terça-feira, 6 de março de 2018

VÍRUS OU MALWARE? (Parte 4)


CHI TROPPO VUOLE, NULLA STRINGE.

Continuando de onde paramos no post anterior:

No léxico da informática, arquivo (ou ficheiro, como se diz em Portugal) designa um conjunto de informações representado por um ícone e identificado por um nome, um ponto (.) e uma extensão formada geralmente por três ou quatro caracteres alfanuméricos. Podemos rebatizar a maioria dos arquivos como bem entendermos, mas desde que mantenhamos a extensão, pois é com base nela que o sistema “sabe” quais aplicativos usar para manipular os ditos-cujos.

Os arquivos com extensão “.exe” são conhecidos como executáveis,  que costumam ser usados na instalação ou execução de softwares ou para juntar pequenos scripts ou macros em um só pacote ― daí eles poderem facilmente instalar vírusspywarestrojans ou outros malwares quaisquer.

Para evitar alterações indevidas da extensão durante a renomeação de arquivos, o Windows não exibe (na configuração padrão) os sufixos mais comuns. Mas isso pode induzir o usuário a erro ― como vimos na segunda parte desta sequência, um arquivo que exibe o nome Foto1.jpg, por exemplo, pode na verdade ser Foto1.jpg.exe, isto é, um executável disfarçado. E é aí que mora o perigo. 

Obervação: Para reverter essa configuração, abra a pasta Computador, clique em Arquivo > Opções > Modo de Exibição; no campo Configurações avançadas, localize e desmarque a opção “Ocultar as extensões dos tipos de arquivos conhecidos”.

O Brain, criado em 1986 por dois irmãos paquistaneses, é considerado o primeiro vírus eletrônico. Ele se espalhava através de disquetes e danificava o setor de boot (trilha zero) do disco rígido, impedindo a reinicialização do sistema. Em 1988, o indonésio Denny Yanuar Ramdhani desenvolveu uma ferramenta capaz de neutralizar essa praga e imunizar computadores contra vírus de boot. Surgia então o primeiro antivírus.

Ainda em 1988, a IMB lançou o primeiro “antivírus comercial”, sendo logo seguida por empresas como McAfeeSymantec e outras, todas de olho no filão que esse segmento de mercado viria a representar ― no início de 1989, apenas 9% das empresas americanas usavam ferramentas antivírus; no final daquele ano, o percentual já era de 63% (saiba mais sobre vírus e antivírus revendo a sequência “Antivírus, a história”, que eu publiquei em 2009; para acessar a primeira postagem da trilogia, clique aqui).

Os malwares agem em nível de software, ou seja, não danificam fisicamente o computador. A única exceção conhecida (pelo menos que eu saiba) é o CHERNOBYL, lançado em 1998, que sobrescrevia os dados do BIOS. Ele foi batizado assim por ter sido ativado no dia 26 de abril daquele ano ― data em que ocorreu o catastrófico acidente na usina nuclear homônima ―, mas também era conhecido como CIH (iniciais do nome do seu criador) e Spacefiller (devido a sua técnica de infecção).

Continua na próxima postagem.

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