segunda-feira, 6 de agosto de 2018

FAKE NEWS E OUTRAS COISAS QUE VOCÊ DEVE EVITAR

COLLOR NÃO É CORRUPTO, PABLO ESCOBAR NÃO É BANDIDO, MADURO É DEMOCRATA, LULA É A ALMA VIVA MAIS HONESTA DA GALÁXIA E O BRASIL É UM PAÍS SÉRIO.

Num cenário tumultuado pela polarização político-partidária, as fake news são um prato cheio, não só para os políticos de má-fé e suas espúrias assessorias, mas também para os malfeitores digitais. Então, a recomendação é redobrar os cuidados com anexos e links que você receber por email e/ou através de redes sociais e mensagens de WhatsApp — o Google e o Facebook estão trabalhando para aprimorar seus sistemas de inteligência artificial, mas identificar e remover as fake news, que já é trabalhoso para seres humanos, torna-se uma missão hercúlea para um algoritmo que ainda está aprendendo a separar o joio do trigo.

Evite repassar mensagens de cunho político, mesmo as que expressam sua opinião ou se alinham com seu posicionamento político-partidário. Deixe o trabalho sujo para os candidatos e seus marqueteiros, já que o Congresso aprovou uma verba astronômica (retirada do suado dinheiro dos impostos) para patrocinar as campanhas (deixar essas decisões por conta do Legislativo é o mesmo que dar a Herodes a chave do berçário, mas enfim...).  

Sempre que você ficar em dúvida quanto à veracidade de uma notícia, investigue se a informação foi publicada também nos grandes portais, como G1, UOL, Terra e afins. O blog Me Engana que Eu Posto, hospedado no site de Veja, também pode ajudá-lo nesse mister, a exemplo da página Agência Lupa, hospedada no site da Folha, e do site Fake ou News.

A propósito — e isto não é fake news —, o PT foi o único grande partido a não assinar o acordo elaborado pelo TSE contra a disseminação de fake news. O documento foi firmado há um mês e meio e as legendas aderiram ao termo aos poucos (entre os nanicos, ficaram de fora o PCO, o Pode, o PMB, o PSTU e o PTC). Ao jornal VALOR, a assessoria petista justificou que “espera o cumprimento da Constituição sem depender de termo de compromisso”. Me engana que eu gosto!

Erros ortográfico-gramaticais podem denunciar armadilhas digitais, mas são bastante comuns em emails, postagens em blogs, redes sociais e por aí afora. O corretor ortográfico de processadores de texto, clientes de email e navegadores de Internet pode ser uma mão na roda, ainda que costume produzir o efeito oposto ao desejado, por fazer correções inadequadas (falamos sobre isso na sequência de postagens iniciada por esta aqui), de modo que nada substitui uma revisão minuciosa do texto pelo próprio autor.

Alguns erros decorrem da pressa em responder uma mensagem, enviar um email ou publicar um texto na Web, mas em alguns casos o responsável é o chamado “vício de linguagem” (ou, em situações extremas, a mais pura e simples ignorância). A língua portuguesa é pródiga em armadilhas, e nem todo mundo é o Professor Pasquale, mas daí a dizer (ou, pior, escrever) para MIM fazer, AO par (de um fato ou assunto) ou entrega À domicílio, por exemplo, ninguém merece.

Outros bons exemplos de construções que “doem no ouvido” são os chamados pleonasmos viciosos, como entrar para dentro, subir para cima, etc. Muita gente também “escorrega” ao usar o verbo FAZER, que deve ficar no infinitivo quando expressa a ideia de tempo — como em FAZ cinco anos, FAZ dois séculos, FEZ 15 dias. Ou do verbo HAVER no sentido de EXISTIR — o certo é HOUVE muitos acidentes, DEVE HAVER outros casos iguais, e assim por diante. Falando no verbo HAVER, nunca diga HÁ dez anos ATRÁS — nesse contexto, tanto quanto ATRÁS indicam o tempo passado, de modo que o correto é HÁ DEZ ANOS ou DEZ ANOS ATRÁS, uma coisa ou outra.

Segue uma lista de palavras que muita gente fala (e escreve) errado. Confira:

"Asterístico" — A forma correta é asterisco (*).
"Bicabornato" — O correto é bicarbonato — sal derivado do ácido carbônico.
"Toráxico" — O certo é torácico — refere-se a alguma coisa relacionada ao tórax.
"Supérfulo" — O correto é supérfluo — refere-se a alguma coisa dispensável ou desnecessária.
"Beneficiente" — A forma correta é beneficente — termo que designa algo ou alguém que faz caridade e ajuda os necessitados.
"Previlégio" — O correto é privilégio — expressa uma vantagem ou direito concedido a apenas algumas pessoas.
"Losângulo" — A forma correta é losango — quadrilátero com dois ângulos agudos, dois obtusos e os lados iguais.
"Triologia" — O certo é trilogia — conjunto de três obras sequenciais que se complementam.
"Reinvindicar" — A palavra correta é reivindicar — indica o ato de exigir alguma coisa.
"Entertido" — O certo é entretido — refere-se ao estado de quem está compenetrado ou absorto em alguma coisa.
"Madastra" — A forma correta é madrasta — termo que designa o cônjuge de alguém que não é a mãe do filho ou da filha desse alguém.
"Milhonário" — A certo é milionário.
"Intrevista" — A forma correta é entrevista — remete ao diálogo ou encontro entre duas ou mais pessoas (os propósitos podem variar, mas a grafia não).
"Degladiar" — O certo é digladiar — expressa o ato de combater corpo a corpo com espada ou, por extensão, discutir ou brigar.
"Impecilho" — O correto é empecilho — no sentido de obstáculo ou impedimento.
Há ainda quem fale poblema ou pobrema em vez de problema; cabelelero em vez cabeleireiro; cocrante em vez de crocante; mindingo em vez de mendigo; imbigo em vez de umbigo; priguiça em vez de preguiça; pertubar em vez de perturbar; estrupo em vez de estupro, sombrancelha em vez de sobrancelha; mortandela em vez de mortadela; iorgute em vez de iogurte; cardaço em vez de cadarço; largato em vez de lagarto (tanto em relação ao animal quanto à carne); barguilha em vez de braguilha, e assim por diante.

Espero ter ajudado.

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