Sob a presidência de Cármen
Lúcia, o Supremo Tribunal Federal parece trilhar um caminho novo e
perigoso. Muito já se ouvir falar da judicialização da política. Pois Cármen Lúcia promove a politização da
Justiça. Desde a semana passada, quando a 1ª Turma do Supremo suspendeu o
mandato de Aécio Neves e proibiu o tucano de sair de casa à noite, a ministra
atua mais como articuladora política do que como magistrada.
Não é a primeira vez que isso ocorre. Cármen Lúcia já havia trocado a toga pela articulação política no
final do ano passado, quando se mobilizou para evitar o afastamento do réu Renan Calheiros da Presidência do
Senado. Agora, a presidente do Supremo parece buscar uma porta de emergência
pela qual o denunciado Aécio Neves
possa escapar da fornalha da Primeira Turma do tribunal.
A situação é simples. Uma turma do Supremo impôs sanções
cautelares a um senador que recebeu R$ 2 milhões de um corruptor. Fez isso com
base na lei. O Senado se rebelou. Decisão do Supremo se cumpre, deveria ter
dito Cármen Lúcia. Os insatisfeitos,
que recorram ao próprio Supremo. Mas a ministra preferiu reunir-se com
parlamentares e desengavetar uma ação de ex-aliados de Eduardo Cunha, que pode ser útil para Aécio. Com isso, transformou o Supremo num puxadinho do Senado.
Fica-se com a sensação de que a democracia brasileira é feita de três Poderes:
o Executivo, o Judiciário, e os aécios, intocáveis do Legislativo.
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