quarta-feira, 22 de agosto de 2018

O NAUSEABUNDO CENÁRIO POLÍTICO



Muita gente já nem se lembra em quem votou para deputado e senador nas últimas eleições — o que é compreensível: no mesmo sufrágio em que escolhemos o presidente da República, votamos também para governador, senador, deputado federal e estadual, um complicador que, combinado com grau de (des)informação do eleitorado, explica a péssima qualidade de nosso Parlamento e a “perpetuação” do mandato de seus membros

O Congresso Nacional é formado por 513 deputados federais e 81 senadores. Caso não se reelejam, todos os deputados e 52 senadores ficarão sem mandato no apagar das luzes de 2018 (dos 513 deputados, 407 tentarão novo mandato e 106 disputarão a eleição para outros cargos; somente 31 não serão candidatos a nada nas próximas eleições). 

Em tese, as próximas eleições seriam uma oportunidade de ouro para varrermos os fisiologistas e corruptos que se abancaram na Câmara e no Senado. Na prática, mesmo com o descrédito da classe política e a tendência dos eleitores de votar em quem não exerce mandato, estruturas partidárias engessadas, falta de novas opções e o uso do poder parlamentar em interesse próprio dificultarão a renovação.

Observação: Cada estado da federação conta com 3 senadores, que, como os deputados, são eleitos pelo sistema majoritário, mas seu mandato é de 8 anos, e a renovação de forma parcial a cada quatro anos (1/3 do quadro é renovado numa eleição e os outros 2/3 na próxima, e assim sucessivamente). Cada senador tem direito a dois suplentes, que irão substituí-lo na ordem em que foram registrados, mas isso já é outra conversa).

Ainda que o Legislativo abrigue mais de 200 investigados por crimes no STF, os 55 deputados federais e 17 dos 24 senadores eleitos em 2010 que são alvo da Lava-Jato devem se reeleger sem grandes dificuldades. Mas não é só. Nosso Congresso conta com pelo menos três “deputados presidiários” — Paulo Maluf, Celso Jacob e João Rodrigues, que até coordenam comissões durante o recesso —, um ex-presidente da Câmara preso (Eduardo Cunha) e um ex-candidato à presidência da República denunciado por corrupção e obstrução de Justiça (Aécio Neves, que estaria com medidas cautelares em vigor não fossem os colegas senadores a salvar seu mandato). Pausa para você bater no peito e gritar aos quatro ventos seu orgulho de ser brasileiro.

Observação: Falando no Aécio, o mineirinho safo tentará se eleger deputado por Minas Gerais, e eu não duvido que ele consiga. Ao que tudo indica, Dilma, a imprestável das imprestáveis, é franco-favorita para ocupar uma cadeira no Senado... Aliás, a candidatura dessa vigarista já foi alvo de pelo menos 3 impugnações. Mas isso já é outra conversa. Importa mesmo é dizer que com eleitores assim no segundo maior colégio eleitoral tupiniquim, não é de espantar que nossa democracia não funcione e que esta país esteja na merda.

Continua no próximo post.

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