quarta-feira, 27 de novembro de 2019

PENDRIVE LOTADO - COMO RESOLVER SEM DELETAR ARQUIVOS


NÃO É POSSÍVEL DEMOVER O FANÁTICO DE SUAS CRENÇAS, POIS ELE  ACREDITA NO QUE ACREDITA SIMPLESMENTE PORQUE PRECISA ACREDITAR.

Na pré-história da computação pessoal os PCs não dispunham de disco rígido; os programas eram carregados a partir de fitas magnéticas e, mais adiante, de floppy disks (ou disquetes), que reinaram por décadas como solução primária para armazenamento externo e transporte de dados. No entanto, devido à capacidade medíocre e tendência de embolorar e desmagnetizar com facilidade, os disquinhos flexíveis foram substituídos pela mídia óptica (CD e DVD), que, por sua vez, foi substituída pelo pendrive, o famoso chaveirinho de memória.  

A popularização do pendrive se deveu em grande medida ao padrão USB (sigla em inglês para UNIVERSAL SERIAL BUS), que conquistou o mercado por permitir a conexão “a quente” e desobrigar os usuários de configurar manualmente os canais IRQ e DMA  o que não raro resultava em incompatibilidades difíceis de solucionar. Isso sem mencionar que, além de detectar automaticamente os periféricos, as controladoras USB fornecem a energia necessária ao funcionamento da maioria dos periféricos a elas conectados (dependendo de quanto o dispositivo consome, pode ser necessária uma fonte de alimentação externa, mas isso é outra conversa).

Praticamente todas as placas-mãe fabricadas lá pela virada século já integravam pelo menos duas portas USB 1.1, mas a taxa de transferência (entre 1,5 e 12 Mbps) logo se revelou insuficiente para a conexão de múltiplos periféricos (em tese, cada porta USB suporta até 127 dispositivos, lembrando sempre que a velocidade é compartilhada). Esse problema foi minimizado com o padrão USB 2.0, totalmente compatível com a versão anterior, mas com taxa de transferência máxima de até 480 Mbps, e, mais adiante, com a versão 3.0, cuja principal diferença em relação à anterior é a função full-duplex, ou seja, o modo de transmitir e receber dados de maneira simultânea. Enquanto o USB 2.0 permite apenas enviar ou receber dados, a versão 3.0 é uma via de mão dupla, além de fornecer taxas de transferência ultrarrápidas (de até 10 Gb/s), consumir menos energia e ser eletricamente mais eficiente que suas predecessoras.

Entre muitas vantagens em relação às tecnologias anteriores de armazenamento externo e transporte de dados, os pendrives se destacam pelo tamanho reduzido (que facilita o transporte) e pelo número de ciclos de gravação/regravação que eles suportam (até 100 mil, dependendo da tecnologia da memória flash utilizada). Não só por isso, mas também por conta disso, os CD-Players automotivos, que desbancaram os jurássicos toca-fitas das décadas de 70 e 80 acabaram eles próprios condenados ao ostracismo pelos diligentes “chaveirinhos de memória", já que a maioria dos veículos de fabricação recente disponibiliza pelo menos uma portinha USB.

Como costuma acontecer no âmbito da evolução tecnológica, novidades lançadas a preços exorbitantes se tornam palatáveis à medida que ganham espaço no mercado, pois o aumento da produção tende a baratear o produto, contribuindo para impulsionar ainda mais as vendas, num círculo virtuoso que todos conhecemos muito bem. Hoje em dia, um pendrive da Sandisk — uma das marcas mais populares — de 16 GB custa tanto quanto um maço de cigarros e modelos com o quíntuplo desse espaço, menos que uma pizza.

Claro que há opções cuja capacidade varia de centenas de gigabytes a mais de 1 TB, mas a um preço que você certamente não vai querer pagar.  Assim, se um belo dia você arrastar um arquivo do PC para seu pendrive e descobrir que o espaço livre se esgotou, a solução mais lógica será ir até a papelaria ou ao supermercado e comprar outro dispositivo — ou então apagar (ou enviar para a nuvem) parte do conteúdo armazenado no componente. Mas há uma alternativa simples que lhe permite salvar ainda mais arquivos sem deletar o que quer que seja. E é isso que veremos na próxima postagem.