segunda-feira, 23 de julho de 2018

EM 20 MINUTOS TUDO PODE MUDAR



Vivemos num país onde o presidente mais impopular da história é refém de um Congresso comandado por corruptos, onde um extremista de direita e admirador confesso da ditadura militar tem chances reais de ser o próximo mandatário, e onde um criminoso populista e parlapatão, que cumpre pena por corrupção, limpa o rabo com a Lei da Ficha-Limpa e, qual egun mal despachado, continua assombrando os cidadãos de bem com sua estapafúrdia “pré-candidatura”. Enquanto isso, na nossa Suprema Corte — último bastião desta republiqueta de bananas —, ministros promovem bate-bocas e cenas de quase pugilato diante das câmeras de TV. É mole?

Observação: Vale lembrar que os resultados das pesquisas eleitorais, além de variarem conforme as convicções político-ideológico-partidárias de cada instituto, representam um “instantâneo” do momento em que os dados são coletados. Demais disso, as respostas dependem em grande medida da maneira como as perguntas são feitas, e um público-alvo de 2 mil entrevistados não reflete necessariamente a opinião dos quase 150 milhões de eleitores.

Com o chefe do Executivo denunciado no exercício do cargo e o Legislativo tomado pela metástase da corrupção, o Judiciário tornou-se nossa única esperança, sobretudo depois que a Lava-Jato trouxe a lume as entranhas pútridas da corrupção na política. Infelizmente, entre os 11 ministros do STF estão o "balanga-beiçoGilmar, padroeiro dos encarcerados, o iluminado Toffoli, que foi reprovado em dois concursos para juiz, mas, a menos que o imprevisto tenha voto na assembleia dos acontecimentos, deve presidir o Tribunal pelos próximos dois anos, e o prepotente Lewandowski, que dispensa apresentações. Sem mencionar o pendular Celso de Mello, a indecisa Rosa Weber, o exasperante Marco Aurélio, e por aí segue essa desalentadora procissão.

Não se aplica ao Brasil a máxima segundo a qual o jornalismo funciona em ciclos de 24 horas. Aqui, como diz o pessoal da Band News FM, “em 20 minutos tudo pode mudar”, e quem escreve sobre política acaba atropelado pelos fatos, ou por outra, quem acompanha o desenrolar dos acontecimentos pelo rádio, pela TV e pelos grandes portais sabe mais que articulista — que, em vão, se esforça para colocar seus leitores a par das novidades. O intervalo de algumas horas entre a elaboração dos meus posts e sua efetiva publicação, nos primeiros minutos da madrugada seguinte, não deveria fazer grande diferença, mas faz. E como faz.

No Brasil de hoje, onde nada é impossível, as horas são fatias da eternidade.

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