Muita gente já nem se lembra em quem votou para deputado e senador nas últimas eleições —
o que é compreensível: no mesmo sufrágio em que escolhemos o presidente da
República, votamos também para governador, senador, deputado federal e estadual,
um complicador que, combinado com grau de (des)informação do eleitorado,
explica a péssima qualidade de nosso Parlamento e a “perpetuação” do mandato de
seus membros
O Congresso Nacional
é formado por 513 deputados federais e 81 senadores. Caso não se reelejam, todos
os deputados e 52 senadores ficarão sem mandato no apagar das luzes de 2018 (dos
513 deputados, 407 tentarão novo mandato e 106 disputarão a eleição para outros
cargos; somente 31 não serão candidatos a nada nas próximas eleições).
Em tese,
as próximas eleições seriam uma oportunidade de ouro para varrermos os
fisiologistas e corruptos que se abancaram na Câmara e no Senado. Na prática,
mesmo com o descrédito da classe política e a tendência dos eleitores de votar
em quem não exerce mandato, estruturas partidárias engessadas,
falta de novas opções e o uso do poder parlamentar em interesse próprio dificultarão
a renovação.
Observação: Cada estado da federação conta com 3
senadores, que, como os deputados, são eleitos pelo sistema majoritário, mas
seu mandato é de 8 anos, e a renovação de forma parcial a cada quatro anos (1/3
do quadro é renovado numa eleição e os outros 2/3 na próxima, e assim
sucessivamente). Cada senador tem direito a dois suplentes, que irão
substituí-lo na ordem em que foram registrados, mas isso já é outra conversa).
Ainda que o Legislativo
abrigue mais de 200 investigados por crimes no STF, os 55
deputados federais e 17 dos 24 senadores eleitos em 2010 que são alvo
da Lava-Jato devem se reeleger sem
grandes dificuldades. Mas não é só. Nosso Congresso conta com pelo menos três “deputados
presidiários” — Paulo
Maluf, Celso Jacob e João Rodrigues, que até coordenam comissões durante o recesso —, um
ex-presidente da Câmara preso (Eduardo
Cunha) e um ex-candidato à presidência da República denunciado por
corrupção e obstrução de Justiça (Aécio
Neves, que estaria com medidas cautelares em vigor não fossem os
colegas senadores a salvar seu mandato). Pausa para você bater
no peito e gritar aos quatro ventos seu orgulho de ser brasileiro.
Observação: Falando no Aécio, o mineirinho safo tentará
se eleger deputado por Minas Gerais, e eu não duvido que ele
consiga. Ao que tudo indica, Dilma,
a imprestável das imprestáveis, é franco-favorita para ocupar uma cadeira no
Senado... Aliás, a candidatura dessa vigarista já foi alvo de pelo menos 3 impugnações. Mas isso já é outra conversa. Importa mesmo é dizer que com eleitores assim no segundo maior colégio eleitoral tupiniquim,
não é de espantar que nossa democracia não funcione e que esta país esteja na merda.
Continua no próximo post.
Visite
minhas comunidades na Rede .Link: