sexta-feira, 3 de agosto de 2018

CIRO GOMES SABATINADO NA GLOBO NEWS




 Desde a última segunda-feira que a Globo News vem sabatinando os pré-candidatos e candidatos à Presidência que mais pontuaram nas pesquisas eleitorais. O programa se chama CENTRAL DAS ELEIÇÕES 2018, vai ao ar às 22h30 e conta com a participação de jornalistas e comentaristas como Miriam Leitão, Valdo Cruz, Merval Pereira, Andréia Sadi, Fernando Gabeira, Gerson Camarotti, Mario Sergio Conti, Cristiana Lobo e Roberto D'Ávila. Entre segunda e quarta foram entrevistados Álvaro Dias, Marina Silva e Ciro Gomes; Alckmin, que deveria participar na noite desta quinta-feira, trocou a data com Jair Bolsonaro, que, segundo o próprio, não teria conseguido reagendar um compromisso.

Não sou fã incondicional da Globo, mas nem por isso demonizo a emissora — ao contrário de muitos, sobretudo a patuleia ignorante. No entanto, acho que programas de entrevistas e debates permitem avaliar melhor as propostas e opiniões dos candidatos do que o horário político obrigatório, um troço incomodativo e sem sentido, mas que os políticos disputam com unhas e dentes e custa caro para os contribuintes. Para quem não sabe, essas inserções na programação do rádio e da TV, nos anos eleitorais, é gratuita para os candidatos, mas deveria ser bancada pelas emissoras, já que o direito de transmissão tem caráter de serviço público e é explorado mediante concessões. O correto, a meu ver, seria elas assumirem esse compromisso no momento em que recebessem as concessões, em vez de ser ressarcidas via compensação fiscal — para se ter uma ideia, em 2010 a “propaganda gratuita” custou R$ 850 milhões aos cofres públicos. Por essas e outras, tenha em mente que, quando o programa que você estiver ouvindo pelo rádio ou vendo pela TV for interrompido pelo blábláblá dos candidatos, é você quem está pagando a conta.

Depois de flertar com o Centrão, que acabou apoiando o candidato tucano, Ciro Gomes apostava numa coligação com o PSB, que fechou um acordo de apoio mútuo com o PT. Na entrevista, ele falou sobre o isolamento de sua candidatura, comentou sobre a política econômica que pretende implantar para resolver os problemas do Brasil de uma vez por todas em no máximo dois anos, que inclui o controle do Executivo sobre o Banco Central). Também lamentou que Lula e o PT terem trabalhado para inviabilizar sua aliança com o PSB: “Quando eu entrei nessa luta eu sabia bastante bem que eu era um cabra marcado para morrer. Trabalham juntos para me isolar o PMDB do Michel Temer, o PSDB do Geraldo Alckmin e o PT do Lula. Devo ter alguma coisa bem interessante para mostrar ao povo”.

Homem inteligente e político experiente, mas com discurso mais afinado com a parcela pensante da esquerda — o que exclui a militância petista —, Ciro já tentou sensibilizar os órfãos de Lula dizendo que sua vitória seria a única chance de o petralha sair da cadeia, já que ele considera sua condenação injusta e, se eleito, colocará juízes e membros do ministério público de volta em “suas caixinhas”. 

Em outro momento da entrevista, não hesitou em chamar Temer, Cunha, Moreira Franco e Padilha de ladrões, o que denota uma visão seletiva da corrupção que tomou conta da política tupiniquim. Questionado sobre o que disse a propósito da prisão de Lula, o cearense de Pindamonhangaba (SP) respondeu que o país vive uma “anarquia institucional”, “um estado de baderna”. Chegou mesmo a afirmar que, ao falar na tal “caixinha”, quis dizer devolver as instituições às funções previstas na Constituição.

Mais adiante, Ciro criticou a estratégia do PT de insistir na candidatura de Lula: “Se o Lula não é candidato como o senso comum acha, é arriscado ou não é arriscado trazer o país para dançar à beira do abismo? E aí a disputa é comigo. Eles não estão pensando no país, essa burocracia do PT. Eles não querem que eu seja quem vai liderar mudança no pensamento progressista brasileiro”, completou.

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