O PATRIOTISMO É O ÚLTIMO REFÚGIO DOS
CALHORDAS.
Dizia eu, no finalzinho do capítulo anterior, que o Windows dispõe de uma ferramenta para arrumar a bagunça que ele próprio cria. Trata-se do Defrag.exe (desfragmentador de disco),
que, no Ten, fica sob o título Ferramentas administrativas do menu Iniciar.
A fragmentação dos dados tende a ocorrer conforme o espaço no disco vai
sendo preenchido por novos arquivos, já que o Windows procura gravá-los nos clusters vagos que encontra a
partir do início das trilhas. Todavia, nem sempre as lacunas abertas com a
remoção de um arquivo são suficientes para abrigar outro arquivo, dependendo
do tamanho de cada um, e assim uma parte dos dados é gravada nesse espaço livre e o restante, distribuído pelos clusters vagos subsequentes, trilha adiante. O problema é que, conforme esse processo se repete ―
milhares, milhões de vezes ―, os arquivo ficam segmentados a tal ponto que
recuperá-los é como montar um imenso quebra-cabeça. E quanto mais espalhados os
dados estiverem, mais tempo o sistema levará para juntá-los e remontar os arquivos em questão, o que acaba degradando o desempenho do computador como um
todo.
Vale frisar que a fragmentação foi minimizada com a adoção
do NTFS. Isso porque, com esse sistema, sempre que a gravação de
um determinado arquivo é solicitada o Windows
procura o primeiro espaço vago capaz de
abrigá-lo integralmente, desconsiderando os clusters livres que porventura
existam no início do disco. Não só, mas também por isso, a formatação do drive em NTFS é recomendada nas versões mais recentes do Windows. Só para citar algumas de suas vantagens mais notórias em relação à FAT32, esse sistema se recupera automaticamente de alguns erros de disco, oferece suporte
para HDDs de grandes capacidades e aprimora a segurança com o uso de permissões e criptografia.
Vejamos isso melhor.
Não é possível utilizar um disco rígido ou qualquer outro dispositivo sem antes proceder à formatação lógica, quando é criada a estrutura que permite ao Windows gravar e ler os dados armazenados na mídia, editá-los, copiá-los, renomeá-los e até mesmo apaga-los. Em suma: sem um sistema de arquivos, os dados seriam apenas um monstruoso conjunto de bits sem utilidade. FAT 16 e FAT 32 são sistemas de arquivos (file systems) usados por padrão nas encarnações do Windows anteriores à XP. A FAT ― sigla de File Allocation Table (tabela de
alocação de arquivos) ― era padrão no MS-DOS
e no Windows 9x/ME, e consiste numa espécie de tabela que indica onde estão os dados de cada
arquivo (como vimos, espaço destinado ao armazenamento é dividido em
clusters, e cada arquivo gravado pode ocupar vários clusters, mas não
necessariamente sequenciais). Com o advento de drives mais
sofisticados e de maior capacidade, a FAT 16 foi promovida a FAT 32 e se tornou padrão
para os sistemas operacionais da Microsoft
por anos a fio.
Por uma questão de espaço, o resto fica para depois do feriadão.
Até lá.