NÃO É POSSÍVEL DEMOVER O FANÁTICO DE SUAS CRENÇAS, POIS ELE ACREDITA NO QUE ACREDITA SIMPLESMENTE
PORQUE PRECISA ACREDITAR.
Na pré-história da computação pessoal os PCs não dispunham
de disco rígido; os programas eram carregados a partir de fitas magnéticas e, mais adiante, de floppy disks (ou disquetes), que reinaram por décadas como solução primária
para armazenamento externo e transporte de dados. No entanto, devido à
capacidade medíocre e tendência de embolorar e desmagnetizar com facilidade, os
disquinhos flexíveis foram substituídos pela mídia óptica (CD e DVD), que, por sua vez, foi substituída
pelo pendrive, o famoso chaveirinho de memória.
A popularização do pendrive se deveu em grande medida ao
padrão USB (sigla em inglês para UNIVERSAL SERIAL BUS), que conquistou o
mercado por permitir a conexão “a quente” e desobrigar os usuários de configurar
manualmente os canais IRQ e DMA ―
o que não raro
resultava em incompatibilidades difíceis
de solucionar. Isso sem mencionar que, além de detectar automaticamente os periféricos, as
controladoras USB fornecem
a energia necessária ao funcionamento da maioria dos periféricos a elas
conectados (dependendo de quanto o dispositivo consome, pode ser necessária uma
fonte de alimentação externa, mas isso é outra conversa).
Praticamente todas as placas-mãe fabricadas lá pela virada
século já integravam pelo menos duas portas USB 1.1, mas a taxa de transferência (entre 1,5 e 12 Mbps) logo se revelou
insuficiente para a conexão de múltiplos periféricos (em tese, cada porta USB suporta até 127 dispositivos,
lembrando sempre que a velocidade é compartilhada). Esse problema foi minimizado
com o padrão USB 2.0,
totalmente compatível com a versão anterior, mas com taxa de transferência
máxima de até 480 Mbps, e, mais
adiante, com a versão 3.0, cuja
principal diferença em relação à anterior é a função full-duplex, ou seja, o modo de transmitir e receber dados
de maneira simultânea. Enquanto o USB 2.0
permite apenas enviar ou receber dados, a versão 3.0 é uma via de mão dupla, além de fornecer taxas de transferência
ultrarrápidas (de até 10 Gb/s), consumir
menos energia e ser eletricamente mais eficiente que suas predecessoras.
Entre muitas vantagens em relação às tecnologias anteriores
de armazenamento externo e transporte de dados, os pendrives se destacam pelo
tamanho reduzido (que facilita o transporte) e pelo número de ciclos de
gravação/regravação que eles suportam (até 100 mil, dependendo da tecnologia da
memória flash utilizada). Não só por isso, mas também por conta disso, os CD-Players automotivos, que desbancaram
os jurássicos toca-fitas das décadas de 70 e 80 acabaram eles próprios
condenados ao ostracismo pelos diligentes “chaveirinhos de memória", já
que a maioria dos veículos de fabricação recente disponibiliza pelo menos uma
portinha USB.
Como costuma acontecer no âmbito da evolução tecnológica, novidades
lançadas a preços exorbitantes se tornam palatáveis à medida que ganham espaço
no mercado, pois o aumento da produção tende a baratear o produto, contribuindo
para impulsionar ainda mais as vendas, num círculo virtuoso que todos
conhecemos muito bem. Hoje em dia, um pendrive da Sandisk — uma das marcas mais populares — de 16 GB custa tanto quanto um maço de cigarros e modelos com o
quíntuplo desse espaço, menos que uma pizza.
Claro que há opções cuja capacidade varia de centenas de gigabytes a mais de 1 TB, mas a um preço que você certamente
não vai querer pagar. Assim, se um belo dia você arrastar um arquivo
do PC para seu pendrive e descobrir que o espaço livre se esgotou, a solução
mais lógica será ir até a papelaria ou ao supermercado e comprar outro dispositivo
— ou então apagar (ou enviar para a nuvem) parte do conteúdo armazenado no componente.
Mas há uma alternativa simples que lhe permite salvar ainda mais arquivos sem
deletar o que quer que seja. E é isso que veremos na próxima postagem.