado na última sexta-feira, juntamente com um agravo
regimental que postula a suspensão da denúncia que ainda nem chegou.
Para barrar a denúncia anterior, o presidente moveu mundos e
fundos (principalmente fundos), mas conseguiu sensibilizar apenas 263 dos 513
deputados. Agora o buraco é mais embaixo; primeiro, porque novos fatos ― como a
confirmação de Funaro ter recebido dinheiro para ficar calado e que o Temer não
só tinha conhecimento do esquema, mas também o apoiava ― tornaram a segunda
acusação ainda mais robusta que a anterior.
O circo já está sendo montado: enquanto o Planalto chama Joesley Batista de “grampeador-geral da República”, o
empresário chama Temer de “ladrão geral da República”, diz que ele
é uma vergonha para os brasileiros, que a colaboração premiada é um direito que
o presidente tem por dever respeitar, e que atacar os colaboradores só
evidencia sua incapacidade de se defender dos crimes de que é acusado. Já o
advogado Antonio Cláudio Mariz de
Oliveira, encarregado da defesa do presidente, diz que Joesley não merece resposta em face de
seu comportamento absolutamente reprovável, e que a resposta foi dada pela
Câmara com a rejeição da primeira denúncia. Sob a justificativa de que a
“segunda delação de Funaro apresenta
inconsistências e incoerências próprias de sua trajetória de crimes”, o causídico
afirma que seu cliente se reserva o direito de não tratar de “ficções e
invenções" de quem quer que seja.
De acordo com O
Estado, a delação do operador do PMDB da Câmara ― ou de Temer, como
preferem alguns ― não atinge não apenas o Planalto, mas também diversas figuras
de expressão no PMDB. Segundo Merval
Pereira, a segunda denúncia não só será mais robusta como também deverá
corroborar a anterior. Mas o que importa mesmo nessa pantomima é se o governo terá
condições de comprar os proxenetas da Câmara com verbas, cargos, etc., já que
não honrou tudo que prometeu da primeira vez, e agora não há dinheiro para
prometer mais nada.
O fato é que, se o processo for adiante, não será pela
gravidade da denúncia, mas porque o Temer
não tem mais o que oferecer aos deputados mercenários em troca de seu apoio. Diante
desse cenário estapafúrdio, não surpreende que, a pouco mais de um ano das próximas
eleições, a onda de rejeição a políticos e autoridades públicas, até
recentemente limitada ao Executivo e
ao Legislativo, tenha se estendido
também ao Judiciário e Ministério Público. Pesquisa Ipsos mostra que, nos últimos meses,
houve um aumento significativo na desaprovação popular a ministros do Supremo e
até ao juiz Sérgio Moro ― que ainda
é majoritariamente aprovado pela sociedade, mas cuja taxa de rejeição atingiu o
nível mais alto em dois anos.
Essa é, lamentavelmente, a nossa realidade política.